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7:30 AM
Os primeiros raios de sol entraram por uma fresta da janela do quarto de Greta, espalhando uma luz suave pelo quarto. Ela levantou-se da cama deixando o relógio sobre a pequena cômoda ao lado de sua cama. Era hora de começar seu dia. Espreguiçou-se e bocejou, sentindo-se ainda um pouco sonolenta. Apesar de estar acostumada a acordar cedo, seu maior desejo era um dia poder dormir até tarde. Com um suspiro, ela se levantou e começou a se arrumar para o dia. Ela vestiu seu uniforme, prendeu os cabelos em um rabo de cavalo no topo da cabeça e lavou o rosto, sentindo a água fria despertá-la completamente. Estava pronta para começar seu dia. Saiu do quarto e caminhou para a cozinha da casa.
- Bom dia, Nanda! - Sentou-se à mesa.
- Bom dia, Greta! - Disse Nanda colocando uma xícara sobre a mesa.
Greta olhou em volta da cozinha, notando a ausência dos outros empregados.
- Onde estar os outros empregados? - Perguntou.
- A Deise saiu com a Sra. Julie para comprar as coisas do jantar, o resto levantou bem cedo e já estão fazendo seus afazeres.
Greta assentiu, tomando um gole do café quente que Nanda havia servido.
- Parece que hoje vamos ter um dia agitado pela frente - Comentou Greta, colocando a xícara de volta na mesa.
Nanda assentiu, ocupada, preparando o café da manhã dos patrões. - Sim, com a chegada do Sr. Rafael, todos estão um pouco mais ocupados do que o normal.
Greta terminou seu café e levantou-se da mesa.
- Eu também vou começar a fazer as coisas cedo, tenho que dar uma geral no quarto do Sr. Rafael.
Saindo da cozinha, subiu as escadas em direção ao quarto do Sr. Rafael. Ao abrir a porta, parou por um momento para avaliar o trabalho que tinha pela frente. O quarto era muito grande para uma pessoa só, com móveis de madeira escura e uma cama king size no centro. As janelas grandes permitiam a entrada de muita luz natural, iluminando o quarto e destacando a decoração sofisticada. O quarto estava um pouco empoeirado e desorganizado, mas nada que Greta não pudesse lidar. A jovem arregaçou as mangas e começou a limpar, determinada a deixar o quarto impecável para a chegada do Sr. Rafael. Trocou os lençóis da cama, as fronhas dos travesseiros e as cortinas. Uma coisa que as irmãs e a Madre ensinaram bem para Greta, foi deixar tudo um brilho. Quando terminou já era quase hora do almoço, a Sra. Julie e a Deise já tinham chegado com as compras.
- Venha comigo, Greta, quero ver como deixou o quarto do Rafael - Seguiram para o andar superior.
Ao chegarem no quarto, Julie abriu a porta. Ela entrou e olhou em volta, avaliando o quarto todo. Depois de um momento, olhou para jovem que observava tudo do lado de fora, e sorriu para ela.
- Você fez um ótimo trabalho, Greta.
- Obrigada, Sra. Julie. - Sorriu a jovem
- Depois que você almoçar, você vai ficar encarregada de arrumar a sala de jantar, passar um pano nos móveis, varrer o chão e passar pano no chão.
- Sim, senhora - Assentiu
Greta se despediu da Sra. Julie, e desceu as escadas, voltando para a cozinha. Sentiu um cheiro muito delicioso na cozinha, o que fez sua barriga roncar.
- O que está fazendo? - Perguntou curiosa.
- Estou fazendo estrogonofe de camarão, mas é para o jantar.
- E o que tem para o almoço?
- Temos frango grelhado, macarrão, arroz, feijão e salada.
Greta serviu seu almoço e começou a comer. Enquanto ela comia, pensou em como seria bom ter um jantar tão delicioso quanto o estrogonofe de camarão. A jovem nunca tinha comido. No orfanato onde cresceu não tinha esse tipo de comida, mas pelo cheiro Greta imaginou que era muito bom.
Ela se perguntou Nanda precisaria de ajuda para prepará-lo.
- Você precisa de ajuda para preparar o jantar? - Perguntou
- Não, obrigada, Greta. Eu já tenho tudo sob controle - Respondeu Nanda, sorrindo.
Greta apenas assentiu e continuou a comer seu almoço. Depois de terminar de comer, ela levantou-se e começou a limpar a sala de jantar. Pegou um pano e começou a limpar os móveis, removendo a poeira e deixando tudo brilhando. Em seguida, pegou a vassoura e começou a varrer o chão, removendo qualquer sujeira ou detrito. Depois de varrer, ela peguei um pano úmido e começou a passar no chão, deixando-o limpo e brilhante. Só esse trabalho tinha a deixado um pouco cansada. A sala de jantar estava limpa e arrumada, pronta para a chegada do Sr. Rafael.
***
Greta saiu do banho, a pele ainda rosada e úmida da água quente. Ela se enrolou em uma toalha macia, o tecido absorvendo as gotas restantes de água de sua pele. Com passos leves, ela caminhou até seu quarto. Secou-se rapidamente e vestiu seu uniforme, agora limpo. Já eram quase sete horas da noite, a Sra. Julie tinha exigindo que todos os empregados tomassem banho. Assim que terminou de se arrumar, Greta correu para o casarão indo diretamente para a sala de jantar.
- Está atrasada. - Disse Deise.
Às vezes Greta achava ela bem chata, mas mesmo assim gostava muito dela.
Deise era uma mulher elegante. Seus cabelos ruivos, sempre presos em um coque no topo da cabeça, eram sua marca registrada. Seus olhos castanhos tinham um brilho inteligente e observador, sempre atentos a tudo ao seu redor. Ela estava sempre vestida de maneira elegante, com roupas que realçavam sua figura esguia. Seus saltos altos ecoavam pelos corredores da casa, anunciando sua presença antes mesmo de ela entrar em uma sala. Apesar de sua aparência séria, Deise tinha um coração gentil. Ela tratava todos os empregados com respeito e consideração, sempre disposta a ouvir e ajudar quando necessário.
- Desculpe, estava me arrumando.
- Agora vamos, não temos mais tempo, o Sr. Rafael já chegou e está se arrumando para descer.
Greta colocou os pratos, talheres e copos nos lugares certos e se certificou de que tudo estava limpo e brilhando. Ao poucos pessoas iam chegando na casa, mas nada do Sr. Rafael desce, o que estava deixando a Sra. Julie agitada. A mulher olhava ao seu redor como se estivesse procurando alguém, até seus olhos baterem em Greta.
- Greta, querida! - Disse quase aliviada. - Preciso que você suba lá em cima e chame o Rafael.
- Sim, senhora. - Assentiu.
Se dirigiu para o andar de cima do casarão. Greta subiu as escadas e caminhou pelo corredor até o quarto do Sr. Rafael. Bateu na porta.
- Sr. Rafael - Chamou.
No segundo toque ele abriu a porta.
Seus olhos se arregalaram ao ver o homem parado à sua frente. Ele é tão jovem. Grega engoliu em seco por não conseguir tirar seus olhos do homem. Ele é alto, vestido em um fino terno preto, camisa branca e gravata preta, seus fios pretos estavam penteados perfeitamente para trás, e brilhantes olhos azuis que a olhou de cima a baixo.
Ela não se lembrava a última vez que viu um homem tão bonito, talvez nunca tenha visto um.
Ele a olhava de um jeito divertido esperando que a jovem falasse. Mas por ele poderia passar a noite toda observando aquela pequena criatura parada na sua frente.
Greta sentiu seu rosto corar ao perceber que ainda estava encarando o homem. Rapidamente desviou o olhar e tentou se recompor.
- A... Sua... A Sra. Julie pediu para o Sr descer. - Quando terminou de falar baixou a cabeça.
Rafael sabia muito bem como deixar uma mulher intimidada.
- Quantos anos você tem, mocinha? - Sua voz rouca e grossa assustou a jovem.
- Tenho dezoito, Sr. - Respondeu sem olhá-lo.
Ele odiava aquilo, odiava quando não olhavam para ele.
Greta sentiu dedos tocarem seu queixo e erguer sua cabeça.
- Gosto que olhem para mim quando faço alguma pergunta. - Aproximou-se dela.
- Desculpa. - Engoliu em seco. Sentindo seu coração bater forte.
Ele tinha uns belos olhos azuis.
Ela tinha uns belos olhos verdes.
O homem soltou o queixo da jovem e se afastou um pouco, a observando com atenção. Seu olhar sobre ela a deixava desconfortável.
- Você é nova aqui, não é mesmo? - Perguntou ele, ainda com a voz rouca.
- Sim, comecei a trabalhar aqui há poucos dias - Respondeu, tentando manter a calma.
O homem assentiu e se aproximou novamente, ficando bem perto de Greta. Ela podia sentir seu cheiro forte e masculino, o que a deixava ainda mais nervosa.
- Avise para minha mãe que já estou descendo. - Disse ele, sorrindo de forma maliciosa. - E se precisar de alguma coisa, pode me procurar.
A jovem ficou confusa, ela não sabia o que ele quis dizer, então apenas assentiu e se afastou
- Com licença. - Disse, finalizando a conversa.
Desceu as escadas quase tropeçando nos degraus. Greta estava tentando entender o que tinha acontecido. Mas de uma coisa ela sabia, precisava ficar longe dele. Ela respirou fundo e tentou se acalmar.
- Greta, cadê o Rafael?
Saiu dos seus pensamentos com a voz da Sra. Julie.
- Ele já está descendo, ainda estava terminando de se arrumar.
Julie olhou para Greta.
- Você está bem? Parece pálida.
- Estou sim! - Sorriu, nervosa.
A Sra. Julie a observou por mais alguns segundos antes de assentir e se afastar.
- Tudo bem, agora pode ir para a cozinha ajudar a Nanda.
- Sim, senhora.
Correu para a cozinha.