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-Pode abaixar essa arma?!
-O que faz aqui Allan ? - indaga, depositando o objeto sobre a mesa.
-Uma visita de cortesia.
-Visitas não entram sem serem convidadas.- murmura cruzando os braços.
-E não são recebidas como um alvo! Você é sempre tão convidativa?!
-Tem sorte do meu lema ser "Pergunte, e depois atire". -Revida, revirando os olhos.
Ela serve uma xícara de café, passando levemente o conteúdo pelos lábios para sentir o calor, e somente então tomou um pequeno gole. Lizzie sabia que o café era sua especialidade, e que graças ao amigo, obteve esse vício.
-Você ainda não respondeu.
Allan Matte é um dos loucos por ciência, se conheceram quando Elisabeth entrara para o exercito. Pois graças aos diversos livros que lia escondida do pai quando criança, desenvolveu uma habilidade de Descriptografar e decifrar qualquer tipo de código. E foi justamente esse dom que à ajudou a entrar para o time. Em troca, recebera uma nova identidade e garantia de que sua imagem não seria vazada por rádios, fotos ou televisores. Allan, o General Clarke e o falecido Oliver Castex lhe ensinaram tudo o que sabe, ensinaram-na a lutar. Não no sentido literal da palavra, afinal ela também teve as suas escapadas com os soldados do seu pai, buscando sempre que alguns deles lhe ensinasse técnicas de combate. Entretanto, na sua lista reclusa de amigos, eles são os únicos a saberem sua verdadeira identidade, já que esse tipo de informação não foi colocado em registros.
-Lizzie? Você está bem?
-Desculpe, o que dizia? - indaga confusa.
-Preciso de ajuda.
-A meses não te vejo, e voltou somente por favores? Se for mais uma daquelas idéias malucas, ou se eu tiver que fingir ser sua irmã de novo! pode esquecer!
-O assunto é sério Lizzie, estão tentando me matar!
-Como ?
-Ora, você mais do que ninguém sabe o que é ser vítima de uma tentativa de assassinato!
Ela revira os olhos e tenciona o maxilar, para demonstrar sua impaciência.
-A alguns meses investigava sobre um grupo formado por magnatas traidores. Inicialmente eles elimivam alvos que representassem algum risco, mas a algum tempo, se aliaram à países inimigos e desde então, pessoas tem sumido. Eles se auto denominam "Maré vermelha", e poucos sabem de sua existência. Comecei a receber ameaças por cartões postais semana passada, mas foi somente ontem que "acidentalmente", minha casa voou pelos ares! por sorte, só a minha empregada estava lá dentro.
Ela estreita os olhos.
-Quer dizer... Que pena que ela morreu...- corrige. - Vou ter que arrumar outra.
-Allan!
-Esta bem, desculpe!
-Posso saber por que colocar o fucinho onde não deve?
-A mando do general Clarke, quer dizer... Ele só pediu algumas informações, mas eu decidi investigar mais a fundo. O nome de Oliver estava envolvido.
Lizzie massageia as têmporas, afim de acalmar a dor de cabeça que começava a atormenta-la.
-Concordamos em não desenterrar esse assunto, Matte.
Apesar do regime fechado imposto pelo general Austen, criada de base em base, conhecendo quase toda a Europa e metade do oriente, ela aprendera a ser auto suficiente e independente. Conhecera Oliver Cartex quando chegou aos Estados Unidos, na época, ele era apenas mais um entre milhões de soldados que se alistavam para a segunda grande guerra, disposto a morrer pela pátria. Ensinou a ele algumas táticas de guerra e poucas das muitas formas de criptografia que conhecera nos livros do General. E em troca, ele comentou com o General Clarke sobre as habilidades que a pequena Julie tinha, garantindo então: sua entrada ao exército Americano.
-Lizzie, olha, não tenho provas, mas acredite em mim! Aquilo não foi normal!
-Eu confio em você Allan, mas já passou um bom tempo e não quero desenterrar defuntos.
-Você tem que parar de se culpar por algo que não fez, a morte dele não foi sua culpa. Ninguém poderia prever que aquele avião explodiria antes mesmo de alcançar os céus!
-Eu encomendei aquele avião, ao contrário, talvez ele ainda estivesse vivo.
-Nunca saberemos ao certo o que poderia ou não acontecer. Acredite, as consequências seriam piores se aquela arma ficasse nas mãos de pessoas erradas.
-Vamos direto ao ponto, Matte. -murmura ela, tentando esquecer o assunto.
-Como quiser. Como já sabe, não estou aqui apenas por mim, vim a mando do General Clarke. Ele quer que investigue esses atentados contra os Estados Unidos, e eu serei seu ajudante. Bom...pelo menos por um tempo...
-Sabe que além de correr sérios riscos, estarei cometendo crimes por não compartilhar informações úteis ao país com a minha organização?! Além disso, Clarke tem um exército inteiro à sua disposição!
-É necessário que essa missão seja mais do que secreta, por isso te escolheu. Além de ser uma das pessoas em que ele mais confia, é perfeitamente treinada para possíveis complicações.
-Saiba que bajulação não adianta! Mas prometo pensar no assunto...
-Acho que não fui claro... Não é uma proposta, é uma ordem!
-Seu tom indicava que tinha alguma escolha.
-Até tem, mas sei que você está a procura de uma boa ação à muito tempo! Te conheço Elisabeth, e sei que seu lugar não é atrás de pastas e arquivos. Como sua mãe dizia: "Você nasceu pra lutar".
-Isso é trapaça.
-Eu sei. - ele sorri. - Você não resiste a essa frase.
(...)
Por algum motivo desconhecido, essa era quarta vez no dia em que Benn supervisionava sua mesa, eram sete longos minutos. Contudo, ela não era o seu único alvo, os demais agentes também eram observados, e de longe podia-se sentir a tensão pairando no ambiente.
-Algum problema? - questiona, incomodada com os olhares do agente.
-Esses relatórios não estão bem feitos! - murmura.
-Você nem sabe fazer um! - revira os olhos. - Se quiser bem feito, faça você mesmo! porque como vê, estou bem ocupada!
-Petulante como sempre. - comenta estalando a língua. -Recomendo que dobre essa lingua ao falar comigo Srt. Becker. Um dia, quando eu ocupar a cadeira do Peterson, terá de me respeitar!
-Tenho certeza que Peterson ainda não sabe disso...
Ela pausa, observando a multidão de agentes que entravam na sala de reuniões, isso só poderia significar uma coisa. Mais problemas estariam por vir.
-Você não. - Diz Benn, percebendo suas intenções.
-Como?!
-Disse que tinha muito trabalho, pois bem, faça-o... Garanto que sua presença não será de grande estima nesse caso.
-Você não tem o poder de...
-Peterson me deu esse poder!
Ela estreita os olhos, irritada, mas antes que pudesse protestar, a porta é fechada diante dos seus olhos.
-Não acredito!
-Esta tudo bem, Becker?
-O que foi agora Charlotte?! - questiona, rolando os olhos pela bandeja de café nas mãos da loira.
-Estranhei o fato de não participar da reunião. - diz sínica.
-Não são horas para provocações.
Além dela, Charlotte Asher era a única mulher dá OSCU, porém ela ocupava o cargo de secretária e talvez seja esse o motivo de sua desavença por Elisabeth.
Recolhendo a bandeja de café das mãos da secretaria, ela adentra a sala. Pelo menos assim teria um pretexto para participar de alguns minutos da reunião, e saber o contexto do que acontecia. Odeiava a idéia de se sujeitar a essa situação, mas se o general Clarke queria realmente descrição, por mais que quisesse entrar naquela sala e simplesmente desfigurar a cara de Benn para obter informações, não poderia chamar tanta atenção.
-O que está fazendo aqui? - questiona Benn, aparentemente irritado.
-Se observasse melhor veria que trago uma bandeja, e que dentro dela tem café. - murmura sarcástica. - É tão dificil assim, pensar?
-Não pedimos, e Charlotte está encarregada dessa tarefa!
-Charlotte está ocupada, então decidi lhe fazer esse favor... -responde sinica.
-Podemos voltar ao que importa? Agente Becker, fique. - intervém Peterson.- Como dizia, acabo de receber um telefonema informando o sumiço do Dr.Kemil. Para os que ainda não o conheciam: Kemil faz parte dá lista de cientistas mais brilhantes deste país, ele lutou ao nosso lado na última guerra.
-Podemos levantar a hipótese de um sequestro? - questiona Benn.
Lizzie lembrava-se vagamente de Kemil, encontraram-se nas poucas vezes em que visitará Allan no laboratório.
-Ainda não... Já mandei alguns agentes investigarem a cena do crime.
-Talvez o sequestro e os ataques estejam interligados. - diz Campbell.
-Não sabemos, é por isso que quero você e o Agente Benn investiguem o local pessoalmente.
-Pode deixar senhor.
-Estão dispensados.