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O convite de Yeon-ki para Jae-hyun jantar em sua casa e conhecer sua família foi inesperado. Apesar de terem começado a se ver algumas vezes mais, apenas os dois, ainda parecia prematuro, para ela, que ele pudesse introduzi-la como namorada.
- Ele te chamou para jantar? - Exclamou Ji-eun ao telefone.
- Sim! Eu fiquei muda na hora e ele entendeu como se eu aceitasse! - Jae-hyun respondeu.
- Então, ele quer formalizar a relação mesmo. Que bom, amiga, fico feliz por vocês! - Ji-eun ficou com uma pontinha de inveja da amiga, mas em seu coração ela esta feliz e torcendo para que desse tudo certo. Sabia que deveria apoiar a amiga.
- Mas nós nem nos beijamos, mal pegamos na mão um do outro, sem querer, passeando no parque. Não... Ele disse só que precisava de alguém em quem confiasse ao seu lado para se sentir mais confortável diante do pai e me perguntou se eu conseguiria estar lá com ele. Não há de ser nada disso, não! - A cantora parecia mais tentar convencer-se a si mesma do que a amiga.
Quando o grande dia chegou, a atmosfera estava carregada de tensão quando todos se sentaram à mesa, Jin-eun, com seu sorriso cativante, apesar da timidez evidente, rapidamente deixou todos mais à vontade. Depois de saborearem alguns pratos exóticos, a conversa fluía de forma amigável. Yeon-ki observava a interação entre todos e sentia-se um pouco mais leve e aliviado.
Foi quando ele acabou revelando algo que acabaria por mudar a dinâmica da noite. Ele olhou para Jin-eun e disse casualmente:
- Sabe, meus pais são fãs fervorosos de uma cantora famosa. Jin-eun, talvez você deve até conhecê-la.
Os olhares curiosos se voltaram para Jin-eun, que manteve um sorriso educado enquanto olhava para Yeon-ki.
O pai de Yeon-ki, Sr. Park Taehyun, pareceu intrigado:
- Você é produtora? Yeon-ki tinha comentado por cima que você trabalhava com música. Bem, você sabe que não estamos muito atualizados com a cena musical. Mas, realmente, se você conhece Kim Wan-Sun pessoalmente, eu ficaria bastante impressionado.
Yeon-ki riu:
- Pai, na verdade, Jin-eun hoje é uma celebridade, uma cantora muito famosa e incrível. Certamente que ela já deve ter cruzado ou até mesmo cantado junto com a Sra. Wan-Sun.
A Sra. Park olhou de Jin-eun para Yeon-ki, entendendo o que estava prestes a acontecer. Foi quando Taehyun pareceu congelar por um instante. Seus olhos se estreitaram em reconhecimento e surpresa.
- Jin-eun... Lee Jin-eun... espera aí. Você não é a filha de Lee Joon-gi, é? - As palavras dele eram carregadas com uma mistura de surpresa e indignação.
Jin-eun assentiu com cautela, percebendo que a revelação não era uma mera surpresa, mas sim uma chama que reacendia antigas feridas.
O Sr. Park se levantou abruptamente, sua expressão agora era dominada por uma fúria contida.
- Você é filha de Park Min-joon, o homem que causou um enorme prejuízo financeiro à minha empresa! Suas ações contribuíram para a nossa falência e para o sofrimento de muitos funcionários.
Jin-eun abaixou o olhar, sentindo a pressão da acusação pesar sobre ela. Yeon-ki estava paralisado em sua cadeira, olhando de Jin-eun para o pai, sua mente lutando para processar essa revelação chocante.
O pai de Yeon-ki se dirigiu a ele com uma firmeza gelada:
- Yeon-ki, você não pode se envolver com alguém que está diretamente ligado à destruição de nossa empresa e à dor que causou à nossa família. Essa conexão é inaceitável.
O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Jin-eun manteve a compostura, mas seus olhos refletiam uma tristeza profunda. Yeon-ki lutava com um dilema interno, dividido entre o amor que sentia por ela e o peso do passado de sua família.
A tensão era palpável, e o jantar que começara como uma ocasião elegante se transformara em um campo minado de emoções conflitantes. As relações complexas entre Jin-eun, Yeon-ki e os pais dele estavam prestes a se tornar uma reviravolta que ninguém poderia ter previsto.
Triste com o congelamento de Yeon-ki, mas consciente da dificuldade da situação, Jin-eun levantou-se e sem dizer nenhuma palavra, dirigiu-se para a saída da casa. O médico pensou em segui-la, mas achou que naquele momento era melhor que o tempo pudesse diminuir as explosões que aconteciam internamente, no âmago de cada um deles ali. Aguardou estático à mesa, enquanto seu pai continuou a refeição como se nada tivesse acontecido e, pouco tempo depois, também saiu, em direção a sua própria casa.
- Tomou a decisão certa, meu filho. - As palavras do pai foram como uma punhalada em seu estômago, fazendo-o perceber claramente que ficar não havia sido mesmo a melhor escolha.
Após o jantar tenso, o desenrolar das conversas entre os quatro alterou a dinâmica do grupo e Ji-eun e Min-woo começaram a passar mais tempo juntos. Ele se mostrou um excelente ouvinte e era exatamente o que ela precisava naquele momento. Ela se sentia, na companhia dele, acolhida e compreendida.
Min-woo, sempre o fotógrafo observador, começou a convidar Ji-eun para sessões de fotos improvisadas. Eles exploravam diferentes cenários, desde becos estreitos e ruas movimentadas até parques serenos e praias tranquilas. A câmera de Min-woo capturava a essência de Ji-eun de maneiras que ela nunca havia visto antes. Suas poses eram uma mistura de confiança e vulnerabilidade, e Min-woo estava lá para capturar cada nuance.
Ji-eun, por sua vez, encontrava conforto na presença de Min-woo. Ele a fazia rir com suas histórias engraçadas e conseguia ler seus estados de espírito apenas olhando para seus olhos. Havia uma simplicidade reconfortante em sua amizade que a ajudava a esquecer temporariamente a complexidade dos sentimentos não resolvidos com Yeon-ki.
Uma tarde, enquanto exploravam um jardim botânico, Min-woo percebeu Ji-eun contemplativa, olhando as flores com uma expressão distante. Ele se aproximou, a câmera balançando pendurada em seu pescoço.
- O que você está pensando, Ji-eun?
Ela suspirou, virando-se para ele com um pequeno sorriso triste.
- Às vezes, as coisas podem ser tão confusas, não é? Você acredita em destinos entrelaçados, Min-woo?
Ele franziu a testa, pensativo.
- Acho que o mundo é cheio de conexões e coincidências que não conseguimos explicar completamente. O que faz essas conexões especiais é a maneira como as valorizamos.
Ji-eun assentiu, perdida em pensamentos. Min-woo estudou seu rosto, observando como a luz do sol a iluminava de maneira única. Um impulso o fez levantar a câmera e capturar o momento.
À medida que o sol se punha e o céu se tingia de tons de laranja e rosa, Ji-eun se aconchegou em um banco. Min-woo sentou-se ao lado dela, a câmera agora deixada de lado, por um momento raro. Eles observaram o crepúsculo e suspiraram juntos.
- Min-woo, eu sinto que o fio invisível que nos une, parece tão resistente e ao mesmo tempo tão frágil. Como se fosse impossível que ocorra um rompimento e, em contrapartida, uma simples conversa pudesse por tudo a perder.
Min-woo olhou para ela, os olhos escuros cheios de compreensão.
- Talvez seja isso que nos torna humanos, Ji-eun. A busca constante por conexões e significados em nossas vidas, com sua força e oposta fragilidade. Mas, às vezes, essas conexões tão sólidas em alguns momentos e líquidas em outros, podem nos deixar confusos e nos fazer questionar o que realmente queremos.
Ji-eun assentiu lentamente, sentindo um conforto na maneira como Min-woo a entendia. Era como se ele tivesse a habilidade de capturar não apenas imagens com sua câmera, mas também os sentimentos que flutuavam no ar.
Min-woo colocou a mão sobre a dela, um gesto suave e agradável. Ji-eun olhou para ele, seu coração batendo um pouco mais rápido. As palavras estavam emaranhadas em sua garganta, mas ela não conseguia formá-las. A presença de Min-woo a acalmava, mas também a deixava inquieta.
Enquanto a noite caía e as estrelas começavam a pontilhar o céu, Ji-eun sentiu que estava em um limiar, um momento em que suas escolhas poderiam moldar seu futuro. Ela se permitiu relaxar ao lado de Min-woo, sentindo-se revigorada com sua amizade, mas também confusa pelo que essa proximidade significava.
A ligação entre Ji-eun e Min-woo crescia, mas ela não conseguia evitar as lembranças do sentimento que compartilhava com Yeon-ki. O grupo de amigos havia enfrentado muitas reviravoltas, e a complexidade de seus sentimentos parecia aumentar a cada dia que passava.