Contrato de Casamento - Livro 2
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Capítulo 5 5

Samanta

No dia seguinte...

- Alô? - Sua voz grossa e imponente soa do outro lado da linha me fazendo arfar. Arfar, que droga é essa!

- Por que não compareceu ao jantar na noite passada, Senhor Stanford?

- O quê? Como conseguiu esse número?

- E isso importa?

- É o meu número pessoal, Senhorita belfort. Então sim, isso importa!

- Eu só preciso saber por que não compareceu ao jantar? - insisto me sentindo irritada.

- Porque não julguei importante.

- Como assim, não julgou importante?! - rosno ainda mais irritada.

- Senhorita Belfort, nós tivemos uma reunião, conversamos sobre todos os pontos positivos e negativos. Portanto, não havia dúvidas a serem esclarecidas. O jantar era irrelevante.

- Irrelevante? Não é você quem determina isso, Senhor Stanford Junior!

- Não me chame assim! E quer saber, eu tinha coisas mais importantes para fazer do que ter que escutar uma garota mimada como você! - Ele esbraveja e eu bufo. Garota mimada? Ele não me conhece para me julgar dessa maneira! Com uma respiração consternada eu fito a tela do meu computador e encaro a foto do vice-presidente da Stanford na companhia de alguns amigos em uma despedida de solteiro.

- É claro que estava! - ralho.

- Só uma coisa, Senhorita Belfort.

- Sim?

- Apague o meu número da sua agenda e não me ligue mais. - Ora, seu! Penso em rebater, mas a ligação é encerrada.

- Você está vermelha feito um tomate maduro. - Penelope comenta extremamente espantada. Faço um bico com a boca o entortando para o lado. - O que vai aprontar?

- Quem, eu? Nada! - Minha amiga aponta um dedo para mim.

- Eu te conheço, Samanta Belfort e quando você faz esse bico quer dizer que vem chumbo grosso por aí. - Abro um sorriso malévolo e pego o meu telefone, fazendo uma ligação logo em seguida.

Ainda não sei por que me importo tanto com esse ogro. Sério, eu não sou de pegar no pé de ninguém, mas esse garoto consegue extrair o pior de mim. Sei que sou determinada e largar o osso quando eu percebo uma grande conquista não é do meu feitio. Ethan estava certo. Não havia dúvidas, nada a ser acertado e mesmo assim eu não consigo deixar para lá. Acho que estou ficando maluca! Nada que um dia inteiro de trabalho não deva resolver. Eu só preciso ocupar a minha cabeça com outras coisas e desligar esse botão vermelho de alto destruição, mas não sem antes fazê-lo pagar por me dar um belo chá de cadeira... digo, algumas taças de vinho e uma puta dor de cabeça.

***

Horas depois...

- Você já viu o Erick? - Penelope inquire invadindo repentinamente a minha sala com o seu tablet erguido em uma mão. Automaticamente tiro os meus olhos dos papéis para encará-la.

- Não, o que tem o Erick?

- Ele está na sala da presidência exatamente agora e advinha? - Me afasto da minha mesa para me encostar na cadeira.

- O que? - Em resposta, Penelope vira o tablet de frente para mim, exibindo uma foto do meu primo ao lado da sua namorada, e ambos estão sorrindo, e erguendo suas taças de champanhe. - Isso é o que eu estou pensando? - indago me sentindo suspensa.

- O que você acha? Ele veio exibir a aliança de noivado para o seu pai.

- Merda!

- Conseguiu o contrato com a Stanford, não é? Está tudo certo e devidamente assinado?

- Então, sobre isso...

- Merda, Samanta, o que foi que você fez?

- Uma grande merda! Eu liguei para o presidente da Stanford para fazer uma reclamação. Era para ser apenas um puxão de orelhas no Stanford Junior, mas ele adiou o contrato. - Em choque, a minha amiga ergue as sobrancelhas para mim.

- Deixe-me ver se entendi. - Ela pede se sentando na cadeira de frente para a minha mesa. - Ligou para o Kalel Stanford para fazer uma reclamação sobre o filho dele? - Meneio a cabeça em resposta. - Posso saber qual foi a reclamação? - bufo alto e desvio o meu olhar do seu me sentindo péssima.

- Atrasos e descasos.

- Atrasos e descasos? - Faço outro sim com a cabeça. - Eu não estou te reconhecendo, Belfort! - bufo desanimada.

- Eu sei! Eu também não - resmungo chorosa.

- Que merda, Samanta!

- É que ele me incomoda! Eu não sei, algo me impulsiona a provocá-lo. Eu sei que é absurdo, mas eu não consigo evitar! - rosno exasperada. Ela solta uma respira alta pelas narinas e me encara séria.

- Não adianta chorar o leite derramado. Eu sendo você correria para a sala da presidência antes que a concorrência consiga o seu objetivo.

- É exatamente isso que farei agora! - Levanto-me rapidamente e caminho igualmente apressada para o escritório do meu pai. Contudo, encontro Erick Belfort no meio do caminho. No seu rosto largo e jovial tem um sorriso satisfeito que ao me vir se enlargueceu com perfeição. Diminuo os meus passos à medida que nos aproximamos e quando paramos um de frente para o outro, ele leva as mãos aos bolsos da calça social. Um gesto elegante e imponente devo admitir.

- Samanta!

- Erick! Eu soube do seu noivado, meus parabéns!

- Obrigado! O meu tio adorou a notícia! Pelo visto ele já tem em vista um novo presidente, já que a sua filha está longe da responsabilidade de um bom casamento. O último foi um fiasco. - Filho da puta presunçoso! Rosno mentalmente quando ele menciona esse assunto e cruzo os meus braços, abrindo um sorriso para ele.

- Você não poderia estar mais enganado, priminho? - Ele arqueia as sobrancelhas e um sorrisinho sínico de lado surge em seguida.

- Ah, é?

- É!

- E eu posso saber onde está o meu engano? - Meu coração erra algumas batidas quando uma frase estúpida escapa da minha boca.

- Bom, eu estava esperando o momento certo para contar para o meu pai, mas vou abrir o jogo com você. O Ethan Stanford e eu estamos namorando. Acho que o seu partido não se compara com o meu nem de longe, não é? - Ver esse sorrisinho desgraçado sair da sua face me fez sentir um gostinho de vitória e inquieto, o meu primo retirou as mãos dos bolsos, fitando-me com incredulidade.

- Está me dizendo que você e o... Stanford. O mesmo da Stanford Corporation... que vocês estão juntos? - Ah essas palavras embaralhadas só serviram para me dizer que alcancei o meu objetivo. Eu o desestabilizei. O problema é que eu me menti em uma puta enrascada também.

- Exatamente isso!

- Eu duvido!

- O problema é seu! Não é para você que eu tenho que apresentá-lo como o meu namorado, então fica esperando na fila como todos os outros, queridinho! - ralho um tanto debochada e saio dali com a mesma pressa anterior, direto para o escritório de Tyler Harris. Invado a sua sala sem esperar ser anunciada e vou direto para o bar de canto. Encho um copo de uísque e o bebo como se fosse água. - Aaah, que coisa horrível! - rosno fazendo uma careta horrenda na sequência, mas logo sinto o ardor do álcool me esquentar demasiado por dentro.

- O que foi isso? - Tyler resmunga com um risinho, contornando a sua mesa e aturdida, fito os olhos divertidos do advogado da Stanford LTDA.

- Nada demais, eu só... estou fodida!

                         

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