Libertada pelo Mafioso Russo
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Libertada pelo Mafioso Russo

Busnio
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Capítulo 1 Prefácio

Arthur Drummond

Cinco anos atrás...

Em meu corpo, havia uma dose alta de adrenalina que me deixava completamente focado na minha missão, salvar a mulher da minha vida. Quando passei com ela pelas barreiras de proteção que meus soldados formaram em tão pouco tempo, consegui controlar toda a minha ansiedade em resgatá-la, foi onde eu me desprotegi e foquei no seu rosto, estava coberta de alívio e felicidade por ter cumprido a minha promessa, de trazê-la de volta para mim, mas em menos de um minuto tudo pareceu ruir. Um estampido invadiu meus tímpanos e em seguida, senti meu corpo se inclinar para frente. Uma dor e queimação começou a se alastrar como um raio dentro de mim, e só tive cinco segundos para fixar bem o rosto expressivo de horror da minha mulher antes de cair em um abismo de escuridão sem fim.

Parecia estar em um limbo onde segundo Trevor, que disse uma vez - por ser pouco religioso e em uma conversa sobre esse assunto - seria a fronteira do inferno. Encarei as cores escuras e vermelhas, que ao invés de me causar temor, eram as cores que eu mais me familiarizava, principalmente a que eu costumava iluminar o quarto para foder Ariel, me sentia em casa. Mas de repente, o que me parecia anos naquele lugar, uma luz branca e forte iluminou tudo e me forçou a sair dali, me puxou de volta para a superfície. O que antes não ouvia e não sentia nada, voltou sem cerimônia. Ouço uma médica ditando ordens para seus ajudantes, o barulho insistente do monitor que monitorava meus sinais vitais, ouvi tambem a voz ruidosa de Boris, um ancião da máfia. Ele falava com pressa:

- Arthur, me escute, não temos tempo. Nao sei como mas, Heron Roux está de volta!

- Senhor, precisa sair da sala, ele está muito ferido, não tem forças! - Disse a médica, enquanto rasgava as minhas roupas para uma completa avaliação do estado em que eu estava. Ela tentava me manter vivo e ganhar mais tempo e espaço para fazer o seu trabalho.

Ouvir e processar o que Boris acabou de me dizer, entre a vida e a morte, parecia me deixar puto, mais do que constar que tiveram a ousadia de me atingirem. Tento questionar de como isso seria possível e ditar ordens mesmo no estado em que estou, mas sinto dificuldade em falar, foi onde eu percebi que havia um tubo inserido em minha garganta. Meu ancião como se adivinhasse meus pensamentos, ordenou para a médica:

- Tire logo esta merda da garganta dele!

Rapidamente, um médico se aproximou e tirou o tubo da minha garganta, tossi e murmurei de dor, logo falei em meio a dificuldade:

- Ele estava morto!

- Também pensávamos, você explodiu antes que ele tentasse fugir.

- Que caralho! - Tento me levantar da maca, mas todos me impedem, inclusive Boris. - Minha mulher, onde está a minha mulher!

- Está em um quarto se recuperando, ela está bem! - Respondeu a médica, com medo de continuar me segurando e acabar morta. - Por favor senhor Drummond, se sair desta maca você morre!

Desisto de lutar, voltei a me deitar na maca e enquanto a dor me dilacerava internamente eu tentava entender de como aquilo era possível. Eu só conseguia pensar que Heron Roux está vivo. Eu sabia que algo a mais iria acontecer durante o sequestro de Ariel, e se eu soubesse que esse antigo problema pudesse novamente surgir, eu teria aproveitado cada segundo a mais ao lado da minha ruiva.

- Vamos entrar para o centro de cirurgia em dois minutos! - A médica avisou.

- Me diga o que quer que façamos. - Boris voltou a falar.

- Façam comigo o que ele fez. Forjem a minha morte!

- O quê? - Perguntou, confuso com o meu pedido. - Podem levá-lo, ele perdeu muito sangue, já está delirando!

- Faça como eu mandei, porra! - Gritei uma última vez, a dor estava me consumindo rapidamente. - Se eu sair vivo dessa, iremos conversar.

Deixamos a sala de emergência e sou direcionado para o elevador e levado diretamente para a sala de cirurgia. Na sala, sou colocado de lado por vários ajudantes da cirurgiã e logo apagado. Aos poucos vou retomando a consciência, tento me mover, mas todo o meu corpo ainda dói, me sinto fraco.

- Você é louco.

Ouço a voz de Boris no quarto, ele está sentado em uma poltrona no canto do quarto em que estou. Pouso a minha cabeça no travesseiro macio e descanso, e com os olhos fixos no teto, pergunto:

- Fez o que eu pedi?

- Mas é claro, muitas pessoas não gostaram da notícia, inclusive a sua esposa e Trevor.

- Espero que tenha feito um bom trabalho quanto ao meu substituto.

- Não se preocupe. Preparamos um boneco semelhante a você em menos de duas horas, usamos também um holograma por todo o necrotério até o momento da preparação do corpo. Há muito tempo o seu enterro já aconteceu.

- Ótimo! E a minha esposa, como ela está?

- Como imagina? Ficou histérica ao receber a notícia.

Minha ação embora tenha sido por meio de pressão, foi a mais certa enquanto me recupero e estudo a possibilidade de Heron Roux estar de volta, vivo, onde pessoalmente tratei de matá-lo e destruir todo o seu império. Porém, saber que Ariel ficou fora de si ao ser informada que estava morto, pude confirmar que finalmente ela me amava, assim como a amo.

- E quanto ao Yudi? O que fizeram como ele?

- A sua esposa matou ele.

- O quê?

- Como eu disse, ela ficou histérica.

- Nenhuma mulher fica histérica a tal ponto.

- A sua ficou. - Respondeu. - No início eu fui muito contra ao seu casamento com uma estrangeira, mas talvez vocês dois sejam pouco semelhantes. Ela praticou a mesma tortura que você costuma usar.

- Os animais?

- Exato.

- Cacete!

Me encontro completamente surpreso com a atitude de Ariel. Desde que a conheci eu vi um brilho que torturava a minha escuridão, ela era uma doce menina, inocente e ingênua que por mais que eu a corrompesse, continuava com aquele olhar amoroso e assustado, e agora ser informado o que ela fez, me faz questionar se era mesma mulher que estávamos falando.

- Como ela fez isso em menos de um dia? - Boris me encarou confuso.

- Qual última coisa que se lembra?

- Isso importa?

- Esteve apagado por três dias, você parou duas vezes na sala de cirurgia.

- Onde está a médica?

- Irei chamá-la.

            
            

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