- Está pensando em quem, que fica todo distraído assim? - tudo ele acha que tem mulher no meio.
- Ninguém! - falo e peço licença para subir para meu quarto.
Subo as escadas correndo, e me tranco no quarto. Acendo a luz e encontro quem eu menos queria ver sentada na minha cama.
- O que está fazendo aqui, Antonielle? - pergunto seco.
- Eu te devo uma explicação, Maian - ela diz se aproximando de mim.
- Não, eu não quero ouvir a sua, vai embora.
- Não vou até você dizer que me entende.
- Poxa, Antonielle. Você não percebe que eu estou mal, e que fui o único prejudicado nessa história?
- Eu sei, Maian - ela se aproxima de mim - Seu olho! - ela me toca.
- Não me toque - digo tirando sua mão de cima de mim - Eu não quero você aqui.
- Não me trate assim, eu vim até aqui, porque sei que você merece uma boa explicação.
- Você não deveria está aqui. Seu namorado sabe que você visista seu ex nas caladas da noite? - pergunto totalmente irônico.
- Ele não sabe, pois ele nem sabe de você.
- Ninguém sabia, não é? - levanto os braços - Sorte a minha nunca tê-la assumido.
- Maian, vai começar brigar agora? - ela diz um pouco alto - Você está sendo infantil!
- Ah, agora eu que sou o infantil? - olho de relance.
- Está sendo sim. Deixa-me falar? - ela pede.
- Não quero ouvir você me dizendo que se apaixonou por ele, ou que já era apaixonada, só quero que vá embora, tanto da minha casa, como da minha vida, ok? - aponto para janela, que foi de lá que ela veio.
- Eu vou, mas eu realmente não queria magoar você, mas...
- Não quero ouvir mais nada - grito.
Ela sai, não devia ter gritado, mas poxa, eu amo essa garota, mesmo ela não merecendo o meu amor e olha só como ela me deixou, me trocou por outro rapaz, assim, sem mais nem menos. Nunca mais quero me apaixonar por ninguém, não vou deixar que quebrem meu coração de novo.
Me jogo na cama, sou forte, não vou chorar, mas continuo mal, ou pior agora.
Depois de um tempo, quando consigo me acalmar, levanto e vou tomar um banho - de água fria de preferência - Chego ao banheiro e dou uma olhada no espelho, e tomo um susto - ah não, meu olho está muito roxo - Não consigo acreditar, hoje meu dia não poderia ser pior. Tomo meu banho, passo uma pomada no olho, e tomo um remédio, sigo para o quarto de toalha e visto uma cueca e uma calça de moletom e me deito.
[...]
Acordo bem cedo. Tenho que ir ao centro com o meu pai para comprar um presente para minha madrasta de aniversário.
Levanto da cama e vou para o banheiro tomar um banho. Meu olho continua roxo, tenho que dá um jeito nisso. Vou até o quarto da minha irmã Lauren e peço ajuda.
Lauren só tem 12 anos e minha madrasta, a Louise, a enche de maquiagem, acho desnecessário.
Ela dá boas risadas de mim, mas me ajuda. No final das contas, até que deu pra esconder bastante e não pareço que estou todo cheio de maquiagem.
Volto para meu quarto, e pego um boné para disfarçar mais ainda, por sorte meu cabelo é meio grande. Estou me ajeitando quando meu pai me chama para irmos logo.
Entro no carro e fico em silêncio. Meu pai parece está feliz, e fica puxando assunto comigo.
- Para que esse boné, Maian?
- Esconder o olho - falo.
- Hum... Por que não usou óculos? - me senti um idiota por não ter pensado nisso - Já tem ideia do que vai comprar? - ele pergunta e eu penso no que minha madrasta gostaria de ganhar.
- Eu ainda não decidi - dou de ombros.
- Você logo mais achará.
Meu pai parou na primeira loja no centro que ele encontrou. Procurou bastante e nada lhe agradava.
- Vou procurar um vestido para a Louise em outra loja - diz saindo e me deixando só.
Fico perdido, não sei por onde começar a procurar. Então saio andando e olhando as vitrines - Roupa meu pai já está comprando, então o que eu compro? Ah, tenho uma ideia! Uma joia - Louise ama joias. Como não pensei nisso antes?!
Conheço uma joalheria aqui perto - joalheria AWA - vou logo para lá. Chego e observo o letreiro - o que significa AWA? - ignoro esse pensamento e entro na loja. Uau! Estou perdido no meio de tantas joias lindas, não sei se levo um colar, uma pulseira, um brinco ou um conjunto, estou com dúvidas, mas acho que vou levar algo para minha mãe também.
- Olá, bom dia, no que posso te ajudar? - ouço uma voz angelical.
Viro-me e tomo um susto, é a garota de ontem. Esse mundo é pequeno demais. Poderia está reencontrando qualquer garota desse reino, mas não essa. Para piorar ela é linda.
- Você aqui! - ela diz com desdém.
- Também não queria te ver - digo.
- O que você quer? - ela pergunta e revira os olhos.
- Quero ser um soldado do exército, mas você não pode me ajudar - digo irônico, o que ela acha que vim fazer em uma joalheria? Roubar?
- Além de babaca você é muito idiota, aqui não vende maquiagem para esconder o seu olho roxo - ela balança a cabeça com desdem.
Que ridícula, ainda zomba de mim assim.
- Eu procuro uma joia - digo - Tem alguma em especial para me mostrar?
- Não sei, quer o quê? Um colar, uma pulseira, um brinco...? - ela pergunta.
- É um presente para minha madrasta, não sei o que escolher, já que trabalha aqui poderia me ajudar.
- Não trabalho aqui.
- Mas enfim, pode me ajudar? - pergunto.
- Posso, mas não quero - que atrevida.
Nessa hora chega um homem, espero que esse me atenda, quero ir logo para casa.
- Bom dia! - apenas dou um sorriso - A minha filha já lhe atendeu? - me pergunta.
- Ah, senhor, a sua filha se recusa a me mostrar algo em especial - digo dando um sorriso para a garota que ficou emburrada.
- Filha! - ele diz grosso, ela fecha a cara.
- Vou buscar, pai - ela diz saindo.
- Sinta-se a vontade, príncipe Maian - ele diz se retirando.
A garota logo chega com as joias.
- Quer dizer que bati no príncipe Maian, ai que maravilha vou ser presa! - ela diz com desdém.
- Sua sorte que não vou fazer nada contra você - digo intimidando-a.
- Nossa, que grande babaca, como se eu quisesse sua piedade - ela revira os olhos.
Estou olhando para as joias e as vezes me pego olhando para essa garota. Está difícil escolher uma, imagine duas, são todas tão lindas.
- Anellize? - alguém chama.
A garota que estava na minha frente olha.
- Ah, você tem nome, né? - falo.
- Claro que tenho nome, seu idiota - que grossa.
A Anellize encara novamente quem a chamou, mas parece está chateada, me viro e vejo Antonielle e Josef.
- O que vocês estão fazendo aqui? - Anellize pergunta, pelo menos não sou o único cliente que ela trata mal.
- Calma, Anellize! - Antonielle fala.
- Eu estou calma. Veio caçar o que aqui? - ela pergunta.
- Que grosseira é essa, Anie - Josef diz. Vejo que eles têm alguma intimidade.
- Josef, não quero falar com você - pelo visto não sou o único que não curte esse casal.
- Anie, não fala assim comigo - ele se aproxima de Anellize.
- Some daqui você e a Antonielle, agora! - grita.
- Anie, por favor... - ela vira a cara e os ignora.
- Então, Maian, qual vai querer? - me pergunta - Eu estou trabalhando não estão vendo? Tchau!
Eles saem e ela abaixa a cabeça e parece que querer chorar, mas ela levanta a cabeça e dá um murro no balcão me assustado.
- Maian? Digo príncipe idiota - diz serena - Estou a fim de chorar, então se você puder escolher logo, eu agradeço - que sinceridade, muito raro serem tão aberto assim comigo.
- Qual você compraria se estivesse no meu lugar? - pergunto.
- Essa aqui - ela pega um anel que estava despercebido por ter a pedra clara e pequena, mas quando ela me mostra o anel, fico encantado com a beleza.
- É lindo! - digo.
- É sim! - ela confirma mais animada.
- Vou levar esse com certeza! E esse aqui também - pego outro com uma pedra enorme, ela assente e coloca os anéis em uma caixinha e ainda põe um laço para ficar mais bonito para dá de presente.
Pago e me despeço da Anellize, fico até feliz por ela está sorridente quando saio. Encontro meu pai já no carro me esperando e vamos para casa.