Jessie Blasthy - Um Conto de Bruxas
img img Jessie Blasthy - Um Conto de Bruxas img Capítulo 4 Escandinávia, século XIII
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Capítulo 6 Bruxos em Henrique Sanches img
Capítulo 7 A marionete humana img
Capítulo 8 Vila Sanches, século XVI img
Capítulo 9 Salve uma inocente img
Capítulo 10 Uma canção pra Jessie img
Capítulo 11 Família Castro e Sanches img
Capítulo 12 Henrique Sanches img
Capítulo 13 Ellda Luston img
Capítulo 14 Nossa família img
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Capítulo 4 Escandinávia, século XIII

- Semana que vem, é o meu aniversário!- Diz Jessie. - Porque as nossas mudanças, sempre acontecem perto do meu aniversário?

- Coincidências existem. - fala Morgana. - Você estudou os livros?

- Sim vovó, consegui ler todos!- diz. - Quero ser forte e poderosa como Callyo.

- Lembre-se, Callyo nunca precisou de estudos, você por outro lado, além de estar sempre instruída, deve dominar sem dificuldades a sua magia.

- Igual a senhora e minha mãe, vocês não precisam recitar cada feitiço que fazem. - diz Jessie. - É só pensar no que querem e pronto.

- Foi para isso que estudamos!- diz Samanta.

- A senhora gosta, de aparecer de surpresa em todos os lugares!

- É a minha marca!- afirma Samanta.

- Querida hoje, você não poderá receber Lucy!- diz Morgana.

- Sem problemas vó, ela precisou sair com o pai dela.

- Ótimo, não vamos precisar de desculpas!- diz Morgana. - Hoje vamos retornar, as aulas de magia.

- Você ficou tempo de mais sem as aulas, é necessário que volte a praticar sua magia. - diz Samanta. - vou acompanha-las nas lições hoje.

- Mas você sempre nos acompanha!

- Gosto de ver você progredindo!

- Começaremos daqui a pouco!- fala Morgana.

Algumas surpresas dali.

- Senhora Morgado, é um prazer recebe-la, você está um pouco diferente das nossas aulas.

- Não se atente a minha real aparência senhor.

- Desculpe -me não era a minha intenção ser desagradável. - Quero deixar claro que o único propósito dessa reunião, é esclarecer os interesses do Conselho.

- O quê me deixa bastante surpresa!- diz Lucy. - Porque o Conselho mandaria você?

- Para lhe dar apoio, e para ter uma visão completa do que você pretende fazer.

- Inteligente, porém, arriscado!- fala Lucy, observando o local. - Confesso que quando o vi, na Otaviano Oliver II, fiquei bastante desconfortável professor.

- Você entende que, o Conselho adora a forma como você trabalha. - continua, gentilmente. - Mas é preciso cuidados, essa família vem fugindo a doze anos.

- Professor eu sei o que faço, e como faço. - diz Lucy. - Não me agrada, ser vigiada desta forma.

- Concordo! A situação não é das melhores. - diz ao servir duas xícaras de café. - Servida? Os poderes de Callyo são tentadores, digo com honestidade senhora Morgado, o Conselho teme que você queira ficar com os poderes e a vitalidade de Callyo; se a jovem Blasthy for a reencarnação da Mãe-Bruxa.

- Sou uma feiticeira Callyo!- diz. - Jamais, vou desrespeitar a memória de minha mãe, quero a volta de Callyo assim como vocês.

- O Conselho, só quer assegurar, que tudo seja como planejado.

- E será. - diz. - Se a Blasthy adolescente for a reencarnação de Callyo, eu mesma a entregarei ao Conselho, tal como combinado.

- Não tenho dúvidas!- diz o professor. - Mas é evidente, que o Conselho estará sempre por perto.

- Tão perto, quanto uma diretora?

- Do que está falando?

- Acha que não notei?- pergunta com desprezo. - Eu sei que a diretora e a sobrinha são bruxas Magallyo; o que o senhor me diz, devo mesmo ser fiel ao Conselho? Se desconfiam da minha integridade, porque me chamaram?

- Impossível!- diz o professor. - Se houvessem bruxas Magallyo em Henrique Sanches, o Conselho saberia. - continua. - devo reportar isso imediatamente!

- Não será necessário, eles já tem conhecimento disto.

- Não!- Afirma o professor. - O Conselho não foi avisado disso, essas bruxas podem ser perigosas; podem querer roubar a vitalidade e os poderes de Callyo.

- Não entendo! Como algo assim não foi visto pelo Conselho?

- Eu também não. - diz preocupado. - Mas vou, alertar-los imediatamente.

- Vou cuidar da Blasthy adolescente, elas não desconfiam de uma adolescente simples e amável!- diz Lucy. - Ficarei sempre por perto, e quando o aniversário de Jessie chegar, eu farei o meu trabalho.

- Tudo bem! Nos vemos na escola.

- Com certeza professor!- diz, antes de desaparecer diante do professor, que também é um bruxo Callyo.

Casa da família Blasthy.

- Você foi incrível!- diz Samanta.

- Jessie é esforçada, não me surpreende a inteligência que tem!- diz Morgana.

- Obrigada vovó, então fiz tudo certo?

- Sim, executou cada feitiço com perfeição. - diz orgulhosa. - Sua mãe era assim, a sua magia e a dela sempre fluiram naturalmente.

- Suas aulas, é que sempre foram boas mãe!- diz Samanta.

- Obrigada querida!- diz.- Por hoje acabamos.

- Já está tarde!- diz Samanta. - hora de dormir Jessie.

- Vó, conta a história das Mães-bruxas?

- Você sempre gostou, de ouvir sobre Callyo e Magallyo. - diz Morgana. - É claro que eu conto, posso repetir por anos se você quiser.

- Obrigada vovó!- diz Jessie.

- Boa noite. - Amanhã levanto cedo.

- Boa noite mãe!- diz Jessie.

- Vamos Jessie!- diz Morgana. - Amanhã você tem aula.

- Vó posso chamar Lucy, no meu aniversário?

- Ainda não sei a resposta, vou conversar com a sua mãe!- diz Morgana. - Preparada para a história?

- Nasci pronta!

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Capítulo de hoje: Escandinávia, século XIII.

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Em uma pequena vila, localizada entre duas montanhas da Escandinávia; nascia Callyo e Magallyo.

As primeiras bruxas reais de toda a história, filhas de um lenhador e uma costureira. O nascimento das irmãs gêmeas, foi um acontecimento histórico e marcante para todos os habitantes da Vila.

Callyo a irmã mais velha, nasceu ao pôr-do-sol, com os primeiros raios solares. Os dois partos foram feitos pelo próprio pai, a mãe de Callyo adormeceu logo depois de conhecer o rosto de sua filha, não sabendo que esperava gêmeas.

Ao mesmo tempo em que a lua surgia no céu, para iluminar a noite; a simples costureira sentiu novamente as contrações, percebendo que havia outra vida para vir ao mundo, outra menina, quase idêntica a primeira a não ser por uma única diferença na cor dos cabelos.

Callyo tinha os cabelos loiros como os raios do sol, bondosa, amava os jardins, os pássaros e o perfume das flores, a segunda menina recebeu o nome de Magallyo.

Magallyo tinha os cabelos negros como o anoitecer, gostava de brincadeiras, e de pregar peças nos moradores da Vila, sua brincadeira predileta; era fazer com que as pessoas pensassem terem visto um vulto ou ouvido risadas, se divertia com o medo das pessoas. Segundo relatos, Magallyo não era má, era brincalhona, e as vezes passava dos limites, o que poucas pessoas sabem é que, por causa de uma dessas brincadeiras feita por Magallyo, é que surgiu a tão falada perseguição religiosa e social contra as bruxas, porém, só dois séculos depois do nascimento das gêmeas iniciou-se a chamada,"caça as bruxas".

Os pais de Callyo e Magallyo, se viram obrigados na época a ir embora da Vila, antes dessa difícil decisão eles tentaram convencer a todos que as gêmeas, até então ainda adolescentes, eram normais e não representavam perigo. Os pais de Callyo e Magallyo eram não-bruxos, mas eles sabiam que suas filhas eram diferentes, desde o nascimento, durante o crescimento e desenvolvimento das gêmeas, os poderes sobrenaturais de Callyo e Magallyo se manifestaram, elas tinham poderes iguais e faziam tudo que se pode imaginar, elas possuíam poderes, a magia natural e conhecimentos que hoje só com dedicação, e estudos podem ser adquiridos. Existem bruxos, feiticeiros, magos e místicos com poderes magicos naturais ou poderes adquiridos ao longo de suas vidas, mas Callyo e Magallyo não necessitavam de estudos, elas nasceram com todos os poderes inimagináveis e até hoje misteriosos.

A primeira vez que alguém ouviu falar, em queimar bruxas em uma fogueira, eram das irmãs gêmeas que estavam falando, muitas pessoas inocentes foram pegas, acusadas de bruxaria e de serem aprendizes de Callyo e Magallyo.

Não se sabe, até hoje o que aconteceu a Callyo e Magallyo, se conseguiram fugir da perseguição ou se morreram.

Para homenagear as Mães-bruxas, todos os bruxos Callyo usam um medalhão com o pingente de Sol, os bruxos Magallyo usam um medalhão com o pingente de Lua, assim como nossas mães usavam.

Nenhum bruxo, feiticeiro, místico e mago tem o poder de escolher a que Mãe-Bruxa pertence, a escolha acontece, assim tal como foi com Callyo e Magallyo.

O nascimento é que distingue de qual lado o bruxo recém nascido pertence, e é por isso que uma bruxa grávida ou uma mãe que tem o conhecimento de que seu filho é um bruxo, não pode ter o seu bebê em um hospital comum, o parto tem que ser natural ou em um lugar mágico, quem nasce com o pôr-do-sol é um bruxo Callyo, e quem nasce com com o emergir da Lua é um bruxo Magallyo; é normal uma família ter bruxos Callyo e Magallyo.

Ser de um lado ou do outro, não define o carácter.

Existem Callyos maus e Magallyos bons, não podemos culpar nossas Mães-bruxas pelo que somos ou nos tornamos.

Somos quem somos e não é culpa de ninguém.

- A senhora é uma Magallyo, e não é má!- diz Jessie

- Sim querida, meu nascimento foi igual a de Magallyo, e o seu e o de sua mãe igual ao de Callyo!- admite Morgana

- Vó o que você acha, que aconteceu com as nossas Mães-bruxas?

- Eu acho que elas estão por ai, elas eram muito poderosas Jessie, não acredito que os Não-bruxos conseguiram captura-lás!

- Se elas estiverem vivas, eu quero conhecê-las pessoalmente algum dia.

- Se você as encontrar, traga elas para um cafezinho ok! Boa noite querida.

- Boa noite, vó.

            
            

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