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Nalla Marino:
Acordei cedo naquela manhã, o sol estava começando a nascer no horizonte, laranja e vibrante, joguei as cobertas de lado e me espreguicei antes de correr para o banheiro, fiz a minha higiene e saí disposta a dar uma corrido pela parque, eu adorava praticar esportes ao ar livre, não tinha mais a praia para nadar pela manhã, então teria que me acostumar com uma corrida matinal pelo Central Park. Coloquei uma roupa confortável e saí do quarto colocando os meus fones de ouvido.
_ Senhora Marino onde está indo? – Perguntou Enrique quando eu apertei o botão do térreo no elevador. _ O senhor Marino não permitiu a saída da senhora sem um segurança.
_ Irei apenas dar uma corrida no parque Enrique. – Avisei quando as portas começavam a se fechar. _ Nada demais irá acontecer.
Ele não pareceu satisfeito com a situação, mas, continuou parado ao meu lado como se fosse uma estátua, cumprimentei o porteiro quando passei pelo hall de entrada no prédio e atravessei a rua antes de começar a minha corrida, o Central Park era um dos maiores parques urbanos do mundo, alguns quilômetros de arvores, locais para piqueniques, pistas de corridas, bancos, os novaiorquinos adoravam aquele lugar era como o jardim das suas casas, já que a maioria morava em apartamento minúsculos.
_ Deve ser desconfortável correr de terno Enrique. – Falei quando parei para comprar uma água, ele estava soando incessantemente. _ Não está com roupas adequadas para uma corrida, teremos que resolver isso, adoro esportes ao ar livre, não gosto de me sentir presa dentro de uma academia, então como você não pode sair do meu pé, traga roupas mais confortáveis amanhã.
Ele concordou quando eu joguei uma garrafa de água pra ele e esperei com que ele se recuperasse antes de fazer o caminho de volta, eu tinha pique para correr pelo menos mais uns 5 km, mas, estava com pena dele e resolvi voltar para casa ou iria matar o meu segurança e ele parecia ser um dos homens de confiança de meu marido, então ele não iria ficar feliz com isso.
_ Senhora Marino tem uma concentração de paparazzi e jornalistas na frente do prédio. – Avisou-o fazendo com que eu suspirasse, aqueles carniceiros não iriam sair do nosso pé até conseguissem o que queriam, uma fofoca para envenenar a todos. _ Seria melhor entrarmos pela garagem, assim despistaríamos os abutres e não teríamos problemas com o senhor Marino.
_ Okay. – Concordei sabendo que seria um inferno passar pelo hall de entrada.
Enrique foi mais esperto do que eu esperava, entramos uma quadra antes do apartamento, assim não seriamos visto e a chance de sermos seguidos era pequena, passamos por uma pequena viela que ligava os prédios e dava de frente para a garagem do edifício. Ele digitou o código de segurança e eu cruzei os meus braços vendo-o ofegar, aqueles seguranças precisavam de mais condicionamento físico, tínhamos corrido apenas alguns quilômetros e ele estava ofegando, eu nem ao menos tinha suado.
_ Onde diabos você estava? – Perguntou um Apolo irritado assim que eu saí do elevador. _ E que malditas roupas são essas? Espero que você não tenha saído do prédio com essas roupas indecentes.
_ Eu estava correndo no parque, estamos no meio do verão, então faz um maldito calor e eu não estou vendo problemas com a minha roupa. – Falei passando por ele. _ E seu segurança me acompanhou o tempo inteiro, essa não era a regra para que eu pudesse sair de casa, então não se preocupe eu estava segura o tempo inteiro. Agora irei fazer a minha yoga e depois quem sabe ir passear pelo shopping para gastar o seu dinheiro, não é isso que as mulheres casadas fazem?
_ Você está proibida de sair desta casa. – Rosnou ele fazendo om que eu arqueasse uma sobrancelha como desafio. _ Não me provoque garota, eu sou capaz de arrebentar a sua cara apenas para mantê-la presa em casa, não quero o meu nome ligado ao seu e os malditos paparazzi querem apenas uma foto para infernizarem a minha vida.
_ Você não manda em mim. – Avisei me aproximando dele, mas, isso foi um péssimo ato, já que eu estava a mercê das suas mãos. _ Eu irei fazer o que diabos eu quiser, afinal eu sou sua esposa, não sua escrava.
O tapa veio certeiro, fazendo com o meu rosto sentisse o impacto da sua mão pesada e o gosto de sangue invadisse o meu paladar e a raiva se alastrasse por todos os poros do meu corpo.
_ Aprenda a se comportar como uma esposa descente e não teremos esse tipo de problemas. – Falou ele apertando o meu rosto e fazendo com que o lado onde ele tinha batido latejasse ainda mais, se ele estava esperando lagrimas, isso nunca iria acontecer, já tinha levado tapas mais doloridos que aquele. _ Coloque gelo neste rosto, tenho um evento para ir está noite e não quero que minha esposa seja alvo de comentários maldosos, não quando estamos casados a apenas um dia. Tenha um bom dia querida e aproveite a companhia de Abigail e dos outros empregados, pois, serão apenas eles que você verá durante os seus dias.
Ele deu-me as costas e dispensou Enrique com a cabeça, peguei o vaso com os lírios que eu tinha comprado na noite passada e joguei na sua direção, fazendo com que ele se estilhasse a centímetro da sua cabeça.
_ Precisa melhorar a sua pontaria querida. – Avisou ele sorrindo e virando-se. _ E nunca ataque alguém pelas costas é feio.
_ Se eu quisesse acertar o maldito vaso em você eu teria mirado em você. – Rosnei vendo as portas do elevador se fecharem e ele sair com um sorriso triunfante.
Respirei fundo para me acalmar e fui pegar o maldito gelo, a maquiagem esconderia a marca de sua mão, mas, se estivesse inchado eu teria que responder a perguntas inadequadas e o meu humor tinha acabado de ir para o ralo, praticamente mandei com Abigail cuidasse da sua vida quando ela perguntou o que eu desejava e subi as escadas na direção da piscina, eu precisava fazer a minha yoga para me acalmar e pensar no meu próximo passo, se Apolo estava pensando que eu iria me render a todas as suas vontades aquele cafajeste estava muito enganado, aquela tinha sido a primeira e única vez que ele iria me bater, pois, da próxima iria ter volta, eu não iria ser uma daquelas mulheres que ficam se escondendo por conta de uma agressão, eu sabia dos meus direitos, eu era uma herdeira e ele estava abaixo de mim na escala de poder. Eu irei fazer da sua vida um verdadeiro inferno até ele aprender a me respeitar, se não fosse como sua esposa, seria como mulher.
Depois de passar horas meditando eu voltei para o meu quarto e tomei um banho gelado, precisaria de mais compressa gelada para colocar no meu rosto que já estava inchado e com a marca da mão dele no um rosto pálido. Vesti uma roupa simples e desci, por sorte Abigail estava fazendo o que eu mandei e apenas a cozinheira estava na cozinha e ela era agradável, peguei uma compressa gelada e coloquei no rosto e depois me sentei ao piano, tocar me acalmava e fazia com que os meus pensamentos ficassem em ordem e eu podia passar horas e horas ali tocando.
_ Senhora, o porteiro ligou pedindo para que a música no apartamento parasse, está incomodando os vizinhos. – Falou Abigail tocando o meu ombro e fazendo com que eu a encarasse. _ E temos que cuidar deste rosto, senhor Marino não vai gostar de chegar e vê-lo desse jeito, sei que não começamos bem o nosso relacionamento, mas, eu não estou acostumada a receber ordens a não ser dele.
_ Deixe os vizinhos reclamaram, isso é Mozart, música clássica é cultura. – Disse encarando-a sorrindo. _ Não se preocupe com o meu rosto Abigail., eu irei dar um jeito nisto mais tarde, agora me deixe em paz, estou tentando pensar e você está atrapalhando-me.
_ E quem consegue pensar com essa música na cabeça, está enlouquecendo ao prédio inteiro. – Resmungou ela enquanto saia de perto e por birra eu toquei ainda mais alto.
Eu sempre gostei de música clássica, Mozart e Debussy, eram os meus compositores preferidos, mas, apenas Mozart fazia com que os meus pensamentos fluíssem, Debussy eu tocava quando estava triste, ela me levantava. Meus dedos dedilhavam o piano delicadamente enquanto pensava qual a próxima composição de Mozart que eu iria tocar quando ele aparecer, lindo, rude e furioso o que me fez sorrir.
_ Algum problema, querido? – Perguntei quando ele andou em passos largos na minha direção. _ Pensei que voltaria apenas mais tarde, não posso ter me perdido tanto no tempo e já ter anoitecido.
Ele parou ao lado do piano e fechou a tampa com força, fazendo com que eu tivesse que tirar as minhas mãos com rapidez ou ele quebraria todos os meus dedos, ergui uma sobrancelha ao lhe encarar e me levantei parando ao meu lado.
_ O que eu fiz dessa vez? – Perguntei ironicamente. _ Passei o dia inteiro em casa como você me ordenou, não era isso que você queria, uma prisioneira, estou cumprindo ao pé da letra ou eu deveria ficar no meu quarto sem comunicação nenhuma?
_ Eu tenho tanta vontade de torcer o seu pescoço, mas, seu rosto já irá me dar problemas nesta noite. – Disse ele diminuindo mais o espaço entre nós. _ O telefone do escritório não parou de tocar o dia inteiro com reclamações dos moradores do prédio, falando que a minha esposa estava infernizando a todos com a sua orquestra.
_ É apenas música clássica. – Falei voltando a me sentar, mas, ele colocou as mãos sobre a tampa do meu piano, me impedindo de abri-lo. _ Eles deveriam me agradecer por dar um concerto grátis a eles, um ingresso pra ver a orquestra de Nova York não é barato, eu estou tocando de graça. Se vai bater por eu ter cumprido as suas ordens e ficado em casa pelo menos bata do lado bom, assim tudo vai ficar perfeito.
_ Não me teste Nalla. – Disse ele semicerrando os olhos e me puxando para perto de si. _ Eu quebraria seu rosto bonito por bem menos do que isso, então seja uma boa garota e vá se arrumar, pois, a minha paciência está terminando e quando ela acabar, eu não gostaria de estar na sua pele.
_ Você pode me bater quantas vezes quiser, mas, eu não irei mudar. – Avisei sem medo da sua represália. _ Eu sou muito mais forte do que você imagina, meu corpo pode parecer frágil, mas, nana não iria criar uma herdeira sendo uma garotinha mimada, comece a dormir com um olho aberta, coisas ruins podem acontecer durante o sono, acho que já soube da minha fama, eu consigo fazer um assassinato passar por a ser uma morte por causas naturais, seria uma pena perder um homem como você desse jeito, atlético, jovem, estressado. Sabia que estresse é um dos fatores para se ter uma parada cardíaca, eu me tornaria viúva, mas, isso não seria por muito tempo, nana logo me arrumaria um marido mais respeitável que você. Alguém que da nossa origem, que não tente se passar por superior, porém não passa de um garotinho assustado que não quer sair de baixo das asas do irmão mais velho. Com licença, eu irei me arrumar para o evento de caridade, as crianças com câncer necessitam desse dinheiro para conseguirem os seus tratamentos.
Dei-lhe as costas e saí da sala a passos decididos, Apolo precisava ouvir algumas verdades, ele não era nenhum Deus e estava longe daquilo. Tranquei-me no quarto e procurei por algo que estivesse à altura do evento beneficente mais importante da alta sociedade de Nova York, todos os anos era feito uma festa para arrecadar fundos para o tratamento de crianças com câncer e que não tinham bons planos de saúde que cobriam o tratamento. Os leilões rendiam alguns milhões, os cheques com vários zeros doados pelos empresários o resto do que eles necessitavam e todos comiam, bebiam e se divertiam naquela noite, importando-se apenas com as crianças. Peguei o vestido vermelho que eu usará apenas uma vez em um jantar sem importância da máfia, ninguém se lembraria dele, coloquei a banheira para encher e gritei por Abigail, mandando com que ela me trouxesse uma compressa quente e outra gelada, meu rosto precisava de um tratamento de choque para voltar ao normal.
_ Você sabe fazer penteados Abigail? – Perguntei encarando-a enquanto entrava na banheira, a mulher realmente parecia preocupada em não deixar com que a agressão do meu marido não transparecesse naquela noite, ela estava cuidando do seu patrão como tinha sido ordenada. _ Sasha quem cuidava dos meus cabelos quando tínhamos algum evento, ela tinha mãos de fada.
_ Posso pensar em algo senhora. – Respondeu ela mudando a compressa no meu rosto. _ Com o tempo menina, irá perceber que confrontar Apolo não é a sua melhor arma, ele não irá ceder desse jeito, ele tem um gênio ruim como o pai. Aprenda a conviver com ele criança, você é a sua melhor arma, Apolo sempre gostou de uma mulher bonita, ache os pontos fracos dele e assim as coisas iram melhorar. Não será confrontando ele que irá conseguir o que deseja, aprenda com uma mulher experiente, um homem gosta de estar no comando de seu casamento, mesmo que seja apenas uma farsa, você sempre terá as rédeas da situação se souber tratar de Apolo da maneira certa. Então garota a sua vida nesta casa irá mudar.
Dei um pequeno sorriso e ela voltou a cuidar no meu rosto enquanto eu tentava relaxar na água morna, Abigail não era tão ruim quanto eu estava imaginando, eu poderia ter uma aliada dentro daquela casa afinal. Saí da banheira quando a água ficou gelada e a governanta falou que eu teria de começar a me arrumar para não me atrasar, ela me enrolou no roupão e me sentou na frente da penteadeira.
_ Acho que o batom vermelho combinaria com o seu vestido. – Falou ela pegando o batom entre os outros e colocando na minha frente quando eu começava a me preparar para me maquiar. _ Faremos um rabo de cavalo sofisticado, deixaremos o seu rosto bonito a mostra e iluminaremos meus enormes olhos azuis, todos exaltaram a sua beleza e comentaram o quanto seu marido é sortudo em tê-la ao seu lado, amacie o ego de seu marido e irá ver que as coisas podem ficar melhores.
_ Ou ele vai me tratar como uma vadia que é o que está fazendo desde que nos casamos. – Desabafei suspirando, sentia saudades de ter alguém para conversar. _ Eu sabia que seria difícil, russos e italianos sempre se odiavam, passaram anos se matando e agora uma união poderia confundir tudo. Eu sou a mulher da relação, tenho que me calar e aguentar tudo, mesmo que seja errado, que me magoe, tenho que agir como uma boneca de porcelanas, sendo exposta quando necessário e jogada em um canto o resto do tempo. Eu apenas quero um pouco de respeito, é pedir muito?
_ Não criança, não é. – Respondeu ele limpando o meu rosto e levantando-o. _ Não se abale, você foi a única mulher que o desafio daquela maneira e ainda está viva, então ele não sente só raiva e nojo por você, com o tempo você vai perceber que Apolo tem um bom coração, ele apenas não o mostra com tanta facilidade, eu acho que ele criou uma barreira sobre si para se proteger, o senhor Marino nunca foi uma pessoa fácil de se conviver, quando eu o conheci ele já estava no fim da sua vida, mas, era um homem cruel e indigerível, ele teve outras três esposas depois que a mãe dos garotos morreu, nenhuma lhe deu mais herdeiros, eram todas ainda muito jovem quando morreram, acho que se desgosto, pois, ninguém aturava aquele homem, Aquiles foi o único que foi poupado dos treinamentos intensivos desde jovem, Ares e Apolo foram criados como armas, eles seriam o futuro da máfia e assim aconteceu, sem uma mãe carinhosa por perto eles se fecharam para o mundo, Ares é mais carinhoso e compreensivo, porém, Apolo é reservado e fechado, ele apenas precisa de compreensão. Permaneça firme agora e vai conseguir o respeito de seu marido e com o tempo as coisas podem fluir entre vocês.
_ Se está falando que eu possa vir a me apaixonar por aquele homem, está ficando maluca Abigail. – Falei pegando o batom que ela escolhido e passando nos meus lábios finalizando a minha maquiagem, nada exagerado, olhos marcados com um delineado e meus lábios vermelho carmim, Abigail tinha feito o que prometeu e se retirou deixando com que eu terminasse de me arrumar sozinha.
Peguei o meu vestido e o coloquei, ele era vermelho vibrante, de alças finas e um decote em forma de coração profundo, seu corte era normal e não tinha fendas, mas, ainda assim eu ficava sexy nele, acho que a cor combinava com o meu tom de pele. Calcei as sandálias pretas que tinha escolhido e peguei a minha caixa de joias, precisava de algo brilhante e discreto para aquela noite, meu vestido já chamava atenção demais, peguei os brincos de diamantes pequenos e uma pulseira no mesmo estilo. Antes de sair do quarto peguei a minha bolsa e saí colocando a aliança no meu dedo, se eu aparecesse sem ela o escândalo estava feito.
_ Pela primeira vez desde que nos conhecemos você está consideravelmente bonita. – Elogiou Apolo tortamente fazendo com que eu sorrisse falsamente. _ Vejo que seu rosto melhorou desde essa manhã, isso é ótimo. Sorria querida, você irá ver a sua família, pensei que estaria mais ansiosa para se reencontrar com o clã de víboras que você adora.
_ Não sei por que eu ainda paro para ouvir as besteiras que saem da sua boca. – Falei passando por ele. _ Vamos logo, não quero me atrasar, seria indelicado com os organizadores, já que eles estão esperando pelas doações generosas da família Marino.
_ Tenho algo pra você. – Falou ele puxando para perto do enorme espelho que tinha na sala. _ Será nossa primeira aparição pública, todas as mulheres Marino tiveram o prazer de usar este colar e mesmo que eu não goste essa é a sua vez.
_ Ele não combina com o meu vestido. – Menti quando ele colocou o colar no meu pescoço, era uma peça maravilhosa, os diamantes faiscavam no meu pescoço, o maior pingente tinha caído no começo do meu decote, deixando-o ainda mais atraente, todos os olhares estariam naquele colar. _ Por que não foi de sua cunhada?
_ Lavínia não é de uma famiglia tradicional, Ares se apaixonou por ela em uma viagem pela Sicília e moveu céus e terras para tê-la ao seu lado, mas, meu pai não a considerava digna de usar o colar que sua primeira esposa usou. – Respondeu ele deslizando as mãos pelo meu pescoço de fazendo com que eu suspirasse. _ Ares me entregou o colar está manhã, o velho Giovanne deve estar se revirando no tumulo ao ver o colar que ele tanto amava no pescoço de uma russa.
_ E se eu não quiser usá-lo? – Perguntei vendo a sua expressão mudar e ele ganhar seu olhar assassino, eu deveria saber que mantendo a boca fechada eu não arrumava confusão, mas, o instinto sempre falava mais alto.
_ Irei enforcá-la com ele e jogá-la em uma vala qualquer onde ninguém nunca irá encontrá-la e depois irei desonrar o nome da sua família falando que você fugiu com o segurança e eu nome será proibido de ser falado pela eternidade. – Respondeu ele sorrindo, aquilo com certeza lhe daria mais prazer do que me ver usando uma joia de família. _ Decida agora querida, estamos atrasados.
_ Se formos roubados a culpa será exclusivamente sua. – Avisei apertando o botão do elevador.
_ Ninguém rouba a máfia italiana. – Disse ele parando ao meu lado. _ Pelo menos ninguém que tenha continuado vivo para contar a história. Pegue.
_ Não uso armas. – Avisei quando ele tirou uma mini resolver calibre 22 de dentro do seu palito. _ Prefiro objetos afiados, adagas, facas, espadas, estrelas. Armas não são elegantes e não tem uma história, os humanos usam lâminas para matar desde a pré-história.
_ Quando estiver emboscada sem as suas queridas lâminas não me acuse de não ter tentando lhe proteger. – Disse ele entregando o revólver para Enrique. _ Pode ter certeza que eu não irei arriscar a minha pele para lhe salvar.
Sorri em concordância e saí do elevador na sua frente, Alvin o chefe de segurança já estava a nossa espera perto da mercedes, com as portas abertas e o semblante sério, agradeci e me acomodei no banco arrumando o meu vestido para que ele não fosse amassado. Como morávamos no coração de Manhattan o caminho foi rápido era um dia de semana e não estávamos no horário de rush, o majestoso hotel Marino iria sediar o evento naquele ano, o hotel mais caro e luxuoso de Nova York, um empreendimento novo e que queria milhões para a família de meu marido.
_ Senhor os jornalistas estão cercando todo a entrada, não terá como eu o deixar mais perto. – Avisou Alvim fazendo com que Apolo bufasse. _ Terão de passar por uma onda de jornalistas e paparazzi, meus homens já estão a postos para fazer a segurança até a entrada.
_ Obrigado Alvin. – Agradeci quando ele abriu a porta para que eu saísse.
Ele acenou com a cabeça e Apolo circulou a minha cintura com um dos braços me puxando para perto dele e seguimos escoltados por quatro dos homens do chefe de segurança, os flashs e as perguntas gritadas me deixaram atordoadas enquanto Apolo me puxava para longe daquela concentração de pessoas.
_ Abutres. – Rosnou ele quando subimos as escadarias do hotel. _ Algum deles conseguiram entrar na festa, nem uma palavra sobre o nosso casamento, não gosto de sair em revistas de fofocas e adivinhe o nosso casamento ainda está cercado de perguntas que eles não responderam.
_ Não gosto de jornalistas. – Falei arrumando o meu vestido e entrelaçando o meu braço no dele. _ Não se preocupe, prefiro manter a minha vida em privado, eles não estão atrás de você, todos conhecem o seu estilo playboy e pervertido, estão apenas surpreso por ter se casado tão subitamente, mas, eles não sabem nada sobre mim a não ser que eu sou filha de um magnata russo e que conquistei o coração do solteirão mais cobiçado da cidade. Prefiro ser mantida no anonimato.
_ Ótimo! – Exclamou ele começando a andar na direção do salão de festas.
O local estava lotado de pessoas importantes, todos sentados em suas mesas esperando pelo começo do leilão, Apolo me puxou para mesa onde seus irmão estavam, Aquiles deu um sorriso divertido, Ares me cumprimentou com um balanço de cabeça e Lavínia me encarou de cima a baixo, parando os seus olhos no colar e deu o sorriso mais falso que eu já presenciei. De longe eu podia ver nana, minhas irmãs e minha mãe, acenei discretamente para as garotas, não iria me levantar agora, quando o leilão terminasse nós iriamos os cumprimentar, não tinha como Apolo fugir disso. Como anfitriões daquela noite Ares e a esposa iriam fazer o discurso de abertura do evento, agradecendo a todos pela presença. Lavínia fez um discurso emocionado, apelando pela vida das crianças e pedindo para que as carteiras permanecessem abertas durante todo o evento e foi ovacionada por todo o salão, principalmente por meu marido que não tinha tirado os olhos dela um único segundo. Acho que Ares não tinha sido o único a se apaixonar por aquela mulher, mas, ela foi esperta o bastante para escolher o mais poderoso dos irmãos Marino e dispensar Apolo, sabendo que ele não iria se contentar com aquilo e trairia o irmão da forma mais estupida, cabeças poderiam rolar se o caso deles fosse descoberto e a minha rolaria junto por ter descoberto e não os delatado. Abigail falou de um trunfo contra o meu marido e aquele era o maior que eu iria conseguir, precisava apenas de provas concretas daquela traição.