Os Pecados da Outra
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Capítulo 7 Os Pecados da Outra img
Capítulo 8 Os Pecados da Outra img
Capítulo 9 Os Pecados da Outra img
Capítulo 10 Os Pecados da Outra img
Capítulo 11 Os Pecados da Outra img
Capítulo 12 Os Pecados da Outra img
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Capítulo 5 Os Pecados da Outra

Em um quarto todo fechado, sem janelas, uma pessoa espalha fotos sobre a mesa. Eram fotos de crianças, todas tinham a mesma idade: dez anos. Agora, porém elas já eram adultas. Uma daquelas fotos era de Camila. Os olhos da pessoa olham para cada uma daquelas fotos! Um ódio mortal brilha naquele olhar... A pessoa afastou-se da mesa, pegou um chicote e foi açoitando cada uma daquelas fotos, até chegar à de Camila, que também caiu ao chão junto com as outras.

Augusto parou o carro no pátio da fazenda Pedra Maior...

Felipe desceu e seus olhos se fixaram na Pedra do Baú.

- É linda, não? Sabia que a primeira subida nessa pedra, aconteceu no dia 20 de agosto de 1940? Foi os irmãos Cortez que conseguiram essa façanha. Graças a eles podemos subir, pela escada de ferro fixado na rocha, ter lá de cima uma das mais lindas visões de boa parte da serra de Campos do Jordão e das lindas montanhas de Minas Gerais...

- Não me dou bem com altura. Fico meio tonto quando estou em lugares altos...

Felipe desviou o seu olhar da pedra do Baú, e fixou os seus olhos na entrada da casa grande...

- Tem certeza que quer mesmo, vê-lo agora? Sabe como ele é... Você vai se magoar, as palavras dele com você sempre foram cruéis...

- Está tudo bem, Augusto. Eu estou preparado para enfrentar o meu irmão.

Celeste veio sorrindo em direção a Felipe e o abraçou com lágrimas nos olhos. Se Felipe teve algum amor, algum ato de carinho veio somente da parte de Celeste, que cuidava dele desde que ele nasceu. Ela estava com sessenta anos, era uma negra forte, bonita.

- Meu Deus, o meu menino branco voltou.

- Celeste, minha mãe preta, que bom vê-la de novo. Sabia que as suas visitas e as de Augusto foram elas que me deram forças, para eu não enlouquecer naquele inferno?

- Que bom que você deixou aquele lugar... Um rapaz tão bonito como você, tão boa pessoa não foi feito para aquele lugar!

Felipe bateu levemente na porta do quarto de Sandro. Ele estava acordado sobre a cama, disse um "entre" baixo, mas nada agradável.

- Você? Augusto me disse que a sua liberdade condicional estava para sair, mas eu não pensei que fosse tão rápido.

O olhar de Sandro sobre Felipe era um olhar frio e nada amigável. Ele desprezava o irmão mais jovem com todas as suas forças.

- Você deve saber que eu estou morrendo, sente-se feliz com isso?

- Você sabe que não, Sandro, eu não sou como você.

- Com certeza deve estar pensando que ficará com o meu dinheiro... Aposto que está torcendo para que não encontrem a minha filha, ou torcendo para que ela esteja morta, para você ficar com toda a minha fortuna.

- Eu não quero o seu dinheiro. O seu dinheiro não me interessa. Fico realmente triste de saber que nem na situação em que você se encontra, você muda esse seu jeito.

- Deve se sentir feliz por ver nesse estado, não é?

- Não, mesmo você tendo sido horrível comigo durante todos os esses anos, eu não desejo o seu mau. Não sou como você que no lugar desse seu coração tem uma pedra de granito.

- Você é um bastardo, nada vai mudar isso. Você é filho do pecado, nossa mãe foi uma vagabunda. Ela traiu o meu pai, com um rapaz mais jovem que ela e dessa traição resultou você. Você é a prova viva da traição dela! O meu pai se matou quando ele descobriu que ela o havia traído, e ainda por cima havia ficado grávida do amante... Ele sofreu muito, por isso todas as vezes que eu olho para você, eu o odeio com todas as minhas forças que ainda me restam!

Felipe se afastou da cama...

- Nossa mãe está morta, não é justo que você fale assim dela.

Sandro tentou ficar sentado na cama, para melhor poder encarar Felipe. Havia ódio naquele rosto maltratado pela doença.

- A nossa mãe não está morta!

Felipe sente tudo estremecer dentro dele, ele voltou para perto da cama com a mente em turbilhão.

- O que foi que você disse? Você deve estar brincando comigo! Ela morreu ao me dar a luz, você disse isso!

Naquele momento, Sandro sarcasticamente deu um sorriso. Um sorriso frio, cruel e desumano.

- Eu inventei essa história, fiz você pensar que ela tivesse morrido quando deu a luz a você. Mas não foi isso! Eu coloquei aquela vadia ordinária em um sanatório!

                         

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