Capítulo 6 A visita

Mais uma semana se passou e já era hora do jantar. Danika estava colocando a mesa só para ela. Como sempre. O interfone tocou e ela franziu a testa: quem poderia ser? Moira estava trabalhando àquela hora e o Sr. Banks sempre ligava para ela com antecedência.

- Olá? - ela respondeu.

- Senhora, tem uma rapaz aqui com uma entrega - O concierge disse e ela franziu ainda mais a testa. O homem nunca a chamou diferente de "senhorita".

- Eu não pedi nada - Ela respondeu.

- Ah, mas aqui diz que é do seu marido.

O coração de Danika acelerou. Do marido dela?

- Oh... ah... por favor, pode deixar que suba. Obrigada! - Ela disse e colocou o interfone de volta no lugar. Danika ficou muito surpresa, já que Hernán nunca manteve qualquer contato com ela. Nem mesmo um bilhetinho, ou uma palavra através do Sr. Banks. Nunca.

Ela ouviu a campainha tocar e correu até a porta. Respirando fundo, ela a abriu e seus olhos se encheram com a visão de um grande buquê de rosas vermelhas.

- É para mim? - ela perguntou, com os olhos arregalados.

- Ah, Sra. Allaband? - O entregador perguntou, olhando para um papel.

- Sim, sou eu mesma.

- Então é para a senhora mesma - o homem lhe ofereceu um sorriso - Seu marido foi quem enviou e aqui está o cartão - Ele entregou a ela um cartão vermelho.

- Obrigado!

- Onde devo colocar isso? - Ele perguntou a ela e ela abriu a porta para ele entrar.

- Por favor, coloque-o sobre a mesa. Obrigada!

O homem fez o que ela disse e logo foi embora. Danika olhou para o buquê. Ela nunca havia recebido um! Mordendo os lábios nervosamente, ela abriu o cartão e cheirou as rosas.

"Sra. Allaband. Estou enviando isto para informar e parabenizá-la. Nós seremos papais! Seu marido, H. R. Allaband."

A nota não era lá muito carinhosa, mas a informação que continha era de aquecer o coração. Ela estava... Ela estava grávida!

- Oh meu Deus! - Danika murmurou, colocando a mão na barriga - Eu... eu vou ser mãe!

Aquela era uma super noite para ela. Mas, ao mesmo tempo, Danika não tinha ideia do que deveria fazer. Ela não podia contar a ninguém. Ela não poderia compartilhar a notícia com sua mãe. E isso era estressante. Naquele momento, Danika percebeu o quão solitária ela estava.

Todos os dias Danika recebia um presente diferente. Rosas, vestidos, livros, jóias, sapatos... Sempre com um bilhete de parabéns por mais um dia de gravidez.

- Ele é um romântico, afinal. Mesmo que esse carinho não seja direcionado a mim, exatamente - Ela disse sorrindo. Não que ela fosse uma mulher ambiciosa, mas estava satisfeita em saber que aquele homem seria o pai do seu filho. Ele parecia ser uma boa pessoa e era super atencioso com relação ao filho.

Não demorou muito para que Danika começasse a se sentir mal, como o médico lhe avisou que aconteceria. As manhãs de enjôos que todos falavam sobre.

Ela ouviu a campainha tocar e tinha acabado de vomitar.

- Ai, céus... - ela disse, e se levantou do chão sentindo-se terrivelmente mal. - Estou indo!

Quando ela abriu a porta, viu uma mulher olhando-a de cima a baixo.

- Você é a Sra. Allaband?

Danika apenas assentiu, já que ela estava se sentindo mal e também surpresa.

Então, a mulher jogou os braços em volta do pescoço de Danika e a abraçou com força.

- minha nossa! - A mulher disse, parecendo muito feliz - Que prazer em te conhecer!

Ela deu um passo para trás e segurou Danika pelos ombros, olhando a mulher mais jovem de cima a baixo novamente.

- Ah, senhora... desculpe, mas quem é você? - Danika perguntou, confusa.

- Ah, claro! - A mulher abanou a mão - Eu sou sua sogra!

- Minha... minha sogra? - Ela perguntou, estreitando os olhos para aquela mulher.

A mulher era madura, com cerca de cinquenta anos. Muito bonita. Cabelos castanhos e olhos azuis.

- Eu sou a mãe do Hernán, querida! - Ela disse - Não acredito que aquele pirralho nunca te mostrou uma foto minha!

Ela disse com uma carranca e um biquinho. Então, ela olhou para trás de Danika.

- Oh, por favor. Sinto muito, entre - Danika finalmente percebeu que estava mantendo a mulher, sua sogra, do lado de fora do apartamento. Dando um passo para o lado, ela deixou a mulher entrar.

- Obrigada, querida - A mulher disse - Eu sou Leida, como você bem sabe.

- Sim, claro! - Danika disse, sorrindo. Ela não sabia e agora estava se sentindo sufocada. E se ela estragasse tudo? - Prazer em finalmente conhecê-la, Sra. Allaband.

O sorriso nos lábios da mulher vacilou.

- Vejo que Hernán não fala muito sobre mim - Ela suspirou longamente - Eu não sou casada com o pai dele. Você já deve saber que aquela vadia, desculpe a linguagem, da Vera, tomou o meu lugar!

- Poxa, eu sinto muito... É só que... - Danika disse, mas a mulher sorriu para ela.

- Não precisa se desculpar. E se você não sabe sobre isso, significa que você não nos procurou no Google.

- Eu deveria ter feito isso, sinto muito! Eu não queria ofender va senhora!

- Querida, está tudo bem! - Leida disse e deu um tapinha no sofá - Vamos sentar e conversar. Gostei que você não tenha pesquisado informações sobre nós. Você deve estar com meu filho porque você realmente o ama!

A cabeça de Danika estava girando! Ela só queria se enrolar na cama e chorar!

Leida viu como Danika estava desconfortável.

- Você precisa conhecer Lazlo. Ele estava esperando que Hernán finalmente tivesse um filho. Um herdeiro! - ela disse, feliz.

- Ah, então a senhora já sabe que estou grávida - Danika disse e sorriu de leve.

- Sim, já estou sabendo. Eu meio que ouvi meu filho conversando com o assistente, Kyson. Você conheceu Kyson?

- Sim, sim - Danika disse - Ele é muito gentil.

- Gentil? - Leida perguntou, franzindo a testa, então abriu um grande sorriso - Mas é claro. Você é a esposa de Hernán. Como se aquele rapaz fosse se atrever a tratá-la com menos do que gentileza.

O telefone de Leida tocou e ela pediu com o dedo indicador por um momento para atender, o que Danika concordou imediatamente, balançando a cabeça. Enquanto Leida falava, a ruiva pegou seu próprio telefone, que estava dentro do bolso, e mandou uma mensagem para Kyson, já que não tinha o número de Hernán.

Kyson estava fazendo uma pequena pausa depois de uma reunião. Quando ele estava prestes a dar uma bela mordida em seu sanduíche, seu telefone começou a apitar. Uma mensagem após a outra.

- Ah, qual é?! - ele resmungou, revirando os olhos. Ele deu uma olhada na tela, porque poderia ser o Sr. Allaband, e Deus o livre não responder aquele homem. Mas não, era Danika.

Kyson estava prestes a deixar o telefone de lado e comer. Danika poderia esperar, mas quando ele leu o nome "Leida" entre as palavras, seus olhos se arregalaram e ele se levantou da cadeira como se ela estivesse pegando fogo.

Depois de ler as mensagens, ele sabia que seu chefe ficaria furioso.

Ele bateu três vezes e Hernan sabia que era uma emergência. Eles tinham um código. Um para coisas fáceis. Dois para médio e três para emergências. Quatro quando alguém estava prestes a morrer. Kyson ficou em dúvida se deveriam ser três ou quatro batidas.

- Sim? - Hernan perguntou e quando a cabeça de Kyson apareceu na porta, ele sabia que algo estava errado.

- Sua mãe, senhor... Ela... ela sabe!