Capítulo 4 Dia torturoso

A jovem despertou e havia um policial no quarto.

- Senhorita, está presa.

- Não. Ele tentou abusar de mim e eu só me defendi. - A voz dela tremia.

Ela tinha que lutar para conseguir provar sua inocência. Mas como faria isso presa?

- Senhorita, não dificulte as coisas para nós. Caso contrário, teremos que usar a força.

Ela estremeceu de medo e chorou. James entrou e seu olhar caiu sobre o policial que saiu do quarto. Ela nem olhou para o homem, mas manteve sua cabeça baixa.

No momento seguinte, ele segurou forte o queixo dela.

A mão que segurava seu queixo parecia uma tenaz de ferro, aplicando pressão cada vez mais forte, quase esmagando o queixo da jovem, que estava chorando de dor.

Mas ele não mostrou nenhuma misericórdia, apertando cada vez mais forte.

- Quem poderia imaginar que debaixo desse rosto bonito se esconde um coração tão malicioso? Um ser humano capaz de matar uma pessoa.

- Eu realmente nāo fiz nada contra aquele asqueroso! - Cleia mordeu os lábios, com o rosto branco de dor.

- Você não pode me mandar para a prisão sem provas. - Disse a jovem chorando.

- Sim, eu posso. - James riu friamente e disse cruelmente, palavra por palavra.

- Bem, então, Srta. Cleia, a partir de agora, por favor, desfrute do resto de sua vida na prisão.

Ele soltou seu queixo, virou-se e saiu, com um olhar despreocupado. No minuto seguinte, ela foi levada para a prisão feminina.

Cleia ficou pálida, sem conseguir dizer uma palavra.

A prisão feminina não era tão pacífica como parecia. Na sua primeira noite na prisão, ela foi arrancada da cama enquanto dormia.

- O que vocês querem?

Cleia olhou com cautela para as companheiras de cela ao seu redor, que a cercaram com más intenções.

- Não tentem nada engraçado, senão eu chamo os guardas!

As detentas ao redor dela não ficaram assustadas ao ouvir essas palavras. Pelo contrário, riram alto e se olharam. A líder, uma mulher magrela, apontou para o rosto de Cleia zombando.

- O que você disse boneca? Vai chamar os guardas? Eu ouvi direito? Você quer chamar os guardas?

Enquanto falava, ela deu um tapa na cara da jovem com toda a força e gargalhou.

- Vá lá, chame! Você não ia chamar os guardas? Desgraçada e assassina!!!

Cleia ficou tão atordoada com o tapa que quase perdeu o equilíbrio. Seus ouvidos zumbiam.

Com uma mão segurando a parede, ela mal conseguiu ficar em pé. Então, inesperadamente, ela atacou a mulher.

Um som de tapa forte ressoou.

Houve um breve momento de silêncio na cela depois que ela deu um tapa. Ninguém poderia imaginar que essa mulher frágil e delicada tivesse coragem de revidar.

A mulher ficou furiosa depois de levar o tapa de Cleia. Com os olhos vermelhos, ela rosnou.

- Você, sua desgraçada! Irmãs, me ajudem a bater nela! Pode bater até quebrar, não tem problema. Sr. James disse que não precisamos ter piedade e que podemos bater nessa covarde desde que não a matemos! Mas eu quero matá-la agora.

Cleia ficou chocada. Uma dor aguda percorreu todo o seu corpo, do coração até as extremidades.

- James Carson! James, James. - Ela sussurrou.

Cleia tremia de medo, seu coração se transformou em gelo. Ela olhou para as prisioneiras e se levantou, correndo em direção à mulher e bateu tanto nela que a mulher desmaiou. Olhando para as duas mulheres em pé chocadas, ela ergueu seu rosto.

- Nunca toquem em mim novamente. Esse é um exemplo do que vai acontecer com quem ousar tocar em mim de novo.

Ela disse friamente. Felizmente, ela aprendeu a se defender no orfanato. Pois haviam histórias de homens que pulavam o muro a noite nos orfanatos para abusar de jovens e crianças e ela precisava estar preparada. Felizmente, isso nunca aconteceu. As duas mulheres correram para a grade de ferro da prisão e agarraram com força a grade e gritaram por ajuda.

- Socorro! Me ajudem! Essa mulher está nos batendo! Rápido, alguém vem!

Sabendo que não haveria guardas vindo em seu socorro, elas faziam um apelo inútil!

Cleia estava furiosa e estava apostando, apostando que James teria permitido que essas prisioneiras "cuidassem bem" dela, mesmo que essa possibilidade fosse pequena. Ela ainda tinha esperanças de que ele não faria nada de grave com ela e deixaria uma margem de manobra.

- Ah!..

O cabelo da primeira foi puxado com força e ela tropeçou, caindo no chão com um baque. A mulher nunca esteve tão embaraçada antes!

No próximo segundo, Cleia puxou os da segunda e as espancou até cansar. Cleia estava dolorida, as lágrimas escorriam pelo canto dos olhos e encharcavam seu rosto.

Nunca foi tão humilhada como agora. Tudo porque se defendeu de um abusador e ainda o matou.

Por que ela tinha que suportar a raiva e o ódio de todo mundo? Por que ninguém acreditava nela? Ela estava sozinha e sendo órfã, ninguém lutaria por ela. Mas como ela provaria sua inocência agora? Ele estava morto e mortos não falam e se ele estivesse vivo, ele não falaria a favor dela. Ou seja, esse acontecimento, era inevitável.

Ela permitiu que as lágrimas rolassem. Desde o incidente, até o momento em que foi presa, Cleia acreditava firmemente: ela era inocente, foi defesa própria.

Mas agora, ela entendeu que, enquanto todos pensassem que ela era culpada, ela mereceria ser punida.

E tudo isso, era a vontade do Sr. James.

Na manhã seguinte...

- Ei detenta, acorda! Vai limpar o banheiro.

Uma presidiária empurrou Cleia bruscamente, depois de olhar para as três mulheres caídas no chão, a mulher gritou assustada.

- Ah! Morreram!

Outra presidiária corajosa correu até elas, colocou o dedo embaixo dos narizes delas e, depois de um momento, percebeu uma respiração fraca.

- Não faça barulho! Ainda estão vivas! Chame os guardas!

As mulheres foram levadas. Mas isso talvez não seja uma coisa boa. O tormento sem fim e a humilhação podem levar uma pessoa à loucura e mudá-la completamente. E isso aconteceu com a jovem. Ela teria que amadurecer rápido ali dentro. Afinal, era uma selva e os fortes sobrevivem. Então ela teria que ser forte também.

Passou-se duas semanas, até que o julgamento da jovem ocorreu. Sara depôs contra a jovem, todos da fazenda permaneceram neutros, mas quem ouvisse seus depoimentos sabiam que eram contra a jovem. Ninguém queria ir contra o patrão. Mesmo ele não os obrigando a mentir, eles tinham medo de serem despedidos. James era um empresário e pagava bem os seus funcionários. Apenas Branca foi a testemunha de defesa da jovem e contou sobre as investidas do capataz. O que deixou James inexpressivo. A jovem usava um macacão laranja e estava mortalmente pálida e magra. Ela nem olhou para James. Mas ele mantinha seu olhar gélido nela. Por fim, ela foi condenada há três anos de prisão em regime fechado.

Quando ela foi levada para a cela, ela olhou para Branca que chorava na cadeira e sorriu.

- Obrigada! - Foi a única palavra que ela disse.

James saiu com o advogado e a mãe de Teo que estava radiante diante da prisão da assassina do seu filho. A mulher foi orientada por Sara a prosseguir com a acusação. Sara não estava disposta a deixar que outra mulher roubasse a atenção do seu chefe. E ela foi até o fim com isso.

A rotina na fazenda seguiu normal e não se comentava mais sobre o assunto. Era algo proibido. Os fazendeiros ao redor não acreditaram no capataz. Como não era problemas deles, não quiseram depor a favor da jovem.

Enquanto isso na penitenciária, ela se manteve longe de problemas e lia bastante. Ela sairia em 3 anos.

            
            

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