Capítulo 10 CRIANDO LAÇOS

Ivan se levantou e entregou a ela, Gabriela imediatamente se lembrou dele a chamar de gatinha, gostou daquilo.

Gabriela:- Porque você me chama de gatinha?- Ele pensou nas vezes que a chamou assim, foi espontâneo, nem mesmo havia se dado conta

Ivan:- Você às vezes parece uma gatinha manhosa.

Gabriela:- Não sou manhosa - Ela não se imaginava assim.

Ivan:- Às vezes é, mas foi um elogio

Gabriela parou com a informação, pensava se o marido gostava desse tipo de mulher, mas não se achava manhosa, só tímida. Gabriela ficou com isso na cabeça nem mesmo sabia porque, talvez estivesse tentando descobrir as preferências do marido.

Ivan olhava para ela na porta perdida em pensamentos, aproveitou que estavam conversando sem briga.

Ivan:- Pode se sentar aqui- Ela exitou um pouco, mas sentou ao lado dele. - Quero que me escute, por favor, na casa do meu pai, não quis te ofender, só não raciocino direito quando estou nervoso e os soldados falaram coisas sobre você que me irritaram.- Gabriela era uma mulher inteligente, entendeu que os pensamentos do marido não eram como o dos outros homens, teria que ser paciente e tranquila para que a vida deles não se transformasse em um cabo de guerra.

Gabriela:- Sua desconfiança foi por não me conhecer direito?

Ivan:- Não teve desconfiança, você apenas apareceu na hora errada- Se não era desconfiança seria ciúmes? Ela tentou tirar esse pensamento dá cabeça, ele precisava gostar um pouco dela para sentir ciúmes.

Ivan:- Pode me desculpar por isso?Gabriela:- Vamos esquecer isso, não quero que nosso casamento seja baseado em brigas, quero que dê certo

Ivan:- Quer?- Ele parecia surpreso. - Por quê?

Ela olhava para o chão, os olhos do marido era intenso, preferiu não olhar para ele.

Gabriela:- Sei que nosso casamento não foi convencional, nenhum dos dois queria se casar, mas temos que tentar viver bem- Ela queria dizer que sentia alguma coisa por ele, mas não conseguiu.

Ivan:- Entendo - Ivan se recriminou por pensar que ouviria algo diferente, ela nunca poderia ter sentimentos por ele, estava apenas cumprindo as convenções sociais, uma moça que passou um tempo em internato, deveria ter em mente que um casamento mesmo que ruim deveria ser preservado, talvez fosse para sempre um casamento de fachada, respirou fundo e entra na casa.

Gabriela não consegue falar dos seus sentimentos, ainda são confusos, nunca imaginou desenvolver algo por um homem assim, precisava conhecer Ivan melhor, mas queria diminuir a distância entre eles.

O encontrou na cozinha, ficou encostada no batente dá porta, ele cortava carne com um avental que era visivelmente pequeno para ele.

Ivan:- O que esta fazendo?Gabriela olhou para os lados, foi pega, como ele sabia que ela estava ali mesmo estando de costas.

Gabriela:- Nada, só pensando que eu deveria cozinhar, você fez o almoço- Ela sorriu para ele e pegou o outro avental, ele estava serio e, no fundo do coração, sabia que foram as palavras dela que o deixou assim.

Ivan:- Não me incomodo em cozinhar, pode descansar- Ela pegou a tabua de começou a cortar cebola, ele olhou para ela, em seguida voltar a cortar>Gabriela:- O que vamos cozinhar?

Ivan:- Vamos cozinhar juntos - Ela pensou que para um homem tão inteligente ele fazia muitas perguntas, sorriu.

Gabriela:- Vamos, o que acha de massa? Massa caseira - Ele balançou a cabeça e fez cara de surpresa. Gabriela terminou as cebolas para a carne e começou a preparar a massa, ele fazia o tempero para marinar a carne já cortada. A viu misturar a farinha e os ovos e aos poucos a massa tomar forma.

Gabriela:- Pode me ajudar aqui?- Ele lavou a mão e ficou parado ao lado dela, Gabriela segurou as mãos de Ivan e mostrou como sovar a massa, ele estava tentando se concentrar, mas só conseguia observar as mãos pequenas que seguravam as suas. Gabriela parou e foi a dispensa pegar a máquina de fazer macarrão que havia visto, achou estranho que ele tivesse isso, retornou com a testa franzida.

Gabriela:- Aurora?- Mostrou a máquina ainda na caixa para ele.

Ivan:- Aurora- Disse ele rindo- Gabriela retirou a máquina dá caixa e lavou as peças, voltou para ver como estava Ivan, ficou atrás dele e passou uma das mãos colocando por cima dá dele, Ivan sentiu o corpo dela em suas costas, fechou os olhos absorvendo a sensação, Gabriela testou a massa com os dedos, mas logo saiu, nem havia percebido o que sua ação causou, Ivan se encostou mais na pia para que ela não pudesse ver sua ereçâ@, respirava fundo tentando mandar a mente para outro lugar, focou no barulho dá cachoeira que conseguia ouvir ao longe., foi se acalmando aos poucos, pedindo mentalmente para que ela não o tocasse de novo.Começaram a abrir a massa, Ivan se atrapalhou algumas vezes espalhando farinha por todos os lados, riram juntos e se divertiram com a atividade, foi um momento descontraído, terminaram o macarrão, Ivan resolveu fazer a carne na chapa enquanto Gabriela colocava a mesa, passaram muito tempo na cozinha, tomaram vinho durante o jantar, depois limparam a cozinha juntos.Gabriela:- Podíamos terminar o vinho vendo um filme- Ele torceu o nariz- Deixo você escolher

Ela estava com uma sobrancelha arqueada e ele riu.

Ivan:- Ok gatinha, vamos- Ele passou por ela, foi uma forma de provocação, mas Gabriela riu, sentaram na sala de Tv. E ela esperou que ele escolhesse, acabou optando por um filme de comédia, ela gostou. Gabriela acabou adormecendo e se aninhando a ele, na tinha mais medo de Ivan, entendeu que se ele fosse um homem cruel já a teria forçado a algo, mas não o fez. Ivan se sentiu quente com a proximidade dela, acariciou o cabelo ruivo, achou, ela acordou olhou para cima, Gabriela tinha curiosidade em beijar um homem, já havia dado um selinho no marido, mas não um beijo, viu que Ivan não tomaria a iniciativa, então se esticou e roçou os lábios nos dele, queria construir uma relação e para isso precisavam construir intimidade, mesmo que fosse aos poucos, Ivan ficou paralisado no começo, mas a segurou em seus braços, e a beijou, foi um beijo terno, mais rápido, sentiu a mão dela em seu peito e se levantou deixando Gabriela atordoada, teve medo do que veria nos olhos dela.Ivan:- Preciso dormir - Ela ficou olhando Ivan sair do quarto, achou que ele não sentia nada por ela, nem mesmo a beijar ele queria, Gabriela chorou, se sentiu triste e magoada pela rejeição do maridoIvan sentou na cama em seu quarto, a cabeça fervendo, não entendia seus sentimentos e já começava a vacilar no pensamento de que Gabriela estava jogando com ele, talvez ela apenas estivesse resignada em ser sua esposa, ele precisava entender o que ela esperava dele e se ele poderia dar a ela.

Se sentiu nervoso, pegou sua toalha e saiu, Gabriela ouviu o barulho dá porta, mas não foi atrás dele, precisava de um tempo, se deitou na sala de tv, ouvia os barulhos lá fora, mas não sentiu medo Ivan estava lá. Ficou ali deitada por muito tempo, desceu para lavar as taças, ouviu um barulho e foi verificar, abriu a porta com as mãos tremendo, viu Ivan sentado na varanda, estava enrolado na toalha e tinha sangue escorrendo dá perna, ela arregalou os olhos e correu para ele.

Gabriela:- O que você fez? Venha comigo- Ivan se levantou, mas não apoiou o peso nela, ela não aguentaria, mesmo assim Gabriela o segurava pela cintura olhando para o sangue que escorria.

Gabriela:- Precisa de médico, vai ter que tomar pontos.

Ivan:- Pegue a caixa de primeiros socorros na despensa- Ela obedeceu

Ivan limpou o ferimento e estava colocando linha em uma agulha, Gabriela observou a linha era mais grossa que as linhas normais. Gabriela tremia, mas retirou a agulha do marido, precisava ajudar.

Gabriela:- Tem certeza que não quer ir ao médico? - Ivan viu a primeira oportunidade de testar Gabriela.Ivan:- Vou se você ficar segurando minha mão- Viu o rosto dela empalidecer, Gabriela olhou para ele e para a perna ferida, estava nervosa, as mãos frias tremiam.

Gabriela:- Eu seguro, vamos - Os olhos cheios de lagrimas dela se encontraram com os dele, Ivan viu a esposa subir as escadas correndo e voltar com a bolsa, a segurou, não sabia até onde ela iria, mas a reação dela era de muito medo.Ivan:- Vamos dar os pontos aqui mesmo, deixa que eu faço. - Ela ficou sentada olhando enquanto Ivan costurava a própria perna, estremeceu com a coragem do marido, mas o fato de não precisar ir ao hospital já fez com que o rosto ficasse mais corado, Ivan percebeu. O medo de Gabriela era grande, Ivan conhecia aquela expressão já havia causado em muitos inimigos, mas não queria ser o causador do medo dela.