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- A não mesmo ! - Nicolas e Sophia disseram juntos.
- Você não quer se casar comigo ? - Os dois se encararam, falando junto mais uma vez.
- Não, não, não, é como você disse, você não tem esse direito. - Sophia se levantou e apontou para o pai . - Por favor Lorenzo, isso não.
- Nem pensar. - Nicolas se levantou e foi pra trás da cadeira, balançado a cabeça em negativa.- Isso só pode ser brincadeira. Não posso fazer isso.
- Não estou pedido estou ordenando como o Don. - Lorenzo foi ríspido. - Você precisa de uma esposa Nicolas e eu tenho que dar a mão de Sophia em casamento a alguém que confie antes dos putos do alto escalão das outras máfias forçarem um casamento em troca de reforçar alianças, o que o conselho me obrigaria a aceitar. Mas não vou usar Sophia para isso entregando-a a qualquer um.
Sophia se sentou colocou as mãos no rosto.
- Ele namora, ele tem uma namorada. - Sophia falou já chorando. - Obriga ele a se casar com ela, eu não quero entrar no meio disso.
- Isso é verdade Nicolas ?
- Não, ela não sabe o que está falando.
- Mentiroso. - Sophia abaixou a cabeça.
- Se respeitem, eu não vou tolerar isso. E tem mais... - Lorenzo passou a mão no cabelo e bufou. - O Baile está chegando e é lá que vou anunciar o noivado de vocês, vocês vão se mostrar apaixonados para que ninguém tente destruir essa união.
- Meu Deus, porque me abandonastes senhor. - Sophia falou se lamentando mais em um tom engraçado, de um jeito que só ela sabia fazer pois realmente estava triste.
Lorenzo deu risada e Nicolas também queria rir mas a raiva passou por cima.
- Os dois podem ir. - Lorenzo falou
Nicolas saiu batendo a porta bravo. Sophia que estava se levantando da cadeira, se assustou com o estrondo e saiu do escritório.
Nicolas entro no carro, ficou parado por um instante e então deu um soco no volante, foi para a academia própria da máfia e descontou toda sua raiva no saco de pancadas.
Carlo um dos soldados estava segurando o saco e Tadeo estava parado ao lado deles só observando. Nicolas deu um soco tão forte que o saco não resistiu e rasgou, tiveram que trocar.
- Que bicho te mordeu. - Carlo falou colocando o novo saco. - Pela minha integridade física acho melhor eu nem segurar mais esse saco.
- Você fica bem onde está. - Nicolas falou ainda bufando de raiva.
- Então vai com mais calma ai. - Tadeo aconselhou enquanto passava a mão na cabeça. - Vai falando o que aconteceu ?
- Eu vou ter que me casar. - Falou voltando a socar o saco. - Com... a... estressadinha... com... a... - Ele parou e colocou as mãos na cintura, ofegante e continuou - Com a Sophia, vou ter que me casar com a Sophia, cara.
- Aaaaaaaaa. - Tadeo soltou aliviado. - Parabéns meu irmão.
Ele foi abraçar Nicolas que estava de cabeça baixa e não devolveu o abraço.
- Parece mais é que tá indo pra forca com essa cara. - Carlo falou coçando a cabeça.
- A irmão não vai fingir que não gosta dela que sabemos que você tem sim uma quedinha por ela.
- É mas eu não amo ela pra ter que me casar com ela. - Nicolas se sentou e os dois ficaram parados em sua frete. - Ela é impulsiva e a gente até brigou. Eu não quero me casar assim.
- To por fora, Sophia é a filha do Don que você estava protegendo no Brasil ? - Carlo perguntou confuso.
- Sim é ela mesmo. - Tadeo confirmou pelo irmão que não estava nem querendo falar. - A Nico a Sophia é linda e divertida, você tem sorte de ser ela, mas e seu casinho com a Giulia já acabou ? Porque se não terminou tem que termina logo.
- Não sei nem o que falar pra ela. - Nicolas abaixou a cabeça entre as pernas e cruzou os dedos na frente do corpo, o suor escorria em seu rosto e ficou pensativo. - Eu estava pensando em pedir ela em casamento, agora já era.
Sophia estava no seu quarto andado de um lado para o outro falando com Suzana no telefone.
- Calma amiga se ele quisesse algo sério com essa mulher já teria se casado com ela. - Suzana afirmou.
- Você tinha que ver ele todo cheio de marra quando Lorenzo falou do casamento me tratou como se eu fosse uma qualquer, não vou aturar isso. - Sophia falou irritada.
- Veja pelo lado bom ele é um amor com a Mel vai ser um ótimo pai. - Suzana tentou melhorar o humor da amiga.
- Será que essas coisas só acontecem comigo ? - Questionou exausta. - Como vou falar isso para meus pais ?
- Soso para vai, a pegada dele deve ser deliciosa, foca nisso.
- Você é uma safada ! Mas sim ele é bem gostosinho. - Ela mordeu os lábios. - Para ! Nem posso pensar nisso, o que importa é a Mel estar segura.
Enquanto no estacionamento da academia eles entraram no carro.
- Você já parou pra pensar que pelo menos estará casado com uma mulher incrível e mente aberta. - Tadeo falou.
- É, bom, pelo mesmo vou poder manter ela e a Mel sempre seguras. - Nicolas estava no banco do passageiro com o braço na janela e a mão nos cabelos.
"E vou poder beijar aquela boquinha" ele pensou dando uma risadinha de lado e já idealizando algumas coisas.
- Algo me diz que vai se apaixonar. - Tadeo notou a expressão do irmão. - Se já não esta.
- Cala boca, vai mais rápido tô com fome.
O dia do baile chegou e Sophia foi ao salão para fazer cabelo e maquiagem ela optou por um penteado preso deixando apenas duas mechas de sua franja solta em cada lado do rosto e uma maquiagem básica em tons de marrom com brilho causando destaque em seu olhar e deixando os contornos de seu rosto realçados. Seu vestido era num verde musgo, longo que a deixava com um ombro nu enquanto a alça do outro lado rodava seu pescoço e caia pela parte de trás do seu braço esquerdo.
Ela estava elegante e descendo as escadas encontrou Lorenzo encostado em uma coluna com o celular na mão.
- Deixa eu tirar uma foto dessa princesa para mandar para o Otávio e Helena. - Ele levantou o celular e assim que fez uma pose ele tirou uma foto. - Eu prometi que mandaria.
- O Senhor está bonito. - Ela elogiou o pai enquanto colocava as mãos sobre os braços dele.
- Não mais que você querida. Nervosa ? - Eles andaram até a porta e ela suspirou.
- Sim. Meu primeiro baile.
Entraram no carro e foram. Chegando cumprimentaram algumas pessoas indo em direção a mesa designada para eles. Nicolas estava sentado quando viu se levantou e como um cavaleiro comprimento Sophia com um beijo no dorso de sua mão e puxou a cadeira para ela se sentar.
Todos ao redor ficaram de olho na cena, inclusive um grupo de mulheres que pararam de conversar assim que Sophia passou.
- Uma verdadeira princesa. - Nicolas sussurrou no ouvido dela e se sentou.
Sophia se arrepiou toda mas disfarçou bem.
- E o senhor sabe ser um cavaleiro quando quer. - Disse e enfrentou o olha frio de seu pai, entendeu na hora o que ele estava dizendo.
"Ok, noivinha apaixonada por uma noite" falou pra si mesma e ofereceu um sorriso forçado ao seu par que se tornou um olhar de ternura e quase não pararam mais de se olhar até que começou as apresentações.
O baile acontecia todo ano com a finalidade de arrecadar doações para instituições de caridade por todo o continente. Começava com algumas apresentações de dança, seguido de alguns vídeos sobre as instituições e em seguida o maior investidor que no caso sempre era o Don da Máfia local, discursava e assim foi, Lorenzo foi muito aplaudido após seu discurso.
- E agora gostaria de chamar minha filha Sophia e meu Subchefe Nicolas Milanesi ao palco.
Todos aplaudiram enquanto os dois se encaminhavam até o palco de mãos dadas.
- Senhoras e Senhores venho hoje, também, anunciar a vocês com muita alegria a união do meu braço direito com minha filha. - Todos aplaudiram ainda mais, para alegria de uns e tristeza de outros é claro.
Nicolas se ajoelhou e abriu uma caixinha que abrigava um anel lindo de ouro branco com uma pedra de safira no meio e diamantes pequenos ao redor da pedra maior.
- Sophia Linares aceita se casar comigo ? - Ele perguntou sem tirar os olhos dela.
- Sim. - Respondeu sem parar de olhar para ele.
Ele colocou o anel no dedo dela e segurou sua mão enquanto levantava, eles estavam em uma espécie de transe e nem perceberam quando os aplausos param, continuaram se olhando e então Lorenzo sorrindo e disfarçando colocou a mão nas costas dos dois que finalmente despertaram e desceram de mãos dadas do palco.
Muitas pessoas vieram parabenizar o novo casal e eles se soltaram, algumas moças foram muito simpáticas com Sophia e uma delas, Joana até pegou o número dela.
Joana era filha de um dos conselheiros, como Lorenzo bem a informou quando a apresentou. Ela era loira e um pouco mais alta do que Sophia que por sua vez ficou feliz de conhecer alguém interessante em meio a tantas mulheres esnobes.
Tadeo e Letizia se aproximaram deles, deram os parabéns e Tadeo ficou conversado com Nicolas enquanto Letizia foi para mesa junto com Sophia.
- Querida eu fiquei muito feliz quando Nicolas me contou. - A senhora declarou empolgada. - Sabe não é todo mundo que tem a sorte de encontrar o amor em uma amizade linda como a de vocês.
Sophia ficou feliz por ver a emoção de sua futura sogra e não quis interrompe-la.
- Nicolas é um bom garoto, tenho certeza de que ele será um bom marido e pai. - Letizia garantiu com orgulho. - Sei que você tem uma filha, leve ela lá em casa para que possa conhecê-la eu imploro.
- Com certeza vamos combinar um dia. - Sophia falou aliviada por ver que pelo menos Mel cresceria em uma união familiar.
Nicolas avistou Giulia ao lado de seu noivo e não pode evitar a raiva que subiu em seus olhos.
- Porque não leva sua noiva para dançar ? - Tadeo deu a ideia e assim Nicolas fez.
Sophia viu ele se aproximando.
- Gostaria de dançar ? - Ele perguntou estendendo a mão que ela aceitou.
Ele colocou as mãos na cintura dela e ela colocou as duas mãos nos ombros dele ficaram se encarando enquanto dançavam.
- Eu... - Os dois falaram juntos.
- Você primeiro. - Ele falou.
- Eu só queria pedir desculpas por ter falado da sua namorada.
- Não tenho namorada, esquece, isso foi um erro.
- Ok, mas posso saber quem era ? - Sophia perguntou mordendo os lábios.
- O que ? Pra que ? - Ele falou com desdenho.
Sophia encarou ele seria, dando a entender que ela não iria desistir até saber, ele estalou a língua e revirou os olhos.
- O nome dela é Giulia Ruiz, bom agora será Senhora Manccini. - Declarou com ainda mais desdém.- Ela vai se casar semana que vem.
- A claro, fomos convidados, eu já conheci o Senhor Manccini. Sinto muito por tudo. - Sophia falou com do.
"Se não tivesse que ficar de babá no Brasil podia estar com ela" Sophia pensou alto.
- Ei, não é sua culpa. - Ele passou a mão no rosto dela.
- Bom sua vez, o que ia dizer ? - Ela mudou de assunto pois ficou vermelha de vergonha.
- Também tenho que me desculpar, fui um babaca, fiquei com raiva por você me falar as verdades que eu não admitia. - Ele desabafou. - Estou muito feliz pois vou poder continuar cuidando de você e da Mel.
Foi fofo, mas "Será que é só nisso que vai se basear nosso casamento, ele vai sempre achar que eu sou um dever, um trabalho ?"
- Eu não quero ser um fardo pra você. - Ela abaixou a cabeça e ele beijou o cabelo dela, sentindo seu cheiro gostoso.
- Você nunca foi e nunca será. Você é a Sophia, e se permitir, será a minha Sophia. - O coração dela acelerou, enquanto ele falava. - Vou fazer de tudo para o nosso casamento dar certo.
Ela sorriu e ele beijou seu rosto, causando borboletas na barriga dos dois e ali eles ficaram, ela aproximou a mão da nuca dele acariciando e ele apertou o abraço em volta da cintura dela.
Alguns minutos depois Sophia estava lavando as mão no banheiro feminino.
- A futura Senhora Milanesi, será ? - Uma mulher de olhos verdes e cabelos loiros quase brancos se aproximou de braços cruzados. - Acho que o Ni não irá se aquietar tão fácil assim.
Sophia apenas a esnobou, olhando de cima a baixo com cara de deboche e passou esbarrando nela.
- Vai demorar ainda aqui ? - Perguntou inquieta ao seu pai quando se aproximou da mesa.
- Não querida, irei falar com mais algumas pessoas e já podemos ir, ok. - Lorenzo passou o dedo indicador no queixo dela erguendo seu rosto. - Não abaixe a cabeça nunca, minha filha, seja qual for o motivo.
Ela ficou impressionada com aquilo, e percebeu que em tão pouco tempo Lorenzo já havia ensinado muita coisa pra ela, a tornando mais forte.
Ela nunca foi uma garotinha mimada sempre foi muito cabeça, mas toda aquela situação exigiu ainda mais força para que ela pudesse entender tudo e protejer sua filha. Mesmo se sentindo perdida ela estava em busca de determinação.