Capítulo 2 O GRANDE DIA: FELIZES PARA SEMPRE

Eu olho para frente e lá está ele, me olhando com um olhar intrigado, curioso ou furioso?

Será que não gostou de minha aparência?

Bem, eu sempre ganhei os concursos de beleza da escola, sou filha de japonês com brasileira, então, tenho traços fortes de mamãe. Sou branca que nem leite, cabelos pretos e muito brilhosos com ondulação, meus seios são como peras, quadril médio e coxas firmes, acho que por ter praticado esportes desde os 04 de idade.

Meu vestido de noiva, parece ter sido desenhado em meu corpo. Liguei em uma loja de lingerie e pedi o conjunto mais sexy que tinham lá, para noite de núpcias.

Andei pelo o corredor da igreja com muita confiança, porém, muito nervosa. E finalmente cheguei diante do meu marido, como ele disse naquele bilhete? Ah, meu dono! O que ele quis dizer como dono? Papai tratava mamãe como princesa. E então, ele me deu um beijo casto na testa, seria encenação?

O padre começou o martírio, e eu como sempre vaguei em meus pensamentos...

"Estou com 06 anos de idade vendo o álbum de casamento dos meus pais, - mamãe por que o papai olhava para você assim, com cara bobão? (gargalhadas)

-Ah meu amor, porque eu o deixei caidinho por mim.

-Mamãe, posso casar com o papai também?

-Não minha princesa, você vai encontrar um grande amor, ele vai te amar que nem o papai ama a mamãe.

-Vai ser bem melhor que o papai. E recebo cócegas de papai."

-Senhorita! Senhorita, Evellyn! Grita o padre e eu recebo um olhar de reprovação do sr. Kato.

-Sim.

Estou dizendo sim para o quê mesmo? O que ele me perguntou? Devo ficar preocupada com aquele olhar de Kato? Então o padre continua.

-Com o poder em mim investido, eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva!

Meu Deus, é agora que vou dar o meu primeiro beijo? Eu olho para Henrique, é meu marido então, devo poder chamar ele de Henrique, né? Ele me olha, me analisa e me dá um beijo de língua.

Confesso que não esperava isso dele, mas, gostei muito, senti algo estranho em minha vagina, algo que nunca havia sentido antes.

-Se prepare para sua nova vida, querida ESPOSA!

Ele falou isso de um jeito estranho, me deu um calafrio, essa voz parece que já ouvi. Mas, aonde?

Ele aperta minha mão e me faz seguir ele para o carro.

-Meus pais preparam uma recepção, não vamos demorar lá. E a partir de hoje, você deve me obedecer, não falar quando não tiver permissão, não sair de casa sem me pedir, não terá amigos, eu sou seu amigo. E tem outras regras que te informo depois, vamos ter tempo. Quiser perguntar algo, pergunte agora, por que depois não estou afim que me pergunte nada, não lhe devo satisfação, e antes de perguntar, deve sempre se dirigir a mim, como sr. E na frente das pessoas, sempre sorridente e bonita. Esbanjando felicidades, mesmo não sendo, pois não me importo com isso.

-Sim sr. É, uhm... sr qual é a sua idade?

Ele dá uma gargalhada alta, e me olha. E fica ali me analisando antes de responder.

-Tenho 32 anos Evelyn. Você já havia beijado antes de hoje?

-Não senhor.

-Ótimo, vou poder moldar do meu jeito.

Ele dá outra gargalhada e ordena.

-Levante o vestido, quero ver o que me espera antes de chegar em casa.

Com muita vergonha levanto o vestido meio sem jeito. E ele fica olhando, estica a mão para pegar em minha vagina, mas eu fecho as pernas e seguro suas mãos, por impulso.

Ele simplesmente me olha e me dá um tapa no rosto. E eu seguro meu rosto queimando e penso, papai nunca me bateu, sempre foi gentil comigo e com mamãe. Meus olhos enchem d'agua.

-Viu o que me fez fazer sua idiota? Nunca mais me negue o que é meu. Sou dono do seu corpo a partir de hoje.

-Me perdoe senhor, eu nunca fui tocada antes, e me pegou de surpresa.

Minha voz quase não saia.

-Me desculpe Evelyn. Fiquei nervoso, não merece ser tratada assim, logo no primeiro dia de casada.

E então, ele me dá um beijo no rosto e outro nos lábios, antes do carro parar.

-Chegamos, vem.

Descemos do carro, e todos gritam e jogam arroz cru em cima de nós. E começo minha encenação, coloco o melhor sorriso no rosto e o acompanho para dentro da casa de meus sogros.

-O sr. e sra Kato me recebem da melhor forma possível. E a sra Kato olha pra mim e fala.

-Querida, seu rosto está vermelho. O que aconteceu?

Olho para Henrique e ele me olha com um olhar de desespero.

-Bati na porta do carro ao entrar. Mas, estou bem. Não está doendo, e como sou muito branca fico marcada por bobeira.

Henrique me olha aliviado, e pega um copo com wisk e bebe de uma só vez. As pessoas em nos cumprimentar, e meu marido continua bebendo e bebendo, noto que ele está bêbado, muito por sinal.

-Meus queridos amigos, quero fazer um brinde a minha esposa, linda e inteligente. Sei que vou fazer essa mulher muito feliz, pelo o menos foi isso que prometi família dela. Meu amor, espero que encontre um lar em mim, independente de onde estivermos. Agora vamos ao aeroporto.

Olho para ele sorrio, será que fala a verdade?

Entramos no carro, e ele dorme o trajeto todo até o aeroporto. Chegamos, e com receio o acordo.

-Senhor, chegamos ao aeroporto. Acorde!

Como ele fede a bebida cara, me dá ânsia.

-Ok, acordei. Vamos, temos 10h de voo.