Capítulo 5 Você não tem alma.

- Se eu pudesse, me livraria de vocês pessoalmente!- diz Lucy, perdida em seus pensamentos. - Mas não seria bom para o meu disfarce.

- Lucy!- chama Jessie. - O quê você tem?

- Desculpe Jessie, estou preocupada com a diretora ela pode não concordar, estou nervosa.

- É uma ideia boa, não tem motivos para ela não aprovar!- diz confiante.- Entendo seu nervosismo, mas temos que tentar a sorte.

- Você é sempre assim, tão decidida?

- Se me conhecesse melhor, ficaria surpresa com as coisas que acontece na minha vida.

- Que coisas? Pode me contar?

- Ainda não, são coisas que nem a minha família sabe.- disfarça Jessie.

- Você me conta quando confiar mais em mim.

- Boa idéia!- responde Jessie.

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Capítulo de hoje: Você não tem alma.

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Sala da diretora.

- Bom dia! A senhora tem alguns minutinhos para nos ouvir?- questiona Jessie.

- Claro crianças!- responde. - O que posso fazer por vocês?

- Queremos autorização da senhora, para fazer um projeto na escola.- responde Lucy.

- Adoro ver alunas tão esforçadas, e sobre o que é o projeto?

- Teatro, achamos que a escola precisa de mais cultura!- diz Lucy.

- Expliquem melhor?

- Pensamos em um grupo de teatro, vamos colocar um anúncio pela escola, e quem quiser fazer parte se inscreve, vamos fazer também alguns testes e apresentações.- explica Jessie.

-Aqui temos um calendário de funcionamento e umas anotações, para a senhora entender melhor!- diz Lucy.

- Parabéns meninas, vocês fizeram um bom trabalho, essa idéia maravilhosa nasceu de quem?

- De mim!- afirma Lucy. - Mas estava sem coragem para começar.

- Não é o que parece, sinto confiança quando olho para você, suas palavras senhorita Morgado não me parecem de uma adolescente tímida, parecem palavras bem calculadas e bem traçadas, prontas para obter resultados positivos!- diz a diretora, ao cruzar seu olhar com o de Lucy. - É uma belíssima idéia, eu particularmente gosto de teatros, é impressionante como alguém consegue viver tão bem um personagem, a ponto de nos deixar confusos com tão boa atuação, é fascinante como o teatro faz você mergulhar tão fundo no personagem que veste, que o próprio ator já não se reconhece na própria pele.

- Então a senhora aprova?- pergunta Jessie confusa.

- Sim meninas!- responde positivamente. - Podem dar início ao projeto!

- Obrigada diretora!- agradece Lucy. - Tenho certeza que a senhora vai adorar a peça que eu escrevi. - Diz olhando nos olhos da diretora.

- O quê aconteceu lá dentro?- pergunta Jessie

- Sei lá, ela é estranha.

- Senti que ela estava, te acusando de alguma coisa a forma que ela olhava pra você, é como se ela estivesse lendo a sua alma.

-Ela é estranha Jessie devemos manter distância máxima dela, para a nossa própria segurança.

- Você é exagerada, ela é a diretora o papel dela é intimidar os alunos.- diz Jessie. - Você não pode estar realmente com medo dela.

- Claro que estou, você acabou de dizer que ela parecia ler a minha alma.

- Foi a impressão que eu tive, mas não quer dizer que eu esteja certa!- fala Jessie. - O melhor é que ela permitiu o projeto, esquisita ou não a diretora adorou a idéia.

- Tem razão, temos que focar nisso e fazer com o que o teatro dê certo, podemos ser as fundadoras de uma tradição escolar.

- Tradição? É sério Lucy, você tem alma velha.

- Só porque eu falei em tradição?

- É brincadeira, eu estou tentando aliviar o seu nervosismo por conta da diretora.

- Ah, que bom! Estava pensando que eu poderia ser uma velha de sei lá 115 anos. - diz Lucy. - O que seria impossível.

- Esquece o que eu disse, vamos colar os cartazes e esperar uma fila de alunos interessados no projeto.

- Agora você que está estranha.

- Não estou Lucy, quem consegue viver 115 anos com rosto de 13. - diz Jessie. - Isso é coisa de cinema.

- Com certeza, mas você gosta de chás?

- Chá?- pergunta Jessie. - Minha avó gosta de chás, você minha cara com certeza tem a alma velha. - conclui em tom de piada.

Lucy ri demonstrando simpatia, mas em seus pensamentos obscuros mostra uma face completamente diferente e cheia de maldades. Os seus sentimentos em relação a família Blasthy é inteiramente profissional, e nada mudará seus planos.

Casa da família Blasthy.

- Como Foi a aula? - diz Morgana. - Onde vai com tanta pressa?

- Já volto vovó, preciso ver uma coisa!- diz Jessie correndo para o quarto.

- O que será que aconteceu!- pensa Morgana, apressando os passos em direção ao quarto. - O que está acontecendo Jessie?

- Desculpe vovó!- fala ao mesmo tempo em que mexe nas gavetas. - Estou procurando o... achei!

- O livro das Bruxas?

- Não à nada aqui!- fecha o livro, em tom de reprovação. - O livro vermelho, pode ter algo.

- Jessie! - grita Morgana. - O que você está procurando querida?

-Almas, vovó, almas!- diz ao se assustar com o grito de Morgana.

- Almas, porquê? O que quer saber sobre Almas, sou sua professora de magia Jessie, se tem dúvidas me pergunte.- comenta. - Mesmo que encontre nesses livros algo sobre Almas, você pode ficar confusa com os textos.

- Como assim? Almas são almas, não pode ser tão complicado.

- Claro que é!- afirma. - O que aconteceu?

- A senhora consegue saber, se existem bruxas por perto?

- Como assim? O que você quer saber?

- Eu quero saber muitas coisas, mas primeiramente, se houver bruxas perto de mim, eu consigo saber ou ela precisa se apresentar?

- É complicado Jessie, a magia é poderosa sim mas não é um rastreador, se existem bruxas aqui além de nós, podemos saber através de um feitiço, porém, é arriscado que a bruxa em questão sinta ou perceba que está sendo vigiada, o que pode desencadear um grande problema.

- Esse feitiço é através da alma?

- A alma querida, é magia pura, magnífica e natural de qualquer ser, mas só bruxos conseguem usar essa fonte de magia que existe, não se preocupe estudaremos sobre isso.

- A senhora não me respondeu.

- Por que o interesse?

- Hoje na escola, aconteceu uma coisa estranha.

- Me conte tudo, não me esconda nada.

- A diretora agiu estranho com a Lucy hoje, ela olhou de uma forma estranha como se lesse a alma dela, fez afirmações como se a conhecesse profundamente, parecia que estava acusando a Lucy de algo, as palavras que ela dizia não consigo tirar da cabeça.

- E por isso você acredita que a diretora é uma bruxa ou feiticeira. - diz Morgana. - Nao se preocupe, eu e Samanta vamos verificar isso, mas por enquanto você vai manter isso em segredo, não conte nada a Lucy, lembre-se Não-bruxos não podem saber de nós, para a segurança de ambos.

-Sim vovó!

- Preciso saber de mais alguma coisa?

- Não senhora!

- Se acontecer mais alguma coisa me avise, e não tente fazer nada sozinha! - Diz Morgana antes de deixar o quarto de Jessie. - Conheço você mocinha, sei que tentará algo, então quero que me prometa que deixará isso comigo e com Samanta, promete Jessie?

- Não vou fazer nada, eu prometo!- diz, enquanto cruza um de seus dedos, sem que Morgana perceba.

Jessie só conseguia pensar, no olhar assustador que a diretora lançou sobre a pobre Lucy, porque fazer medo ou acusações a uma simples aluna, seria a diretora uma bruxa? Essa questão martelava a cabeça de Jessie, o que Lucy teria feito à diretora, será que Lucy era culpada ou era apenas implicância da diretora. Porque aquele momento foi tão estranho?

- Jessie! Você ainda está na terra?- pergunta Samanta, interrompendo por completo os pensamentos de Jessie.

- Chegou cedo mãe! Estou bem, só um pouco desligada.

- Não parece bem, você está preocupada com a diretora não é?

- Como você sabe?- questiona Jessie. - Ah claro, além de minha mãe é uma bruxa, eu pensei que tivesse parado de me vigiar.

- Mas eu parei, sua avó me ligou e disse o quão preocupada você está!- revela Samanta.

- Não estou tão preocupada assim!

- Claro que não!- brinca Samanta. - Você só está tão desligada, que não percebeu que ainda não voltei pra casa.

- Ah é uma transmissão mágica. - diz sem muita empolgação. - Que horas a senhora volta?

- Em duas horas, tenho muito trabalho aqui, não se preocupe, se a diretora for uma bruxa vamos descobrir, pense bem Jessie é legal ter outras de nós por perto, não precisa ser ruim.

- A forma como ela agiu com a Lucy, não foi amigável, duvido que seja um ser do bem!- conclui preocupada.

- De qualquer forma eu e sua avó vamos verificar tudo sobre a diretora, agora desça e ajude a mamãe com o jantar, beijos e até daqui a pouco.

- Beijos, tchau holograma!- brinca. - Talvez minha mãe esteja certa, talvez eu possa deixar isso com elas ou talvez não.- conclui, antes de sair do quarto.

Olhos e ouvidos atentos, à espreitar.

- Essa diretora pode estragar tudo, é preciso fazer algo a respeito ninguém muda o que eu planejei.- pensa Lucy, ao ouvir a conversa entre Jessie e Samanta. - Não tema Jessie, nada e nem ninguém mudará a nossa história, não é mesmo senhor Délio, está com fome? O que quer para o jantar?

Casa da família Blasthy.

- Vovó que tipo de feitiço, você vai usar na diretora?

- Nenhum, vou conversar com ela.

- O que? Como você vai descobrir se ela é uma bruxa conversando?

- Vou deixar que ela sinta que sou uma bruxa, se ela sentir então sim ela é uma bruxa. - diz Samanta.

- A senhora disse que a magia não era um rastreador.

- E não é mesmo, acontece que quando um bruxo permite que sua magia seja descoberta, apenas seres mágicos conseguem sentir.

- A senhora está me confundindo.

- Desculpe querida, estou brincando, os bruxos não emitem um perfume mágico. - rir com a própria piada. - Vou conversar com a diretora e deixar a vista o colar de minha Mãe-Bruxa Magallyo, se reconhecer o colar de Magallyo ela se identificará ou ficará estranha.

- Agora faz sentido.

Estamos em perigo.

- Como pode estar certa disso? Ela não parece ser perigosa.

- Nunca subestime o inimigo Karen, você ainda vai aprender como ver a alma das pessoas.

- Tia eu a vejo todos os dias na escola, ela é feia se veste mal, mas não acredito que seja perigosa, quando me ver ela fica muito nervosa.

- Entenda que ela não fica nervosa, ela finge e faz com que todos acreditem na adolescente tímida que ela criou, conta sua uma experiência de bullying que nunca viveu, para quê? Para se vitimizar perante todos, eu à quero longe dela, eu ainda não sei o que ela quer, mas sei que ela não tem uma alma, e ainda não sei se a jovem Blasthy corre perigo ou é igual a ela.- diz Merry Castro, diretora da Otaviano Oliver II.