A irmã do meu namorado – 2° temporada
img img A irmã do meu namorado – 2° temporada img Capítulo 5 4° capítulo
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Capítulo 5 4° capítulo

Começamos a caminhar em meio a uma conversa agradável. Conheço muito bem essa rua, esse caminho, nem me dei o trabalho de perguntar para onde iriamos. Paramos em frente ao restaurante-bar apos alguns minutos, olhei para a fachada notando que já não era a mesma, agora com uma iluminação amarelada tendo logo acima letras bem desenhadas em dourado indicando " BISTRÔ". Fecho meus olhos afastando alguns pensamentos para longe.

Entramos no lugar bem mais sofisticado que antes, uma nostalgia toma conta de mim. Um rapaz nos guia ate uma mesa vazia nos acomodando ali. Vasculho o lugar com os olhos, o restaurante parece mais amplo, ganhou espaço, tem uma aparência mais fina e importante.

Uma musica clássica toca ao fundo, pude notar que não tinha batida eletrônica tocando junto. Olho para o outro lado vendo que não tem mais a porta que levava para o bar, agora o espaço era ocupado por uma adega de vinhos.

- Não tem mais o bar de antes? - Pergunto ao Tiago que olha o cardápio.

- Tem sim, mas o restaurante ficou muito conhecido e foi preciso fazer algumas melhorias. Então decidiram separar os dois, já que agora o restaurante recebe pessoas importantes. - E com importantes ele quer dizer pessoas de classe alta. - Não sabia que já conhecia esse lugar.

- Vinha aqui com algumas amigas no tempo de faculdade. - Falo simples dando de ombro. Ele não precisava saber de tudo, embora ele conheça boa parte da minha vida. Ele me lança um olhar de forma desconfiada.

Fizemos nossos pedidos e pedimos um vinho para acompanhar. Combinamos de irmos ate o bar depois de jantarmos para que eu possa ver as melhorias que foram feitas por lá também.

Bebíamos e riamos de alguma coisa aleatória enquanto esperávamos a conta chegar, nosso jantar seguiu muito tranquilo. A comida estava maravilhosa, bem mais saborosa do que poderia imaginar, nunca tinha provado nada igual.

Depois de anos estava me divertindo outra vez, claro que a companhia do Tiago ajudou muito, ele é muito engraçado e divertido. Um rapaz veio ate nossa mesa segurando um envelope e uma maquininha de cartão, peguei minha carteira mas o Tiago me impediu se dispondo a pagar a conta, antes que eu pudesse protestar ele já estava com o cartão em mãos. Agradecemos ao rapaz que logo se retirou.

- Vou ao banheiro, não vou demorar. - Tiago se levanta se retirando da mesa.

Tomo mais um pouco do vinho em minha taça sentindo o liquido descer por minha garganta aquecendo todo o meu interior, cruzo minhas pernas ainda observando o liquido em minha mão.

Tiro minha atenção da taça quando um grupo de quatro ou cinco pessoas entram no restaurante, levo minha atenção para a porta, olho para o grupo sentindo saudades de quando vinha antigamente aqui com outras pessoas. Olho mais atentamente para o grupo que riam de alguma coisa.

Volto minha atenção para a taça em minhas mãos depositando-a na mesa. Acho que já bebi de mais. Balanço minha cabeça negando para mim mesma. Aquilo não era real, é tudo criação da minha mente por estar nesse lugar novamente.

Olho mais uma vez não encontrando mais o grupo de pessoas. Alguém parou diante de mim tirando minha visão do que eu procurava.

- Vamos?. - Olho para cima vendo Tiago me olhando com uma cara engraçada.

-É... Claro...vamos. - Me levanto olhando uma ultima vez ao redor vendo agora o grupo de pessoas sentados em uma mesa ao fundo. Balanço novamente minha cabeça em negação. Isso só pode ser efeito do vinho.

Eu e Tiago caminhamos para a saída. Me sento melhor ao chegar a calçada e sentir o vento frio daquela noite em meu rosto. Como ele disse o bar continuava lá, mas como o restaurante, sua fachada também tinha mudado. Ganhou um segundo andar, sua aparência mas rustica de madeira marrom e letras reluzentes onde carregava seu antigo nome de "restaurante bar". Estava bem mais bonito.

Quando entramos no lugar uma musica de batida eletrônica invade meus ouvidos, sorri ao sentir meu corpo vibrar de acordo com as batidas. O lugar era mais espaçoso e... novo, como se tivesse passado por uma reforma drástica a pouco tempo.

Fomos até o balcão pedindo algumas bebidas, enquanto esperávamos nosso pedido procuramos uma mesa vazia. O bar estava bem cheio, como sempre.

- Então? Esta gostando?. - Olho para o Tiago que me olha de uma forma serena.

- Na verdade faz muito tempo que não saio para um lugar assim.

- Então isso quer dizer que a noite esta péssima?. - Gargalho vendo sua falsa cara triste.

- Claro que não. Isso quer dizer que estou me divertindo depois anos.

- Isso é bom, acho que vou ter minha fama com você também. - Arqueio minha sobrancelha para ele. - Tenho fama de ser dono das melhores noitadas no tempo de faculdade. Vamos ver se não perdi o jeito.

- É o que veremos doutor Tiago.

- Se prepare para ver o sol nascer enquanto dança Doutora Emilly.

Seria ate divertido, mas não poderia me dar o luxo de chegar de ressaca amanha na clínica. Não pegaria bem, nem para mim, muito menos para ele que trabalha com crianças.

Um rapaz trouxe nossas bebidas logo se retirando. Conversávamos e riamos de alguma coisa enquanto bebíamos. Era bom me sentir assim... viva. Não nos preocupamos com o tempo, nem com as pessoas ao redor, muito menos com o mundo la fora. Hoje só queríamos aproveitar. Cada vez mais o bar ia enchendo e a musica ficando mais alta, assim como nós. Por ironia do destino, ou não, apenas por maldade mesmo, meus olhos foram em direção a entrada. Um grupo de pessoas entrou no bar, posso jurar que é o mesmo grupo que estava no restaurante.

Meus olhos repousaram em duas figuras especificas que vinham conversando logo atras. As segui com olhar ate elas sentarem no balcão. Devido ao bar estar lotado não tem mesas vazias fazendo com que o grupo se desfizesse. Uma das mulheres, a qual nunca tinha visto na vida levava no corpo uma saia justa tubinho que iam ate um pouco abaixo dos seus joelhos e um cropped que mostrava uma listra fina de sua barriga, seus cabelos loiros medianos realçaram seus olhos azuis. O óculos de gral redondo pendurado em seu nariz perfeitamente arrebitado e um sorriso perfeito enfeitava seu rosto. Uma mulher muito linda, quase perfeita eu poderia dizer.

A outra pessoa que conversava com ela, que diferente da loira, essa eu conhecia muito bem. Meu estomago se revirou ao olhar aquele sorriso a tanto tempo esquecido por mim, eu poderia jurar que iria vomitar do mal estar que me atigil. Desviei o olhar das duas mulheres que conversavam com tanta intimidade.

- Quer ir embora?. - Olhei para o Tiago que me encarava com olhar preocupado, intercalando entre as mulheres e eu. Ele também conhecia a segunda pessoa.

Uma sensação estranha tomou conta do meu corpo, mas eu não conseguia descrever o que era. Era estranho vê-la apos anos. Tão perto e tão longe ao mesmo tempo. É como se eu não a visse a apenas alguns dias.

- Não, não quero que nada estrague nossa noite. - Forcei um sorriso. Ele apenas assentiu. - Quer saber? vamos dançar?. - Ele sorriu abertamente levantando.

- Assim que se fala. - Me estendendo a mão que de imediato eu peguei deixando que ele nos conduzisse para a pista de dança.

Morreria e nunca saberia que Tiago dança muito bem, um verdadeiro pé de valsa. Embora a gente só tivesse seguindo as batidas da musica eletrônica e que para isso não precisava ser um perfeito dançarino. A gente ria e dançava como se realmente não ouve-se amanhã. Mas minha mente vez ou outra me obrigava a lembrar daquelas duas pessoas sentadas a poucos metros de nós, tentei me convencer que aquilo não me afetava em nada e até consegui, mas fui traída por mim mesma quando olhei novamente para o balcão a tempo de ver aqueles olhos cor de mel colocar uma mecha de cabelo da loira bonita atrás da orelha. A moça sorriu meigamente para ela que também sorria.

Eu não devo me importar com isso. Não é da minha conta. Comecei a dizer a mim mesma como um mantra.

Em algum momento a gente ofegava e estávamos levemente suados quando voltamos para nossa mesa. Seria loucura dizer que me sentia observada?. Mas dessa vez não olhei, não farei isso comigo mesma, ou seria apenas medo de olhar e ter aqueles olhos em mim?

O que eu sentiria se nossos olhos se encontrasse?

Chega a ser loucura estar no mesmo ambiente que ela e nos tratarmos como se não nos conhecêssemos, como se nunca tivéssemos nos visto e não passássemos de meras desconhecidas, quando na verdade temos todo um passado... juntas. É por isso que o combinado era não estarmos nunca no mesmo lugar.

Balancei minha cabeça jogando aqueles pensamentos para longe. O resto da noite seguiu melhor do que eu poderia imaginar, não lembro ao certo que horas decidimos ir embora, mas não era manha ainda. Quando dei por mim Tiago estava parando em frente ao meu prédio enquanto riamos de qualquer coisa que passava na nossa frente.

- Tem certeza que não quer subir?. - Perguntei pela milésima vez. - Você dorme e quando amanhecer vai embora. Acho que bebeu de mais.

- Não, eu estou bem. Consigo chegar em casa vivo. - Rimos juntos.

- Obrigada pela noite. Me diverti de mais. - O abracei apertado. - Hoje você me salvou de mim mesma. - Ele me apertou mais em seus braços fortes.

- Não agradeça, tenho certeza que você faria o mesmo por mim. - Isso é verdade. - Agora a gente tem que marcar de novo e dessa vez a Beah vai junto. Vai ser a noite do século. - Ele não cansa de me fazer rir, incrível como meu riso é fácil com ele. Nem precisa se esforçar muito. Acho que é um dom natural.

Me escorei no elevador enquanto esperava chegar no meu andar. Ouvi o bipe obrigando-me a me arrastar para meu apartamento. Abri minha porta adentrando o espaço silencioso e calmo, diferente do meu corpo que ainda tremia sentindo a musica agitada.

Diferente das outras vezes hoje o silencio não me incomodou. Tirei meus saltos e joguei minha bolsa em qualquer lugar do sofá, caminhei em direção a minha sacada sentando ali, eu estava sentindo tudo, menos sono.

Relaxei meu corpo em uma poltrona sorrindo ao lembrar dos detalhes dessa noite. Meu sorriso foi sumindo ao lembrar dela. Não era coisa da minha cabeça, nem criação por ter bebido vinho de mais.

Brenda entrou no restaurante com aquele grupo de pessoas, depois estava no bar com aquela loira bonita, pela intimidade deve ser alguma coisa dela. Namorada, talvez.

Me remexi desconfortavelmente ao imaginar isso. Porém não tenho esse direito, ela deve ter seguido sua vida, afinal ela é jovem, nada mais natural. Ela está linda, os anos lhe fizeram muito bem... não!

Chega!

Meu corpo reclamou mais uma vez ao me remexer, me sinto esgotada, não só fisicamente. Acho que agora sei do que realmente preciso... preciso sair daqui, dessa cidade, desse lugar. Preciso procurar paz interior. Preciso de uma pequena mudança de cenário, ficar longe de tudo e todos. E é exatamente isso que vou fazer.

Chegou a hora de tirar ferias!

                         

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