Estou aqui dentro desse carro com esse vestido de casamento que é maravilhoso que qualquer mulher amaria está dentro se estivesse se casando por livre e espontânea vontade, caso contrário do meu que nem queria está me casando e tão cedo.
O vestido era lindo, nunca vi coisa mais linda na vida, bem justo da cintura pra cima marcando meu corpo e com uma calda de sereia na parte debaixo, tinha renda, véu e grinalda, um verdadeiro vestido de casamento. Sonho de princesa. No meu cabelo está feito um lindo coque deixando apenas algumas mechas solta, a maquiagem é leve para não dar um ar pesado.
Eu Fernanda Morelli estava linda de noiva, mesmo não querendo o casamento tinha que reconhecer o quanto graciosa estava.
Vejo meu irmão se aproximar para entrar comigo já que eu fiz questão de não entrar com o meu pai, que ficou muito triste mas não me importei igual ele não se importou comigo quando me entregou aos lobos. Ferd usava um terno maravilhoso com uma gravata borboleta vermelha combinando com os vestidos de madrinha, afinal Ferdinando era uns dos milhares de padrinho. Não sabia que era sua companheira mas não ligava, eu não ligava para nada desse casamento.
- Você está linda Fe – Ferdinando diz se posicionando ao lado onde a cerimonialista indicou.
Era assim que ele me chamava desde quando me entendo por gente. Eu amava meu irmão, mesmo ele apoiando isso junto com meu pai eu o amo. Ferdinando sempre cuidou e zelou por mim ninguém nunca ousou se quer me ofender além do meu noivo que depois que fui prometida ninguém mas me defendia há não ser ele.
- Se eu estivesse casando por vontade própria eu também me acharia linda – Digo e me viro para frente onde as portas se abrem e tento manter as aparências.
A igreja estava realmente linda, quem quer que tivesse organizado isso tinha bom gosto e provavelmente se eu tivesse planejado isso apoiaria e aprovaria cada detalhe desse lugar.
A marcha nupcial toca, Ferd e eu adentramos em passos lentos dentro do salão onde estava acontecendo o casamento. Havia tanta gente ali tanto minha família como o de Dante e ele estava de smoking preto perto do juíz de paz, nem posso dizer que o filho da mãe é feio, porque não é. Se estivermos nos conhecido em outras circunstâncias eu até poderia gostar dele mas assim eu só consigo odia-lo. E infelizmente meu futuro marido estava radiante com aquela roupa e aqueles olhos.
A igreja estava cheia de flores, muitos fotógrafos e imprensa até parecia que um famoso estava se casando, afinal Dante era bastante conhecido na Sicília, o solteiro mais cobiçado e desejado, as mulheres caiam aos seus pés só não sei porque se casar comigo. Nos aproximamos e meu irmão me entrega para esse mafioso que eu mal conhecia.
- Estou te entregando uma das maiores riqueza da minha família Howard – ouço meu irmão dizer – espero que você cuide dela assim como sempre cuidamos.
- Não precisa se preocupar Morelli, sua irmã agora está sobre a minha proteção.
- Assim espero – ele finaliza e aperta as mãos.
- Sorria, essa sua cara não vai convencer ninguém desse casamento – ele diz ao meu ouvido assim que Ferdinando se afasta indo para seu lugar de padrinho, com um sorriso sacana no rosto.
- Talvez eu não queira convencer ninguém – retruco e me viro para frente.
- Mimada – ouço ele dizer.
- Ogro – retruco.
A cerimônia até que foi rápida e logo terminou, onde nos encaminhamos para o lugar reservado de festa. Me surpreendi novamente pois o local estava parecendo coisa de filme de tão lindo, nunca na minha vida imaginaria que poderia ser tão lindo assim. Eu e Dante ficamos em um canto onde todos veio nos cumprimentar e tentei ser gentil afinal as pessoas não tinha culpa de nada e todos foram gentis comigo. Havia tanta gente que eu não conhecia por conta de papa sempre me manter por fora das coisas da máfia, mas elas faziam questão de vim me cumprimentar e eu tinha que manter o sorriso falso no rosto onde meu maxilar já doía de tanto fingir, tudo não passava de um fingimento. E eu sentir falta da minha mãe ali, mesmo esse casamento sendo um desastre.
Uma mulher de aproximadamente uns cinquenta anos se aproximou e pela aparência com Dante devia ser minha sogra, elegante e muito chique.
- Oi Querida, não nos conhecemos antes e Dante não nos apresentou a tempo, eu sou Marieta a mãe de Dante – ela diz e ao seu lado tem um menina que deve ter a mesma idade que eu. Marieta tinha os mesmo olhos que a garota e meu marido – essa é Diana irmã do seu marido e meu menino – percebo a semelhança, a família toda era bonita que eu até tinha vergonha de esta perto.
Marieta fala de Dante com muito amor até parece que não é ogro que foi comigo durante as poucas vezes que nós vimos.
- Prazer em conhecê-las - digo educadamente – realmente tudo foi muito rápido – forço outro sorriso.
- Você é muito bonita – é a vez de Diana falar. A garota se não tinha mesma idade que eu era mais nova, linda, com a pele que brilhava.
- Você também é – respondo e a menina sorrir para mim.
- Já vi que vamos nos dar muito bem – pelo menos teria alguém que podia conversar e Diana parece bastante animada.
Só não sei se seu irmão me manteria presa ou pelo menos nisso teria livre arbítrio. Conversamos mais um pouco e pelo que percebi a família Howard é bastante unida, vejo o quanto os olhos tanto da mãe quando da irmã brilha quando falam do meu marido. Eles me contaram de como Dante foi um menino carinhoso e amoroso com eles, que mesmo depois de entrar para essa vida não tinha deixado de ser o que tinha dentro dele. Eu queria pode ver isso quando olhava para ele e quem sabe eu até poderia gostar dele já que estávamos casado mesmo, mas não era isso que via, ele era diferente comigo como se quisesse formar uma barreira entre nós.
Dante não voltou a se aproximar até a hora da valsa como fazia a tradição, dancei com todos os homens da festa, menos meu pai que ficou constrangido quando rejeitei e se afastou não se aproximando mais e eu logo fui ficando cansada e pelo menos senso aquele filha da mãe tinha.
Ao voltar a dançar comigo, ouço ele sussurrar no meu ouvido.
- Podemos ir, você parece cansada – assenti e sentir um sorriso do maldito – vai da o braço a torcer mimadinha?
- Nunca – respondo e me afasto.
Avisto ele pedindo para um dos seus seguranças buscar o carro e começamos a nos despedir dos convidados pois era muitos ainda.
Fui até minha sogra e cunhada para da um breve até logo. Meu irmão precisou sair mais cedo para resolver algum problema junto com meu pai e meu sogro onde não pode se despedir de mim.
A viagem até a casa onde íamos morar durou aproximadamente uns trinta minutos. O dia realmente foi muito puxado já que acordei cedo para o meu grande dia, não me atentei quando chegamos pois eu cochilei durante o trajeto. Desperto quando seu segurança me pega no colo e estranho pois quem devia fazer isso era o meu "marido". Que idiota eu fui de achar que ele faria isso mesmo, já que declarou que me odeia, sendo assim não sei porque nós casamos.
- Me coloque no chão por favor – digo ao abrir os olhos e ele assim faz.
- Desculpa senhora, não quis te acordar – quando abro minha boca para reponde-lo mais meu marido diz.
- Eu te falei pra deixá-la aí, você é teimoso Otto – Dante diz sem nem olhar para trás.
- Obrigado pela atenção Otto, já que isso devia ser dever da pessoa que agora é meu marido – retruco e ouço ele gargalhar adiante.
Entramos dentro da casa e admiro o quanto é linda. Parece aquelas casa de filme, paredes branquinha, com janelas grandes que iam do chão ao teto de vidro que provavelmente daria muito trabalho para limpar, na entrada uma pequena recepção, uma sala de visita mais linda ainda com um pequeno bar no canto onde continha várias opção de bebida destilada, não entendia muito de bebida mas sabia porque meu pai também tinha um barzinho igual.
Na parte de baixo tem várias portas que deduzo ser escritório, sala de jantar, cozinha e alguma coisa a mais, mas não parei para conhecer todo o lugar que era grande demais para nós dois, faria isso no dia seguinte.
- Vou te mostrar onde você vai dormir – ouço ele dizer atrás de mim e me viro para ele.
- Não vamos dividir um quarto? – pergunto surpresa, já que nos casamos achei que ele queria consumar o casamento de uma vez, mas no fundo fico aliviada pelo minha suposta suspeita.
- Mimadinha vamos deixar claro uma coisa aqui – ouço atentamente cruzando meus braços – você não gosta de mim, eu muito menos de você, eu não vou chegar perto de você, tocar em você, olhar com segundas intenções para você e provavelmente eu só venha aqui quando realmente for necessário, isso aqui – ele diz apontando para nós dois – é uma fachada porque eu precisava me casar, foi necessário mas meu coração já tem dona – fico chocada com a revelação de outra mulher.
- Se já tinha uma pessoa porque me colocou numa situação dessa? Porque não se casou com ela e me deixou livre? – pergunto irritada – porque para você é fácil sair por aí com quem for mas eu não e outra não vou aceitar ser desrespeitada, muito menos outra mulher.
- Por mim – ele rir – você pode sair com quem quiser mimada eu não ligo, por tanto que não venha a público por conta da minha imagem, você faz o que bem entender – por um lado estava aliviada por que manteria minha virgindade intacta e ele não me forçaria a nada, mas por outro rejeitada e humilhada senti meus olhos lagrimejar mas me contive – E só me casei com você porque meu pai escolheu você – diz subindo as escadas – se não eu teria me casado com quem eu realmente amo – não sei porque mas aquelas palavras me pegou e tentei conter minhas lágrimas dessa humilhação.
- Não sei porque – digo o acompanhando – não sei o que ele viu em mim. Subimos até o segundo andar e andamos por um corredor enorme.
- Ele tem os motivos dele do qual eu não concordo, porém acato todos – vejo Dante abri uma porta - Essa casa comprei recentemente – ouço ele dizer - temos alguns quartos, separei um quarto para mim e esse para você – entro e admiro o quanto estava vazio – coloquei somente o necessário decore como quiser, vou deixar um cartão para fazer o que for necessário quando não tiver por aqui – e ele continuou – você também vai ter que ficar com alguns segurança por precauções – precaução de que? Porque ele se preocuparia se algo acontecesse comigo se deixou bem claro que ama outra pessoa. Sinto a vontade de chorar de novo.
- Porque você tem um quarto se não pretende ficar aqui? – pergunto por curiosidade.
- Se vamos manter as aparências preciso de um quarto para ficar quando meus pais aparecerem – dou risada irônica.
- E vamos viver assim? – pergunto com raiva.
- Sim – e nenhum momento ele olhou para mim, droga de marido, droga de vida – agora vou deixar você descansar e preciso resolver umas coisas - Dante saiu do quarto e me deixando sozinha.
Grito tacando um abajur na porta. Por um lado eu fiquei feliz, mas por outro triste, humilhada e rejeitada como nunca fui na vida. Mas triste ainda porque ele teria alguém, não era ciúmes e nem sentimentos só que não imaginava que nosso casamento seria assim, vivendo em casas separadas. Ele com outra e eu aqui jogar nessa casa feito um lixo.
Dessa vez eu não seguro as lágrimas que insistiram em cair e vou direto para um banho de banheira tentar me acalma, coloco uma camisola para dormir e adormeço ainda chorando pois não imaginava que seria assim minha noite de núpcias. Afinal porque estava tão chateada se era isso que eu tanto queria.
- Não era assim que devia ser não é? – pergunto para minha mãe – Porque não fez nada? – choro.
O dia foi bastante exaustivo e precisava repor minha energias. No dia seguinte quando desço para o café da manhã Dante já está sentado a mesa, todo arrumado como sempre e com aquele ar de arrogância. Meus Deus porque aquele desgraçado tinha que ser tão lindo? Respirei fundo e seguir a diante até a mesa.
- Boungiorno – digo e Dante não fala comigo, com aquela arrogância toda e reviro os olhos.
Me sento o encarando porém ele não responde e muito menos olha para mim, estava começando a doer todo esse rejeitamento dele, agora somos casados porque me tratar assim?
Tomo meu café quieta e com a cabeça a milhão. Dante saiu de casa assim que terminou seu café e nem ao menos me apresentou os empregados e o restante da casa. Que cara mais idiota. Será que eu teria mesmo que aguentar tudo isso? Pensando bem não, já que vou viver aqui sozinha.
- Posso tirar a mesa Sra. Howard? – pergunta uma senhora de cabelos grisalhos e a aparência muito gentil. Sorrio.
- Claro, qual seu nome? – pergunto olhando para ela que mal se dirige o olhar a mim. Qual o problema comigo que ninguém me olha nos olhos?
- Lídia, sou a cozinheira – Lídia devia ter pelo menos uns cinquenta anos, com um ar de gente boa, gostei da senhora.
- Tem mais gente por aqui Lídia? – pergunto curiosa querendo saber.
- Tem a Marie que faxina.. – lembro que falarei com Dante sobre Sisa quando ele voltar.
- Somente vocês? – pergunto e Lídia finalmente me olha.
- E os seguranças senhora – claro, os seguranças.
- Vou voltar para o quarto Lídia e por favor não me chame de senhora somente de Fernanda tudo bem? – digo para deixar ela terminar seus afazeres e ela assenti – depois volto para conhecer os demais – sorrio.
- Sim se.. Fernanda, assim que o almoço tiver pronto te chamo – Lídia diz.
- Obrigado Lídia – sorrio me simpatizando com a senhora.
Volto a subi para meu quarto pensativa, será que meu pai sabia que meu casamento seria assim? Será que Ferdinando sabia? Não, eu ouvir ele falar com Dante antes de entrega minha mão para ele. Não podia ser. Eu não queria viver essa vida. Eu não queria me casar mas já se tinha feito que tentasse fazer valer pelo menos. Me olhei no espelho e enxerguei meus olhos escuros e inchados por ter chorado até tarde na noite anterior, pelo espelho dei conta de algumas caixas que provavelmente seria minhas coisas só não sei quando foi que elas foram parar ali. Depois pediria para Lídia me ajudar com isso.
Deito na cama e pego meu celular onde havia uma mensagem da minha melhor amiga Lisa.
"Fernanda Morelli ou melhor Sra. Howard me desculpa por não ter ido no seu casamento, minha família resolveu fazer uma viagem e mal tive tempo de pegar no celular, mil milhões de desculpas"
Sorrio, pois somente Lisa para falar mil milhões. Resolvo ligar para ela que me atende no segundo toque.
- Amiga, me desculpe.. – Ela diz assim que atende.
- Relaxa amiga você não perdeu nada.
- Ah Nanda.. – era assim que Lisa me chamava desde quando nos conhecemos na escola – não é possível que não consegue sentir nada pelo seu marido, porra o cara é um gato – eu sei, tive vontade de gritar.
- Do que adianta se a arrogância é feia? – digo me deitando de barriga para cima.
- Sério? Ele sempre está sorrindo nas fotos – gargalho alto.
- Aquele cara é mais falso do que aquele meu RG – Lisa rir do outro lado.
- Para Nanda, não é possível que você não sinta nada, nem depois da noite de núpcias – se ela soubesse como foi minha noite de núpcias.
- Amiga.. – penso se conto ou não, afinal nunca escondi nada dela – Não teve noite de núpcias.
- Que? Como assim? – consigo perceber a diferença em sua voz.
Lisa sempre foi muito transparente comigo é uma garota que o que tem de falar fala na cara sem nenhum remorso, eu amava minha amiga que eu podia contar em todo momento. Eu guardava um segredo dela que jamais contei a ninguém. Lisa é apaixonada no meu irmão porém ele nunca a olhou de outra maneira, mas Lisa era descarada e eu podia até apostar que nem era mais Virgem, que os pais dela não descobrisse ou mandaria ela para bem longe.
- Nosso casamento é uma farsa ou foi o que ele falou – sinto a raiva voltar.
- Seu pai aceitou isso?
- Algo me diz que nem ele e nem Ferd sabe disso – respondo.
- E você não vai falar nada?
- Ah amiga estou bem, eu nem queria me casar mesmo.
- Tá mais casou, tem que ser tratada como tal – ouço uma voz chamar pela minha amiga – Nanda preciso ir, mas quero saber detalhe depois.
- Claro, isso não é nem metade. Vem me ver quando voltar – digo.
- Óbvio. Tchau até mais.
- Até.. – e Lisa desliga antes mesmo de respondê-la.
Encaro o celular por um tempo na audácia da minha amiga. Entro na minha rede social e vejo que Diana mandou uma solicitação de amizade e me lembrei que teria que mudar meu sobrenome agora, pensando bem não ia mudar nada já que ele não fazia questão de saber da minha vida.
Entro no perfil dela e começo ver suas postagem, há várias fotos com Dante onde ele sempre está sorrindo. Além daqueles olhos me perturbar os sorrisos me deixava arrepiada. Droga de homem bonito. Sai do perfil dela e joguei meu celular um pouco distante da cama. Quando me dei conta já se aproximava do almoço onde Dante não retornou para almoçar comigo.