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Melark.
''Eu matei aquele do espelho, Dizendo ao meu eu feio, adeus''
De todas as esposas que eu tive, a senhorita Serafina estava sendo sem dúvida uma das três mais teimosas
Em uma semana desde que a trouxe para minha casa, ela não comia direto e muito menos dormia. Eu permitia que ela tivesse seus momentos sozinha e não invadia seu quarto, mas sempre a hora da ceia estava lá. Com um olhar baixo, olheiras bem marcadas.
Ela mal, tava bebendo água. E só havia um jeito de fazer aquela mulher se animar, realizando seu desejo. Não houve, um único só dia desde que nos casamos que ela não tenha perguntado de sua querida irmã Emily. Mas, eu lá sabia dela. Sempre que saia, era diretamente para tratar assuntos com Guilhermino, sobre a segurança entre as fronteiras, e como ele estava irritado com o reino de Astrid.
A meta era estabelecer uma aliança, para que o filho dele recém-nascido se casasse com a pequena princesa que havia nascido a pouco tempo, assim iria unir os dois reinos futuramente, já que ambos eram separados apenas por um rio.
Mas, não era nada que força bruta e algumas cabeças em estacas para mostrar aviso não servissem como aviso. Assuntos diplomáticos não eram de meu interesse. Não me importava com os escândalos do rei, e de sua deliciosa e fogosa esposa. Agora, eu estava intrigado e enterrido com a presença da senhorita Serafina, que era teimosa. Mas, acho que já disse isso.
Ela estava com medo de mim, e não poderia negar, seu cheiro era intenso, claro. eu imagino a fama que eu tinha. Ainda mais, ao ser tirada de alguém que ama. E, a falta de sono só comprovava que ela temia ser atacada durante o sono.
Mas que diabos falaram tanto de mim por aí?
Humanos são estranhos.
Meu quarto, ficava a alguns metros de distância do dela, era a mesma parede. De fato a jovem não ousou curiar a casa, ainda. ela estava assustada como um gato que chegava em seu novo lar, ainda não havia despertado o instinto de desvendar o lugar, e sim ficava no que considerava mais seguro.
Após notar que ela não havia desejado nem ao menos tomar um banho, resolvi mostrar a ela que não precisava me temer.
Escorpiões guardam o veneno dentro de si, e usam contra outros animais.
Por isso, eu tinha um veneno guardado.
Em uma gaveta que ficava na parede, eu puxava e retirava uma pequena caixa retangular de madeira, era aveludada por fora. Só de segurá-la sentia uma dor fina em meu braço, mas algo em mim dizia que devia dar a ele a esse presente, o meu veneno para que ela pode-se usar contra mim.
Conforme eu caminhava saindo do quarto, lembrava bem das palavras de nossa matriarca. Apesar de estarmos com parte de nosso ser evoluído, ainda éramos amaldiçoados por sempre beber sangue, Então, o sangue do senhor que era sagrado, a imagem dele era para nós algo que feria.
Mas, apesar disso, não era estranho encontrar vampiros nobres sendo cristão e batizados, era uma forma de clamar ao senhor que não éramos daquela forma por escolha. Não tinhamos culpa se algum vampiro antes de nós usou magia, e procriou.
Já estava à frente do cômodo, olhando aquela porta de madeira e bati com força.
- Serafina, irei entrar.
Não estava com tanta paciência. e quando entrei, lá estava ela, sentada no canto da cama, usando uma saia longa e uma vestimenta sem decote, ela não parecia animada, O olhar caído, e olheiras. Pelo cheiro de seu sangue que eu sentia por cima de sua pele, notava que estava fraca. A bandeja com seu desejum estava farta, havia comido apenas um pedaço de pão dos três que eu trouxe, e isso me chateou.
- Minha querida esposa.
Ela não estava bem, e aquilo estava me preocupando. caminhei até o lado direito da cama, já que ela estava ao esquerdo olhando para janela, que estava aberta e com as cortinas separadas, dando à luz do sol naquela cama.
- Meu rei. Como eu posso te servir nessa manhã?
Eu evitei conversar com ela, para não chateá-la, mas era belo ver que apesar de me temer, também estava me respeitando. Eu achava bonito, mas eu queria que ela me respeitasse sem me temer.
- Na verdade, eu quem quero lhe servir.
Isso gerou um ar de curiosidade no rosto dela, e vi em seu selante a beleza da esperança.Eu estendi as duas mãos com a caixa sobre as palmas, ela olhou um pouco confusa e cruisa, e com cuidado para não encostar em minhas mãos tomou a caixa com as mãos e a colocou sobre a cocha, qual começou abrindo e ao ver a peça toda em prata, pareceu curiosa. Pegando pela pequena corrente até ver o belo crucifixo que era.
- O que é isso?- Dizia um pouco admirada.
- Um crucifixo de prata, benzido por um padre. É um artefato que de fato pode me ferir.
- Por que está me dando isso?
- Já que você sente repulsa da ideia que eu lhe toque, e não está dormindo, pensei que usar isso te daria noites de sono.
Em seu rosto, surgiu um sinal de um sorriso, ela colocava de volta na caixa e em seguida ao seu lado na cama, conforme olhava par mim em seguida.
- Bem, obrigada. Irei colocar no pescoço antes de dormir.
- Disponha, e caso queira que eu visite seus aposentos, minha nobre esposa, peço que toque o sino. Onde eu estiver, virei voando para me deleitar em seu corpo.
- Estou achando que é melhor eu usar esse crucifixo durante o dia também.
Soltei algumas gargalhadas, então peguei a bandeja e coloquei perto de suas pernas, ela estava apenas observando o que fazia, então resolvi explicar.
- Eu irei para a cidade, agora pela manhã. Possa ser que eu traga notícias de sua irmã.
- Mentira.
Sua voz mudou de tom, ficando mais vivida e alegre, ela me olhou com um ar de alegria e sua respiração estava ofegante.
- Não estou mentindo, eu minto, mas não estou mentindo agora.
Era essa a surpresa que eu queria dar a ela.
- Por favor, Melark. Por favor. Me traga notícias dela.
Eu sabia que humanos se importavam mais com seus parentes de sangue do que nós vampiros, afinal não era tão comum ficarmos ligados após adulto, mas, aquele momento. Ver o brilho no olhar de Serafina, e suas mãos segurando a minha mão esquerda.
Confesso que aquilo, aqueceu a minha face.
Fiquei um tempo olhando para aquela mulher, que ao notar o que estava fazendo de forma ousada, soltou minha mão e se afastou de mim. Aproximei a mão do meu peito, era uma sensação estranha, a forma como ela pegou na minha mão, com um tipo de carinho, era quente, mas não de forma sexual, era bom.
- Perdoe, meu rei. Por favor, eu ficarei muito grata se trouxer notícias de minha irmã.
- Se alimente.
Levantei daquele colchão, fechando e abrindo os dedos, separando sempre da mão, apreciando aquele calor que estava me deixando sem reação.