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CAPITULO 2 - MADRUGADA TRAIÇOEIRA, O DESPERTAR DE UMA VINGANÇA.
Jogado nas águas, ferido pelas mãos do inimigo, o corpo que repousa no leito do rio sente frio, e agora nada mais parece fazer sentido, sua única familia está morta, e a pessoa da qual deveria proteger, se perdeu nas mãos de komodus, ainda sem forças para se levantar, ele houve vozes, vozes de uma velha senhora que diz :
- Pobre garoto, o que andou fazendo por ai?.
- Ajude-me por favor...
- Hum, não sei se deveria...
Robert desmaia novamente, e algum tempo depois ele acorda sentindo muitas dores e percebe que está sendo tratado por uma mulher que diz:
O ferimento é recente, diria que tem no mínimo umas duas horas, pelo jeito queriam apagar a historia desse rapaz.
- Deixe que ele descanse, pela manhã veremos se está em condições de falar um pouco a respeito de si próprio.
Enquanto isso, no vilarejo de Nibri, Marcy segue presa, mas ela tem lá suas manhas:
- Ei você, soldado, não poderia ao menos afrouxar um pouco essas amarras? estão me machucando.
- Cale a boca!
- Tenho certeza de que se puder, eu te darei um presente mais tarde.
- Como assim? do que está falando?
- Ora, você entendeu...só eu e você, sozinhos, nos dois, pode rolar uma troca.
- Está falando sério?
- Mas é claro, abra essa cela, e me solte aqui para você ver.
- Certo, mas temos que ser rápidos.
- Pode deixar, eu serei.
E então, na expectativa de ter uma relação com Marcy, o soldado fica cego por sua beleza, e deixando-se levar pelo impulso, solta as amarras que prendiam Marcy, ela então se vira para o soldado, dá um sorriso e logo em seguida lança um chute em suas partes intimas, um golpe que ele não esperava:
- Bandida maldita!
- Obrigada pelo elogio soldado, agora vamos fazer a troca, você fica ai, e eu vou sumir daqui.
- Ei,ei,ei não tranca essa porta! não tranca essa porta!
Ao sair da cela, Marcy joga a chave fora, e pega a espada que o soldado deixou do lado de fora, e parte para a saída, ao chegar do lado de fora, ela avista a multidão, comemorando e festejando, há vários soldados no entorno da praça, a vista é privilegiada pois a puseram em uma casa abandonada no alto da vila, ela então examina as condições de fuga e percebe que na porta de saída da casa existem dois soldados de guarda, e o cavalo de um deles esta se alimentando da grama, ela percebe que é a situação perfeita para agir, movimentando a espada em forma de aquecimento, o som da lamina cortando o vento é como música para seus ouvidos, Marcy então desce pela rampa da antiga construção e vai em direção aos soldados que estão de guarda, e ao ficar frente a frente com eles ela diz:
- Muito bem, qual dos dois vai viajar para o outro mundo primeiro?
- Miserável, como você escapou?
- Digamos que nem mesmo os soldados de Briá resistem aos encantos de uma ladra.
Nesse momento os guardas começam a duelar contra Marcy, que apesar de ser jovem sabe utilizar uma espada como uma profissional, o que faz com que derrote seus oponentes em poucos minutos, ao terminar, ela se aproxima de um deles e com a espada em sua garganta ela pergunta:
- E o outro que estava comigo, onde ele está?
- Seu amigo viajou para o outro mundo, foi jogado ao rio.
- Como é?
- Isso mesmo que você ouviu, nós demos uma surra nele, eu mesmo utilizei minha adaga nele, ha, ha, ha.
Marcy então empurra a espada em sua garganta, e rouba a adaga do soldado, monta no cavalo, e parte em direção ao centro do vilarejo, onde se encontra komodus, ao chegar no local ela fica de frente a comitiva da rainha, de repente a musica para de tocar e todos silenciam, até que ela diz em voz alta:
- Komodus! o que você e seus cães de guarda fizeram esta noite não cairá no esquecimento!, eu voltarei um dia, e matarei você, vou levar a sua cabeça como meu maior troféu!, você ouviu? Será meu maior troféu!
Marcy então pega a adaga que ela roubou do soldado e lança em direção a komodus, e diz :
- Uma lembrança para você, General maldito, a próxima garganta que vou perfurar será a sua.
A multidão então fica perplexa com a situação, os gritos de Marcy chamam a atenção da Rainha, que sai de seus aposentos para entender o que se passa e ao ver Marcy aos berros no meio da festividade de seu vilarejo, ela toma um susto e fala a um de seus servos:
- Diga a komodus que venha aqui, AGORA!
Komodus fica sem reação com a situação, recebe o comunicado da Rainha e se retira, Marcy por sua vez chama komodus de covarde e vai embora em direção ao leste.
Nos aposentos da rainha, uma conversa tem inicio:
- komodus, quem era aquela jovem? por acaso é quem estou pensando?.
- Não minha rainha, não era ela, aquela era a ladra, Marcy, que a tempo estávamos a procura, ela deve esclarecimentos a coroa real sobre acontecimentos não esclareci...
- Cale-se komodus, saia da minha presença, junte os soldados já é tarde, não quero ver o dia amanhecer aqui.
- Sim milady, como queira.
Algo estranho tocou o coração da rainha de Briá ao ver Marcy. Algo tocou a Rainha e no fundo ela suspeita quem na verdade é Marcy, só não quer admitir, mas o tempo dará a ela a oportunidade de estar frente a frente com a ladra, e olhar no fundo de seus olhos, só assim ela saberá a verdade. Enquanto isso, a madrugada avança e Robert encontra-se deitado em uma cama. Aos poucos despertando, sua visão ainda um pouco turva, pode ver uma vela acesa ao fundo e sente o corpo dolorido devido a surra que levou e também sente que uma especie de faixa cobre o ferimento causado pela adaga do soldado, até que houve uma voz suave que diz:
- Demorou a acordar forasteiro! que bom que despertou!
- Aonde...aonde estou?quem...quem é você?
- Você está na cidade de Matígua, já são quase 3 da manhã, eu me chamo Helena, e você? como se chama?.
- Robert, meu nome é Robert.
- Sim senhor Robert, estou feliz por estar reagindo!
Derrepente a porta do quarto se abre, o pai de Helena, veio ter uma conversa com Robert :
- Helena, por favor, saia, eu preciso ter uma conversa com esse rapaz.
- Sim.
- Muito bem meu rapaz, ouça atentamente ao que tenho a dizer, em primeiro lugar, quero que saiba que você agora está sob nossa custódia. Encontramos você quase morto nas margens do rio, foi algo realmente impressionante você ter sobrevivido ao que lhe aconteceu e em segundo lugar,gostaria que me contasse o que de fato aconteceu para você estar nesse estado deplorável? quem sabe eu possa lhe ajudar.
- Desculpe senhor...qual o seu nome?
- Meu nome é Ramaris.
- Sim senhor Ramaris, em primeiro lugar, fico grato por sua hospitalidade, por ter me salvado, eu morava no vilarejo de Nibri, mas infelizmente me meti em confusão com o General da guarda real, komodus, ele matou minha mãe com um golpe de espada, na minha presença, ele levou Marcy, eu preciso encontra-la.
- Meu rapaz, quer dizer então que você foi vitima de uma emboscada feita pela guarda real, é isso?mas por que a guarda real estava atrás de você?.
- Não era a mim que eles queriam, e sim a Marcy...
- E o que esta menina deve a realeza?
- Ouça, esta menina é especial, é minha obrigação cuidar dela.
- Entendo, acho melhor que descanse, pela manhã falaremos outra vez.
- Tudo bem.
Enquanto a madrugada avança,Marcy encontra abrigo em uma caverna, nas montanhas de Bara-Hur que fica a leste de Nibri e com alguns gravetos acende uma fogueira para se aquecer, ela então é tomada por lembranças, lembranças de quando ainda era apenas uma criança de colo, ela não consegue se recordar do rosto de sua mãe,tão pouco de seu pai, mas sente que pertencia a uma familia feliz em algum lugar do planeta, recorda-se de um exército que invadiu sua cidade quando ela tinha aproximadamente 8 anos de idade, nesse período As lembranças se
perdem e a única coisa que se recorda é de ter acordado no jardim de uma antiga casa abandonada, na ilha Antares, e que automaticamente levantou-se, embarcou em uma jangada, e viajou em direção a Nibri, onde conheceu Robert, que se tornou seu amigo desde então. O sono se apodera de Marcy, que tem a certeza de que esta verdadeiramente foi uma madrugada traiçoeira.
Amanhece na cidade de Matigua, Robert ainda está muito dolorido devido a surra que levou e a punhalada da adaga, mas consegue ficar de pé e caminha em direção a saída do quarto onde estava, ouve o som das ondas do mar, e uma gentil voz que o cumprimenta:
- Bom dia forasteiro, como se sente?.
- Bem, obrigado. A propósito, obrigado por ter cuidado de mim esta noite.
- Não foi nada, tenho certeza de que faria o mesmo por mim se fosse preciso.
- A quanto tempo estou de distância de Nibri?.
- Você veio de longe forasteiro, são algumas horas para chegar até Nibri, você tem sorte das aguas não terem levado você para junto do criador e além do mais, acredito que meu pai não irá deixar você partir.
- Por que não?
- Você é uma figura enigmática forasteiro.
- Como assim? do que você esta falando?
Nesse momento a conversa é interrompida pelo pai de Helena.
- Helena!, dê-me licença, eu preciso conversar com este rapaz.
- Sim papai.
- E então rapaz, como se sente?
- Bem, obrigado, somente um pouco dolorido.
- Sente-se ai. Preste bastante atenção ao que vou lhe dizer : eu conheço você, sei quem você é, acredito que sei mais coisas a seu respeito do que você mesmo.
- Como?
- Meu rapaz, sou chefe dessa aldeia, sei que você já foi soldado do exercito de Briá e também sei os segredos que você esconde, então, por uma questão de sua própria segurança, você não sairá deste lugar.
- Não, eu preciso partir, eu preciso salvar a...
- Marcy?, não se preocupe, ela está a salvo neste momento.
- Como você sabe? fala com tanta convicção.
- Meu rapaz, eu sei de coisas que você não imagina, sei de coisas que você já viveu e sei de coisas que ainda viverá.
- Más quem é você?.
- Não se importe com quem eu sou, apenas saiba que você precisa permanecer por aqui por um tempo, até a poeira baixar.
- Eu tenho que encontrar o assassino da minha mãe, aquele desgraçado me paga!.
- Tente manter a calma, você terá a sua própria vingança eu te ajudarei, pois também tenho assuntos a tratar com Kira e Komodus, porém ainda não está na hora, no momento certo nós vamos agir e Bria sentirá o despertar da nossa vingança.