Sr. Campbell não falou mais comigo o resto da viagem. Aliás, quando voltei para a poltrona Matheus se levantou e foi para o banheiro, passou uma eternidade lá e quando saiu sua cara estava pior do que antes, parecia pronto para matar alguém. Este seu lado me excitava, e por mais que eu negue, adoraria saber como ele é dentro de quatro paredes.
O voo durou quase dez horas, e quando desembarcamos já avistamos um homem com a plaquinha escrita "Matheus Campbell, Ayla Lindsay". Caminhamos até ele.
- Matheus! - o homem cumprimentou meu chefe com um aperto de mão caloroso. - Sinto muito fazer sua visita se tornar algo mais sério.
- Tudo bem Fabrício, não estou aqui a passeio - Sr. Campbell sempre sendo o gentil cavalheiro que é.
Fabrício então me encarou, sorriu amigável e correu os olhos por todo meu corpo. Sorri de volta, aquele vestido azul não era nada extravagante, mas marcava muito bem as curvas que precisavam ser marcadas. Vi pelo canto de olho Matheus se mexer inquieto.
- Você deve ser a Srta. Lindsay - ele estendeu a mão, que peguei sem pensar duas vezes.
- Muito prazer, Sr. Fabrício.
- Ayla, com todo o respeito, sua voz é tão fantástica quanto você - Fabrício soltou, ainda segurando minha mão.
Matheus revirou os olhos e eu ri. Mas que merda está acontecendo com este babaca hoje?
- Sobre a reunião - Matheus começou a andar, fazendo com que nós o acompanhássemos. - É sobre o que e com quem?
- Seu pai não lhe contou? Acho que sua secretária deve saber então, não? - Fabrício piscou pra mim.
Meu chefe me encarou, esperando uma resposta.
- É uma grande divulgação de marketing sobre a nova empresa de Lourenço Hill, a Hill Enterprises.
- E quando pretendia me contar. Srta Durante? - Matheus parou no meio da multidão, quase o atropelei.
- Quando resolvesse se sentir curioso a ponto de perguntar sobre a reunião, Sr. Campbell.
O olhar que ele me lançou penetrou fundo em minha pele. Me fez querer senti-lo perto e ao mesmo tempo a milhas de distância de mim.
Ouvi Fabricio dar uma tossida falsa escondendo a risada e soltar um murmúrio baixo, algo como "típico".
Matheus ainda me encarava profundamente quando quebrei o contato visual e caminhei até minhas duas malas na esteira, as peguei e Fabricio veio a meu encontro e levou uma delas, me ajudando. Matheus veio atrás carregando as suas, preso em seu mundo.
O carro que nos aguardava era uma limusine, eu sabia o quanto meu patrão detestava isso, e não pude me sentir mais feliz quando sentei de frente para ele com meu macbook da empresa em mãos. Não prestei mais atenção na conversa quando a mesma virou "assunto de homens", enquanto isso eu digitava freneticamente a planilha da Baldioshe. Ora ou outra fazia pausas apenas para prender o cabelo solto de volta atrás da orelha. E em uma dessas pausas pude notar que a conversa no carro havia acabado. Fabrício olhava pela janela e Matheus para minhas pernas, sem piscar ou disfarçar.
Quando seus olhos encontraram o meu, lancei meu olhar mais irritado que consegui. Ele continuou sem expressão, mas algo em seus olhos dizia o quanto ele não queria Fabricio Luccas no carro naquele momento.
O prédio da filial em Nova York ficava no centro da Quinta Avenida, não havia melhor lugar para ele. Era enorme, e a recepção da entrada era magnífica, havia uma fonte bem ao centro, fazendo uma cascata, e logo atrás a enorme mesa da recepcionista fazia uma curva acompanhando a arquitetura do prédio.
Fabricio se caminhou até a recepcionista tirando uma risada dela e então voltou nos apontando o caminho, não pude deixar de observar que a jovem moça encarava descaradamente o herdeiro daquilo tudo. Provavelmente ela nem sabia quem ele era.
Chegamos ao elevador e assim que entramos uma manada de gente entrou junto, fiquei espremida contra o enorme corpo de Matheus, Sr. Luccas estava a cinco pessoas de distância de nós. Quando paramos no terceiro andar mias um bocado de gente entrou, e então Matheus passou sua mão por minha barriga, me puxando ainda mais contra ele.
Ele não tirou a mão, na verdade a desceu um pouco, e então fez o contorno da cintura. Parou com a mão bem no pé da minha coluna, reprimi um gemido de surpresa quando sua mão agarrou minha bunda com força. Céus, o que este homem está fazendo?
Sua mão não me soltou, continuou apertando e me puxando cada vez mais perto, pude sentir todo seu peito largo pelo paletó que usava, e aquele contato ascendeu uma chama enorme em mim. Troquei o peso do pé para melhorar o contato e então ele fez algo que eu não esperava. Me deu um pequeno, porém firme, tapa na bunda com a mão livre, senti seu membro pouco acima da minha bunda, e então virei a cabeça levemente para ele.
- O que está fazendo? - sussurrei, nervosa e excitada, para apenas ele ouvir.
- O que quero fazer a um bom tempo - ele sussurrou de volta.
Ninguém ali nos olhava, e então me senti muito mal por isso. Não queria ser flagrada assim com meu chefe, toda a reputação, os anos batalhando para chegar onde cheguei, tudo isso iria por água a baixo se me vissem assim. Recobrando o juízo dei um tapa em sua mão que ainda segurava minha bunda, e descolei nossos corpos. Senti um frio me atingir instantaneamente, mas não voltei a me encostar. E agradeci mentalmente quando ele não tentou me tocar de novo.
As portas se abriram no último andar, Fabrício saiu e saímos em seguida, o elevador já estava vazio a esta altura. Caminhamos em silêncio até a sala de conferência. Minha cabeça ainda estava há três minutos atrás, quando bati na mão ousada de meu chefe.
A grande porta de vidro da sala de conferência estava fechada. Fabrício bateu gentilmente e logo a porta se abriu, Ele e Matheus entraram primeiro, eu entrei por último, recebendo vários olhares dos vários homens ali, me sentei numa poltrona ao canto da sala e liguei o macbook novamente começando a registrar tudo.
A reunião durou uma hora, saímos de lá e fomos diretamente para o hotel, onde nossas malas já nos esperavam. Tentei ignorar o fato do elevador do hotel estar vazio, Matheus estava perto de mais, e então virou para mim sem mais nem menos.
- Poderia me dizer o que tanto digitava durante a reunião, Srta. Lindsay?
A pergunta me pegou de surpresa, ele nunca perguntou nada a respeito de trabalho.
- Registrando a reunião.
- Acha que não sou competente o bastante para relatar a reunião para meu pai?
O que?
- Estou fazendo meu trabalho Sr. Campbell. - respondi seca.
- Não consegue simplesmente ouvir e ficar quieta?
Meu sangue ferveu, neste momento a porta do elevador se abriu bem no nosso andar, aproveitei a deixa, me virei completamente para ele e respondi.
- Não consegue simplesmente deixar de ser babaca?
Ele se desconcertou por um instante e eu sai, apressada, do elevador. Peguei a chave do meu quarto e então senti seu braço me puxar com força contra ele antes que eu alcançasse a porta.
- Não se cansa de ser querer ser a melhor em tudo?
Sua voz soou grave, irritada. Realmente não estava entendendo o que aconteceu com ele de ontem para hoje.
- Me solta - falei entre dentes, a forma como me segurava começou a me machucar.
- Não queria que eu te soltasse no elevador - sussurrou.
Não sei de onde tirei coragem, mas quando vi já sentia minha mão ardendo e ele me soltando surpreso levando a mão no rosto. Meu Deus, eu bati no meu chefe.
Me virei apressadamente, chave em mãos, estava destrancando a porta quando ele virou meu corpo contra a porta, se encaixando em mim destruindo qualquer plano de escapar de seus braços.
- É sempre tão agressiva assim Srta. Lindsay?
Abri a boca para responder e então fui surpreendida.
Matheus me beijou, sem mais nem menos, sem preliminares, sem ir de vagar. Parecia faminto, e por instinto retribuí o beijo com a mesma intensidade.
Minhas mãos voaram para seu cabelo, e o puxei para ainda mais perto, Matheus passou a mão pela minha cintura e então destrancou a porta, a abriu e me empurrou para dentro. Rompemos o beijo e eu estava ofegante, chocada, e com muita raiva.
Ele entrou no quarto e passou a chave na porta, me encarou, seu cabelo estava uma bagunça sem fim, os lábios inchados, e o olhos num escuro tão profundo que me deu vontade de recuar.
Ele se aproximou e eu dei um passo para trás, afrouxou a gravata e sorriu convencido pra mim.
- Sabe o que eu faço com mulheres que batem em mim Srta Lindsay? - mais um passo para frente, e eu mais um passo para trás. O enorme quarto pareceu bem pequeno quando bati contra a mesa de canto do que pareceu ser feita de madeira rústica. - Eu mostro pra elas o porquê não devem fazer isso.
Concluiu se aproximando. Sua camisa já estava aberta, e senti uma vontade enorme de passar minha mão por todo seu peito e barriga.
Matheus agarrou meu queixo com força me obrigando a olhar em seus olhos. Me encarou por uns instantes e quando pensei que iria me beijar, senti sua mão erguendo meu vestido. Seu olhar me penetrava, e quando se afastou rapidamente para olhar para baixo eu quase explodi de tesão. O brilho em seus olhos ao ver minha calcinha foi a melhor expressão que já vi quando alguém observava meu corpo.
- Céus - ele passou o dedo pelo babado da minha calcinha do poder, quase derreti quando seu dedo relou na minha pele em chamas. - Você estava com isso esse tempo todo?
- Obviamente não iria lhe dizer qual peça íntima estava usando - falei, fraco, entregando minha vulnerabilidade.
Ele me encarou, sorrindo. Ele parecia um tremendo Bad Boy e me arrepiei quando agarrou a pequena peça e puxou com força, rasgando. Um ardor prazeroso passou por toda minha região íntima. Ele levou seus longos dedos até meu clitóris, e então deslizou mais para baixo, sua outra mão ainda estava agarrada a meu queixo, e ele me encarava sorridente.
Fechei os olhos com força quando ele deslizou um dendo dentro de mim.
- Está tão molhada - sussurrou.
Tirou o dedo e abri os olhos para protestar, quando deparei com o dedo em sua boca.
- Tem um gosto muito bom também - abaixou a mão até o botão de sua calça, queria olhar para baixo, queria ver o seu tamanho, mas ele me impediu. - Infelizmente estou sem paciência para preliminares, então podemos esperar.
Suas palavras estavam carregadas de desejo, e isto estava me matando.
- É só pedir Srta. Lindsay.
- Você fala de mais - fechei os olhos novamente quando senti seu pau bater na parte descoberta da minha barriga.
Ele riu abafado e então me empurrou, me sentando na mesinha. Se posicionou entre minhas pernas e tirou uma camisinha do bolso.
Uma parte de meu cérebro acordou. Ele anda com camisinha no bolso? Eu vou mesmo trepar com o cretino do meu chefe?
Matheus se posicionou e começou a me invadir, deslizou de vagar, e não tão facilmente assim, meu Deus como ele é grosso!
- Tão apertada - o seu tom maravilhado quase me levou ao melhor orgasmo da minha vida. Quase.
Sem paciência para esperar, passei minhas pernas por sua cintura e o puxei com força. Ele entrou e eu gritei. joguei a cabeça para trás e Matheus se aproximou chupando meu pescoço.
Começou a se movimentar lentamente, parecia estar se segurando ao máximo. Ele estava me matando, se aumentasse um pouquinho a velocidade eu iria gozar rapidamente. Passou a mão pela minha cintura e começou a meter mais forte. Cada estocada era um gemido nosso ecoando pelo quarto. Não acredito que estava fazendo isso.
- Se soubesse que era tão macia assim, teria subido no seu apartamento ontem - falou contra meu pescoço.
Gemi em resposta, seu membro ia cada vez mais fundo, estava sentindo os bicos do meus seios quase furando o sutiã.
- Mais forte - implorei.
Abri os olhos encontrando o seu me observando, seu olhar entregava que ele estava tão vulnerável quanto eu, e sua boca se tornou um perfeito O quando saiu e entrou de uma vez.
Não consegui quebrar o contato visual, queria gravar suas expressões enquanto me fodia bem forte.
- O céus, eu vou... eu vou.. - minha respiração ficou pesada, pendi a cabeça para trás e ele agarrou meu queixo, fazendo com que lhe encarasse novamente.
- Goza pra mim Ayla - ordenou entre os dentes.
Meu corpo inteiro lhe obedeceu. Cheguei ao orgasmo mais intenso que já tive em um ano, gritei enquanto meu corpo inteiro se contorcia, mal percebi que ele também havia gozado, enterrou sua cabeça no meu ombro e gemeu bem alto, dando uma última estocada.
Permanecemos nessa posição por uns minutos, eu sentada, as pernas em volta dele, seu membro dentro de mim e sua cabeça no meu ombro.
Eu quis rir, pela loucura que havia acabado de fazer, e então ficar nervosa por ter me levado a isso, e estapeá-lo por ter rasgado minha calcinha favorita. Depois quis beijar sua boca e repetir a dose. Mas acho que ele tinha planos diferentes.
Saiu de mim sem dizer nada, imediatamente me senti incompleta, ele se abaixou pegando a calcinha enfiando em seu bolso e se virou antes que eu pudesse observar seu corpo. Caminhou até o banheiro, ouvi o barulho da torneira mas não me movi, suspeitei que não conseguiria sair daquela mesa pelos próximos cinco minutos.
Ele saiu do banheiro, caminhou até a porta sem me olhar e disse por cima do ombro "Tenha uma boa noite Srta. Lindsay". E saiu.
Foi embora. Não que eu esperasse que ficasse, mas poderia ter ao menos tido a decência de me olhar nos olhos enquanto ia embora.
Minha raiva por ele aumentou, e meu desejo também, me deixando com ainda mais raiva.
Maldito.