SOB A PROTEÇÃO DO SULTÃO
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Capítulo 4 4

N atalie estava em agonia. Não em razão da dor na cabeça ou do ferimento em seu braço, mas por causa do fogo que irrompeu de dentro dela quando Iman a tocou; isso a surpreendeu tanto que ela chegou a perder o rumo. Sobrevivente de um desastre aéreo, presa em um hangar abandonado com um completo estranho, isolada por uma tempestade de areia. Ela deveria estar aterrorizada, mas só conseguia pensar nele.

Andou de lá para cá, fez perguntas e fez de tudo, tudo o que conseguiu pensar, para mantê-lo à distância.

- Então você acha que a tempestade fez com que eles andassem mais devagar? - perguntou.

- É possível que tenham ultrapassado a tempestade, mas já foi difícil dar a partida no jipe e esse tipo de veículo não tem a velocidade como característica. Se não ultrapassaram, as chances são grandes de terem batido ou estarem com o motor fundido. - Ele fez uma pausa antes de acrescentar. - Sinceramente, não tenho a mínima ideia de onde nós estamos.

- Zane, o piloto, disse que estávamos sobrevoando o Egito uns vinte minutos antes da queda - Natalie disse, nervosa. O Egito tinha uma alta taxa de violência contra mulheres, e subitamente ela ficou muito feliz por estar acompanhada.

- Não vou deixar nada te acontecer - ele disse, num tom baixo. - Não precisa ter medo.

Exceto, talvez, de ser vítima do feitiço dele.

- Imagino que deve ter sido legal ter irmãos. Eu não tinha ninguém quando criança. Éramos só eu e a minha mãe, e ela trabalhava muito. Era solitário. - Estava falando feito uma matraca e não conseguia parar. - A gente morava em um condomínio, eram vários prédios de apartamentos, então sempre tinha crianças por perto pra brincar, mas elas nunca ficavam muito tempo. A rotatividade era grande na cidade onde eu cresci.

Ela sentiu que os olhos dele a seguiam por todo lugar, mas ele não respondeu ao comentário dela. Quando olhou pela janela, enxergou um céu limpo.

- Vou voltar ao avião pra pegar alguma comida e mais água, antes que venha outra tempestade de areia - ela disse, virando-se.

- Não, não vai - ele insistiu, movimentando-se para ficar entre ela e a porta do hangar. - Eu vou.

- Não seja ridículo. Você nunca vai passar pela abertura da porta - teimou, tentando desviar dele.

Iman estendeu o braço e a pegou pela cintura. Ao se inclinar, seus lábios roçaram a orelha dela.

- Eu disse que não.

Ela permaneceu parada, fechou os olhos e se permitiu o prazer de desfrutar do toque dele. Do calor que irradiava entre eles. Do corpo inesperadamente musculoso que ela podia sentir embaixo do terno. Seu coração martelava no peito, e o desejo se agitava dentro dela.

Ela o queria.

- Nós só temos duas garrafas de água. Se o resgate vai demorar dias pra chegar, não vai ser suficiente - ela sussurrou, rouca.

- Vou usar o pé-de-cabra pra abrir mais a porta e então pego o que a gente precisa - as mãos de Iman deslizaram para a barriga dela. - Você está tremendo.

- Estou um pouco assustada. - Natalie suspirou.

- Mentirosa.

Rindo, ele a soltou e caminhou em direção à porta, saindo em seguida.

Natalie cruzou os braços, abraçando a si mesma. Respirou fundo algumas vezes e estremeceu. O que tinha de errado com ela? Uma hora atrás, ela queria estrangular o príncipe, e agora só queria arrancar as roupas dele para ver se ele era mesmo tão bonito quanto na sua imaginação superaquecida.

A lâmpada sobre a sua cabeça começou a piscar erraticamente. Preocupada, Natalie seguiu o fio até encontrar um feixe de luzes, que ligou na tomada para usar como lanterna. E começou a explorar o hangar, soltando o fio de luz enquanto caminhava. O lugar estava quase todo entulhado de máquinas antigas, mas ela acabou achando uma aeronave leve escondida sob uma camada de lonas. Descobrindo-a, ela prendeu as luzes em uma viga de madeira e abriu a porta. A poeira cobria os controles e superfícies, mas ainda assim era um lugar mais confortável para descansar do que o chão. Ela entrou, sentou no pequeno assento de couro e recostou a cabeça.

            
            

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