Capítulo 5 Desgraçado

A voz de sua esposa ecoou em meus ouvidos me assustando completamente voltei o olhar para frente e vi de onde Sara havia herdado toda beleza, Helena era loira mas seu cabelo descia em uma cascata de cachos seus olhos eram azuis, rosto fino e sobrancelhas feitas, cílios longos e eram enfeitados com uma sombra discreta, seu corpo não era malhado mas dava para ver que ela mantinha uma dieta para manter um corpo firme, a criança quando crescesse teria ótimos traços da mãe, talvez herdasse algumas características do pai como as sobrancelhas grossas e o nariz mais pontudo, outras coisas como o cabel

o castanho claro, os olhos no mesmo tom, talvez pegasse a altura do pai quem sabe James era alto talvez um e oitenta, tenho certeza que Sara não seria uma garota de estatura normal.

- E então o que tem eu? - Voltei a si quando Helena fechou o espaço entre nós.

- Estávamos falando de como você é boa em fazer festas. - Improvisei enquanto a mesma abria os braços para me receber.

- Há então é isso, pensei que meu marido a estava incomodando logo na sua chegada. - Provocou o marido soltando risinhos enquanto me soltava e olhava para o mesmo com um olhar provocador.

- Acredito que não tenha essa capacidade, meu amor. - Falou enquanto abraçava a cintura de sua esposa.

- Deixando isso de lado, em que posso te ajudar, Helena? - Já estava ficando desconfortável com toda aquela demonstração de afeto.

- Vem vamos entrar, já que perguntou me dá uma ajuda com o lanche das crianças. - Respondeu enquanto me puxava pra cozinha americana.

Na casa não havia muita gente no total umas dez pessoas se encontravam contando comigo, não conhecia as duas famílias que chegaram primeiro mas não fazia muita questão já que Helena faria isso mas pra frente, assim que cheguei na cozinha as duas mulheres já estavam, as mesmas conversavam algo empolgante, porém a conversa cessou quando chegamos. A loira que me segurava estava empolgada em nos apresentar já que não parava de sorrir.

- Meninas essa é a Ava, ela é nossa amiga do trabalho do James, Ava essas são Rebeca e Jennifer são minhas amigas e as mães dos amigos de Sara da escola. - Rebeca ou melhor a primeira mulher morena de cabelos cacheados e alta me olhou de cima a baixo enquanto a segunda ruiva de de uma estatura média me lançou um sorrisinho sem graça, talvez as mesmas não achassem que Helena e James tivessem uma amiga que se vestisse tão descuidadamente, já que ambas se vestia elegantemente. Assim que a anfitriã terminou de falar me apressei a cumprimentá-las mas não sem antes amaldiçoá-las em meus pensamentos.

Ah dane-se não estou aqui pra agradar mesmo. Definitivamente não estava ali por elas, e não faria questão de parecer bem em suas presenças

- Muito prazer. - Estendi a mão esperando umas delas se prontificar, o que demorou alguns segundos até a morena se decidir a apertar primeiro sorrindo falsamente e soltar rapidamente dando lugar a sua amiga, assim que o gesto se repetiu e terminou me virei para Helena que sorria contente aí meu lado.

- E o que é preciso ser feito mesmo? - Perguntei necessitando urgentemente cortar alguma coisa, já que não poderia fazê-lo no rosto de outras pessoas.

- Ah sim assim pode cortar as cenouras, vamos dar algumas coisinhas pra elas comerem enquanto os outros não chegam! Já falei meninas Ava é ótima com facas.

- Isso me fez soltar uma risada totalmente involuntária, parecia que a mesma havia lido meus pensamentos.

Realmente sou muito boa, será que posso testar em vocês? Às vezes não parecia que era uma ex policial, talvez se não seguisse essa carreira já teria cometido algum assassinato.

- Nossa que isso Helena não sou tão boa assim, só aprendi alguns truques e você sabe que meu hobby era mais de pontaria do que corte. - Me referia a quando praticava lançamento de faca antes de entrar pra polícia.

Enquanto Helena ria como se tivesse contado uma piada, as duas mulheres lançaram olhares uma para a outra como se conversassem silenciosamente. Peguei uma das facas disponíveis no faqueiro e comecei a cortar a cenoura em formatos divertidos pois sabia que Sara não gostava muito de legumes, mas comia rindo quando os mesmos pareciam com estrelas e corações, além de bichos fáceis de fazer.

Enquanto cortava os legumes Sara se aproximou do balcão e a voz de uma das mulheres ecoou pelo ambiente, havia sentido a presença da criança atrás de mim porém como o grito saiu como um desespero soltei a faca e puxei a criança para os meus braços me virando rapidamente para ver o que era, assim que olhei não havia entendido absolutamente nada e parecia que todos também não, Jennifer estava parada em choque enquanto olhava para mim.

Ela tá doida só pode. Cheguei a conclusão revirando os olhos internamente.

- Pensei que a Sara ia se cortar. - Falou como se fosse óbvio que não tinha a capacidade de segurar uma faca e fosse desatenta.

Com o susto a criança em meus braços começou a chorar seu coração estava disparado, enquanto abraçava meu pescoço com força, comecei a acalmá-la, e naquele momento os homens que estavam na sala agora se encontravam na cozinha enquanto as outras duas crianças na sala assistiam sem entender absolutamente nada. Quando passou o susto do primeiro momento Helena veio pegar a filha balançando calmamente, alcancei um copo de plástico com um rosto de uma boneca toda rosa, enchi a mesma de água e estendi para a mesma. Assim que a criança se acalmou foi inevitável não bufar de raiva naquele momento.

- Você fez esse escândalo por causa disso? Você sabia que pelo seu grito, não seria ela que correria esse risco, mas qualquer um de vocês? - Perguntei indignada, afinal era mas fácil matar um adulto naquela sala do que as crianças.

- Ahn?! Como assim você nem viu que ela tava indo falar com você! - Foi a vez da Rebeca falar besteira.

- Ava é policial e é uma das melhores, seria impossível ela fazer isso. - James rebateu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Mas não foi ela que foi expulsa por ser negligente? - Desgraçado! Agora percebi que todos que estavam na casa vieram ver o que havia acontecido.

- Desculpa, James, Helena mais saiu nos jornais na época e, é muito difícil não reconhecer alguém que teve o rosto estampado. - Havia esquecido que é muito raro um policial ser acusado de negligência de dever.

Acho que vou realmente matar alguém hoje.