Capítulo 4 4

- E então Sra. Manoban, o que você acha desse modelo? - Jhonny perguntou apontando com as duas mãos para a tela gigantesca a nossa frente. - Olha, eu acho que se nós fizéssemos algo especificamente para o dia dos namorados, seria um estouro. Ninguém está esperando algo de nós esse ano, acham que iremos ficar sem fazer nada como no ano anterior

- Tudo bem, eu sei disso. Mas eu quero algo maior do que somente maquiagens bonitas, eu quero algo por trás! - Falei e logo todos na mesa ficaram sua atenção a mim. - Todos estão muito acostumados a ter marcas falando sobre o dia dos namorados ser algo romântico, mas e se a nossa marca falasse sobre o "por trás" do romântico? Dia dos namorados não é só beijinhos pra lá e pra cá, eu quero que a coleção desse ano deixem todos somente com uma coisa na cabeça "A mulher e o homem que usam essa coleção da Manoban Cosmetics tem todo o fogo que eu procuro!" Eu quero que as pessoas usem a nossa maquiagem com fogo, com a intenção de marcar de forma sexy seu parceiro ou parceira, estou cansada dessas marcas mixurucas que esquecem que amor também é prazer! - Falei e logo todos na mesa começaram a pensar melhor com suas cabeças e concordaram comigo.

- E-E então que tal uma divisão? - Richard, um publicitário que havia sido recentemente contratado, proposta e eu logo me prontifiquei a ouvi-lo.

- Prossiga. O que tem em mente - Falei e segurei meu rosto em meu punho.

- Bom, o lema principal da marca é inclusão de todas as formas. Sabemos que o dia dos namorados não é só paixão, também é-é sexo..Isso, e se fizéssemos uma divisão. Chamaríamos uma parte da coleção de "Fervente" e a outra de "Suave", ou algo do tipo - Richard falou e ouvir suas palavras foi como sentir uma lâmpada mágica se acender a cima da minha cabeça.

- ISSO! CACETE! Garoto você é um gênio! - Falei e Richard somente deu um sorriso envergonhado e um empurrão em seu óculos que estava quase caindo de seu rosto. - É isso que eu quero. Divisão. Inclusão. A porcaria toda que tiver a ver com isso. Acho que faria mais sentido pra nós se a coleção "Fervente" tivesse tons mais chamativos, vermelho, vinho, marrom, alguns tons terrosos seriam bons também - Falei e Victória, a pessoa da minha equipe que ficava responsável por essa parte, concordou.

- Poderíamos colocar tons mais "Fofos" e angelicais na parte "suave", algo como brilhos, rosa, lilás - Malcolm, outro membro da minha equipe, disse.

- Acho que lilás é muito exagero. Talvez um nude rosado, o que acham? - Carla disse e todos alí concordaram, inclusive eu.

- Ótimo, então vocês podem fazer a lista das cores que vocês acham que cada divisão da coleção deve ter, colocaremos nossas mãos na massa semana que vêm. Sem descanso algum. Eu quero que essa coleção seja explosiva, mostre que a Manoban Cosmetic não tá pra brincadeira esse ano, a Mac e a Kylie Jenner que se cuidem! - Falei com humor em meu tom de voz e minha equipe riu junto mim, quando eu estava nesses momentos com eles eu realmente me sentia em uma segunda família, meu trabalho havia basicamente virado minha segunda família. - Estão dispensados meus corações, bom trabalho equipe! - Falei e todos alí soltaram alguns "Uhuu" alheios pela sala e então todos nós nos retiramos dali com algumas conversas paralelas.

Era normal estar empolgado, estávamos matutando sobre a imagem e mensagem da nova coleção a cinco horas seguidas, queríamos que a coleção do dia dos namorados dissesse ao mundo que a Manoban Cosmetic não está dormindo no ponto e para cada passo que nós quiséssemos dar, deveríamos pensar nos próximos quinhentos a frente. Eu, como dona e rosto principal da marca, precisava analisar todas as possibilidades, todas as formas como o público poderia receber a coleção, todos os possíveis comentários e feedbacks sobre a nova coleção, eu precisava pensar no possível e impossível para que a minha empresa não se prejudicasse e fiz isso com todo o gosto do mundo. A cada reunião que eu tinha sobre planejamento, eu sentia que a cada plano concluído nós estávamos mais perto do topo ao qual minha empresa poderia chegar e me sentia orgulhosa disso, todos aqui davam suas vidas por esse emprego e junto a mim todos os dias tentavam dar seu melhor para que a marca crescesse.

Enquanto caminhava até minha sala olhei a hora na tela do meu celular e vi que já eram 16;30. Hora de sair e ir buscar minha Melanie. Perguntei a minha secretária se havia mais alguma coisa para ser feita e ela disse que não, eu a agradeci e logo fui para a garagem da empresa pra pegar meu carro e ir pra escola de Melanie. Não demorei muito pra chegar até lá e logo que a Melanie viu meu carro estacionar em frente ao portão de sua escola veio correndo até mim, antes avisou ao porteiro que era eu pra que ele liberasse sua saída e então ele a liberou. Ele já estava tão habituado a ver meu carro que já havia gravado até mesmo a placa dele, então não ficaria receoso de permitir que ela viesse até mim, eu estava em uma distância boa o suficiente pra que ele conseguisse ver a minha cara.

Melanie entrou no carro dando pulinhos como sempre e logo começou a contar como tinha sido seu dia e eu sorria a cada fato e aprendizado novo no dia da minha filha. A prendi na cadeirinha com o cinto de segurança e logo parti em direção a nossa casa.

Quando cheguei larguei meu celular pelo sofá da sala e fui para o banheiro com a Melanie, a primeira coisa que eu fazia quando chegava em casa era dar um banho nela e naquele dia não seria diferente. Fazia isso quase como um ritual porque depois do banho dela eu permitia que ela ficasse vendo um pouco de desenho, durante esse tempo eu tomo banho e quando saio vou pra cozinha, Melanie sempre fica comigo na cozinha mesmo que não esteja proibida de ver desenho naquele momento, ela diz que prefere ficar na cozinha do que ver desenho porque pode roubar minhas comidinhas e eu sempre sorrio quando a vejo dizer isso. Por fim, ela acaba assistindo desenho mesmo que esteja na cozinha porque a cozinha dá livre vista par a TV da sala e Melanie fica sempre vidrada o suficiente pra esquecer de roubar as comidinhas.

Depois de fazer meu ritual diário de sempre, eu fui para cozinha com a Melanie e comecei a esquentar a comida que eu havia feito no almoço, Melanie como sempre estava vidrada na TV enquanto estava sentadinha no balcão. Em casa só era possível ouvir o som da televisão até Melanie virar para mim pronta pra dizer algo.

- Mama, pode chamar a tia Jennie pra me dar aula hoje? - Melanie perguntou e eu franzi levemente a testa.

- Hoje eu acho que não dá, meu amor. Jennie deve ter algo para fazer, não acha? - Falei e Melanie negou com a cabeça.

- Hoje ela só tem faculdade, mas acho que a tia não vai não - Melanie disse e eu soltei um leve "Hm?".

- A Jennie faz faculdade? - Perguntei e Melanie assentiu.

- Tia Jennie disse uma vez que ela estuda pra poder ensinar as crianças que nem eu, mas eu acho que não era pra tia Jennie tá na faculdade, ela não é velha pra fazer isso! - Melanie disse levemente indignada, o que me fez gargalhar um pouco.

- Mas filha, pessoas velhas não são as únicas que fazem faculdade. Eu por exemplo, sou nova e fiz faculdade com dezoito anos, o que é novo demais, pra ser sincera - Falei e Melanie não pareceu se convencer muito com isso.

- Ah mama, mas você já tava com vida de gente velha, cê já tava casada com o papai e tava quase perto da idade em que a cegonha me trouxe pra você - Melanie disse eu ri ao ouvir seus épicos comentários. Mas claro, eu concordava com o que ela dizia, era mesmo verdade, eu era nova demais com vida de gente mais velha. Casei cedo demais e tive uma responsabilidade maior do que minha idade cedo demais.

- E qual a diferença de mim pra sua tia Jennie? - Perguntei. Melanie colocou o dedinho em sua bochecha e apontou seu bracinhos com a mão livre, tentando pensar.

- É que a tia Jennie nunca casou, nem teve filhos. Tia Jennie também mora sozinha, ela falou quando eu perguntei - Melanie disse e eu arregalei meus olhos.

- Filha não pode sair perguntando sobre a vida das pessoas assim! - Falei e Melanie franziu a testa.

- Por que não?! Você também tava me perguntando sobre a vida da tia Jennie! - Melanie disse levemente indignada e eu claramente havia perdido meu argumento alí.

- Mas é diferente, Melanie - Respondi e Melanie negou.

- Não tem nada de diferente mama - Melanie disse e se virou para a TV. Por que eu tinha que parir alguém tão argumentativo? Meu Deus.

Depois de alguns minutos ainda vendo TV, Melanie se virou pra mim.

- Mama, posso ligar pra tia Jennie? - Melanie perguntou e eu suspirei. Jennie com certeza estava fazendo algo de melhor.

- Filha, se eu deixar e a Jennie disser que está fazendo algo de importante você para de insistir nisso? - Perguntei e Melanie sorriu, em seguida balançou a cabeça para afirmar que não insistiria mais no assunto e logo foi correndo para o sofá.

- MAMA, QUAL A SENHA? - Melanie gritou com meu celular em mãos.

- É o seu aniversário, Melanie - Respondi calmamente da cozinha e pude ouvir Melanie sussurrando os números que digitava na tela do meu celular.

- 2,0, 0, 4, 2, 0, 1, 9 - Melanie sussurrou os números de seu aniversário pra si mesma e eu observei cada careta que ela fazia ao digitar. Depois de alguns segundos mexendo a comida eu desliguei o fogo e peguei uma das panelas pra levar a mesa de jantar e vi que Melanie falava, supostamente com a Jennie no celular - Oi tia, sou eu, a Melanie Manoban. Tia você tá ocupada?..É que eu queria que você viesse aqui em casa pra me ajudar, a tia liv ensinou matemática hoje, mas eu não entendi nadinha... Não tem problema tia Jennie, minha mama tem carro, ela não iria se incomodar de buscar você tia. Tudo bem, assim você vem jantar aqui tia Jennie, não tem problema..Tchau tia. - Melanie desligou o celular e o colocou novamente em cima do sofá antes de vir correndo até a sala de jantar - Mama a gente tem que ir buscar a tia Jennie porque ela não tem carro e nem moto e eu não quero que a tia Jennie se machuque, vamos logo!!! - Melanie disse.

- Que?! Mas Melanie e o jantar? A comida vai esfriar assim! - Falei e Melanie balançou a cabeça.

- Depois cê esquenta tudo com a tia Jennie, agora vamo logo mama!!! Vamo logo!!! - Melanie basicamente gritava dizendo para irmos logo e eu suspirei, peguei a chave do meu carro e fui pra garagem com a Melanie. Antes de entrar eu coloquei Melanie na cadeirinha junto ao cinto de segurança e então fui para o banco do motorista. No momento em que eu me sentei meu celular apitou e eu o peguei, logo vendo a tela se acender com a mensagem de Jennie me passando seu endereço, após isso coloquei no maps e dirigi até lá.

A casa de Jennie ficava a uma distância considerável da minha, mas eu tentei ir o mais rápido possível porque não queria que ficasse tão tarde assim. Quando estávamos próximas ao prédio onde Jennie disse morar eu diminui a velocidade do carro e mandei um áudio pra ela avisando que já estávamos basicamente em sua esquina para que ela pudesse descer, quando chegamos ao endereço do prédio onde Jennie disse morar vimos ela na porta do prédio mexendo no celular. Jennie estava vestido uma blusa curta o suficiente pra mostrar seu abdômen que era digno de alguém que realmente treinava com fervor na academia, a blusa era preta e tinha mangas longas e parecia combinar muito com a calça jeans larga que Jennie estava usando. Em seu ombro estava apoiado uma bolsa um pouco cheia, do que eu acreditava ser alguns matérias que ela iria usar com a Melanie.

- Oi Jennie, entra - Falei assim que parei em seus frente, logo Jennie levantou sua cabeça, deu um sorriso e entrou para se sentar no banco do passageiro.

- Oi Melanie, que saudades meus anjinho - Jennie havia se virado para trás assim que se sentou e quando viu Melanie na cadeirinha disse exatamente isso com um sorriso doce em seus lábios.

- Oi tia Jennie, desculpa ter ligado tão tarde - Melanie disse e Jennie balançou as mãos como se não tivesse ligado.

- Não precisa ficar assim Melanie, eu não estava fazendo nada e foi bom você ter me ligado, nós podemos começar a sua aula de forma adiantada pra te ajudar mais, não é? - Jennie perguntou e Melanie assentiu. Eu logo tentei parar de quase babar pela interação das duas e dei partida com o carro.

Não demoramos muito pra chegar até a minha casa, mas, durante todo o trajeto Jennie e Melanie conversaram, elas conversaram sobre a escola, sobre doces, sobre empada e até mesmo sobre o arco-íris. Eu sentia vontade de rir a cada mudança de assunto entre as duas, mas me segurava o máximo possível, eu realmente não queria interromper a interação das duas. Quando chegamos até a minha casa eu saí do carro e abri a porta de trás pra tirar a Melanie da cadeirinha, mas não demorou muito pra que Jennie viesse e dissesse "Não se preocupe Sr.Manoban, eu tiro a Melanie" com um sorriso gentil e doce em sua boca, eu me afastei um pouco para dar espaço a ela e logo vi Melanie no colo de Jennie, deitada com a cabecinha em seu ombro. Eu não disse nada, apenas guiei Jennie até a parte interna da casa depois de trancar o carro.

Jennie antes mesmo de pôr o pé em minha porta me pediu licença e entrou, eu tirei meu chinelo para entrar em casa e logo Melanie já correu puxando Jennie para seu quarto porque, perante suas próprias palavras, ela precisava muito que a "tia Jennie olhasse sua coleção de adesivos de borboleta que a mama comprou" eu achava fofo quando a Melanie ficava empolgada com algum amiguinho e saia mostrando sua coleção de borboletas, mas também achava fofo ver ela fazendo isso com sua professora.

Eu mexi em meus fios de cabelo e larguei a chave em cima da mesinha de centro da sala, fui caminhando pacientemente até a sala de jantar para somente encostar meu dedo na panela em cima da mesa e ver que a comida não havia esfriado tanto assim.

- hm..Bom, acho que dá pra comer. Foda-se se não der, isso que temos para hoje, Manoban - Disse para mim mesma e virei minha cabeça para o corredor, pois eu estava ouvindo passos que eu sabia muito bem que vinham de Jennie e Melanie. A risada de Jennie dava pra ser ouvida por toda a casa, ela gargalhava da maneira mais satisfatória possível de se ouvir, gargalhava até mesmo de forma doce, como uma criança que acabou de ganhar um puta presente de Natal.

Jennie e Melanie apareceram na sala e se sentaram no chão, apoiando seus braços na mesinha de centro. Jennie começou a tirar alguns cadernos e canetas de sua bolsa, a mesma que ela estava carregando para todos os cantos da casa, e Melanie havia somente dado seu caderninho de capa roxa para Jennie avaliar. Eu imaginei que elas ficariam ali por muito tempo e que Melanie não levantaria para sair da presença de Jennie nem mesmo se eu a pagasse para isso, as duas pareciam esquecer o mundo ao redor porque estavam entretidas demais entre si e eu estava começando a perceber isso a algum tempo porque Melanie até agora nem havia olhado pra mim, eu imaginava que ela não olharia nem tão cedo e por isso eu decidi colocar nossos pratos de comida. Assim eu fiz.

Coloquei um prato para mim, um para Jennie e um para Melanie, carreguei todos até a sala e os deixei no espaço vago da mesa da sala.

-O-Oh, Sr. Manoban, n-não precisava - Jennie disse assim que viu os três pratos em cima frente e eu pude perceber um leve rubor tomar suas bochechas. Por um leve segundo pensei ter sentido algo em meu corpo por ouvi-la me chamar de "Sr. Manoban", algo que eu não conseguia explicar, mas que era estranho. Talvez fosse a forma como Jennie parecia dizer "Sr. Manoban" a todo momento como uma sadomasoquista que gosta do que se repete várias vezes.

- Não precisa agradecer e nem ser tão formal se estamos em um local fora do seu trabalho, pode me chamar de lisa - Falei e sem esperar algum tipo de resposta ou reação de Jennie coloquei uma almofada em meu colo e peguei meu prato na mesa, coloquei o prato por cima da almofada e puxei meu celular, que estava no meu bolso. Comecei a comer e também a responder algumas mensagens pendentes, uma hora ou outra ver o Twitter, Instagram e etc.

- Mama, não vai te incomodar eu e a tia Jennie aqui na sala não? - Melanie perguntou e eu neguei.

- Podem ficar por aí o quanto vocês quiserem, meu amor. Só, por favor Jennie, fique de olho na hora pra Melanie ir dormir - Falei e Jennie assentiu.

- Claro Sr. Manoban - Jennie respondeu e eu senti um leve arrepio na espinha que me deixou levemente desconfortável..Sensação estranha, pensei.

Depois de algumas horas, no relógio já marcava 23:56 horas da noite. Eu já havia lavado toda a louça que havíamos sujado e Melanie havia se cansado tanto de matemática que dormiu nos braços de Jennie e acabou sendo carregada pela mesma até sua cama, eu fui a primeira a tentar levá-la, mas Jennie basicamente implorou para levá-la. Eu ainda estava sentada na sala quando Jennie levou a Melanie e estava somente a esperando para leva-la de volta para sua casa em segurança. Jennie apareceu poucos minutos depois e inspirou como se tivesse acabado de ter um trabalho duro, mas o sorriso franzino em sua boca demonstrava que ela havia adorado.

- Prontinho, Melanie está na cama - Jennie disse com um sorriso largo em seus lábios assim que entrou na sala e eu sorria em agradecimento. Eu ia perguntar logo em seguida se suas coisas estavam com ela para que pudessemos ir para o meu carro, mas logo tive um impedimento; Um som estrondoso de trovoadas invadiram a sala junto ao som do grito de Jennie que veio logo em seguida, o que quase me fez rir. O sorriso largo de Jennie se desfez assim que ouviu o estrondoso barulho e piorou quando percebeu que havia começado a chover forte o suficiente para aparentemente saber que não poderia ir para sua casa. - Aí meu Deus, não, não..- Jennie correu desesperadamente até a Janela para que comprovasse se estava mesmo chovendo. - Merda! - Jennie havia sussurrado para si mesma e eu consegui ouvir isso.

- Jennie - A chamei e logo seus olhos felinos estavam a me observar - Você pode dormir aqui, amanhã eu vou estar de folga e posso levar você e a Melanie pra escola sem problema algum. Eu vou pegar uma roupa pra você e já volto - Falei e me dirigi ao meu quarto, eu não esperava que Jennie recusasse ou aceitasse o que eu estava dizendo, apenas acatasse. Ela não conseguiria ir embora na chuva e eu não conseguiria levá-la, ponto. Era dormir aqui ou dormir aqui, no momento ela não tinha opções. Quando cheguei em meu quarto fui direto para o closet e depois de procurar muito achei a sacola da Calvin que eu queria, havia sido um presente da própria marca para mim, mas eu nunca havia sequer aberto aquilo. Talvez servisse em Jennie.

Voltei para sala com a sacola em mãos e vi Jennie sentada no sofá, ela já havia guardado todas as coisas de todo o trabalho com Melanie que estava antes jogado pela mesa e eu agradeci internamente por isso.

- Aqui, esse aqui é um conjunto de moletom e lingerie da Calvin, eu nunca usei, foi um presente da marca pra mim, mas pode usar e ficar pra você, eu nunca nem abri - Falei e entreguei a sacola para Jennie, que recebeu com os olhos brilhando.

- Muito obrigada Sr. Manoban - Jennie disse e eu levantei uma de minhas sobrancelhas levemente e Jennie balançou a cabeça, parecendo se condenar por ter me chamado de tal maneira - L-Lisa, lisa.

- De nada, Jennie - Respondi. - Bom, o quarto de hóspedes fica na única porta que tem na parede onde fica a porta do quarto da Melanie, tem um banheiro lá caso queira se banhar. Eu vou ir dormir, tenha uma boa noite de sono, Jennie - Falei e caminhei calmamente até meu quarto, mas pude ouvir Jennie me desejar boa noite também enquanto virava para o corredor.