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Nalla Marino:
Eu passei três dias trancada no quarto depois o evento beneficente, pensando em um jeito de me livrar do meu querido marido e eu iria fazer isso no estilo máfia russa, iria fazer ele cair na sua própria teia, ele nunca deveria ter me humilhado daquele jeito e ainda me feito tomar cinco pontos, eu odiava agulhas.
Estiquei-me na espreguiçadeira deixando o sol bater no meu corpo, um pouco de melanina iria me fazer bem, já tinha feito a minha yoga matinal e agora estava aproveitando o meu dia se verão na beira da piscina enquanto tomava um suco de laranja, nada mais apropriado para um sábado, meu marido estava no inferno, pois eu não o via a dias e isso era ótimo e Andrea estava fazendo o seu trabalho rastreando tudo sobre Lavínia Marino e Apolo.
_ Bom dia raio de sol. – Desejou Aquiles fazendo com que eu baixasse os meus óculos escuros e o encarasse. _ É uma bela visão para começar o meu dia. Pode me dar uma informação?
_ Se eu souber. – Respondi sorrindo e o encarando enquanto ele sentava-se na espreguiçadeira ao lado da minha.
_ Estou à procura de Apolo a dois dias e ele parece ter evaporado do mapa. – Comentou ele fazendo com que eu assentisse. _ Pode me dar alguma informação sobre isso?
_ Parece que ele está em uma missão secreta para Ares. – Respondi encarando-o sorrindo. _ Então o procure ele deve ter alguma informação, sabe, você está fazendo sombra e eu realmente apreciaria tomar um pouco mais de sol, Apolo deve estar no inferno, pois, ele literalmente sumiu, não o vejo a três dias. E eu acho que você sabe que eu não estou na lista de preocupações dele para que ele mande notícias.
_ Mio fratello pode ser um idiota as vezes. – Falou ele fazendo com que eu risse. _ Obrigado pelo seu tempo Nalla, ainda estou esperando por aquele convite para uma noitada as costas do mio fratello. Me avise se tiver informações dele, Apolo não é de ficar tantos dias sem dar notícias, isso é mais a minha cara.
_ Ligarei assim que souber de qualquer informação. – Garanti sorrindo. _ Agora dê o fora que está atrapalhando a minha sessão de melanina.
Aquiles deu uma risada e beijou o meu rosto carinhosamente antes de sair, preferiria ter me casado com ele, acho que as coisas seriam mais leves e divertidas, porém, parecia que o destino nunca conspirava ao meu favor. Passei o resto da manhã ali tomando sol e aproveitando a paz que estava no apartamento.
_ Senhora Marino, Alvin acabou de avisar que tem um homem russo querendo falar com a senhora. – Avisou Abigail fazendo com que eu tirasse os óculos para a encarar. _ Parece que a única coisa que ele falou foi o nome Andreas.
_ Mande Alvin o liberar. – Pedi pegando o meu roupão que estava sob a mesa e o coloquei. _ Está tudo bem Abigail, ele é o meu ex-segurança, não é nenhum maníaco que irá nos matar. Eu irei o receber, ele não fala inglês.
Ela arregalou os olhos e concordou e descemos juntas, logo as portas do elevador se abriram e eu finalmente pude ter o contentamento de ver um rosto familiar, Andreas me acompanhou até o escritório onde eu tranquei a porta para que ninguém escutasse a nossa conversa, mas, eu duvidava que alguém naquela casa falasse russo.
_ Ótimo trabalho Andreas. – Elogiei sorrindo quando vi as fotos que ele tinha conseguido, aquilo era recente, deveria ser de dias antes do meu casamento e de poucos dias atrás. _ Eu sabia que estava confiando a trabalho certo a você, não irá comentar isso com ninguém e se o que eu estou pensando der certo, logo será novamente o meu segurança. Nana não deve saber nada sobre isso.
Ele concordou e falou que se eu precisasse de qualquer coisa deveria o contatar, pois, ele faria qualquer coisa por mim. O dispensei pegando a pasta que ele tinha deixado sob a mesa e subi para o meu quarto, guardando-a em um local que apenas eu teria acesso, eu teria de conseguir copias daquelas informações, nunca colocaria as verdadeiras nas mãos de meu marido, aquilo era o meu passaporte direto para o céu.
_ Abigail não precisa fazer o jantar está noite, irei jantar na casa de nana. – Informei enquanto descia as escadas já arrumada. _ Devo dormir por lá, não voltarei dos Hamptons para dormir sozinha e como Apolo está em missão isso não é problema. Então você deveria tirar a noite de folga, ir fazer algo que você goste, vive presa dentro desta casa.
_ Irei seguir o seu conselho, senhora. – Disse ela fazendo com que eu sorrisse. _ Tenha um bom jantar.
_ Tenha uma boa folga Abigail e me chame apenas de Nalla, esse negócio de senhora me faz parecer mais velha. – Pedi apertando o botão do elevador. _ Boa noite.
_ Boa noite. – Desejou ela sorrindo.
Dispensei Alvin e Enrique com um aceno, pois, nana tinha mandado com que Andreas viesse me buscar, me acomodei no banco do carro e comecei a reparar como a paisagem mudava durante todo o caminho até os Hamptons, eram quase duas horas de carro, mas, eu adoraria voltar a morar perto do mar, eu adorava o barulho das ondas quebrando e ali era tão mais sossegado que em Manhattan e por mais que eu adorasse a visão do Central Park todos os dias pela manhã, eu preferiria ser acordada com o barulho do mar. Os portões da mansão Dmitriev se abriram assim que Andreas estacionou o carro na sua frente e eu me senti melancólica, quantas vezes eu já tinha feito aquilo.
_ Rosa! – Exclamou nana quando eu saí do carro e fui à sua direção, sendo recebida com um abraço de boas-vindas. _ Minha bela rosa.
_ Nana. – Sussurrei melancólica, até das horas de treinamento eu estava com saudades. _ Estava com saudades.
_ E eu suas, minha rosa. – Afirmou ele fazendo com que eu sorrisse. _ O que é isto na sua testa? Aquele maldito italiano colocou as mãos em você? Pois, se isso aconteceu eu irei o matar com as minhas mãos, ninguém machuca uma de minhas filhas e sobrevive pra contar a história.
_ Foi apenas um acidente nana. – Respondi, por mais que a ideia de deixá-lo matar Apolo fosse tentadora, aquilo acabaria com o acordo que as duas máfias tinham feito e eu não queria ser o pivô de mais anos de mortes e desesperos pelas ruas da cidade que eu amava. _ Apolo está em missão a três dias, não teria como ele ter feito isso. Eu caí no banheiro, foi apenas isso.
_ Não esconda nada de mim, rosa. – Mandou-o beijando a minha testa carinhosamente. _ Acordos podem ser desfeitos, principalmente se alguma de minhas filhas estiver em apuros, vocês são mais importantes que um acordo com aqueles malditos que quase nem nos favoreceu, já que estamos fixos nessa cidade a muito mais tempo que eles.
_ Está tudo bem nana. – Garanti beijando o seu rosto. _ Venha, vamos entrar. É noite de comemoração, Ivana finalmente chegou aos 18 anos, pensei que isso nunca iria acontecer, carreguei ela nos meus braços.
Nana sorriu e dispensou Andreas, antes de entrarmos em casa abraçados, Sasha estava á nossa espera no hall de entrada e parecia nervosa, parece que minha querida mãe tinha aprontado mais uma e isso iria fazer com que Ivana ficasse deprimida, aquela mulher não tinha limites.
_ Não deixe com que Ivana descubra sobre isso. – Pedi abraçando-a. _ Irei colocá-la embaixo do chuveiro gelado e trancá-la no quarto, apenas fala que ela não estava se sentindo bem. Ela não merece isso, faça naturalmente Sasha, não queremos escândalos está noite, iremos apenas comemorar.
Natasha gargalhou quando eu a peguei pelo quarto e comecei a carregar na direção do andar de cima, a muitos anos ela e nana não dividiam mais o mesmo quarto e um dos motivos eram esses porres que ela tomava que quase não se aguentava em pé. Tentei fazer com que ela ficasse calda enquanto passávamos pelos corredores, mas, aquela mulher era infernal até quando estava bêbada, joguei-a sobre a cama quando entrei no quarto e fui até o banheiro ligando o chuveiro na agua gelada, por mas que eu tivesse com vontade de afoga-la dentro da banheira, eu não iria sugar as minhas mãos com ela. Tirei a sua roupa e lhe coloquei sentada embaixo da água gelada.
_ Não saia daí até sentir que consegue se levantar sozinha. – Mandei com nojo encarando-a enquanto ela ria. _ E nem pense em descer, consegui controlar nana, mas, se você fizer escândalos está noite com toda a certeza ele quebrará você inteira e isso seria um castigo merecido, pois, você não tinha o direito de estragar o aniversário da sua própria filha. Que tipo de mãe é você?
_ Uma mãe que quer abrir os olhos delas, você deveria ter me escutado e matado o seu marido na noite de núpcias, pois, assim nunca teria conhecido a força da mão de um homem. – Respondeu ela fazendo com que eu me afastasse. _ Você vai se transformar em mim Nalla, reconheço os sinais, ele bateu em você e esse curativo é a prova disso, pode mentir para quem quiser minha querida, mas, eu conheço a violência de um homem de longe, eu a sofro por anos o álcool é a única coisa que ameniza a dor de não ser nada. As mulheres da máfia são apenas objetos, devemos servir e ser remendados enquanto ainda somos utilizáveis, depois eles a descartaram como aconteceu comigo, não tenho mais serventia, mas, ainda sou a esposa, ele precisa de mim viva para se gabar com os amigos. Você irá viver apenas para servir o seu marido e isso é um inferno, a rotina se repetindo todos os dias, isso vai matando você aos poucos, até resta apenas cascas de uma pessoa que você poderia ter sido.
_ Não preciso dos seus conselhos. – Avisei pegando os meus sapatos e saindo do banheiro enquanto a encarava, eu me recusava a me transformar em minha mãe, ela era tudo que eu mais abominava em um ser humano. _ Não se preocupe mama, antes de me transformar em você eu matarei o meu marido ou encontrei um jeito de conseguir conviver em harmonia com ele.
Saí do quarto trancando a porta por fora e colocando a chave sobre o aparador do corredor e coloquei um sorriso no rosto antes de descer as escadas, Ivana merecia um sorriso e paz e era isso que ela teria no dia do seu aniversário.
_ Você veio! – Exclamou Ivana jogando-se nos braços e fazendo com que eu sorrisse acariciando delicadamente as costas dela, ela estava ainda mais linda naquela noite. _ Pensei que seu marido não iria deixar você vir, ele não parece muito confortável conosco.
_ Apolo está em missão e ele não iria me impedir de vir comemorar o seu aniversário. – Falei beijando a sua testa carinhosamente. _ Tenho um presente pra você, mas, só entregarei depois do jantar, assim você não pode me abandonar.
_ Eu irei adorar de qualquer jeito. – Garantiu ela sorrindo. _ Só não vai ser melhor que o presente de nana, ele deixou com que eu fosse para universidade, eu vou poder cursas medicina como sempre sonhei, eu não sei como isso aconteceu, mas, eu estou tão feliz Nalla.
_ Estou muito feliz por você Ivana. – Falei encarando nana que tinha um sorriso no rosto, eu sabia porque dele estar fazendo aquilo, comigo casada e com Sasha perto de arrumar um marido o peso em seus ombros por um herdeiro tinha desaparecido e Ivana merecia um pouco de liberdade e pelo menos uma de nós três teria a chance de viver como uma pessoa normal. _ Acho que o meu presente não vai chegar nem aos pés do de nana.
Ela deu uma risada e começou a tagarelar sobre como imaginava ser a universidade enquanto nós nos sentamos para jantar, deixamos com que ela tagarelasse durante todo o tempo. Nana tinha mandado com que fizessem apenas pratos russos e eu estava com saudades daquela culinária, andava comendo mais massa do que de costume, Abigail tentava me agradar fazendo uma salada nos últimos dias, mas, quando Apolo estava em casa, era apenas massa e comidas pesadas, eu não sabia como aquele homem conseguia manter aquele corpo sarrado comendo aquelas comidas. Nana parecia atento a todos os meus movimentos e eu fiz de tudo para parecer normal, Ivana merecia uma noite normal e tranquila e era isso que ela teria.
_ Comprei para você no leilão, para se divertir com os seus amigos. – Falei entregando o envelope do camarote na boate Olympus, estava do mesmo jeito que tinha me sido entregue. _ Não se preocupe nana, é um lugar seguro Andreas já conferiu as minhas ordens e ela poderá levar os seguranças que quiser, tem um camarote apenas para si por uma noite.
_ Iremos conversar sobre isso depois. – Avisou nana fazendo com que ela murchasse os olhos e eu o encarasse. _ Okay, você pode ir desde que sua irmã esteja presente, não gosto de minhas filhas indo para lugares desconhecidos, principalmente quando é comandada por um italiano, não confio naqueles carcamanos.
Dei um suspiro e voltei a me concentrar apenas na comida, era melhor ficar de boca fechada e não pensar nos meus problemas naquela noite. Depois do jantar nana se refugiou no escritório e nós fomos para o meu antigo quarto, fazendo a reunião das garotas como fazíamos quando eu ainda morava ali e elas queriam fugir das brigas de nossos pais, aquilo começou quando ainda éramos crianças e elas ficavam com medo dos gritos, eu fazia uma cabana e nós três ficávamos dentro, eu contava histórias e as distraia enquanto eles quebravam do lado de fora.
_ Nunca imaginei que nana iria deixar com que eu fizesse universidade. – Comentou ela sorridente. _ Acho isso injusto, vocês nunca tiveram essa oportunidade.
_ Não pense assim. – Pedi abraçando-a. _ É a sua chance de ser normal Ivana, então faça isso por todas nós e honrará a nós duas, pois, nós não tivemos essa chance e você terá.
_ Nalla está certa, estaremos na primeira fila quando você se formar batendo palmas animadamente. – Prometeu Sasha fazendo com que eu concordasse. _ Agarre essa chance, pois não haverá outra como essa Ivana.
Ela nos abraçou com os olhos marejados, nossa caçulinha estava crescendo e isso fazia com que eu ficasse com o coração pequenininho. Elas me perguntaram o que tinha acontecido para eu estar machucado e eu tive que mentir falando que estava tudo bem e que o meu casamento era muito melhor do que eu imaginava e que meu marido era um lorde, elas nunca descobririam que ele é um lorde das trevas, o diabo mais lindo e perverso que eu já conheci. Em alguns quesitos minha mãe estava certa, aquele casamento iria tirar tudo de bom que eu tinha, eu e Apolo nunca iriamos conseguir conviver em harmonia se não tivesse ameaças e brigas e isso iria me matar aos poucos, mas, aquele era o meu destino e nada mais poderia muda-lo, já que os casamentos dentro da máfia eram para toda a vida.
Me encostei na varanda e senti o vento bater nos meus cabelos soltos, os sapatos estavam descansando ao lado da cama onde minhas irmãs dormiam, eu não tinha colocado o pijama de Sasha que estava sobre a poltrona, ainda usava o conjunto branco que tinha escolhido para aquela noite, o mar quebrava tranquilamente a alguns metros me deixando mais calma, ficar ali encarando-o era algo que me trazia paz. Assustei-me quando o celular começou a tocar dentro da minha bolsa e o atendi sem ver o número para que as garotas não acordassem.
_ Preciso de ajuda. – Avisou uma voz masculina fazendo com que eu arregalasse os meus olhos. _ Fui encurralado, não posso ligar para os meus irmãos, preciso de você.
_ Onde você está? – Perguntei, por mais que eu o quisesse morto, ninguém merecia morrer encurralado em alguma viela da cidade, tendo o seu corpo jogado em uma vala onde ninguém iria encontrá-lo, seus irmãos mereciam dar um enterro descente a ele. _ Vamos lá Apolo, não temos tempo, se está ferido eles iram encontrá-lo e quando eu chegar não terá mais anda de você.
Ele me passou as coordenadas com dificuldades e desligou falando que alguém se aproximava, peguei a minha bolsa e os sapatos e saí correndo pelas escadas, ele não merecia a minha ajuda, mas, eu não conseguia dizer não depois daquele pedido agonizante, por mais que ele fosse um diabo perverso. Peguei as chaves da BMW e saí cantando pneus fazendo com que quase levasse o portão na minha frente. Tentei ligar para Aquiles no telefone que ele tinha me deixado, porém, dava apenas na caixa portal, eu não tinha o número de Ares e ele morava nos Hamptons, então a distância era a mesma e eu estava com um carro potente, eu passaria dos 200 km/h com ele em segundos, a estrada até os Hamptons quase não tinha curvas, então eu faria o caminho que durava duas horas eu faria em 30 minutos, esperando que meu marido estivesse vivo quando eu chegasse, como ele estava nos subúrbios da cidade eu não pegaria nenhum pardal a chegar ao local onde ele tinha me informado.
Aquele local poderia ser considerado sinistro, os prédios pareciam todos abandonados, o vento gelado fez com que os pelos do meu corpo se arrepiassem, aquele era um ótimo local para se fazer uma emboscada, Apolo disse que ele estava em um beco entre dois prédios, mas, todos pareciam iguais e eu estava exposta, apertei a pequena adaga nas minhas mãos e continuei o meu caminho até um dos becos, vendo que ele estava vazio, eu iria passar a noite inteira procurando becos e iria encontrar apenas o corpo de meu marido, eu deveria ter trago pelo menos alguns soldados comigo, seria mais fácil de achar alguém.
_ Está procurando alguém madame? – Perguntou uma voz fina fazendo com que eu me virasse a apontasse a minha arma, mas, era apenas uma criança, eu tinha honra, não feriria uma criança a não ser que ela me ferisse primeiro. _ Ou está apenas perdida?
_ Por que, sabe de alguma coisa? – Perguntei encarando-o, ele não deveria ter mais do que 15 anos. _ Pago bem se me der a informação que quero poderá se sair bem.
_ O homem está caído a três becos, parece que está morto, mas, eu não cheguei perto pra ter certeza. – Respondeu ele fazendo com que eu sorrisse e tirasse algumas notas de dentro da minha bolsa e esticando na sua direção. _ Foram os ucranianos, eles nunca falham.
_ Você não me viu aqui garoto. – Avisei quando ele pegou as notas. _ Você não sabe de nada e você vai apenas ligar para esse número e passar o endereço para o homem que atender, sem perguntas ou chantagens ou eu irei saber. E avise que isso foi uma ordem da senhora Marino.
_ Isso vai custar mais madame. – Avisou ele fazendo com que eu rolasse os olhos e tirasse mais 200 dólares de dentro da bolsa e entregasse a ele. _ Nunca vi ninguém pagar tão bem por conta de um presunto.
Ele saiu correndo quando eu o encarei e andei a passos largos até o beco, aquele lugar parecia uma cena de guerra, dois homens estavam mortos na entrada, passei por eles com rapidez, não iria verificar se eles estavam mortos, andei mais alguns metros para dentro do beco querendo matar aquele moleque por ter me passado uma informação errada quando ouvi um gemido baixo vindo do lado de uma lixeira. Meus saltos batiam no chão me deixando ainda mais nervosa, aquilo era uma péssima ideia, agarrei com mais força a adaga nas minhas mãos e segui em frente.
Apolo estava com o corpo escorado na lixeira, sua respiração era fraca e ele tinha sido alvejado pelo menos dois lugares pelo que eu conseguia ver, suas mãos estavam pressionando um dos ferimentos, mas, o paletó estava mais caído. Me abaixei pressionando para que ele parasse de perder sangue e um gemido saiu dos seus lábios.
_ Pensei que não viesse. – Sussurrou ele abrindo os olhos e fazendo com que eu desse os ombros, não podia chamar uma ambulância, isso chamaria a atenção da polícia e eu não teria como explicar aquilo. _ Sua vida seria mais fácil se me deixasse morrer.
_ Cala a boca. – Mandei fazendo com ele desse uma risada baixa e tossisse sangue, eu não podia ser médica, mas, sabia que o seu estado não era bom. _ Economize as suas forças, se morrer nas minhas mãos, irei até o inferno apenas para matá-lo. Alvin deve estar chegando, eu não consegui falar com nenhum de seus irmãos.
_ Sorte sua. – Falou ele sussurrante e irritado. _ Espero que meu segurança acredite em você, sabe ele também não gosta de russos.
Resolvi não revidar apenas apertei com mais força o ferimento fazendo com que ele gemesse e eu sorrisse, se o maldito Alvin não aparecesse eu iria o matar por me deixar naquele beco com o seu patrão e morrendo nas minhas mãos.
_ Conte-me sobre qualquer coisa. – Pediu ele fazendo com que eu revirasse os meus olhos. _ Esse silencio está me matando a horas, eu sou um homem noturno, odeio silêncio. Sabe eu estava tentando livrar de provas incriminadoras e acabei sendo encurralado por malditos imbecis, irá virar a viúva mais rica e importante de Nova York e nem temos uma semana de casados. Sorte a sua senhora Marino.
_ Eu não sou um padre para ouvir os seus pecados. – Avisei encarando-o. _ Então cale a maldita boca, pois, depois de morto quem pode perder a cabeça por saber dos seus pecados sou eu não irei morrer por sua culpa.
O som de pneus cantando fez com que meu sangue gelado e Apolo pegasse a arma que estava ao seu lado e colocasse na minha mão.
_ Sua adaga não vai ajudar se eles vierem com uma automática. – Sussurrou ele fazendo com que eu engolisse a cedo. _ Espero que tenha uma boa pontaria ou morreremos os dois aqui, neste beco imundo no subúrbio da cidade e ainda seremos jogados em uma vala qualquer. Um final péssimo para nós.
Concordei e destravei a arma tentando me manter firme, eu odiava armas, nana sempre disse que eu era melhor com lâminas do que com armas.
_ Alvin! – Exclamei quando vi o seu rosto conhecido, eu quase chorei de alívio, aquela arma tinha apenas duas balas nós estaríamos mortos de qualquer modo se fosse outra pessoa. _ Temos que o retirar daqui, está perdendo sangue demais, não sei por quanto tempo ele está aqui. Precisamos o levar para um local seguro.
_ A clínica da máfia irá o tratar. – Disse ele pegando o patrão. _ Não se preocupe, ele já sobreviveu a coisa piores.
Encarei-o e o segui para fora do beco, Alvin infringiu todos os limites de velocidade da cidade até chegar à clínica que ficava na divisa da cidade, com certeza a máfia italiana pagava por aquele prédio bem equipado e de última geração. Não me deixaram passar da recepção, falando que eu precisava assinar os documentos de entrada, minhas mãos ainda estavam sujas de sangue quando Ares chegou, ele me encarou de cima a baixo, eu deveria parecer ter saído de um filme de terror, minha roupa estava toda suja, meus cabelos arruinados, minha fisionomia não parecia a melhor.
_ A máfia está atrás de quem fez isso. – Avisou ele colocando as mãos no meu ombro e fazendo com que eu assentisse. _ Vá pra casa, tome um banho e tire essas roupas sujas, não irei sair daqui até ter notícias dele.
_ Também não farei isso. – Disse fazendo com que ele arqueasse uma sobrancelha como se eu tivesse o desafiando. _ É o meu marido que está naquela sala de cirurgia, então eu irei ficar aqui até ela terminar, não me importo com as suas ordens, foi nas minhas malditas mãos que ele sangrou por quase uma hora, então, eu não irei embora.
_ Eu sabia que você era a esposa certa para Apolo assim que coloquei os meus olhos sobre você. – Falou ele fazendo com que eu engolisse a seco. _ Não irei obrigá-la a nada, mas, sabia que isso pode demorar horas e você não é uma visão agradável, parece que rolou no sangue.
Me sentei em um banco distante dele e coloquei as mãos sobre os joelhos, ele tinha razão eu deveria ir pra casa, mas, minhas pernas pareciam não me obedecer, então, eu apenas me sentei e fiquei ali encarando minhas mãos sujas de sangue o sangue dele e suspirei sabendo que Ares estava certo e que aquilo iria demorar.