Gregory era conhecido, temido e também respeitado, e tinha uma fama terrível de ser bruto na cama com suas amantes. Eu não queria um homem assim, um homem que abusava de suas amantes Porém, após me casar com ele estava aos poucos tendo a minha verdade, a certeza que o Gregory não era esse homem terrível descrito para mim.
Desde o dia que passeamos e assistimos o por do sol nada mudou, mamãe me disse que no início sempre eram flores, homens sempre faziam de tudo para ter o que eles queriam e depois iriam simplesmente me descartar ou no caso me ignorar. E, já havia se passado um mês desde que finalmente agora eu era uma mulher casada e respeitada - ao menos pelos outros cães - não sentia o peso de olhares maliciosos em meu corpo.
Era um dia comum, eu já estava na biblioteca dedilhando um livro de história grega na biblioteca. Havia uma turma fazendo trabalho na área de informática, e eu estava tranquila quanto a isso, não havia visita marcada então podia ficar lendo enquanto eles não terminavam, acreditava eu.
- Esse livro é bom - Uma voz máscula e rouca me puxou do mundo mágico que eu estava.
Ao erguer a minha cabeça e vi não acreditei quem estava diante de meus olhos. Um homem alto, forte e uma pele flácida de fato, ele já estava enrugado e ao seu lado tinha dois homens. Com uma bengala ele se colocava de pé.
- Senhor Dante - eu disse surpresa ao vê-lo. Ele não saia muito de casa.
- Escute menina, vamos conversar naquela sala.
Tinha uma sala infantil vizinha a sala de informática, mas ela era a prova de som já que era somente para as crianças se divertirem sem incomodar o restante do local, eu me levantei e fechei o livro pondo sobre meu birô e apenas um dos dois seguranças me seguiram, finalmente ao chegarmos na sala eu abri a porta para ele e puxei a cadeira. O dom já era um senhor idoso, e caso ele morresse só existia duas coisas que ele poderia fazer: passar seu poder para um filho ou para uma família aliada. Ao se sentar na cadeira ele apoiou as duas mãos na bengala e seu segurança fechou a porta, lá estava eu sentada em uma cadeira de frente a ele.
- Como vai, o casamento com o rapaz Gregory?
- Está indo bem, senhor. - Eu murmurei gentilmente.
- Ele está respeitando os seus limites, suponho. tanto que criou a farsa do lençol sujo de sangue.
Arregalei meus olhos e ele pode ver minha expressão nítida de surpresa.
- Senhor, eu juro que...
- Não, tudo bem. Em outros tempos eu mataria os dois por acharem que eu acreditaria numa mentira daquela, mas eu vou considerar que a senhorita não fez nenhum escândalo quando viu ele no altar, e que estão criando um laço de amizade. - Ele tossiu e passou as mãos sobre seus lábios finos, céus ele era tão branco parecia uma múmia - Eu acredito que ele não saiba que a senhorita tem um passado manchado de sangue.
- O senhor... não contou? E, eu agradeço a sua misericórdia.
- Nenhum criado que sabe contou, muito menos eu. Exigi que isso fosse compartilhado apenas entre os dois. Sabe, o Gregory não era para ser um cão, ele é bastardo, mas é meu filho. Eu tive planos para lo cria longe, em segredo. Pórém, a minha falecida esposa era de uma família que não aceitava traições, e como eu já era um dom na época em que o Gregory ainda a era só uma criança, ela disse que pouparia a vida da mãe se ele fosse um cão. Menina, para ser um cão ele tem que passar pelo inferno que você passou, e treinamentos horríveis. - Ele voltou a tossir.
Suas palavras pareciam uma bigorna caindo sob meu peito, com tantas informações franzi o venho jantando as sobrancelhas e juntei meus joelhos. eu não sabia o que dizer nem o que pensar, o que vinha em minha mente era que o Gregory era um homem gentil comigo, mesmo tendo passado por muita coisa.
- Ele não me contou nada.
- Ele é obediente, tem ordens para não contar nada. E, no fundo ele não é só um bom homem como também um bom cão. Considere se entregar a ele, diga a verdade, aquele homem não vai te machucar.
- Senhor. -Eu tinha que tomar cuidado com as palavras - se me permite perguntar, Por que deseja que nós dois... fiquemos íntimos?
- Netos.
Senti um calafrio, o que será que ele pretendia?
- O que o senhor pretende com um filho nosso? Caso tenhamos um.
- O meu filho não pode conceber uma criança. Caso vocês tenham um, eu quero passar ainda em vida algumas propriedades, para ele ter um futuro garantido sem se envolver com nossos negócios. Porque se for esperar pelo meu filho eu tenho certeza que ele não dará nada.
- Então só quer...
- Que ele ou ela não tenha sofrimento que o Gregory passou, pois ele sim é fruto de um amor, ao invés do meu casamento arranjado com a mãe de Oziel.
Entendi, então era isso que ele queria? se sim faria total sentido. Agora, eu teria que criar coragem e abrir meu oração com o Gregory
O que eu devia fazer? o Gregory estava sendo gentil e paciente comigo, mas seria por isso? Por ele querer fazer um filho? Céus, eu nem tinha tempo de sentir pena dele. Era tanta coisa em minha mente que me deixou completamente confusa. Passei o restante do dia arrumando alguns livros e a sala de informática quando os alunos saíram de fazer o trabalho. O dom de certa forma queria fazer uma gentileza com Gregory, afinal se tudo o que ele disse for verdade ele passou um verdadeiro inferno para virar uma arma de matar e servir a família.
Eu não sabia bem que tipo de negócios eles tinham, apenas que eram mafiosos perigosos. prestaram esse favor a nossa família por que queria essa vantagem, a de casar seu filho bastardo com alguém. de certo modo como eu já tinha sete anos, Greg era mais velho então ele já devia estar sofrendo.
Fiquei pensando nele, tanto que o tempo passou mais rápido. Ao chegar em casa ele já estava em uma parte do quintal onde ele e alguns cães costumavam treinar em um saco pendurado, eles treinavam socos e chutes. A academia devia estar ocupada para eles estarem ali. Ao me aproximar ouvi Cassimiro, um dos cães, falar.
"Você ao menos tem com quem poder se aliviar essa noite, eu só posso bater uma"
Eles eram porcos.
Gregory parou de se mover e ao me ver não escondeu seu sorriso.
- Borboletinha O que faz aqui?
Eu não entendia esse apelido, mas estava aceitando.
- Eu vim... te chamar para darmos uma volta. - Usei um tom de voz gentil e manso.
Suas sobrancelhas grossas não esconderam a expressão de surpresas e os rapazes associaram com insinuações. ele estava doado e a sua camisa regata estava suja, parecia comida.
- Olha Greg, parece que vai tirar o estresse mais cedo que no esperado - Disse Cassimiro.
Gregory se virou para o jovem loiro que também era bem musculoso, mas de estrutura mais baixo e o segurou no maxilar
- Cala essa boca sebosa antes de ficar fazendo piadinha com minha mulher. Entendeu?
Então esse era o Gregory que todos conheciam? Totalmente diferente do que eu fazia carinho nos cabelos e barba durante as noites. ele soltou Cassimiro e mudou o tom de voz para mais calmo.
- Borboleta me espere na cozinha que vamos
Eu apenas acenei com a cabeça, quem era eu contra um homem daquele tamanho? Sai dali quase correndo e fiquei esperando na cozinha onde estava acompanhando a empregada fazer o jantar. Tentei esquecer aquela imagem de meu esposo quase quebrando o maxilar daquele homem. Perdida em meus pensamentos como aquele dia havia sido louco o bastante, até que senti um cheiro bom e amadeirado. Ao erguer a cabeça vi Gregory usando uma camisa regata preta e limpa junto uma calça da mesma cor. Ele está a de cabelo e barba molhado como também penteado.
- Vamos, borboletinha.
Me questionou onde eu gostaria de ir, mas eu nem sabia onde deveria, então resolvi o levar no mesmo lugar que me chamou, foi uma caminhada de cinco minutos até encontrarmos aquele por do sol.
- Me chamou para ver o por do sol.
- Sim, você disse que isso te acalma.
- E com uma mulher tão bonita como você também causa outros efeitos.
droga, meu rosto estava quente como se eu estivesse a beira de uma panela fervendo.
- E-então, o Dom foi na biblioteca hoje e me disse umas coisas que me deixou muito intrigada
- Hm?
- Ele disse que deveríamos ter um filho, mas eu não sei se tô pronta. Greg eu não sei se consigo, eu tenho que te contar muita coisa sobre mim ainda e, saiba que eu gosto de você e sou muito grata por me respeitar, mas eu não quero pelo menos ainda que façamos amor.
A sua expressão era um tanto confusa, tanto que ele estava de braços cruzados e em silêncio.
- O que foi? fala algo.
- O dom disse que devíamos fazer um filho?
- Sim.
- E você não quer?
- Não, não agora. Talvez mais no futuro.
Ele respirou profundamente.