O MAFIOSO QUE ME AMAVA
img img O MAFIOSO QUE ME AMAVA img Capítulo 2 Capitulo 1
2
Capítulo 6 Capitulo 5 img
Capítulo 7 Capitulo 6 img
Capítulo 8 Capitulo 7 img
Capítulo 9 Capitulo 8 img
Capítulo 10 Capitulo 9 img
Capítulo 11 Capitulo 10 img
Capítulo 12 Capitulo 11 img
Capítulo 13 Capitulo 12 img
Capítulo 14 Capitulo 13 img
Capítulo 15 Capitulo 14 img
Capítulo 16 Capitulo 15 img
Capítulo 17 Capitulo 16 img
Capítulo 18 Capitulo 17 img
Capítulo 19 Capitulo 18 img
Capítulo 20 Capitulo 19 img
Capítulo 21 Capitulo 20 img
Capítulo 22 Capitulo 21 img
Capítulo 23 Capitulo 22 img
Capítulo 24 Capitulo 23 img
Capítulo 25 Capitulo 24 img
Capítulo 26 Capitulo 25 img
Capítulo 27 Capitulo 26 img
Capítulo 28 Capitulo 27 img
Capítulo 29 Capitulo 28 img
Capítulo 30 Capitulo 29 img
Capítulo 31 Capitulo 30 img
Capítulo 32 Capitulo 31 img
Capítulo 33 Capitulo 32 img
Capítulo 34 Capitulo 33 img
Capítulo 35 Capitulo 34 img
Capítulo 36 Capitulo 35 img
Capítulo 37 Capitulo 36 img
Capítulo 38 Capitulo 37 img
Capítulo 39 Capitulo 38 img
Capítulo 40 Capitulo 39 img
Capítulo 41 Capitulo 40 img
Capítulo 42 Capitulo 41 img
Capítulo 43 Capitulo 42 img
Capítulo 44 Capitulo 43 img
Capítulo 45 Capitulo 44 img
Capítulo 46 Capitulo 45 img
Capítulo 47 Capitulo 46 img
Capítulo 48 Capitulo 47 img
Capítulo 49 Capitulo 48 img
Capítulo 50 Capitulo 49 img
Capítulo 51 Capitulo 50 img
Capítulo 52 Capitulo 51 img
Capítulo 53 CAPITULO 52 img
Capítulo 54 CAPITULO 53 img
Capítulo 55 CAPITULO 54 img
Capítulo 56 CAPITULO 55 img
Capítulo 57 CAPITULO 56 img
Capítulo 58 CAPITULO 57 img
Capítulo 59 CAPITULO 58 img
Capítulo 60 CAPITULO 59 img
Capítulo 61 CAPITULO 60 img
Capítulo 62 CAPITULO 61 img
Capítulo 63 CAPITULO 62 img
Capítulo 64 CAPITULO 63 img
Capítulo 65 CAPITULO 64 img
Capítulo 66 CAPITULO 65 img
Capítulo 67 CAPITULO 66 img
Capítulo 68 CAPITULO 67 img
Capítulo 69 CAPITULO 68 img
Capítulo 70 CAPITULO 69 img
Capítulo 71 CAPITULO 70 img
Capítulo 72 CAPITULO 71 img
Capítulo 73 CAPITULO 72 img
Capítulo 74 CAPITULO 73 img
Capítulo 75 CAPITULO 74 img
Capítulo 76 CAPITULO 75 img
Capítulo 77 CAPITULO 76 img
Capítulo 78 CAPITULO 77 img
Capítulo 79 CAPITULO 78 img
Capítulo 80 CAPITULO 79 img
Capítulo 81 CAPITULO 80 img
Capítulo 82 CAPITULO 81 img
Capítulo 83 CAPITULO 82 img
Capítulo 84 CAPITULO 83 img
Capítulo 85 CAPITULO 84 img
Capítulo 86 CAPITULO 85 img
Capítulo 87 CAPITULO 86 img
Capítulo 88 CAPITULO 87 img
Capítulo 89 CAPITULO 88 img
Capítulo 90 CAPITULO 89 img
Capítulo 91 CAPITULO 90 img
Capítulo 92 CAPITULO 91 img
Capítulo 93 CAPITULO 92 img
Capítulo 94 CAPITULO 93 img
Capítulo 95 CAPITULO 94 img
Capítulo 96 CAPITULO 95 img
Capítulo 97 CAPITULO 96 img
Capítulo 98 CAPITULO 97 img
Capítulo 99 CAPITULO 98 img
Capítulo 100 CAPITULO 99 img
img
  /  2
img

Capítulo 2 Capitulo 1

Ellis Barker dirigia empolgada pelas ruas do centro da cidade de Nova York em direção, Wild Holdings Bank, o banco no qual foi contraída a hipoteca de sua casa. A casa foi hipotecada há dois anos para ajudar seu único irmão, Jason, que após a morte súbita de seu pai havia sido desviado e preso por operar em jogos de azar ilegais. Esses não eram exatamente os planos que a jovem mulher tinha para a casa de seus pais, mas com as dívidas contraídas por seu irmão e o advogado que ela precisava contratar, ela ficou com pouca escolha. Ellis questionou o fato de que o banco havia liberado apenas parte da hipoteca, mas cobrou o valor total da casa em juros, o gerente simplesmente disse que por ser uma herança, ela só podia hipotecar sua parte da herança e não a parte de Jason.

- Entretanto, se eu não pagar minha parte, você fica com a casa na totalidade. Isso não parece muito justo, não é mesmo? – Questionou Ellis mostrando a cláusula ao gerente.

- Compreendo sua insatisfação senhorita Barker, mas a vida nem sempre é justa. – Respondeu o gerente com um tom de deboche. - Ajudo a senhorita em algo mais?

- Não, vocês já fizeram mais que o suficiente... – Responde Ellis guardando o documento em sua bolsa, revoltada.

Ela caminhou a passos duros para fora do banco jurando para si mesma que voltaria um dia e quitaria toda a dívida. E assim foi, por longo dois anos, os quais Ellis trabalhou em dois empregos: O primeiro era de corretora de imóveis que era para a hipoteca e as coisas da casa, e o outro era de garçonete que o dinheiro era destinado para a clínica de reabilitação, onde internou seu irmão. Aliás, seu irmão também sairia da clínica naquele mesmo dia, mas primeiro ela iria até o banco quitar a última parcela e depois iria até seu irmão.

Aquele dia era importante demais para Ellis que sentia que nada seria capaz de tirá-la do sério, algo que não era tão difícil de realizar. Nem o trânsito que ela sabia que enfrentaria, nem a jovem que a atende com cara de nojo toda vez em que ela vai pagar as parcelas. Todavia, hoje parecia um dia incrivelmente especial. O céu estava azul sem nenhuma nuvem, algo raro quando se fala sobre Nova York. Até o trânsito estava calmo, que ela levou menos de uma hora para chegar ao banco, algo inimaginável em um dia comum de semana.

Será que me confundi e hoje é feriado? questionava Ellis entrando pelo portão do estacionamento do banco. Ela observa o estacionamento e nota que está lotado. Estava bom demais para ser verdade, pensou Ellis enquanto dirigia devagar pelo lugar, buscando qualquer sinal de que algum cliente fosse sair. Por fim, ela parou o veículo e decidiu consultar seu celular para ter certeza de que não era feriado.

Ela olhava o celular quando uma alma caridosa decidiu ir embora. A jovem colocou seu telefone de volta no porta-luvas, ligou seu veículo e dirigiu até a vaga, deixando seu carro passar um pouco, pois queria estacionar de ré. Já preparava para fazer sua manobra quando um Audi RS e-tron GT simplesmente estacionou em sua vaga.

Ellis fica algum tempo paralisada sem entender o que havia acontecido, já que podia jurar ter deixado bem claro sua intenção de entrar na vaga. A jovem de cabelos castanhos então decide olhar pelo retrovisor e vê dois homens de ternos saírem do veículo, rindo e conversando sem se importarem com o que havia feito. E essa foi a gota d'água para Ellis que desceu de seu veículo irada.

- Ei! – Gritou ao mesmo tempo que andava atrás dos dois homens que continuaram caminhando sem se importar com ela. Ellis acelerou o passo enquanto gritava: - Ei, imbecis de terno!

Os dois homens pararam e então se entreolharam, surpresos. Até que um deles, o mais alto e mais forte, o que parecia que o terno preto fosse rasgar a qualquer momento... justamente esse se virou em direção a Ellis, sério. Porém, não apenas se virou, como andou até Ellis que não demonstrou se intimidar com o brutamontes que respirava rente ao seu rosto, como um animal. Animal este que a jovem percebeu ser totalmente controlado pelo outro homem, de terno cinza e óculos escuros que apenas observava a cena de onde estava com suas mãos nos bolsos de sua casa, tranquilamente.

- Você estava nos chamando de quê? – Questionou o brutamontes.

-Imbecis de terno. – Respondeu Ellis tranquilamente. Ela então se esquivou do brutamontes e se direcionou ao outro que continuava apenas observando a cena. - Você roubou a minha vaga!

- Ei, não se direcione ao Senhor Amorielle. – Ordenou o brutamontes segurando no ombro de Ellis.

-Tire sua mão nojenta de mim, ou gritarei tanto nesse estacionamento que você se arrependerá amargamente disso. – Falou Ellis encarando o brutamontes que retira a mão, surpreso. - Tire a mão dela, Rocco. – Falou o outro homem, enquanto colocava a mão dentro de seu terno cinza: - Melhor resolvermos isso de forma mais... amigável.

Aos poucos a mão dele foi saindo de dentro do terno e então com ela veio também um generoso maço de dinheiro para a surpresa de Ellis.

- Mas o quê...? – Começou Ellis a dizer sendo interrompida pelo gesto do homem que jogou o maço em direção ao seu capanga.

- Uma forma de pedir recompensá-la pelo transtorno causado por Rocco ao colocar o carro na vaga que você diz ser sua. – Explicou o outro homem sob o olhar ainda em choque de Ellis.

Rocco estende o maço em direção a Ellis que dá um passo para trás recusando segurar o dinheiro. Afinal, quem daria um maço que deveria ter uns mil dólares facilmente, apenas por uma vaga de estacionamento?

- Não, obrigada. Eu não preciso do seu dinheiro. – Recusou Ellis, séria.

- Todo mundo precisa de dinheiro, não precisa ser tão orgulhosa, jovem. – Falou o homem de terno cinza.

- Além de ter roubado a minha vaga, pelo visto você não conhece a palavra "não", não é mesmo?

- E você pelo visto gosta bastante dela, não é mesmo? – Rebateu Senhor Amorielle. Ele encarou seu relógio de pulso e então continuou dizendo: - Olhe, por mais que eu esteja gostando desse papo estranho com uma desconhecida, preciso ir para minha reunião. Então, pegue o dinheiro e siga seu rumo.

Ela encara o dono do maço de dinheiro e disse:

- Guarde esse dinheiro com você para pagar as aulas de como viver em sociedade, pois você está precisando urgente.

Ellis então voltou a caminhar em direção ao seu carro ao mesmo tempo em que era observada por Rocco e Senhor Amorielle. O brutamontes se virou para o homem do terno cinza e disse, com a mão dentro de seu terno preto:

- Só dá a ordem e eu desapareço com esse problema, Don Vittorio.

- Não. – Recusou Amorielle segurando no braço de Rocco, evitando assim da arma de seu segurança surgisse. O Brutamontes o encarou sem entender e então ele continuou dizendo: - Estamos muito expostos aqui. Vamos, temos coisa melhor a fazer do que nos preocupar com essa garota.

Os dois voltaram a caminhar em direção ao elevador sendo observados por Ellis que apertava seu volante com toda raiva.

***

- Don Vittorio Amorielle! – Falou o gerente que abria os braços e sorria em direção aos dois homens. - Que surpresa agradável.

Apesar do cumprimento efusivo, da alegria demonstrada pelo gerente geral do banco, a fala final indicava exatamente o que Vittorio almejava: ele estava surpreso e não de um jeito positivo. O suor na testa do gerente indicava nervosismo, ou medo. Também, quem não estaria com medo de se deparar com ninguém menos que o mais novo chefe da família Amorielle, a mesma que por décadas sempre se manteve nos bastidores deixando seus sócios, acionistas e pessoas como Rocco resolvessem seus assuntos: fossem os legais ou aqueles entre "amigos".

Pelo menos era assim que agiam os Amorielle até Vittorio assumir o comando de sua família, demonstrando que as coisas iam mudar.

-Em que posso ajudá-lo? – Perguntou o gerente enquanto tentava manter o sorriso nervoso.

-Temos uma reunião. – Respondeu Vittorio tranquilamente enquanto mexia em seu bolso até que encontrou seu charuto.

-Temos? – Perguntou o gerente, surpreso.

O homem tentava buscar na memória sua agenda de compromissos do dia e não conseguiu se recordar de nada relacionado Amorielle. Talvez ele tivesse agendado com um novo código. Ou então o senhor Vittorio estivesse realmente com uma reunião marcada, mas com a diretoria, ou diretamente com Domenico Wild, o dono. Ele poderia até arriscar e perguntar, aquela figura ilustre, mas sabia que antes que fosse capaz de concluir a pergunta viraria um tapete com uma bala no meio da testa.

- Posso estar enganado, mas sinto que você não esperava que eu estivesse, Franco. – Começou Vittorio calmamente.

- Não, de forma nenhuma Sr. Amorielle. – Disse Franco , nervoso mexendo em sua gravata que parecia apertar sua garganta. Ele estendeu seu braço em direção a sua sala continuou: - Por favor, venham até minha sala.

Os dois homens ficaram parados esperando Franco dar o primeiro passo, deixando o gerente ainda mais nervoso a ponto de começar a soar na sua calvície.

- Vá na frente, Franco. – Ordenou Rocco, sério.

-Como quiserem. – Concordou Franco que então passou a andar na frente.

Ele caminhava como se estivesse indo para forca enquanto era seguido por Rocco e por último Vittorio que fumava seu charuto com cuidado.

- Cristine, entrarei em reunião com Senhor Amorielle. – Avisou Franco a sua secretária que não parava de se exibir para Vittorio. - Por favor, não importa quem seja, diga que estou ocupado. Ou melhor, feche minha agenda.

-Como quiser. – Respondeu a loira , mas não sem antes piscar para Vittorio que a ignorou completamente, diferente de Rocco que lhe mandou um beijinho.

O trio entrou na sala e então Franco fechou a porta rezando para que a visita corresse muito bem.

***

- Como assim ele não pode me atender? – Questionou Ellis, revoltada com a audácia de Cristine.

-Foram ordens do Franco, Senhorita Barker. – Respondeu Cristine ainda retocando seu batom vermelho. Afinal, nunca se sabe quando o Senhor Amorielle apareceria novamente, precisava estar preparada.

- Eu marquei hora. – Reforçou Ellis mostrando o papel do agendamento para Cristine. Na verdade, ela queria mesmo era esfregar na cara da secretária do gerente.

Cristine segurou o papel do agendamento e então em poucos segundos já soltou o seu sorriso de deboche, dizendo:

-Sim, você estava agendada para às nove da manhã e agora faltam cinco para dez, então...

- Sim, eu sei que estou atrasada. Porém, um babaca roubou a minha vaga no estacionamento e fui obrigada a estacionar há uma quadra daqui por conta do trânsito que decidiu engarrafar... – Explicou Ellis, irritada.

-Desculpe-me, mas não posso ajudar. Volte amanhã, querida. – Respondeu Cristine com pouco caso.

-Querida, você não está entendendo. A última parcela vence hoje e ainda estou dentro do horário para falar com ele...

- Bom, se a parcela vence hoje... – Começou Cristine encarando Ellis. Ela se aproxima ainda mais da jovem lhe dando esperança que falaria em seu favor. - Você deveria ter feito o pagamento antes do vencimento. Sinto muito. Ajudo você em algo mais?

-Ajudaria se essa merda de banco fizesse mais vagas de estacionamentos! – Falou Ellis em voz alta. - Porém, como são incapazes, terão que lidar com as consequências.

Antes que Cristine conseguisse se levantar de sua mesa, Ellis já avançava por a dentro no escritório de Franco e sendo surpreendida com a presença de Vittorio e Rocco que estavam sentados de frente para o gerente.

-Perfeito! – Gritou Ellis se aproximando do trio. Ela encarou Vittorio e continuou esbravejando: - Já não bastava roubar a minha vaga do estacionamento, ainda teve a audácia de roubar o meu horário de atendimento!

- Senhorita, Barker... – Começou Franco se levantando. - Por favor, não desrespeite os meus ilustres clientes.

-Ilustres? Eu não estou nem aí se são ilustres! – Esbravejou Ellis. - Esse horário é meu, então saiam!

-Deve estar acontecendo algum equívoco. – Falou Vittorio encarando a jovem. Ele dá um trago forte em seu charuto e então deixou a fumaça se espalhar pelo ambiente, o que deixou a Morena ainda mais irritada. - Eu tenho uma reunião nesse horário... E a senhorita está invadindo... Certo, Franco?

- Cristine! – Gritou Franco que é atendido prontamente pela Loira. - Por que a senhoria Barker está em minha sala? Ela por um acaso tinha horário marcado?

- Correto, senhor. O fato é que a Senhorita Barker perdeu seu horário de agendamento. – Respondeu Cristine encarando Ellis com raiva.

-Eu perdi por conta desses idiotas. Ou melhor, desse idiota. – Corrigiu Ellis apontando para Vittorio. Ela então apontou para Rocco e disse: - Esse aqui é só o capacho.

-Cuidado, está passando dos limites. – Avisou Rocco colocando a mão dentro do terno. Ele olhou para Vittorio e perguntou: - Senhor...?

- Deixe, Rocco. – Pediu Vittorio retirando seus óculos escuros e então encarou Ellis que ficou surpresa com os olhos pretos do homem. Por algum motivo tinha imaginado os olhos dele azuis ou verdes, até mel... - De que trata seu assunto, senhorita Barker?

- Não é da sua conta. – Respondeu Ellis, rispidamente.

- Seu assunto é rápido, senhorita Barker? – Reforçou Vittorio depois de respirar fundo, indicando que não estava tão paciente assim.

- Sim. – Respondeu a jovem encarando Franco. Ela abriu a bolsa e entregou a última bolsinha onde guardava todo seu salário. Franco acenou para Cristine que pegou a bolsinha a contragosto das mãos de Ellis. - O senhor precisa fazer do termo de quitação hipoteca da casa.

-Está bem, mais tarde farei para a senhorita e envio. – Respondeu Franco.

- Eu preciso disso agora. – Reforçou Ellis.

-Eu já disse que farei mais tarde. – Repetiu Franco sem muita paciência.

-E eu não saio daqui sem o termo em mãos. – Disse Ellis que encarava Franco, irritada.

-Franco, faça. – Disse Vittorio tranquilamente enquanto voltava a apreciar seu charuto.

-Como quiser, Senhor Amorielle. – Respondeu Franco saindo da sala com sua secretária, deixando apenas Rocco, Vittorio e Ellis.

- Você é insistente mesmo. – Comentou Vittorio quebrando o silêncio.

-Você se acha importante mesmo... – Comentou Ellis sem se virar para Vittorio.

- Acho? – Perguntou Vittorio arqueando sua sobrancelha automaticamente. O tom de voz de Ellis o incomodou, nunca alguém se atreveu a questionar seu poder e influência. Ficou tão incomodado que se levantou, ajeitando seu terno enquanto dizia para a jovem: - Você não me considera importante? Eu o fiz ir elaborar o seu termo...

- O que eu penso é irrelevante aqui. Isso ficou bem claro para mim. – Alegou Ellis encarando Vittorio. - Afinal, qual a importância de uma mera mortal falida, não é mesmo?

-Não se despreze assim... – Pediu Vittorio que se surpreendeu. Não era para aquelas palavras terem saído pelos seus lábios. Pelo menos conseguiu controlar sua mão a tempo de não ir para nos cabelos desgrenhados de Ellis que insistem em tomar o seu rosto.

- Não estou me desprezando. – Negou Ellis se afastando de Vittorio. Ela caminhou até a janela, onde ficou olhando para a rua: - Vocês que acham que podem fazer o que quiserem por terem dinheiro. Deixe-me contar um segredo: Vocês não podem comprar tudo.

- É mesmo? Diga-me uma coisa que eu não posso comprar? – Desafiou Vittorio enquanto observava a jovem.

- A felicidade. – Respondeu Ellis observando o movimento da rua. Ela se deparou com um casal apaixonado se beijando encostado no muro de uma loja e então soltou: - O amor...

- A felicidade vem inclusa nos bens que adquiro. – Respondeu Vittorio se aproximando de Ellis que o encarou, sem jeito diante do gesto.

Ela não havia notado quão alto ele era até aquele momento. Talvez fosse pelo fato de o Rocco ser praticamente duas vezes o tamanho do patrão. Porém, ele ali tão perto dela a forçava a erguer a cabeça para encará-lo.

- E o amor? – Perguntou Ellis tentando não gaguejar. - Já conseguiu comprar?

-Algumas vezes... – Respondeu Vittorio apreciando seu charuto. - Algo mais? Há algo mais que você acha que não sou capaz de comprar?

-Existe sim... – Disse Ellis se aproximando de Vittorio. Se ele achava mesmo que ele se aproximar assim dela, com essa colônia invadindo o nariz da morena a faria se sentir intimidada, ele estava muito enganado. Ela fica na ponta dos pés que estavam de tênis, conseguindo assim alcançar a orelha dele e sussurrou: - A mim.

- Você? – Perguntou Vittorio, surpreso, mas não sabia se pelo arrepio que dos lábios de Ellis tão próximo de sua orelha ou pela resposta atrevida e desafiadora.

- Você tentou me comprar no estacionamento, esqueceu? – Recordou Ellis se afastando. - Porém, acredite você nunca será capaz de me comprar.

- Está me desafiando, Senhorita Barker? - Perguntou Vittorio, surpreso.

Ele observava os lábios de Ellis se abrirem devagar , prontos para lhe responder...

- Pronto, Senhorita Barker. – Falou Franco entrando em sua sala de volta. Ele estendeu o papel em direção a jovem que se aproximou dele, pegou o papel e começou a ler: - Confie em mim, está tudo certo.

Ela ignorou completamente o pedido do gerente e continuou lendo o documento calmamente. Ao terminar, sorriu em direção a Franco e disse:

- Desculpe-me se não confio, mas da última vez quase perdemos a casa. – Ela se virou em direção ao Senhor Amorielle e se despediu dizendo: - Adeus, poderoso chefão.

Ela caminhou para fora da sala sem esperar resposta deixando Vittorio a observando, mexido diante de toda aquela situação.

- Onde estávamos? – Perguntou Franco voltando para sua mesa. - Ah é, o senhor disse que tinha uma proposta a fazer para o nosso banco...

- Qual o nome dessa mulher? – Perguntou Vittorio encarando Franco.

- Desculpe-me, mas não entendi sua pergunta... – Começou Franco, confuso.

- Essa mulher que estava aqui, quem é ela? O que faz? Seu endereço?

- Senhor Amorielle, sinto muito, mas isso são dados confidenciais... – Explicou Franco, cautelosamente. - O nosso banco tem a política de não passar informações a terceiros.

- E você disse que sou um de seus clientes mais ilustres. – Recordou Vittorio ajeitando seu terno. - Isso deve ser levado em conta, não?

- Lamento, mas essa informação só pode ser repassada com ordem expressa da diretoria. – Falou Franco mexendo nos papéis em sua mesa. -Enfim, voltemos a nossa reunião...

- Bom, se eu for o dono do banco, posso te acesso? – Perguntou Vittorio, sério.

- Como? – Perguntou Franco, surpreso.

- Se eu for o dono teria acesso, correto? – Perguntou novamente.

- Sim... Quero dizer... em uma situação hipotética, poderia sim. – Respondeu Franco oferecendo um sorriso sem graça ao mesmo tempo em que pensou na prepotência do homem em sua frente.

-Está bem, quero comprar esse banco. – Revelou Vittorio vendo os olhos de Franco se arregalarem. - Analisando, é sempre bom ter o controle das coisas... Certo, faça o contrato e eu assino.

- Senhor Amorielle, esse banco é do senhor Domenico... O senhor não pode comprá-lo aqui... Quero dizer... Não tenho autoridade para lhe vender o banco.

-Quem tem? – Perguntou Vittorio.

-Quem?

-Isso. Fale-me, quem tem que autorizar? O Domenico?

-Sim...

-Ótimo. – Respondeu Vittorio, sorridente.

Ele mexeu a cabeça em direção a Rocco que se aproximou com seu celular já discando um número. Três toques e atenderam:

- Rocco, falando. Coloque na linha. – Ordenou Rocco que entregou o celular para Franco.

-Franco falando. – Disse Franco se identificando. Então seu rosto fica pálido. - Senhor Domenico... tem certeza? Okay, Está bem... Está bem... O senhor precisa assinar... Está bem.

- Então...? – Perguntou Vittorio amassando seu charuto no cinzeiro.

-Ele confirmou... – Respondeu Franco entregando o telefone para Rocco. O gerente encarou Vittorio ainda sem acreditar no que suas próximas palavras diriam: - Parabéns, o senhor é o novo dono do Wild Holdings Bank...

- Rocco conclua o contrato. – Pediu Vittorio sem demonstrar nenhuma emoção.

- Podem finalizar o contrato. – Fala Rocco na linha até escutar os tiros. - Transação efetuada, senhor.

-Perfeito. - Ele aproximou seu rosto de Franco e então disse: - Agora, as informações da Senhorita Barker

            
            

COPYRIGHT(©) 2022