/0/8113/coverbig.jpg?v=7489a7cc2201df6a6c85ebccdc745cd5)
Depois de cumprirem seu propósito, cada escolhido seguiu seu caminho. O mundo estava finalmente em paz, além disso as colheitas eram prósperas e abundantes. Então eles e seus poderes não eram mais tão necessários.
Alguns fundaram nações, enquanto outros vagaram pelo mundo ajudando cidades a se reerguerem, e auxiliaram todos aqueles que ainda precisavam de ajuda.
Outros até mesmo escreveram livros e fundaram escolas, seu intuito era espalhar seu conhecimento e garantir a paz das próximas gerações.
Satisfeita com a nova direção que o mundo seguia, Idália finalmente pôde retornar ao seu longo sono. Ela, e todos os outros acreditavam que a paz seria duradoura.
Então como um presente para o mundo, a expectativa de vida das pessoas aumentou de maneira significativa.
Antes o povo vivia aproximadamente oitenta anos. Claro, isso era baseado na expectativa dos nobres. O povo comum tinha sorte de conseguir passar dos quarenta com segurança.
Contudo, essa era uma era de igualdade, então tantos ricos com pobres podiam viver tranquilamente mais de meio milênio.
Tendo os elementares para garantir, a paz durou séculos.
Porém em algum momento na história, a última "porta da morte", ou torre como passou a ser conhecida, entregou seu poder para última pessoa que se mostrou merecedora de obtê-lo.
Inicialmente ninguém se importou com o que aquilo poderia significar. Eles acreditavam que as torres voltariam a aparecer.
Contudo depois que o último elementar se foi, isso não aconteceu.
Todos eles haviam partido, e seus poderes assim como tudo que eles significavam se foram com eles. Isso chocou a todos, o que eles fariam sem seus salvadores?
Obviamente no começo toda a população estava preocupadas, nuvens de tensão quase podiam ser vistas. Eles temiam que a partida dos seus heróis, trariam as guerras e os tempos de seca e fome do passado.
Contudo nada do gênero aconteceu durante muito tempo. Isso fez as pessoas gradualmente começarem a relaxar. Pelo que parecia seus medos eram infundados.
Todos seguiram suas vidas do jeito que puderam. E aos poucos as histórias a respeito de pessoas com grandes poderes que apareceram no mundo em seus dias mais sombrios, viraram lendas e com o tempo foram esquecidas.
Apenas uma pequena parte da população ainda se lembravam deles. Os magos.
Cumprindo sua missão sagrada, eles andaram pelo mundo instruindo aqueles que eram dignos. Garantindo assim que a paz fosse duradoura, por vários milênios.
Contudo, depois de eras, alguns países começaram a se voltaram uns contra os outros, iniciando novos conflitos. No começo eram pequenas disputas, mas com o passar do tempo começaram a tomar grandes dimensões.
Os magos fizeram tudo o que estava ao seu alcance. Mas no final, nada adiantou.
Eles ainda guardavam frescas na memória uma era de terror e medo. Preocupados que aquilo pudesse mais uma vez ocorrer eles recorreram a sua última opção, Idália.
Sendo acordada novamente de seu longo sono, Idália se deparou mais uma vez com mortes e guerras. Mas diferente do passado, essas disputas podiam ser consideradas pequenas. E ainda não tinham se propagado como uma doença em todas as direções.
Mas ela não fecharia os olhos, ela sentiu que se o fizesse os danos poderiam ser irreparáveis e as perdas seriam diversas.
Tomando sua decisão, Idália convocou novamente os poderes ancestrais, forjados a partir de sua própria alma, e os enviou novamente em todas as direções do mundo.
Então novamente, na fronteira entre cinco reinos um estrutura misteriosa surgiu da noite para o dia. Como no passado as pessoas ficaram assustadas e curiosas em tal medida.
Contudo, como não estava totalmente localizada em nenhum território, ninguém poderia reivindicar o direito sobre ela. Além do mais três reinos, dos cinco reinos estavam em paz, e ninguém queria começar uma guerra desnecessária.
Obviamente, mesmo não tendo planos para atacar seus "compatriotas", todos ainda queriam saber o que era aquela coisa.
Os historiadores trabalhavam dia e noite, procurando qualquer coisa que pudesse indicar ou explicar o que eram e de onde veio aquela estranha estrutura.
Enquanto isso, por debaixo dos panos os generais mais distintos dos cinco reinos traçavam planos de ataque . Tudo com o intuito de ter aquele território sobre o comando de sua nação, por mais que estivessem em "paz", quem poderia dizer quanto tempo duraria. A melhor maneira era ser o primeiro a atacar.
Então depois de incontáveis pesquisas e noites passadas em claro. Os historiadores finalmente acharam registros antigos de estruturas semelhantes que apareceram em algum momento no passado.
Segundo os registros, tais lugares guardavam poderes inimagináveis capazes de destruir cidades inteiras apenas com um estralar de dedos. E sempre apareciam no momento em que a humanidade mais precisasse delas.
Cegos pelo que esse lugar, apelidado de torre, poderia lhes oferecer, os reinos começaram a guerrear entre si.
Primeiro eles se livraram dos países mais fracos, depois voltaram suas atenções uns para os outros.
Entretanto, foi apenas depois de muito tempo e a custa de incontáveis vidas que o Reino de Katrus finalmente conseguiu vencer e obter controle absoluto sobre aquela estrutura misteriosa.
Obviamente, após tantos séculos era normal que algumas informações se perdessem. Então ninguém estava ciente de como aquele lugar realmente funcionava e em quantos tiveram que perder suas vidas em vão, em busca de algo que eles nunca poderiam obter.
Alheio a isso o rei de Katrus, Cyrus, enviou seus mais corajosos e fiéis homens. Esperando impaciente ele aguardou que seus soldados retornassem com seu prêmio.
Porém, isso nunca aconteceu, dias se tornaram semanas, e semanas se tornaram meses.
Isso irritou profundamente o rei, ele amaldiçoou aqueles incompetentes. Qual a dificuldade em fazer algo tão simples?
Se ele não fosse um rei, com certeza ele iria e mostraria como se faz. Mas, seus conselheiros nunca o deixariam arriscar sua vida assim, então ele só poderia contar com esses "cães" para fazer o serviço.
Mas eles se mostraram completamente inúteis, aborrecendo profundamente Cyrus. Ele almejava aquele poder, e faria tudo para obtê-lo.
Mordendo a ponta do dedo indicador Cyrus ponderou. Atualmente Katrus estava em guerra contra outra nação próxima e não poderia se dar ao luxo de enviar mais soldados para a torre.
Achando que o rei não estava em seu escritório, um pequeno servo empurrou a porta carregando um grande balde pronto para limpar o local. Mas quando viu o rei próximo a janela, ele se ajoelhou diretamente no chão, pronto para implorar por sua vida.
Cyrus estava pronto para levantar sua mão, ele queria que o pequeno servo fosse açoitado até a morte por interromper sua linha de pensamentos. Mas algo o deteve.
Sim, aquela parecia uma resposta enviada pelos céus!
- saia!- Cyrus ordenou ao pequeno servo, que depois de uma reverência profunda fugiu como se sua vida dependesse disso.
Novamente sozinho, Cyrus se sentou atrás de uma mesa de aparência requintada, e se pôs a escrever um decreto.
A partir daquele dia em diante todos os homens com mais de quinze anos, e em boas condições físicas deveriam se apresentar ao exército. Sem exceções.
Dando uma olhada no que estava escrito, Cyrus assentiu com satisfação. Agora além de conseguir soldados "dispostos" a entrar na torre, ele poderia preencher os "buracos" que os conflitos dos últimos anos deixaram.
Então dentro de pouco tempo todas as cidades do reino de Katrus, sejam elas ricas ou pobres, ficaram em alvoroço por causa do decreto imperial.
Enquanto as famílias choravam por seus filhos e maridos , o que quase ninguém sabia era que aquele era apenas o começo de uma nova era.
Em todo o mundo centenas de torres como aquela esperavam para emergir. Pois apenas quando o artefato mágico da primeira torre fosse obtido era a confirmação de que a hora havia chegado. E de que o mundo precisava delas.
Porém, assim como da primeira vez um pequeno detalhe passou despercebido por Idália. O ato de "transportar" esses poderes criou uma pequena "porta" entre duas dimensões.
Claro, não parecia ser algo significativo e memorável. Mas o que ninguém sabia era que aquela abertura trouxe algo capaz de mudar não apenas o mundo, mais também as pessoas que viviam nele.