Capítulo 8 Charlotte Archer, você está me enganando

Felizmente, Lisa pegou o celular da minha mão.

Olhando para a sequência de números "9" na tela, ela adivinhou imediatamente de quem se tratava. "Patrick?"

Eu assenti com a cabeça silenciosamente.

O celular continuou tocando.

Vendo que eu não pretendia atender a ligação, Lisa disse, sem rodeios: "Vou atender para você". Em seguida, ela pressionou o botão.

Ao ver que ela ia mesmo atender a ligação, fiquei com tanto medo que imediatamente peguei o telefone dela e o levei à minha orelha. Então eu disse, com a voz trêmula: "Alô".

"Onde você está?"

A voz impaciente do homem logo surgiu do outro lado da linha.

Com um arrepio no espinha, olhei para Lisa e disse: "Estou no apartamento da... da minha amiga".

"Quero você em casa em uma hora."

Depois de dizer isso, Patrick desligou o telefone, sem nem me dar a chance de refutar.

Suas palavras eram como uma ordem imperial. Embora Lisa continuasse me dizendo que eu não precisava fazer o que ele queria, eu não tive coragem de desobedecê-lo. No final, ela me ajudou a fazer uma maquiagem muito sedutora, enquanto me instruía sobre algumas coisas.

Quando bati à porta da casa de Patrick, faltava um minuto para acabar o prazo que ele me dera.

Ele abriu a porta, olhou para o relógio e disse: "Você fez de propósito?".

"O quê?", eu perguntei, fitando-o com meus olhos grandes, como se não entendesse.

Ele me encarou de volta. E o espanto em sua expressão não poderia ser mais óbvio. Mas, sem demora, ele se virou, apontou para uma pasta que estava em cima da mesa e disse: "Assine aquilo".

"O que é isso?", eu perguntei, enquanto me aproximava e tirava o documento de dentro da pasta.

Junto com a papelada, havia um cartão de crédito.

O documento se tratava de um contrato. Para ser mais exata, era um contrato que estabelecia uma relação comigo.

Meu coração acelerou.

Antes que eu pudesse terminar de ler o contrato, Patrick explicou: "Seja minha amante por um ano, e você receberá 50 mil dólares por mês, bem como um cartão de crédito sem saque, mas com limite de 50 mil dólares...".

"Eu não vou fazer isso." Antes que ele pudesse terminar de falar, eu o interrompi e coloquei o contrato de volta na mesa. Vendo que Patrick não parecia contente, tentei ser o mais gentil possível ao dizer: "Sinto muito. Bebi demais naquele dia e acabei falando besteira".

Eu realmente tinha bebido muito naquele dia. Quando fiquei sóbria, achei difícil aceitar tal proposta.

Afinal, passei dezenove anos em um orfanato e, durante esse tempo, recebi ajuda de muitas pessoas de bom coração. Tudo isso para, no final, tornar-me a amante de um homem rico...

"Tudo bem se você não topar. Nesse caso, vou assinar outra certidão de casamento com Caroline amanhã e faremos uma cerimônia de casamento melhor ainda."

Patrick caminhou lentamente até o meu lado e sentou-se no sofá, com as pernas cruzadas.

Como diz o ditado, ele pôs o dedo na ferida.

O que ele disse atingiu em cheio o meu calcanhar de Aquiles.

Se isso acontecesse, a família Archer conseguiria o que queria. E, com base no que conheço da personalidade de Patrick, certamente ele encontraria uma maneira de me fazer desistir dos meus 4% de ações...

Se eu ficasse contra ele, provavelmente acabaria muito mal.

Fiquei lá parada, e muitas coisas se passavam em minha mente. De qualquer forma, eu sabia que, se quisesse colocar a família Archer em uma posição difícil, eu teria que entrar no jogo de Patrick.

"Você já decidiu?"

Ouvindo a insistência de Patrick, agachei-me, sem dizer nada, peguei a caneta e folheei o contrato, indo diretamente para a última página.

Quando estava prestes a assinar meu nome, descobri uma cláusula cujo conteúdo dizia que eu não poderia ter intimidade com outros homens e que, ao mesmo tempo, eu não poderia interferir nos relacionamentos de Patrick com outras mulheres.

Eu imediatamente percebi a armadilha que Patrick havia armado para mim, que faria com que eu sempre acabasse na pior.

Eu não disse uma palavra. Inicialmente, eu pensei em assinar o nome de Caroline. Mas, assim que comecei a escrever, a caneta foi tirada de repente da minha mão, antes que eu pudesse terminar a assinatura.

Então, Patrick me advertiu, de forma fria e ameaçadora: "Charlotte, você está tentando me enganar?".