"- Não deixa ela sair do hotel. Eu vou mandar umas coisas pra ela, fica aí até eu falar"
Ele desligou. Olhei para Julia que nesse momento dormia tranquilamente na cama, toda torta, respirei fundo. Fui até ela e a- arrumei.
Minutos depois chegou uma mensagem de Igor informando que um menino estava la em baixo com as coisas para Julia, desci para pegar.
Comprei um lanche para ela e subi novamente, quando entrei no quarto ela estava acordada, sentada na cama
me olhando atônita. Sorri para ela, Julinha me chamou com os olhos, sentei-me em sua frente. Depois de 23 anos
guardando meu primeiro beijo, para o casamento, agora não consigo mais aguardar nenhum minuto quando
estou ao lado dela. Fiz carinho em seu rosto, vendo a mesma fechar os olhos. Ela ainda não havia notado as bolsas com
suas coisas, ela aparentava esta tão preocupada, mas pelo jeito que Igor falou parece ter mais coisas no meio disso tudo.
- O que é isso? Julinha viu as bolsas
- Seu irmão me ligou falando que sabia que estavamos juntos, disse que ia mandar umas coisas para você . Ela sorriu, pegando a bolsa que estava no pé da cama, ela tirou uma toalha e algumas peças de roupa. - como ele
sabe? Perguntei
- Igor sempre sabe onde e com quem eu estou, é horrivel. Mas ele não vai fazer nada com você, prometo.
- Estou disposto a correr os riscos. Abracei-a depositando uma beijo em sua testa. - Julinha, seu irmão pediu para você
só voltar quando ele avisar, vamos ficar aqui até ele ligar tá. Vou avisar minha mãe, ele me pediu para ficar com você
e eu prefiro correr o risco da minha mãe brigar comigo, do que do Igor me matar. Julia se afastou me olhando seria.
- Você ta aqui por medo do meu irmão, ou porque se importa comigo? Ela parecia chateada, talvez não entendeu que
foi apenas uma brincadeira, mas entendo ela, não é um momento bom para brincadeiras desse tipo.
- Eu me importo com você, não tenha duvidas disso. Julia se levantou, pegando a toalha, ela entrou no banheiro, sem falar mais nada. Me deitei na cama esperando ela voltar para tentar reformular minha frase. Não quero mais uma vez um clima pesado entre nós.
- Lucas? Ela me chamou levantei-me prontamente parei ao lado de fora da porta para atende-la. - Entra aqui. Fiquei tenso, seria vergonhoso dizer a Julia que ela foi meu primeiro beijo, mais vergonhoso ainda falar que nunca vi uma mulher nua.
- Po... pode falar. Estou gaguejando.
- Eu to vestida, Lucas. Ela gargalhou. Entrei no banheiro e ela realmente estava com suas roupas. Respirei aliviado. - Pega o sabonete para mim, esta alto. Ela apontou para cima, dei um sorriso sem graça levantei meus braços e alcancei o sabonete para ela. Quando fui entregar ela puxou minhas mãos e me beijou, Julia estava na ponta de seus pés com seu corpo encostado no meu, segurei em sua cintura tentando controlar o meu desejo, que nesse momento não pensava em nenhuma das consequências desses atos. Puxei o corpo dela para mais perto do meu, sentindo cada parte sua. Eu já não iria mais conseguir me afastar, já estava fora de mim, quando Julia finalizou o beijo afastando seus lábios dos meus, ela desceu fazendo uma trilha de beijos até o meu pescoço, apertei-a um pouco mais. - Agora você saí. Ela sorriu mordendo o lábio.
- Agora eu não quero mais sair. Dei um beijo no pescoço dela, que se afastou de mim lentamente a maneira que Julia brinca comigo, é diferente.
- Julia. Puxei para perto de mim novamente, ela deitou a cabeça no meu peito, eu sei que não devo fazer nada mas é tão bom está aqui com ela, sentindo cheiro de sua pele e seus lábios nos meus. Tudo é incrível ao lado dela, e mesmo sabendo que estou contrariando minha mãe, indo contra a minha fé, eu ainda quero esta aqui.
- Vou tomar banho. Ela se soltou de meu abraço, virou de costas e tirou a camiseta de seu uniforme da escola.
Olhei para ela com suas costas nuas meu corpo se arrepiou, como eu queria toca-la esse momento.
Saí do banheiro com a respiração pesada, me deitei na cama pensando no que viria agora, ouvi Julia ligar o chuveiro
enquanto a ouvia o som da água cair no chão me imaginava naquele banho com ela, e ao mesmo tempo minha consciência ficava pesada por saber que seguindo a minha religião isso está totalmente errado, esse desejo que só aumenta a cada segundo que estou ao lado dela.
Julia desligou o chuveiro, me lembrei que ela não havia levado roupas para se vestir no banheiro, rapidamente me levantei e saí do quarto fiquei parado do lado de fora, espeando ela me procurar vestida, dei uma risada quando m dei conta de que estou fugindo de uma garota de 19 anos.
Ouvi Julia me chamar, quando entrei no quarto ela estava parada em pé ao lado da cama usando uma linda roupa de dormir de seda, branca
- Quer comer agora? Foi a unica coisa que pensei em falar, ela balançou a cabeça negando. - Você precisa comer.
- Vem deitar. Ela me chamou com as mãos, me sentei na cama ao lado dela. - Meu irmão, te falou mais alguma coisa? Neguei
em um gesto com a cabeça.
- Minha mãe ligou dizendo que estava tudo bem. Seu irmão deu ordem pra ninguém sair de casa, até ele liberar.
Igor
Quando tudo isso acabar eu vou da dois tiros na cara do Lucas, mais que porra aquele molequa tá pensando. Ele acha que tem o peito de ferro? Joguei o cigarro chão e ajeitei o fuzil nas minhas costas.
- Ei. Assoviei. - o Menor ta la na vigiando minha irmã? O menino balançou a cabeça afirmando e saiu. Já ameaçaram de matar Julinha duas vezes, eu preciso da um jeito de tirar ela desse morro pra ontem. Se acontecer alguma coisa com ela eu fico louco.
- E ai Igor, qual foi? Pezão chegou segurando uma arma junto ao peito. Passei a mão na cabeça, olhando para os lados.
- Riquelme mandou uns cara dele entrar aqui, bem querendo roubar armas, ou pegar minha irmã sei lá.
- Você sempre acha que vão fazer alguma coisa com ela, cara. Tira isso da cabeça.
- Eu matei a mulher dele. Olhei para pezão.
- Ja passou 10 anos Igor, por que não pensa naquilo que te falei de mandar ela pra fora do pais, manda aquela sua tia junto pra cuidar dela,acaba tudo isso.
- Vou pensar nisso, parece boa ideia.
Virei as costas e saí, quem bate esquece mas quem apanha não, se eu relaxar agora vou perder Julia, e quebrar a unica promessa que fiz pra o meu pai. Peguei meu celular e olhei a foto da tela, julinha ao meu lado segurando um ursinho branco, tímida na primeira vez que levei ela na praia, sorri. Essa menina é minha maior dor de cabeça, mas também minha única lembrança do que é amor.
Me pergunto o que ela quer com aquele moleque do Lucas, espero que ele não mecha com ela, mas sei lá é até bom ele ta la com ela. Pelo menos sei que ele vai cuidar dela, é difícil ficar atrás de adolescente o tempo todo, ele faz esse papel hoje. Depois me acerto com ele. Peço a Deus todo dia que nada aconteça com ela por minha culpa, e por essa vida errada que escolhi para mim.