- Calma cara. - Falo.
- Calma o caramba, Ares. - Hades se pronuncia finalmente. - Você pode ser destemido, mas é de carne e osso e não de ferro.
-Hades tem toda razão. Parece que tem mioca na cabeça ao invés de um cérebro. - Hefesto fala, senta no sofá e cruza os braços.
- Eu estou bem. Já passou, vamos esquecer o passado e focar no presente. - Falo pegando o controle da TV e me jogando no sofá.
-Se você esconder algo tão sério da gente novamente, eu mesmo acabo com tua raça, moleque. - Hades esbraveja.
-Maninho revoltou. - Falo.
- Não brinca com fogo, Ares. - Hefesto fala.
- Eu não tô. - Falo normal.
Hades sai de perto de nós, subindo as escadas. Provavelmente foi para o escritório analisar o caso de algum cliente.
- Ele ficou puto, Ares. Você só faz merda em. - Hefesto fala balançando a cabeça negativamente.
Dei de ombros e liguei a TV, prestando atenção no filme da Marvel.
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Acordei pela manhã, mais cedo do que o normal. Depois me arrumei basicamente, hoje era domingo e eu não iria para a delegacia, a menos que precisassem de mim. Desci as escadas e a mesa já estava posta, mas só eu me encontrava sentado à ela.
-Acordou cedo hoje. - Hades fala.
-Milagre. - A voz foi de Hefesto ecoa na sala de jantar.
-Esta melhor? -Pergunto.
-Sim. - Ele pega a xícara de café e toma um pouco olhando diretamente para mim. - Da próxima vez que você esconder algo tão sério de nós, se você não morrer em combate, eu mesmo te mato.
- Pra que tanta agressividade, irmão? - Pergunto rindo. - Te amo irmão.
- A conversa esta boa, mas eu tenho que ir trabalhar, amanhã tem uma audiência daquelas. -Hades fala e se retira da mesa, nos deixando para trás.
Não demorou muito e lá estava Hefesto indo embora para o tribunal e eu fiquei sozinho em casa. Sai da sala de jantar e resolvi ir para a biblioteca ler um pouco, fazia um tempo que eu não fazia isso. Peguei um livro qualquer na estante e sentei na poltrona para ler, em meio as palavras me perdi em pensamentos de um mês atrás e aqueles olhos claros invadiram minha cabeça. Como pode ser tão ousada, em enfrentar um bandido, "chefe" do morro, para defender um policial, se você defende um policial em um lugar daqueles e você é morador, sua vida esta por um triz, espero que ela esteja bem.
Sub: Olha quem mudou de ideia. Ontem estava me perguntando o que de ter mudado tanto, falando que a menina era isso e aquilo, agora tá ai, todo preocupadinho.
Para de me atormentar sub.
As vezes acho que sou meio maluco por conversar comigo mesmo, mas fazer o que se o subconsciente tem mais sabedoria que nossa razão. É como uma mãe, que fala pra não fazer tal ato, mesmo assim fazemos e depois ela esta lá falando " eu te avisei". Fui despertado de meus devaneios com aporta da biblioteca sendo aberta bruscamente, olhei assutado para a porta e lá estava a mulher da minha vida.
-Mamãe. - Levantei e fui abraça-la.
-Oi meu bebê.- Ela beija minha bochecha.
-Bebê não, mamãe.-Falo me afastando e cruzando os braços.
-Que seja. - Ela dá de ombros. - Cadê seus irmãos?
-Já foram trabalhar. - Falo me jogando na poltrona.
-Em pleno domingo?
-Sabe como eles são, fazem tudo pela causa. -Dou de ombros.
-Fala como se você não fosse igual. -Mamãe fala e senta na poltrona ao lado.
Meu celular toca e eu rapidamente atendo, era Elliot, e ele só me liga por dois motivos, pra farra ou para algum chamado importante. Atendi o celular, me levantei e já fui saindo da biblioteca, desci as escadas e só podia escutar os tiros, merda.
-Ares, eu levei um tiro. Eles recuaram, mas eu fiquei pra trás. - Elliot fala com a voz falha e eu desligo o celular praticamente correndo de casa.
Pra que merda ele foi pra essa operação, eu falei para ninguém ir, aquela favela é mais protegida que a base do exército, que ódio. Bato com força no volante, estou completamente frustrado, quando eu pegar cada um que foi para essa missão sem autorização, eu vou dá uma advertência excelente, maravilhosa, Elliot vai ser um deles, e os outros vão levar uma segunda advertência por ter deixado um dos nossos para trás. Cheguei na frente da favela e já estava tudo calmo, eu precisava entrar lá e achar o meu amigo, mas agora que a poeira tinha abaixado seria muito difícil conseguir achar o Elliot. Sozinho para ajudar outra pessoa ferida e defender nossas vidas, não daria tempo de chamar reforços, esses bandidos poderiam acha-lo e tortura-lo. Como eu odeio não ter opções válidas.
-O que você faz aqui de novo? - Quando ouvi aquela voz, meu corpo todo arrepiou.
-Meus homens vinheram em uma missão não autorizada e deixaram um para trás.
-Eu estou começando á achar que você adora ser salvo por mim.
-Claro que não. - Falo. - Mas sua ajuda seria muito útil.
-Venha comigo, ele pode esta no lixão. -Ela fala e eu a sigo.
-Que bom que esta bem. - Falo.
-E porque não estaria?
-Por ter infrentado um bandido por um policial, sabemos que quem faz isso não vive para contar história.
-Eu sei, mas o dono do morro é meu irmão, então eu estou protegida. -Quando ela terminou de falar me surpreendi totalmente.
-Porra!
-Meu irmão não foi sempre assim, nosso pai era policial e foi morto depois de tentar investigar por conta própria um caso de corrupção na corporação, então mataram ele, o lado dos mocinhos matou nosso pai, deixando meu irmão desolado e assim fazendo ele entrar na vida do crime, meu irmão não é uma pessoa do mal, ele ajuda todos nessa comunidade, é dinheiro de tráfico, mas serve para fazer reformas em escolas e hospitais, você acha que todas essas reformas é o governo que faz? Não, não é. As favelas são aqueles 10% esquecidos, é triste, mas é a realidade.
-Eu sinto muito.
-Eu sei, você é aquele 1% que não esta na corrupção. Talvez sua ajuda seja muito boa para a comunidade, o DK da favela vizinha vive tentando atacar nosso morro, ele sim é perigoso, ele não faz o bem para os moradores, cobra taxa das vendinhas e ainda tem parceria grande com os policiais, essa invasão não autorizada com certeza foi mandada por algum peixe grande, fica esperto delegado Baker, nem todos a sua volta são de confiança.
Eu não conseguia responder depois de tudo que ela falou. Andamos mais um pouco e chegamos ao tal lixão, e lá estava meu amigo desmaiado, peguei ele e coloquei em minhas costas e fui seguindo a moça por outro caminho, chegamos aonde meu carro estava parado, coloquei meu amigo lá e voltei para falar com ela.
-Como é seu nome? -Pergunto.
-Milena.
-Marque uma reunião com seu irmão, podemos juntar forças, quero saber ao máximo para desmascarar todos, assim como seu pai, eu e meus irmãos também investigamos fraldes e corrupção.
-Farei o possível. - Ela fala e sobe o morro novamente.
Entrei no carro e segui para o hospital mais próximo.
{...}