Capítulo 3 Roberto

Olho para a poça de sangue no chão e me

pergunto o quanto eu posso bater nesse

verme antes dele morrer. Coloco meu cigarro na boca e pego o

isqueiro no fundo do meu bolso. Meu corpo

relaxa assim que dou a primeira tragada.

- Vamos lá, vou te dá mais uma chance

para me dizer quem te mandou aqui-

Falo firmemente para o velho amarrado na

cadeira.

-Prefiro ir para o inferno - Esse idiota

já esta cheio de machucados pelo corpo e

mesmo assim prefere manter segredo?

-Não complique as coisas, eu estou te

dando a oportunidade de ter uma morte

tranquila.

- Vai a merda D'angelo - Minha boca se

repuxa para o lado e controlo o sorriso.

Me afasto do desconhecido e faco um sinal começam a circular por todo o galpão

novamente.

Vejo meu irmão com os braços cruzados

e um sorriso no rosto, algo como diversão

e orgulho percorreram seus olhos. Me

aproximo dele.

- Acho que ele vai demorar para admitir

algo-Bruno fala enquanto pega o cigarro

de minha boca.

- Vou deixar que os guardas tomem conta

disso - Pego meu blazer da mesa que

estava cheia de objetos para tortura - Você

vêm comigo? -Não, eu preciso resolver algumas coisas -Eu sabia o que isso significava - Você já

vai para casa?

- Sim- Eu precisava de um banho, tinha

sangue que nem era meu no meu corpo-

Me avise se ele desembuchar alguma coisa.

-Pode deixar-Tomo meu cigarro

da boca dele e saio daquele galpão

rapidamente.

Assim que coloquei o primeiro pé para

fora, o vento beijou meu rosto com

frieza, fazendo os pelos do meu corpo se

arrepiarem.

Respirei o ar fresco e percebi que tinha

passado muitas horas dentro desse inferno

tentando arrancar informações daquele

desconhecido.

Eu tinha muita coisa para resolver ainda.

Se minha teoria estiver certa, aquele

homem é um bode expiatório, o problema é

descobrir para quem ele trabalha. As vezes é difícil manter essa rotina de sempre, minha mente ainda vai me matar

por não conseguir relaxar.

Olho em volta e tento encontrar algum

ponto de espionagem. Acho que não tem

nada para se preocupar, mesmo assim é

sempre bom manter a guarda firme.

Jogo fora o cigarro e vou até meu carro que

estava próximo a mim. Assim que entro,

sinto um ar mais quente.

Aproveito o silêncio e o conforto para

descansar um pouco. Apoio minha cabeça

no apoio do banco e sinto meu corpo

relaxar, nem sempre me permito fazer

essas coisas.

Meus olhos vão pesando aos poucos e

derrepente uma escuridão me preenche.

Observo a luz que vinha daquela sala e sinto meu corpo todo se atrair por aquele peque cômodo.

Mamãe disse que eu não poderia sequer

descer as escadas e mandou eu ficar no quarto com Bruno, mas os murmurinho conversa e as risadas me puxavam para perigo.

Meu irmão já estava dormindo sossegadamente, talvez não tivesse problema me aventurar um pouco.

Comecei a descer as escadas e minhas meias

abafaram o barulho da minha caminhada.

Fui cuidadoso a cada passo que dava.

Para meu alívio não tive nenhum empecilho

durante a caminhada. Acho que estavam

bêbados demais para sequer lembrarem que

tinham crianças nessa casa.

                         

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