Capítulo 2 Determinada

SARAH

Minha cabeça estava vazia e ao mesmo tempo tão cheia. Acho que estou atordoada. Eu realmente tive a coragem de terminar com o Tommy?

Oque eu estava pensando? Ele é o tipo de namorado que todas as meninas sonham, jogador de futebol, ele é Running Backs, não é o jogador principal, mas ele está no time. Vejam bem, moramos no Texas, aqui você é um jogador de futebol, uma líder de torcida, ou você é nada.

Para todos os efeitos, éramos o casal perfeito, ele estava no time e eu na equipe de animação. Sem falar que o Tommy tem aquela beleza típica de garoto americano, loiro, olhos azuis, alto, magro, mas definido. Combinavamos perfeitamente, já que eu também sou loira, na verdade nossos cabelos eram quase do mesmo tom, a diferença é que meus olhos são de um verde escuro. Eu tbm não sou baixa, meus 1,76 de altura encaixavam perfeitamente com os 1,84 dele.

Oque não encaixava muito bem, era nossas personalidades, eu era vivaz, simpática com todos, adora cantar, rir e brincar Enquanto ele era sério... sempre mandando eu me comportar como uma dama, dizendo que meus modos não condiziam com nossas posições. Estudamos em uma escola particular, bem uma escola de elite. Nossos pais têm dinheiro e prestigio. Aqui no Texas o legado das famílias é muito importante. Meu Pai é o que chamam de novo rico. Não temos um sobrenome por trás da nossa fortuna, meu pai lutou por isso, eu me orgulho dele, mas também me recinto, em busca do seu legado ele deixou eu e minha mãe sem carinho e atenção. Todo o esforço dele sempre foi para o trabalho. Não sei como minha mãe aguenta, ainda mais com um sorriso no rosto. Apesar de eu e minha mãe sermos próximas eu nunca tive coragem de perguntar. Ah... eu odeio pensar sobre isso.

Mas voltando ao Tommy. Solto um suspiro. Como eu me perdi tanto por um homem? Deixei de ser tudo oque eu era para me encaixar, sempre obediente, sempre comportada. Suportando tudo, talvez eu não seja tão diferente assim da minha mãe...

Quem eu serei agora? Esse relacionamento cheio de altos e baixos, me fez perder meus amigos, lembro como tínhamos um grupo imbatível no fundamental, claro eles ainda andam todos juntos, são os mesmos, fui eu quem mudei, fui eu quem me afastei. Tommy não os aprovava e eu aceitei. A única que permaneceu ao meu lado foi a Lili, não foi difícil, já que nos conhecemos desde sempre e ela também fazia parte da torcida. Mas ela odeia o Tommy. E faz sentido já que ela é minha melhor amiga. Cogito ligar para ela, mas desisto imediatamente. Eu não quero ouvir oque ela tem a dizer.

Paro um minuto e percebo que a casa está completamente vazia, não vejo sinal de minha mãe nem de Rosa, nossa empregada. Subo as escadas correndo e vou direto para o meu quarto, jogo minha bolsa em cima da minha cadeira. Antes que eu perca minha determinação, vou direto para a parede e arranco todas as fotos de Tommy, nem paro para analisar elas, vou para meu closet pego tudo que é dele, camisa do time e outras roupas que ficavam aqui, sapatos, vou largando tudo em cima da minha cama, fazendo uma pilha. Lembro da minha caixa de lembranças, tiro os cartões e bilhetes de Tommy sem ler nem uma palavra, não quero pensar em nada de bom desse relacionamento. Paro no meio do meu quarto para avaliar, então lembro das joias que ele me deu, depois coloco tudo dentro de uma caixa grande e desço as escadas com dificuldade, saio pelos fundos em direção a lateral da casa até a garagem. Lá encontro Philippe, nosso motorista, ele tira os olhos do livro que está lendo.

-Srta. Sarah, porque não pediu minha ajuda, deixa que eu carrego esta caixa para você. Rapidamente ele vem em minha direção e tira a caixa de minhas mãos. -Oque a Srta vai fazer com ela? Ele pergunta.

- Philippe, eu vinha pedir para você levar está caixa para a residência dos Hunt. Só entregue e venha embora. Como ele ficou me olhando, esperando uma explicação, eu simplesmente cedi. - Eu terminei com Tommy, essas são as coisas dele, não precisa esperar pelas minhas coisas, não quero nada que tenha la.

Philippe me olhou com simpatia e disse: - Ainda bem, a srta. é boa demais para ele. Então ele sorriu e se foi. Até o motorista sabe do meu drama, que legal.

            
            

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