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Ela olhou para traz e então o viu, era ele mesmo, ela não pode acreditar e desmaiou.
O homem de 40 anos que aparentava ter menos idade a segurou e a colocou na cadeira mais próxima. Eles estavam no restaurante que Diana trabalhava como gerente.
Quando ela acordou viu ele encostado na mesa em frente a ela e uma das garçonetes estava atrás dela segurando sua cabeça e colocando um pano molhado em sua cabeça, ela o encarou mesmo com a visão um pouco embaçada.
- O que está fazendo aqui ? - Ela perguntou e o homem se aproximou dela e acariciou o seu rosto.
- Há seis meses recebi uma ameaça. Uma foto de uma menina de 21 anos muito parecida comigo, e um bilhete dizendo que iriam matar minha filha brasileira. Logo lembrei que a única vez que vim para o Brasil, foi quando vim como meu pai para inaugurar esse hotel aqui a exatamente 22 anos atrás. - O homem se levantou colocou água em um copo e deu para ela beber, mandou os empregados sair do restaurante e ordenou que apenas Nicolas e Tadeo ficassem na porta.
O homem e Diana ficaram sozinhos no restaurante.
- Não sabia se era verdade mas enviei o meu melhor homem pra verificar isso. Chegando aqui ele descobriu que a menina da foto, Sophia não era filha do dentista Otávio nem de sua mulher Helena, mas ela era filha biológica da sua tia Diana. - Ele a levantou pelas mãos e como ele era muito mais alto que ela, se apoiou na mesa e colocou ela no meio de suas pernas para que ela pudesse ficar perto mas ainda sim olhar nos olhos dele.
- Desculpa, eu era muito nova e quando fiquei sabendo não tinha como te encontrar. Eu queria... - Ela estava muito envergonhada então colocou a mão no seu próprio rosto, suspirou e continuou. - Queria abortar mas a minha cunhada e meu irmão que não podiam ter filhos pediram pra mim ter a criança e dar para eles.
Ela tinha 16 anos na época, não tinha terminado a escola e estava trabalhando como garçonete naquele restaurante para juntar dinheiro para faculdade, ela escondeu a gravidez inteira por algum milagre a barriga dela não cresceu muito mesmo tendo uma gravidez completamente saudável, ela trabalhou normal e deixou acumular 5 dias de folga para poder tirar no dia que ela fosse ganhar bebê, tudo deu certo e nunca desconfiaram que ela já esteve gravida. Ou era o que ela pensava.
Ela sempre gostou de trabalhar lá e não sábia o porque mas sempre recebeu muito bem até mais que os outros funcionários acima dela, mesmo depois de anos e mesmo depois de formada na faculdade nunca saiu, por que não encontrava nenhum trabalho que ganhasse mais, e agora entendeu que o amor de sua vida era o dono daquele lugar.
- Não consigo nem imaginar tudo o que você passou e sozinha, eu nunca voltei por que não poderia ficar junto com você e minha família é muito rígida, na época eu não poderia me casar com uma estrangeira essa regra mudou a cinco anos atrás mas você já estava casada. - Ele colocou as mão na cintura dela e ela o abraçou, ele apertou dos braços em volta da cintura dela e a beijou no pescoço, ela sentiu um arrepio correr pelo seu corpo, abrindo um sorriso malicioso no rosto dele que percebeu. - Infelizmente os meus negócios são perigosos e descobriram sobre Sophia. Não posso deixá-la desprotegida.
- Vamos conversar com Otavio e Helena, eles se preocupam mais com a segurança dela. - Diana disse.
Olhou para ele e então ele a beijou e foi um beijo muito intenso, envolvendo ternura, afeto muita saudade.
Quando Sophia e Mel desceram para jantar seu pai já tinha chegado, Mel correu para o colo do avô, ela era muito apegada a eles.
Durante o jantar eles conversaram sobre o ocorrido e pediu para Sophia colocar Mel para dormir e depois descer para poderem conversar.
Já era quase dez da noite quando Mel finalmente pegou no sono e Sophia desceu para conversar com seus pais.
Conforme foi entrando na sala de estar viu que os pais não estavam sozinhos, seu pai estava sentado na poltrona e sua mãe estava do lado dele em pé, no sofá do lado direito dele estava sua tia Diana e no sofá de frete para ela estava um homem de pele clara, cabelo castanho claro e olhos azuis iguais os olhos da Mel, do lado dele estava sentado Nicolas que sorriu assim que olhou para ela.
Ela ficou com vergonha porque eles estavam bem arrumados todo de preto e social. Já ela estava com um shorts jeans uma regata preta e um chinelo de dedo também preto.
Nicolas notou que preto ficava muito bem nela, já que era muito branquinha parecendo a branca de neve e tinha o cabelo preto e os olhos também bem pretos, como os de Diana, ele já tinha visto como ela era linda mas ali na casa dela ela estava bem relaxada então pode ver melhor o quão ela era naturalmente bonita.
- Filha temos visita, venha conhecê-los. - Helena disse foi até a filha levando-a até o sofá e se sentou com ela ao lado de Diana.
O clima na sala estava muito tenso e todos sentiram isso.
- Boa noite tia, boa noite senhores. - Sophia falou enquanto foi se sentando, ela estava cada vez mais confusa e se sentiu tonta mais uma vez.
- Boa Noite Senhorita, meu nome é Lorenzo Luvizzoto e este aqui ... - O homem mais velho falou e colocou a mão em cima do ombro do mais novo. - É meu braço direito, Nicolas Milanesi, mas acho que você já se conhecem.
O homem tinha um sotaque que agora Sophia pode identificar, era italiano e ela falava perfeitamente italiano, além do português e inglês, graças as aulas que seus pais pagavam desde pequena.
- Siete Italiani? (Vocês são italianos ?) - Ela disse forçando um sotaque perfeito.
- Molto bene, hai capito bene! ( Muito bom, você acerto! ) - Lorenzo disse impressionado, ele não esperava.
- Bom vamos ao assunto. - Otávio disse - Sophia nós estamos todos aqui porque precisamos te contar algumas verdades.
- Filha nos te amamos muito e nunca te contamos a verdade apenas para te protejer. - Helena disse com medo de que Sophia ficasse com raiva deles.
Então Diana começou a falar e a contar tudo.
- Me Desculpa mas eu não seria uma boa mãe tanto quanto Helena foi pra você, sempre te amei e sempre estive do seu lado, vendo você dar cada passo, mas, foi tudo pelo seu bem. - Diana estava chorando assim como Helena.
Sophia pediu para ouvir a versão de cada um e quando chegou na vez de Lorenzo ele disse que não sabia de nada até o dia do acidente dela a 6 meses atrás.
- Mandei Nicolas pro Brasil pra ver se aquela ameaça era verdade, então ele, graças a Deus, estava muito perto de você quando o carro colidiu com o seu e viu um homem indo na sua direção com uma arma, Nicolas atirou no homem e conseguiu te socorre. No hospital ele descobriu que você era a filha de Diana pois ouviu uma conversa entre Helena e Diana que estava ali pra doar sangue pra você, por que só ela era compatível. - Lorenzo falou
Sophia já estava chorando, chocada com tudo aquilo, finalmente ela entendeu tudo o que aconteceu em sua vida, pela primeira vez ela não estava se sentindo perdida no mundo, ela estava se sentindo encontrada, mas não pode evitar de se sentir traída por todos, e uma tonta por ser a única que não sabia de nada.
- Tenho mais uma coisa pra te contar. - Lorenzo falou limpando a garganta e indo direto ao ponto. - Minha família pertence a uma organização da Itália, e eu sou o chefe, agora sou o Don de uma Máfia italiana pra ser mais específico, Nicolas por exemplo é o meu subchefe e nos dois temos que voltar para Itália, ele ficou muito tempo fora porque deixei ele aqui cuidando de você, mas o conselho quer que ele volte e eu não posso deixar você e sua filha aqui desprotegida, eu quero que você venha comigo.
- Como assim? - Sophia não pode acreditar. - Não, eu não posso, nem te conheço.
- Inimigos nossos já sabem da sua existência e aqui fica fácil de te atacarem. - Nicolas explicou.
- Eu tenho uma vida aqui minha faculdade não dá. - Sophia ficou desesperada olhando para Otávio e Helena.
- Calma filha, nós achamos que vai ser o melhor pra você e para Mel, pensa nela. - Helena disse passando a mão nos cabelos da filha e respirando fundo para não chorar e ser forte por ela.
- Olha o que aconteceu seu acidente, o incidente de hoje, não temos como te protejer aqui Soso... - Esse é o apelido carinhoso que Otávio a chama desde bebê. - Nos te amamos e vamos continuar se falando, mas agora o que importa é você e a Mel ficarem seguras. - Otávio disse se levantando e indo abraçar a filha.
- Nos vamos embora só no domingo. Tem mais um dia pra você se despedir de todos. - Nicolas disse.
- Eu não acredito que isso esteja acontecendo nunca fui pra tão longe sem vocês. - Sophia falou com a voz embargada. - Preciso ligar para as meninas virem amanhã se despedir. Com licença.
Secando as lacrimas ela saiu da sala indo pra o jardim. Assim que desligo o telefone Nicolas se aproximou.
- Me desculpa não falar nada antes.
- Eu entendo, você não podia. - Ela se encostou na mesa e ficou virada para porta de vidro vendo o pessoal lá dentro conversando. - Então quer dizer que meu anjo da guarda se chama Nicolas.
Eles riram, Nicolas sacudiu a cabeça e cruzou os braços, ficou do lado dela olhando pro jardim cheio de flores e muitos brinquedos espalhados da Mel.
- Mais ou menos isso. - Ele nunca tinha falado com ela até aquele dia, durante seis meses ficava só observando e cuidando dela, ele sentia como se a conhecesse, e ao mesmo tempo queria conhecer mais. - Eu amei passar esses meses no Rio fazendo sua escolta, o bom é que nunca ficava entediado, sempre tinha um bate e volta na praia, um barzinho com as amigas. Esse foi o melhor trabalho até hoje.
Sophia ficou com o rosto vermelho, ela não tinha pensado nisso, ele estava em todos os lugares já deve ter visto ela das piores formas.
"E eu com vergonha por ele me ver vestida assim"
- Aí que vergonha, já deve ter me visto bebada também ? - Ela riu colocando a mão na boca.
- Com certeza, esses eram os dias mais difíceis do trabalho, a atenção tinha que ser em dobro. Lembrei do dia que você e sua amiga Ana foram para praia a noite e vocês beberam tanto que a Ana não queria levantar da areia e você queria entrar na água então você foi rolando ela pela areia até a água naquele dia eu não pude nem piscar os olhos porque achei que ou você ia morrer ou ia matar sua amiga. - Os dois riram novamente. E Nicolas encostou na mesa com ela. - Vai dar tudo certo você vai gostar de morar lá em Sicília, é muito bonito e a casa do seu pai é de frente pro mar.
- Nunca sai do Rio, nunca sai dessa casa na verdade, vai ser tudo diferente daqui pra frente. - Sophia disse com a voz triste.
- Sophia Linares te garanto que vou estar lá para te ajudar e ou te perturbar todos dias de sua vida, isso é uma promessa. - Nicolas disse e a puxou para entrarem na sala. - Quem sabe até descontar os estresse que você me fez passar.
Eles riram.