O contrato da minha vida  - CEO
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Capítulo 5 Beatrice

Beatrice.

Acordo em um sobressalto, ainda com o notebook no meu colo, e noto pela claridade da janela que já amanheceu.

-Merda! - xingo alto dentro do quarto já que meu querido "marido" não está mais nele.

Coloco o notebook dentro da minha pasta, arrumo os documentos que por sorte eu trouxe pra cá antes do casamento, e vou rapidamente até o closet onde Leonardo deixou a minha mala, a fim de procurar uma roupa, mas fico surpresa ao descobrir que ao invés da minha mala de roupas, tenho uma quantidade absurda de roupas penduradas no closet, nenhuma delas escolhida e comprada por mim, mas todas elas no estilo que eu gosto de usar, o que me leva a crer que ele andou stalkeando as minhas redes pra descobrir meus gostos.

Escolho uma calça de alfaiataria preta, uma camiseta branca e um blazer também preto, já que eu ainda não sei se precisarei apresentar o projeto apenas para o supervisor, ou para o novo - e misterioso - CEO. Completo meu look com um scarpin preto e minha pasta contendo todo o meu material de trabalho.

Tomo um banho rápido sem molhar os cabelos, e prendo-os em um rabo de cavalo alto e firme, e começo a me maquiar, passando corretivo na área abaixo dos olhos para esconder as olheiras pela noite mal dormida, em seguida passo uma base, iluminador, selo tudo com pó solto, e opto por passar apenas um rímel nos olhos e um batom vermelho nos lábios.

Solto mais meia dúzia de palavrões quando saio pela porta do quarto e lembro que estou sem o meu carro, e desço as escadas na esperança de encontrar Leonardo, ficando frustrada quando tudo o que encontro é sua família sorridente em volta da mesa:

-Bom dia - Cumprimento envergonhada

-Bom dia minha filha - a avó fala - Senta aqui, vem tomar café conosco

-Muito obrigada, mas eu estou atrasada e só agora lembrei que estou sem meu carro - começo a explicar, mas sou interrompida, dessa vez pelo meu sogro que aparentemente ainda não acredita na veracidade do casamento

-Você agora é esposa de um homem bilionário, nem precisaria trabalhar - ele me encara atento

-Com todo o respeito, senhor - sorrio na direção do homem que é irritantemente parecido com o filho - Leonardo e eu temos um acordo justamente pra que eu não pare de trabalhar, já que não tenho intenção de depender do dinheiro dele.

-Mas a carona do motorista você pode aceitar, certo? - É a vez da minha sogra tentar apaziguar a situação

-Seria ótimo - sorriu pra ela que logo chama o motorista pedindo que ele fique à minha disposição.

Entro com pressa no carro, e peço que o motorista vá rápido pra Moretti tecnologia LTDA, percebo o olhar confuso dele, mas ignoro, ele fala ainda algo que eu sequer consigo entender, mas gentilmente peço que ele se concentre no trânsito, enquanto eu faço os últimos retoques no meu projeto que está simplesmente perfeito.

...

Agradeço a carona, e aproveito pra pedir que alguém busque o meu carro, pra que eu não precise depender de ninguém diariamente, em seguida olho no relógio constatando que estou uma hora atrasada e muito fodida, já que o Supervisor vai querer comer meu fígado. Ainda no saguão da empresa, meu olhar se cruza com o traidor filho da puta do meu ex, mas faço questão de ignorar sua presença, seguindo de elevador até o meu andar.

-ESTÁ ATRASADA, BEATRICE - Iran, meu supervisor, grita assim que saio do elevador - E EU NÃO QUERO JUSTIFICATIVAS.

-Desculpa, Iran - tento me justificar - Eu estava sem carro, e fiquei até tarde finalizando o projeto, por isso o atraso

-Já falei que não quero saber, não é problema meu você ter carro ou não, se você não pode cumprir o horário, peça demissão e eu contrato alguém mais responsável - Todos no salão me olham atentos, e eu não tenho outra alternativa senão baixar a cabeça e pedir desculpas, mas sequer tenho tempo de fazê-lo quando uma voz que reconheço imediatamente soa por cima dos meus ombros

-Você deve ser o supervisor do setor - Leonardo olha o homem com os braços cruzados e um semblante fechado, enquanto eu sigo encarando o homem de terno e gravata sem saber o que ele faz aqui - Eu planejei uma apresentação mais formal, e pelo visto ela não vai ser possível - Ele fala fazendo Iran empalidecer - Não é assim que eu espero que um supervisor trate os membros da sua equipe - ele finaliza de braços cruzados

-E você é? - Iran pergunta com certo temor na voz

-Leonardo Prado Moretti, novo CEO e seu chefe - ele responde ainda sério - Senhorita, por gentileza, resolva a questão do seu carro para evitar atrasos - ele fala comigo como se não me conhecesse e eu retribuo o favor quando me limito a concordar com um meneio de cabeça - E o senhor, seja mais flexível, já que trabalhamos com mão de obra humana, e não com máquinas. Agora voltem ao trabalho.

Ainda atônita pelos acontecimentos, e sob olhares inquisidores dos meus colegas de trabalho, sigo até a minha mesa e começo a organizar minha mesa e testo todos os detalhes do meu aplicativo, finalmente concluindo o trabalho do jeitinho que eu queria que ele ficasse.

Pouco antes da hora do almoço, sou avisada pela recepcionista que Leonardou, ou melhor, que o novo CEO está à minha espera em sua sala imediatamente, e, mais uma vez, saio do setor com todos os holofotes dele apontados para mim. Dou três batidas leves em sua porta e aguardo até que sua voz soa lá de dentro me mandando entrar:

-Mandou me chamar? - encaro Leonardo e seu olhar enigmático

-Mandei, e vou ser bem direto no que vou te perguntar, espero ouvir a verdade - ele me encara sério e eu assinto, sentando na cadeira a sua frente

-Qual foi o seu objetivo quando casou comigo? Você sabia exatamente quem eu era, não sabia? O que você quer com tudo isso? - Ele joga os absurdos no ar como quem pergunta qual o meu sabor favorito de sorvete, e eu não tenho outra reação senão rir do tamanho do absurdo dele, que me olha agora como se eu fosse louca - Qual é a graça?

-Eu preciso te lembrar quem estava desesperado atrás de uma noiva? - falo quando finalmente consigo parar de rir - Pra começo de conversa, quem começou com essa história foi você, e eu só aceitei fazer parte desse circo por causa da minha mãe.

-Não é muita coincidência? - ele pergunta agora em um tom menos ácido

-Pelo amor de deus, Leonardo! - Falo irritada - Você sequer cogitou, quem sabe, me falar qual era o seu sobrenome? - pergunto irônica e vejo seu olhar espantado, que me faz sorrir - Eu trabalho aqui a quase três anos, não tem absolutamente nada a ver com você, e eu quero que continue exatamente igual.

-Como assim? - ele me olha confuso

-Como assim? aqui dentro eu continuo sendo Apenas Beatrice Nunes, funcionária como qualquer outra. - coloco as minhas duas mãos sobre sua mesa, fazendo-o me olhar nos olhos - Nosso casamento deve ficar em segredo, já que eu pretendo continuar trabalhando aqui - ele assente mas seu olhar está no meu colo - Agora se me der licença, senhor CEO - provoco - Não pretendo gastar meu horário de almoço nessa conversa sem fundamento, com licença.

Saio batendo a porta, e vou direto ao restaurante da empresa almoçar, durante o almoço percebo alguns olhares curiosos direcionados a mim e tento ao máximo ignorá-los, já que entendo perfeitamente os motivos pelos quais eles existem.

Acabo meu almoço e sigo até a área de descanso que é disponibilizada para os funcionários, e sento ao lado do Hugo, colega de setor que também irá apresentar seu projeto. Engatamos em uma conversa animada sobre as nossas idéias de execução, até que ele para de falar, e aponta discretamente para a porta, onde Leonardo nos encara com os olhos flamejantes e a boca entreaberta, denotando irritação, dou de ombros fingindo desinteresse e continuo conversando com Hugo sentindo os olhares do poderoso CEO em mim. Ficamos conversando até o final do horário de almoço, e assim que eu volto a minha mesa, a mesma recepcionista de mais cedo vem novamente até mim, pedindo que eu a siga até a sala onde o seu chefe me aguarda.

Entro sem bater dessa vez, e sem esperar qualquer palavra dele, me adianto e começo a falar:

-Não sei qual a sua idéia de descrição, mas me chamar duas vezes no mesmo dia até a sua sala, não me parece muito discreto. - começo a falar recebendo seu sorriso irônico

-Só te chamei pra lembrar que não é de bom tom ficar de conversinha com outros homens. - franzo a testa diante do comentário - Não preciso lembrar que você é uma mulher casada.

-Um casamento de mentira - desafio

-Que tem uma cláusula de fidelidade, não se esqueça - ele chega mais perto do que deveria, mas eu não desvio o olhar nem por um segundo

-Hugo e eu somos parceiros de trabalho, e eu não vou ficar muda durante todo o expediente porque você acha que vai ganhar um par de chifre contratual todas as vezes que me ver conversando com aguém. - falo me afastando dele, que tem os lábios tremendo de raiva - Controle seus ciúmes, e pare de me chamar aqui, caso contrário essa farsa não vai funcionar, agora com licença.

Saio batendo a porta com força, deixando Leonardo furioso lá dentro.

            
            

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