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Arthur se levantou no dia seguinte depois de ter dormido muito pouco. Ele estava acostumado a dormir encostado em Emily e teve a sensação de que a cama era muito grande sem ela. Ele estava acostumado com o quarto dela, o colchão e o cheiro dela. "Talvez eu devesse deixá-la apresentar queixa e deixar com que as duas se resolvessem no tribunal", pensou ele. Ele saiu da cama, foi ao banheiro, tomou um banho rápido, vestiu-se e foi para a delegacia de polícia. Ele esperava que Emily estivesse mais calma e que os dois pudessem fazer as pazes.
Emily chegou à delegacia pouco depois de Arthur e percebeu as risadinhas de alguns colegas de trabalho quando passou por eles para ir ao vestiário feminino e ficou ainda mais irritada. "O quê? O que há de errado com vocês? Bando de fofoqueiros!"
Alguns deles protestaram e Arthur saiu de seu escritório para ver o que estava acontecendo. "Vocês não têm mais nada para fazer? Já deveriam estar fazendo suas rondas."
"Nada acontece nessa cidade, chefe. Não há necessidade de tantas rondas", Julian, um dos policiais, disse a Arthur.
"Você quer me dizer como devo conduzir essa delegacia, Julian?"
"Claro que não, chefe. Desculpe", Julian disse a Arthur e saiu com os colegas.
"Desculpe o atraso, eu estava sem carro e vim a pé", disse Emily a ele assim que os outros policiais saíram.
"Não tem problema, Emily. Fui até sua casa para buscá-la, mas você não me respondeu quando bati na porta."
"Saí de casa mais cedo e fui correr na floresta antes de vir para o trabalho", respondeu ela.
"Já lhe pedi dezenas de vezes para não correr sozinha na floresta, Emily. É perigoso!"
"Não precisa fingir que se importa comigo, Arthur. Vou tomar um banho, vestir meu uniforme e sair. A Ivy está de folga hoje."
Arthur suspirou. Ele não queria discutir com ela. "Tudo bem, mas você sabe que não precisa ir sozinha para a rua."
"Mas eu quero ficar sozinha", ela respondeu.
Meia hora depois, Emily estava no carro da polícia e estacionou na rua. Ela estacionou em frente à casa da Sra. Lilith, que viu Emily pela janela da sala de estar. Ela pôs a mesa e chamou Emily para tomar o café da manhã com ela. "Não precisa se incomodar, Senhora Lilith."
"Eu faço questão de sua companhia, Emily."
"Ok. Obrigada pelo convite", Emily saiu do carro e entrou na casa. A mesa estava posta e havia bolo, chá, sanduíches, frutas e um gatinho que adorava se enroscar na perna de Emily.
"Sente-se, querida."
Emily se sentou. "Obrigada, Sra. Lilith."
"Como está o Art?" Lilith perguntou ao se sentar de frente para Emily. Ela era a madrinha de Arthur e muito amiga da mãe dele. Emily lhe contou tudo o que aconteceu.
"Sinto muito, Emily. Você sabe que eu, mais do que ninguém, torço para que você e ele sejam felizes."
"Eu sei, mas isso está ficando cada vez mais difícil, Senhora Lilith."
"Art é uma boa pessoa, eu sei que ele parece um pouco rude, mas ele tem um coração enorme." Lilith segurou a mão de Emily. "E, além disso, não dê a ela o prazer de ver vocês dois separados."
"Mas como vou continuar vivendo com um homem que não me ama, Senhora Lilith? Isso me machuca, me diminui."
"Você já estava triste com ele antes de isso acontecer?"
"Eu estava. Não aguento mais andar na rua ou ir a algum lugar com as pessoas olhando para mim como se eu fosse a pior pessoa do planeta. É ainda pior quando estou com ele. As mulheres da cidade me odeiam porque ela fala mal de mim para cada uma delas que vai ao consultório médico."
"Você não respondeu à minha pergunta, Emily. Perguntei se você já estava triste com ele."
Emily ficou pensativa por alguns instantes. "Sinto que ele não gosta de mim", respondeu Emily e algumas lágrimas escorreram de seus olhos. "Acho que ele ainda gosta dela, e eu sou apenas um hobby. Acho que sou apenas sexo para ele e isso me deixa triste. O sexo com ele é maravilhoso, mas mesmo quando ele está comigo, seus pensamentos parecem estar distantes. Ele nem está comigo totalmente e nem me deixa ir embora. Não sou feliz desse jeito, Senhora Lilith."
"Acho que você está confusa, querida. Por que você não tira alguns dias de folga? Vá para um lugar tranquilo para pensar, renovar suas forças, descansar, acalmar esse coração. Vá, isso lhe fará bem."
Emily secou as lágrimas. "Vou pensar sobre isso, Senhora Lilith. Obrigada por me ouvir. Sinto muita falta de minha mãe, ela era minha melhor amiga, a pessoa a quem eu podia contar tudo o que sentia em meu coração, mas ela não está mais aqui."
"É para isso que servem os amigos, querida. Gosto muito de você, você é uma pessoa muito especial e tenho certeza de que o Art também pensa assim. Talvez ele não saiba como demonstrar os sentimentos dele adequadamente. "
Emily suspirou e Lilith colocou café na xícara para ela. "Tome esse café e coma um pedaço de bolo. E depois pense no que eu lhe disse."
"Está bem", respondeu Emily."
No final do dia, Emily voltou à delegacia bem tarde, na esperança de que Arthur já tivesse ido embora, mas o carro dele ainda estava lá. "Ah não!" Ela fechou os olhos e abaixou a cabeça, apoiando-se no volante. Ela estava muito cansada, tanto física quanto emocionalmente.
"Emily, você está se sentindo mal?" Arthur apareceu derrepente e ela se assustou, pois não o tinha visto quando estacionou o carro.
"Ei, está tudo bem, sou eu", disse Arthur a ela. "Por que você demorou tanto? Está muito frio e vai começar a nevar a qualquer momento."
Emily saiu do carro e Arthur tirou a jaqueta para dar a ela. "Não precisa, Arthur."
"Precisa sim, você fica gripada facilmente", ele respondeu e a ajudou a vestir o casaco.
"Eu realmente preciso fazer os relatórios hoje?", ela perguntou a ele.
"Você atendeu a alguma intercorrência?" perguntou Arthur.
"Não."
"Tudo bem, então, você pode fazer isso amanhã. Sem problemas."
"Obrigada", respondeu Emily e entrou na delegacia de polícia. Ela guardou as chaves do carro e cumprimentou a equipe do turno da noite. "Bom trabalho, pessoal."
"Obrigado, Emily!", eles responderam e ela saiu.
Arthur, que havia continuado do lado de fora no frio, aproximou-se dela quando ela abriu a porta do carro. "Posso ir para casa com você, Emily?"
Imediatamente a palavra "não" veio à sua mente, mas, embora estivesse chateada com ele, não conseguia dizer não. "Se você for, vai dormir no sofá."
"OK", disse Arthur a ela. Ele poderia ter dito que estava com saudades dela, que teve uma noite terrível sem ela, mas simplesmente disse OK. Ele entrou no carro e eles foram para casa. Enquanto dirigia, Emily pensou no que faria e tomou uma decisão que colocaria em prática no dia seguinte.