Penso como foi que a Sra. Victoria o achou, e qual o motivo verdadeiro de trazê-lo para trabalhar conosco.
Fico imersa aos meus pensamentos, e não percebo a hora passar. Quando me dou conta, já são quase 20h00min.
Como Daniel não esteve o dia todo comigo, não percebi que o expediente já havia acabado há duas horas, e é sempre ele que fica me lembrando da hora de irmos para casa.
Começo então a guarda as coisas e a me prepara para sair, e quando estou fechando as janelas de minha sala, ouço um barulho vindo do corredor.
Vou até a porta, abro e vejo se a alguém, mas não tem ninguém. Então retorno para fechar a última janela.
Ouço novamente o barulho, só que dessa vez mais perto, pego minha bolsa saiu pelo corredor em direção ao elevador o mais rápido que posso. Enquanto caminho, tenho uma estranha sensação de que estou sendo observada.
Enquanto aguardo o elevador chegar, a estranha sensação aumenta, e começo a ficar apavorada, tanto que nem consigo lembrar se tranquei a porta da minha sala. Eu é que não vou voltar para conferir.
O elevador chega, as portas se abrem, e eu rapidamente entro nele, encosto-me à parede fechando os meus olhos aliviada.
Ao chegar à recepção, eu me dirijo ao recepcionista da noite e digo:
- Boa noite, você sabe se a mais alguém no decimo andar?
- Boa noite Senhorita Julia, não há mais ninguém, só a senhorita mesmo que ainda estava lá. – Diz o recepcionista me deixando mais apavorada do que eu já estava.
- Tem certeza de que não há mais ninguém lá? – Insisto.
- Tenho senhorita Julia, não só no decimo mais em todo prédio. – Eu lhe lanço um olhar assustada.
Tudo bem senhorita? – Pergunta ele tentando entender o que está acontecendo.
- Esta sim, obrigada pela informação, bom trabalho. – Digo cordialmente.
Sigo em direção à garagem com os pensamentos mais confusos do que já estavam, e penso que isso deva ser obra de minha imaginação. Eu nunca havia ficado sozinha lá em cima, e depois dessa experiencia, não voltarem a fazer isso.
Ao chegar à garagem, vejo que só tem o meu carro, aperto o botão da chave para abri-lo mesmo antes de me aproximar. E ao caminhar até ele a terrível sensação volta, só que desta vez é bem mais forte que antes.
Aperto o passo até o carro, abro a porta e entro.
Mas quando vou tentar ligar o carro, meu nervosismo e tanto que deixo cair à chave.
Me abaixo e vou passando a mão pelo chão do carro procurando a chave, e quando finalmente consigo alcançar, me levanto para dar a partida.
Coloco o sinto de segurança e me preparo para sai, mais quando olho para frente vejo uma sombra de um homem me observando.
Eu ligo os faróis para ver quem é, mas quando a luz ilumina, não vejo ninguém.
Apavorada e assustada saiu dali no estilo, velozes e furiosos sem nem olhar para trás.
Chego a minha casa, nervosa e sem acreditar no que aconteceu.
E penso se aquilo realmente foi real, ou só fruto da minha imaginação.
Às três da manhã, eu acordo sobressaltada, e sinto o quarto gelado, olho para a janela, e vejo que está aberta.
Tento puxar na memória se eu a abrir antes de dormi, mas não consigo lembrar se fiz isso.
Eu me levanto e vou até a janela para fecha-la, fecho os vidros e antes de fechar as cortinas, eu observo a rua que está calma, vejo um cachorro bem grande mexendo na lata de lixo do vizinho.
- Tadinho, ele deve está com fome. – Digo para mim mesma em voz alta.
Decido então ir até a cozinha ver se encontro algo para o cãozinho.
Abro a geladeira e pego uns pedaços de carne que sobrou do jantar, ponho no micro-ondas, ponho em uma prato de plástico e levo até ele.
Enquanto o cachorro se farta com os pedaços de carne, eu me abaixo e procuro ver se ele tem coleira ou algo que possa dizer se ele tem dono. Mas não encontro nada, ele deve ser de rua mesmo, ou foi abandonado por alguém sem coração.
De repente o cachorro para de comer e começa a rosna como se estivesse sendo ameaçado ou alertando algo.
Eu me viro e olho para todos os lados e não vejo nada, mas a estanha sensação volta.
Eu então me levanto e começo a caminha em direção a minha casa, e mesmo antes de chegar eu escuto uma voz grave dizer:
- É perigoso para uma mulher linda como você ficar andando pela rua há essa hora.
- Me viro para ver quem é, e fico paralisada ao ver David Jacobson bem na minha frente com as mãos no bolso.
- Oi David, o que você está fazendo aqui? – Pergunto assusta.
- Eu estava passando e vi que você estava aqui alimentando esse pobre cachorro. – Diz ele me olhando nos olhos.
E você veio de qual direção? Porque eu não vi você se aproximar. – Digo querendo entender como ele surgiu em minha frente tão de repente.
- Você estava bem distraída. – Diz ele rapidamente.
- É você mora aqui nesse bairro? - Pergunto ainda sem entender muito bem o que está acontecendo.
- Sim, aluguei uma casa aqui, achei que seria melhor, em quanto estiver no Brasil, eu queria ficar em um ambiente mais família. – Diz ele.
- Pensei que você curtisse hotéis. – Digo.
- Não. - Diz ele secamente.
Eu o encaro e ele me encara de volta, parece perceber que estou assustada com a situação.
- Não precisa ter medo de mim Julia, eu jamais faria mal a você. – Diz ele de repente.
- Eu não estou com medo, só estou surpresa em saber que você mora próximo a minha casa.
Ele se aproximar mais e diz:
- E isso não é bom? – Perguntar colocando sua mão em meio queixo e levantando meu rosto para olhar direto em meus olhos.
Uma corrente elétrica percorre meu corpo com esse simples toque.
Fecho os olhos e quando os abro, ele está me observando com um meio sorriso. Ele sabe que tem poder sobre mim.
- Eu vim de tão longe, só para ver de perto se você era real. – Diz ele com voz rouca em meu ouvido.
Eu o encaro sem entender o que ele quis dizer.
Ele me olha e passa seus deliciosos lábios sobres os meus, e diz:
- Seus lábios são tão tentadores, por favor, me deixe beija-los?
- Sim. - Digo em um fio de voz.
Ele então toma meus lábios, e me dá um beijo selvagem.
Suas mãos passeiam por todo meu corpo, me fazendo gemer sobre seus lábios.
Eu enfio meus dedos em seus cabelo e rebolo meus quadris no mesmo ritmo que o seu.
Ele põe suas mãos sobre meu bumbum e o aperta mais contra sua ereção.
Desejo... Excitação.
Seus lábios são tão deliciosos, que eu me esqueço completamente que estamos no meio da rua.
Estamos totalmente entregues a nossos desejos, aproveitando um ao outro a cada toque.
De repente um latido me traz de volta, eu abro os olhos e percebo que estou sozinha em frente a minha casa.
Olho em volta e não vejo ninguém, somente o cãozinho que me olha de volta.
Eu levo minhas mãos à boca e pergunto a mim mesma:
- Meu Deus, o que está acontecendo comigo? Eu jurava que o David estava aqui.
Volto para dentro de casa, trêmula e assustada.
Aquilo parecia tão real, eu sentir ele, sentir seus beijos, seu toque.
- Meu Deus, será que estou ficando louca? – Pergunto para mim mesma em meio às lágrimas.