"Evelyn, se esconda atrás do quadro filha. Querida nós te amamos, me prometa três coisas:
- Papai o que está acontecendo? Se esconda comigo, por favor. (muito choro).
- Ouça filha - continuou o papai. 1º Você não vai sair do esconderijo até ouvir sirenes das viaturas; 2º Seja feliz, sinta a felicidade no ar, em tudo que te rodear, prometo que vou sempre estar por perto; 3º Você tem que se casar com o sr. Henrique Kato.
- Não papai, quero ir com você e com a mamãe.
-Querido! Eles estão chegando. - Gritou mamãe com dor nos olhos.
-Ouça Evelyn, me prometa querida.
- Prometo papai.
- Papai vai fechar agora, não saia daqui e fique em silêncio.
Fiquei ali sentada no escuro, e chorando só pra mim e escuto a porta do quarto abrindo e vozes.
- O sr. aqui, más...
Ouço tiros, tapo minha boca com minhas mãos trêmulas, escuto passos e uma voz.
- Cheque se não há mais alguém na casa, sei que eles tem uma filha. Vejam se ela não está aos arredores. Sebastian, já deu um fim nos empregados?
- Sim sr. Vou procurar a menina, é para matá - la também ou só trazer aqui para o sr. executar o serviço?
- Mate - a!"
Meu corpo todo tremia naquele, é a mesma sensação que sinto agora. Era para eu estar feliz, não é mesmo? É meu casamento, e finalmente vou conhecer meu marido. Que ridículo não é mesmo, conhecer o marido no dia do próprio casamento, sem saber ao menos o que fazer, o que falar.
Se mamãe estivesse aqui iria me ajudar com essa questão, nunca nem beijei, sempre me dediquei ao colégio e então não fiz que nem meus amigos, em sair para festas e agarrar as pessoas.
Mas, aqui estou eu, com 17 anos de idade, em frente ao espelho e vestida com um vestido de noiva todo rendado que mamãe me mostrou um dia antes de ser morta.
"Aqui querida o vestido, você vai ficar tão linda!
-Mamãe, é lindo. Mas... Por quê devo me casa tão nova? Tenho apenas 16 anos e quero conhecer o mundo, fazer faculdade, conhecer o meu grande amor. E eu casando, meu marido vai me privar, e eu não o conheço. Não sei se é bonito, velho ou novo.
- Filha, é uma dívida do seu pai. Ou você se casa, ou ele morre. Mas, você vai ser feliz. Vai ter filhos, uma casa sua."
Minhas mãos estão geladas e estou pálida, vou cumprir meu dever. Como ele vai ser na hora do sexo carinhoso, paciente ou rude?
Ai meu Deus, me ajude!
-Senhorita Evelyn, o motorista chegou. Nossa, com todo o respeito... A senhorita está linda.
- Obrigada sra Marly. E agora me despeço da senhora, obrigada por ter cuidado de mim após a tragédia e ter feito o seu melhor. Depois que eu partir, faz combinado. Feche o apartamento e não volte mais aqui, é perigoso.
Sigo para meu destino, meu algoz me espera na igreja e lá não tem nenhum conhecido meu. Não tinha amigos e mais ninguém da minha família sobrou. O assassino, mandou se livrar de todos, ficando apenas eu.
Me perco nos meus pensamentos olhando pela janela, e me despedindo mentalmente da cidade em que cresci, Tóquio. Meu algoz, apenas mandou um buquê de flores de uma cor vermelho vivo, e um bilhete "Evilyn, compre roupas intimas sexy para a noite de nupcias! Não gosto de mulheres que não saiba se vestir diante de seu marido, no nosso caso, seu dono. E não precisa trazer suas roupas e nem nada seu, vamos sair de Tóquio e nunca mais voltar.
Aproveite sua última semana solteira, e não se preocupe, Jaden e Adam foram mandados por mim, para que nada lhe aconteça!"
-Senhorita, chegamos na igreja!
-Nossa, nem vi quando chegamos. Obrigada!
Desço do carro tremendo mais ainda, e me sinto gelada. Sou recebida por uma mulher loira, magra e com um sorriso falso nos lábios.
-Evelyn, venha você já vai entrar. O sr. Kato está muito impaciente e quer que acabe logo esse circo, palavras dele.
Ela arruma meu vestido, as portas se abrem e todos me olham.