Capítulo 9 Ela foi assassinada

"Sr. Cowell, é você quem está tentando me enganar." Peguei o contrato e me levantei, sem mostrar nenhum sinal de fraqueza. Em seguida, eu apontei para a tal cláusula.

Depois disso, joguei o contrato em Patrick e me virei para sair.

Não ousei olhar para trás.

Tinha medo de que, se ficasse lá por mais um segundo, eu não conseguiria mais fingir e mostraria meu constrangimento na frente dele.

Caminhei rapidamente até o portão do condomínio. Olhando para o portão luxuoso atrás de mim e lembrando dos meus pensamentos ingênuos de antes, eu me senti triste e também um pouco ridícula.

Patrick era o chefe do Towering High Group, e certamente ele não se apaixonaria por uma mulher depois de passar uma noite com ela.

Ele não faria isso mesmo se eu tivesse o mesmo rosto da garota de quem ele gostava.

...

Mudei-me para a casa de Lisa e recomecei minha vida.

Quando eu estava estudando, consegui um estágio em uma boa empresa no meu último ano da faculdade – eu estudava design de interiores. Após a formatura, eu poderia ter sido efetivada lá. No entanto, a família Archer me disse que os Cowell eram uma família poderosa e que certamente não gostariam de ver sua nora trabalhando com o público.

Então, numa péssima decisão, acabei pedindo demissão.

Agora, eu tinha que começar tudo de novo, do zero.

Felizmente, o chefe da empresa onde eu estagiava concordou em me deixar voltar ao trabalho depois de saber da minha situação.

Meu salário e meus benefícios permaneceram inalterados.

Quem trabalha com design de interiores muitas vezes tem que visitar obras. Além disso, é muito comum ter que fazer horas extras. E raramente há um fim de semana de folga.

Uma semana depois, fiz hora extra até as 23h. Imaginando que havia um pacote de macarrão instantâneo em casa, planejei ir direto para a cama depois de jantar.

O prédio em que Lisa morava era antigo. As luzes do corredor há muito não funcionavam. Eu subi as escadas na escuridão mesmo, e logo vi um flash de luz de celular na frente da porta do apartamento. A primeira coisa que pensei foi que Lisa tinha se esquecido de pegar a chave de casa.

Por isso, brinquei: "Lisa, estou morando aqui com você há 15 dias. Estou bastante surpresa que esta seja a primeira vez que você se esquece da chave".

Assim que terminei de falar, percebi que algo estava errado.

Antes que eu pudesse olhar mais de perto, a pessoa colocou o telefone no bolso e disse: "Charlotte, sua v*ca! O que você disse ao Patrick?".

Só então percebi que não era Lisa, mas, sim, Caroline.

"O que foi que eu disse?" Eu estava com tanta fome que não conseguia me lembrar do que havia dito a ele.

"Você por acaso disse a ele que eu não era bem-comportada em minha vida privada? Alguém me contou que ele está investigando meu passado!", respondeu ela, enquanto descia as escadas e vinha em minha direção.

Depois de ouvir isso, lembrei que, quando estava bêbada naquele dia, contei a Patrick sobre o passado obsceno de Caroline.

Acontece que, embora Patrick aparentemente não tivesse acreditado no que eu havia contado, ele estava, na verdade, investigando Caroline pelas costas.

Saber disso melhorou um pouco o meu humor. Então, eu respondi: "O que isso tem a ver comigo? A família Cowell é uma família rica e poderosa. Nada mais justo que eles investiguem a esposa de seu herdeiro, não?".

Pelo fato de o corredor estar muito escuro, eu não pude ver a expressão de Caroline. Ela ficou em silêncio por vários segundos.

Como achei que ela tivesse desistido, eu disse: "Se for só isso, eu já vou indo".

No entanto, quando eu estava prestes a me virar, ela agarrou meu braço e riu, de forma bizarra: "Charlotte, você acha que vai tomar o meu lugar desse jeito? Só quero dizer que você está simplesmente sonhando acordada!".

Então, de repente, ela soltou meu braço e deu dois passos para trás, enquanto gritava: "Não, não! Socorro!".

Em seguida, ouviu-se um barulho alto no corredor escuro, que era o som de alguém rolando escada abaixo!

Depois disso, houve um silêncio mortal.

Fiquei atordoada. Não esperava que Caroline fizesse uma coisa tão cruel contra si mesma.

Ela rolou até o terceiro andar. Como o barulho foi muito alto, o dono do apartamento do terceiro andar abriu a porta, com sua esposa se escondendo atrás dele.

As luzes da sala iluminaram o corredor e eu pude ver Caroline deitada no chão, imóvel.

"Ah! Ela foi assassinada?", exclamou a dona da casa, ao ver aquela cena.

Embora eu estivesse com raiva, não pensei duas vezes e liguei imediatamente para o serviço de emergência.