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Hayato, ao chegar na ilha do tempo, contemplou a grandiosidade ao seu redor. Ficou maravilhado com a visão diante dele, algo jamais presenciado. Iniciou sua caminhada pela ilha e percebeu uma energia estranha no ar, como se o tempo pulsasse ao seu redor, como se pudesse tocá-lo com as mãos. À medida que avançava, Hayato notou que as paisagens mudavam abruptamente. Testemunhou o nascer e o pôr do sol várias vezes em questão de minutos, e as estações do ano se alternavam em um piscar de olhos. Era como se toda a história da Terra se desenrolasse diante dele, em uma montanha-russa temporal.
Enquanto isso, os animais da ilha continuavam a surpreender Hayato. Alguns pareciam pertencer a eras antigas, enquanto outros se assemelhavam a seres de um futuro distante. Até mesmo espécies desconhecidas cruzaram seu caminho, fascinantes e estranhas ao mesmo tempo. Hayato compreendeu que a ilha do tempo era um lugar singular e que encontrar o castelo do Rei Kenos seria um desafio monumental.
-Yami, preciso que investigue os arredores da ilha em busca de pistas sobre o castelo. Seguirei adiante por este caminho-, solicitou Hayato a Yami, com cautela.
Enquanto Yami utilizava sua aura das trevas para sobrevoar os arredores, Hayato avançava pela ilha. A descoberta de algo concreto se mostrava complicada, pois o tempo havia afetado tudo de maneira peculiar. A medida que prosseguia, tudo parecia se tornar ainda mais confuso e intrigante. Em um momento, deparou-se com um pilar contendo uma inscrição que dizia: "Tudo depende..." No entanto, parte da escrita estava corrompida pelo tempo, dificultando sua decifração.
Hayato seguiu em frente pelo caminho e logo encontrou uma pequena entrada que parecia ser uma caverna. Ele hesitou brevemente, mas decidiu ignorá-la e continuar sua busca por algo mais adiante. Para sua surpresa, encontrou uma fenda sem fim com cachoeiras que pareciam cair no infinito, algo que parecia impossível. Incrédulo, Hayato mal podia acreditar no que seus olhos viam. Consciente de que seria impossível prosseguir, decidiu retornar e entrar na caverna que havia avistado anteriormente.
A caverna tinha uma entrada estreita, mas era surpreendentemente ampla e clara por dentro. Hayato caminhou por alguns minutos até que avistou uma saída, que o levou de volta à praia onde estava antes. Confuso com o que acabara de acontecer, decidiu seguir pelo mesmo caminho que havia percorrido anteriormente e encontrou novamente o pilar com a mesma escritura.
A empolgação inicial de Hayato ao chegar na ilha começou a se transformar em desespero. Correndo intensamente, ele chegou novamente à fenda infinita com as cachoeiras que caíam no vácuo, mas dessa vez algo estava diferente. As cachoeiras estavam derramando água do céu para a ilha. Hayato decidiu retornar para a entrada da caverna, que dessa vez parecia ainda maior do que antes. Ao entrar, percebeu que o interior havia diminuído, estava mais apertado, e a saída parecia estar bem mais próxima. Ele se espremeu um pouco para conseguir passar pela caverna e, em questão de segundos, conseguiu chegar à saída e se deparou novamente com a praia onde estava há alguns minutos atrás.
Sentindo-se cada vez mais desorientado, Hayato decidiu explorar a praia novamente em busca de alguma pista que pudesse ajudá-lo a entender o que estava acontecendo. No entanto, ao avistar o mesmo pilar e a mesma escritura pela terceira vez, percebeu que algo muito estranho estava acontecendo naquela ilha. Hayato então se viu envolto em trevas e, mais uma vez, o Rei Noir apareceu diante dele em uma visão.
- Jovem sucessor, a coragem é o que o levará adiante. Siga seus instintos - aconselhou Noir.
Hayato inspirou fundo e decidiu prosseguir, focado em encontrar o castelo e desvendar o que estava acontecendo. Ao chegar novamente no pilar, ele começou a caminhar em volta lentamente, tentando descobrir alguma coisa, e algo surpreendente ocorreu: dependendo do movimento que Hayato fazia, parte da escritura ilegível começava a se tornar legível, enquanto outra parte desaparecia. Hayato conseguiu assimilar e leu a frase completa, que agora estava clara: "Tudo depende da sua coragem".
Confuso sobre como isso poderia ajudá-lo, Hayato seguiu em frente até chegar novamente à fenda. As cachoeiras estavam caindo no infinito mais uma vez, e Hayato teve a impressão de que a água estava fluindo de baixo para cima. Com a coragem renovada, ele se aproximou da cachoeira e notou que, de fato, a queda d'água estava fluindo no sentido contrário.
Com um suspiro, Hayato compreendeu o significado da frase do pilar e decidiu seguir em frente, saltando na direção da fenda. Enquanto caía no vazio, em um determinado momento, a direção de sua queda mudou, fazendo-o seguir o fluxo da cachoeira. Com o fim da queda se aproximando, Hayato caiu em um lago e emergiu em um local totalmente diferente, mas que parecia mais normal do que tudo o que ele tinha visto até então.
Desorientado, Hayato olhou ao redor, encontrando um cenário de um bosque misterioso, com árvores altas e densas que se estendiam até onde a vista alcançava. Sentindo-se perplexo, ele teve a sensação de ter sido transportado para outro mundo. Incapaz de compreender como havia chegado ali, Hayato tentou reunir seus pensamentos e decidiu seguir uma trilha à frente, esperando que ela o levasse ao castelo tão aguardado, permitindo-lhe escapar da loucura que se desenrolava.
Caminhando com passos hesitantes, Hayato adentrou a trilha. O silêncio dominava o ar, e apenas o som suave de seus passos quebrava a quietude da floresta. Subitamente, algo chamou sua atenção e seus olhos se fixaram em uma mesa de pedra posicionada à beira do caminho. Sobre ela, havia um castelo minúsculo, tão delicado e detalhado que parecia ter sido esculpido por mãos divinas. Movido pela curiosidade, Hayato aproximou-se lentamente da mesa, tentando desvendar o mistério por trás daquele cenário estranho.
Enquanto se aproximava, notou uma inscrição gravada na superfície da mesa: "O espaço é uma questão de perspectiva". Essas palavras ecoaram em sua mente, estimulando sua imaginação e desafiando sua compreensão do que estava acontecendo ao seu redor. Com a mente agitada, Hayato voltou-se para observar as árvores altas ao seu redor, apenas para descobrir que elas haviam encolhido misteriosamente. O caminho que havia percorrido anteriormente desaparecera diante de seus olhos, deixando-o desorientado mais uma vez.
Suspirando profundamente, Hayato percebeu que estava diante de outro enigma, mais um obstáculo a superar em sua busca pelo castelo. Sua determinação o impulsionou adiante, e ele decidiu adentrar a floresta encolhida. A cada passo, sentia-se cada vez mais imerso em um mundo de distorções e ilusões. Após alguns passos cautelosos, virou-se novamente para olhar a mesa, esperando encontrar alguma pista para resolver o enigma.
Dessa vez, a mesa parecia menor do que antes, uma visão que o intrigou ainda mais. Questionando-se sobre o significado dessa mudança, Hayato sussurrou para si mesmo: "O que vejo diminui, mas e se eu mudar meu ponto de vista?". Com esse pensamento em mente, aproximou-se da mesa, examinando o castelo em miniatura com mais atenção. Quanto mais se aproximava, mais o castelo parecia crescer diante de seus olhos. Animado com essa descoberta, Hayato deu alguns passos para trás, escolhendo um novo ponto de vista que ampliaria ainda mais a miniatura. Para sua surpresa e encantamento, quando Hayato se virou para observar novamente a miniatura do castelo, uma visão magnífica se desdobrou diante de seus olhos. O que antes era apenas uma representação em escala diminuta havia se transformado em um majestoso e imponente castelo, cujas paredes de pedra maciça se erguiam para o céu, e portões de ferro enormes eram assustadores.
A grandiosidade da estrutura era inegável, e Hayato mal podia acreditar em seus olhos. Seu coração acelerou com a sensação de triunfo, pois finalmente havia encontrado o castelo tão desejado. Toda a confusão e perplexidade que o cercaram até aquele momento começaram a se dissipar à medida que contemplava a imponência da construção diante de si.
Cheio de determinação renovada, Hayato deu alguns passos hesitantes em direção aos portões que se abriram silenciosamente, revelando um corredor escuro e misterioso à frente. Hayato se aproximou cautelosamente dos portões, um leve tremor percorreu sua espinha ao notar que um som de relógio ecoava pelo ar. O eco distante reverberava pelos corredores vazios do castelo, aumentando a sensação de suspense.
Enquanto o som persistia, Hayato viu uma figura se aproximando lentamente de dentro dos portões. Era uma esplêndida armadura dourada, cujas peças brilhavam à luz tênue que atravessava as frestas das paredes. A armadura parecia estar se movendo por conta própria, sem a presença de um ser humano em seu interior.
Hayato sentiu um calafrio em seu corpo quando uma voz grave ecoou de dentro da armadura:
- Ninguém pode passar pelos portões do rei. - As palavras reverberaram pelos corredores, preenchendo o ar com um tom solene e incontestável. Ele não pôde deixar de se perguntar quem estava falando, pois o som parecia vir de uma fonte desconhecida, amplificado pela própria armadura.