Capítulo 3 Capitulo 3

"Será que os dias de setembro sempre foram tão quentes assim?" - Ana se perguntou enquanto caminhava de volta para casa depois de tanto quebrar a cabeça com a tal da matemática, exatas não era bem o seu forte. - "Ou será que já são os efeitos do aquecimento global? O homem está realmente conduzindo mal o planeta."

Setembro é o mês em o que o outono passa o bastão de comando para a primavera. A estação das flores não deveria ser também a estação do frescor e da alegria?

Mas a jovem não se sentia assim tão alegre caminhando baixo um sol escaldante num clima quase que infernal.

Estava caminhando apenas a cinco minutos e a ansiedade já tomava conta de si.

Prendeu os longos cabelos castanhos escuros, que antes caiam pelas costas até a altura da cintura, fazendo um coque meio desajeitado.

Bem melhor assim do que ter os cachos que se formavam no final da cabeleira dançando descompassados, com tudo colando por suas costas e pescoço.

Usava calça jeans e a camiseta de uniforme do colégio, e sentia o suor escorrer pelo corpo causando arrepios.

Cinco minutos, caminhava apenas cinco minutos...

Se lamentava o tempo todo do porquê a vida lhe tinha que ser tão desafiadora, mas entendendo muito rápido que não importava como tudo já fosse difícil, sempre haveria uma maneira de piorar.

Parou de imediato.

Olhou para os pés rezando para que a suspeita não se confirmasse. Entretanto, lá estava a prova de que a vida não estava para brincadeiras.

O solado do sapato já bem gasto começava a se desprender.

Talvez desse tempo de chegar em casa antes que a deixasse na mão por completo. Do contrario, além do calor, que a essa altura nem era um problema tão grande assim, teria de enfrentar o asfalto queimando os pés.

Imaginou as bolhas e dores terríveis que isso ocasionaria...

- Talvez pensar positivo resolva! – Respirou fundo. - Então vamos lá.

E deu o primeiro passo de vagar arrastando o pé direito. Aquela caminhada de volta para casa com certeza levaria o dobro do tempo normal.

Praticamente na mesma hora que chegava a essa conclusão ouviu o estômago roncar a lembrando de que quanto mais tarde chegasse em casa mais tarde se alimentaria.

- Será que meu dia está sendo difícil? Imagina! O que mais pode acontecer para piorar? – Falava sozinha feito uma louca.

E como resposta viu a moto que parava bem do seu lado na estrada.

Com o enfrentar de tantos problemas nem chegara a ouvir o barulho. Virou os olhos ao se dar conta de quem se tratava.