Luna suspirou, ajustando a lente de sua câmera enquanto o sol poente iluminava as paredes de seu pequeno estúdio em Nova York. Estava cansada de fotografar casamentos e eventos corporativos. Sua verdadeira paixão era capturar paisagens indomadas e enfrentar aventuras que desafiassem seus limites. A autorização para explorar as Montanhas de Gelo Azul, na Patagônia, era o sonho que ela esperava há anos.
Enquanto arrumava sua mochila com equipamentos de escalada e fotografia, Luna lia artigos sobre o local. Havia rumores de desaparecimentos misteriosos na área e de algo valioso enterrado na região, mas ela não acreditava em superstições. Para ela, tudo era um convite à exploração.
No aeroporto, cercada por mochileiros e alpinistas, Luna já sentia o entusiasmo borbulhar. No voo, enquanto olhava para fora, alguém ocupou o assento ao seu lado. Era um homem alto, de traços marcantes, barba bem-feita e olhos verdes que pareciam enxergar através dela.
- Primeiro voo para a Patagônia? - perguntou ele, com um leve sorriso.
Luna tentou não demonstrar que o achava incrivelmente atraente.
- Não. E você?
- Digamos que já conheço o lugar. - O tom dele era enigmático, como se não quisesse entrar em detalhes.
Durante o voo, os dois trocaram poucas palavras, mas Luna não conseguia deixar de notar o magnetismo que ele exalava. O estranho parecia ser o tipo de homem que carregava segredos perigosos.
A Patagônia era tudo o que Luna havia imaginado e mais. A vastidão das montanhas cobertas de neve, os ventos cortantes e o silêncio esmagador criavam um cenário hipnotizante. Ela foi até a agência de turismo onde contrataria um guia. Enquanto preenchia os papéis, a porta se abriu, e ela sentiu o mesmo arrepio da primeira vez que vira Ethan no avião.
- Você? - disse ela, surpresa.
- Parece que vamos nos ver mais do que eu esperava - respondeu ele, sem alterar a expressão.
Ethan era o guia que a levaria até as Montanhas de Gelo Azul. Ele estava prestes a recusá-la quando viu sua ficha.
- Esse é um trajeto perigoso. Não é qualquer um que consegue.
- Eu não sou qualquer uma.
Algo no tom dela fez Ethan reconsiderar. Ele a avaliou de cima a baixo, notando a confiança nos olhos dela.
- Muito bem. Mas não espere facilidades.
Os dois partiram na manhã seguinte, acompanhados por outro alpinista que carregava os suprimentos. Durante o caminho, Luna sentiu a tensão entre ela e Ethan crescer. Ele parecia atento a tudo, seus olhos sempre observando o horizonte, como se esperasse que algo saísse de controle.
Quando pararam para acampar pela primeira vez, Ethan deixou escapar algo que chamou a atenção de Luna.
- Não se afaste do grupo. Não sabemos quem mais pode estar por aqui.
- Por que alguém estaria aqui? - perguntou Luna.
Ele hesitou antes de responder.
- Alguns vêm pela aventura. Outros... pelos segredos.
Luna percebeu que ele sabia muito mais do que estava disposto a dizer.