Lucas não queria somente que eu conhecesse seu quarto, senti seus braços me envolver por trás e um beijo ser depositado em meu pescoço.
- Vamos aproveitar um pouco?. - Ele sussurrou em meu ouvido, me virei para ficar de frente com ele e poder encara-lo. Ele não poderia estar falando sério.
Mas ele estava. Minutos depois estávamos em sua cama, sem roupas, com ele em cima de mim, suado, arfando.
Pode parecer estúpido, pois ele é meu namorado, mas a cada vez em que transavamos logo em seguida eu me sentia um lixo. Não que fosse tão ruim assim, apesar dele não me fazer gozar e não me satisfazer sempre, o idiota não era ruim de cama, acho que era por isso que as meninas gamavam nele. Mas talvez fosse por que ele me tratava como um.
Era sempre o mesmo ritual. Ele chegava na minha casa, conversávamos sobre qualquer coisa dos nossos dias e íamos para o meu quarto, transavamos, ele virava para o outro lado e dormia. No dia seguinte ia embora logo cedo antes que eu acordasse. E hoje não foi diferente, ele saiu de cima de mim e deitou ao meu lado ainda ofegando.
- Vamos descer?. - Disse me olhando de lado, eu apenas assenti. Levantei vesti minha roupa o observando fazer o mesmo.
As vezes me pergunto porque ainda estou com ele?. Não é realmente isso que eu quero.
Voltamos para sala como se nada tivesse acontecido no andar de cima. Sentei ao lado da Brenda voltando a conversar com ela.
- Você está bem? Não está com uma cara muito boa. - Ela disse baixo para que só eu pudesse ouvi-la. Lucas e seu pai estavam vendo jogo na TV.
- Estou bem sim. - Sorri de canto enquanto passava a mão no cabelo. - Acho que preciso de um pouco de água.
- Vem comigo. - Disse levantando e me estendendo a mão que de imediato eu segurei.
Fomos até a cozinha onde a Brenda me serviu um copo com água.
- Desculpa, não sei o que houve, mas se quiser conversar pode confiar em mim. - Peguei o copo de sua mão, ela me olhava com uma expressão preocupada.
- Não, muito obrigada. Estou... bem. - Falei acabando de tomar a água. - Mas acho melhor eu ir embora.
Coloquei o copo sobre a bancada da pia já me virando para sair da cozinha, mas antes que eu pudesse dar dois passos senti ela segurar minha mão. Me voltei olhando para baixo, vendo nossas mãos tão juntas novamente.
- Me dá seu número?. - A olhei com uma sobrancelha arqueada. - E-E... - Gaguejou como se só agora tivesse se dado conta do que acabará de falar. - E eu te dou o meu, quando quiser conversar pode ter certeza que você tem uma amiga aqui para isso. Nada que você me falar não falei para o Lucas, não somos tão próximos. - Deu de ombros e eu sorri.
Coloquei meu número no seu celular e ela o dela no meu. Ao voltarmos a sala comuniquei ao Lucas que já estava na hora de ir embora. Me despedi dos seus pais, os quais agora são meus sogros. Eles me disseram que sempre serei bem vinda, que amaram me conhecer, eu disse o mesmo - pois é verdade - amei conhecer todos eles, todos foram muito gentis comigo. Realmente me senti em casa, coisa que eu não sentia a muito tempo.
Me despedi da Brenda lhe dando um abraço, um pouco mais demorado que o nescessário.
Fui todo o caminho em silêncio. Chegando a Minha casa Lucas perguntou se não queria que ele entrasse, respondi que não, estava muito cansada para fazer qualquer outra coisa a não ser me jogar na cama e dormir. Ele concordou sem relutância e logo foi embora.
Entrei, tomei um banho demorado e deitei para ver um pouco de TV. Passei o restinho da tarde assim, afinal já eram quase cinco horas.
Quando dei por mim já era noite, levantei para fazer alguns trabalhos da faculdade e comer alguma coisa.
Após algum tempo perdida no que fazia, olhei no relógio, o mesmo já marcava quase meia noite quando terminei tudo. Vesti meu pijama e voltei para cama.
Meu celular vibrou sobre a mesinha de cabeceira. Pensei que fosse o Lucas me mandando alguma mensagem, mas para minha surpresa era. Era a...
Brenda!
Rapidamente abri a mensagem.
Olá, desculpa a hora.
Só queria saber se esta bem.
E para ver se esse número é seu mesmo. ;)
Eu não sabia o que dizer, o mais natural seria responder. Não é?.
Olá, estou bem sim.
obrigada pela preocupação.
Ela realmente se preocupou comigo? Ou apenas queria ser educada?.
Claro que é meu número, não te daria um número errado. Rsrs.
Fiquei esperando que ela respondesse. Após poucos segundos veio a resposta.
haha custa nada conferir.
Que bom que esta bem.
Enfim, tenho que dormir.
Amanhã acordo cedo.
Boa noite. Se cuida, tá?
Bjos
Visualizei e respondi.
Obrigada.
Igualmente
Boa noite
Bjos.
Pensei em mandar um emoji de coração, mas isso seria algo muito íntimo, então decidi não mandar mais nada. Brenda visualizou, logo depois ficou off.
Foi apenas uma troca de mensagens, mas por algum motivo aquelas simples mensagens me fizeram muito bem. Depois de tanto tempo, fui dormir sorrindo.
POV BRENDA
Coloquei o celular na mesinha ao lado da minha cama e deitei encarando o teto escuro.
Hoje a namorada do meu irmão veio aqui pela primeira vez, e devo confessar que ela é linda.
Lucas nunca trouxe garota nenhuma aqui. Já conheci algumas meninas que ele pegou, ele sempre está com uma diferente a cada semana. Devo confessar que ele tem bom gosto para garotas, e com a Emilly não foi diferente.
Mas essa não é como as outras. Assim que a porta abriu e eu a vi, senti algo estranho, sorri com a visão que tive. Ela é muito encantadora, cabelos castanhos claros, tão claros que são quase ruivos, franja curta com um caimento perfeito sobre seu rosto. Ela é poucos centímetros menor que eu, temos a mesma idade, gostamos de coisas parecidas. Ela é uma garota super inteligente.
Confesso ter ficado impressionada com o pouco que conversamos. Queria ter ficado mais tempo conversando e a olhando, não iria achar ruim ficar admirando sua beleza durante o dia inteiro ou durante dias. Em algum momento Lucas falou algo em seu ouvido e a levou para o quarto, um bom tempo depois eles voltaram. Ela não estava com uma cara muito boa. A levei para cozinha para que pudesse tomar um pouco de água.
Realmente fiquei preocupada com ela, eu sei que é estranho, pois eu nem a conheço. Ela disse que era melhor ir embora, então por impulso segurei sua mão em uma tentativa ridícula que pudesse fazê-la ficar mais um pouco. Aquele simples toque fez todo meu corpo estremecer, como se uma corrente elétrica tivesse me atingido em cheio.
Precisava de uma desculpa e então veio a idéia de pedir seu número que para minha total surpresa ela me deu.
Fiquei um bom tempo decidindo se ligava ou mandava alguma mensagem, queria realmente saber como ela estava. Até que criei coragem e mandei.
E agora estou aqui, olhando para o teto pensando nessas meras mensagens, será que ela está fazendo o mesmo?
" Não seja estúpida Brenda, ela é namorada do seu irmão. Sua cunhada. Além de ser bem óbvio que ela não gosta de garotas".
Por que estou pensando nisso? Não! Definitivamente não.
Mas essas palavras ecoaram na minha mente. Disse para mim mesma tais coisas para tentar me convencer que isso é verdade. Me virei na cama encarando a janela do meu quarto, suspirei pesado, fechei os olhos me deixando embalar pelo sono.
.....
Acordei em um pulo ao escutar um baque. Semi cerrei os olhos ao olhar a hora no celular. 2:30 da madrugada. Fiquei quieta para tentar ouvir mais alguma coisa ou se eu tinha apenas sonhado. Ouvi passos no corredor, tenho quase certeza que é o Lucas chegando de mais uma noitada.
Fechei os olhos novamente tentando voltar a dormir. Por algum motivo desconhecido me veio aquele lindo sorriso na minha mente, um sorriso doce e meigo. O que uma menina como a Emilly faz com o troglodita do meu irmão?
Claro que não é por interesse, ela não tem o perfil de mulher interesseira, bem diferente das outras garotas que ele sai. Realmente queria descobrir o porque, e quem sabe um dia eu descubra tudo que a Emilly esconde por trás daquele jeito misterioso.
Não sei por quanto tempo ainda fiquei acordada perdida em meus pensamentos, o sono em algum momento venceu. Então adormeci.