Casados Por Contrato - livro 1
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Capítulo 3 ♡

Capítulo Um ♡

Capítulo Um ♡ Meg Miller ♡

DIAS ATUAIS

Ouço meu despertador tocar, avisando que já está na hora de me levantar e ir para a faculdade, porém já estou acordada há horas olhando o teto branco do meu quarto. Mais uma vez tive insônia e vi a noite se tornar dia pela claridade que entra pela janela aberta do meu quarto. Estou a horas pensando sobre a minha vida. Pensando em tudo que passei para chegar até onde estou hoje, e principalmente, pensando sobre o acidente que custou a vida da minha irmã.

Eu estou vivendo sem a Mandy há cinco anos, e não tem sido fácil.

Mesmo que já tenha se passado cinco anos, frequentemente acordo na meio da noite gritando, porque tive pesadelos com o acidente, ou tendo sonhos com a minha irmã. Nesses sonhos minha irmã sempre repete a mesma frase que me disse minutos antes do acidente acontecer.

"Eu te odeio Meg"

Essa pequena frase dela, invade minha mente diariamente, pois me dói saber que minha irmã morreu me odiando.

Como eu queria nunca ter provocado aquela briga idiota.

Como eu queria ter a minha irmã aqui comigo. Como eu queria que eu tivesse morrido e não ela.

Como eu queria...

Sinto algo escorrendo pela minha bochecha e logo noto que estou chorando em silêncio, seco minhas lágrimas com a manga do meu pijama e me forço a sair da cama para não continuar me machucando com os meus pensamentos. Porém, esses pensamentos nunca me largam, porque me sinto culpada pelo que aconteceu. De tanto meu pai me denominar como assassina, hoje eu me sinto uma. Mesmo não querendo, forço meu corpo a levantar, me arrasto até o meu banheiro para tomar um banho e ir para a faculdade.

A vida continua, né...

Repito essa frase milhares de vezes em minha mente para saber que tenho que continuar. Não por mim, mas sim pela Mandy. Eu sei que seria essa sua vontade mesmo ela me odiando. Assim que estou no banheiro, eu tiro minha roupa indo para o box e ligo o chuveiro. Logo depois, vou para debaixo da água e fecho meus olhos sentindo a água percorrer meu corpo me trazendo uma sensação de paz.

Hoje não vai ser um dia fácil, e eu preferia passá-lo em casa, pois hoje está fazendo cinco anos que minha irmã morreu. Nesse mesmo dia há cinco anos, nós estávamos rindo juntas durante o dia todo e a noite aconteceu o maldito acidente. Um soluço escapa da minha boca e a esse ponto minhas lágrimas estão misturadas com a água que sai do chuveiro. Minhas pernas fraquejam, já não consigo ficar mais de pé, deslizo pela parede gelada e molhada do box até estar sentada no chão com a água caindo sobre mim.

Eu não estou aguentando mais, essa dor que sinto só cresce ao invés de diminuir. Talvez o tempo não consiga curar tudo, afinal... Me sinto perdida, sozinha e sem motivos para levantar da cama diariamente.

Os meus pais me culpam pelo que aconteceu e com isso eles me desprezam. Principalmente meu pai, ele mudou tanto depois do acidente. Papai já não para em casa, eu sei que ele é ocupado por ser o dono de uma das maiores redes de hotéis em Manhattan e que se estende por toda New York. Esse negócio é de família, meu avô passou para o meu pai quando ele já era de maior e o meu pai iria passar para a Mandy, porém com o que aconteceu essa responsabilidade será minha, mesmo eu não querendo. Já a mamãe, foi uma modelo bem famosa um dia, mas hoje em dia gerencia a rede de hotéis com o papai e nos seus tempos livres está fazendo ações solidárias em algum orfanato ou com alguma família carente, é assim que ela está tentando preencher o seu vazio, mas com isso ela esqueceu completamente que tem uma filha que ainda está viva.

Porém, já me acostumei, desde o acidente meus pais nunca mais foram os mesmos comigo. Já tínhamos um relacionamento bem complicado antes porque eu não era obediente - sempre gostei das coisas do meu jeito e batia o pé quando discordavam comigo -, mas agora piorou num nível elevado. Eles mal conseguem me olhar, e só falam comigo o necessário. Eles me tratam como se eu fosse uma estranha, e não a filha deles.

Me sinto culpada, sei que se não tivesse começado aquela briga idiota, ela estaria aqui comigo. A dor que sinto pela falta da minha irmã é gigantesca, como se tivessem arrancado algo dentro de mim, deixando um vazio que não se pode preencher. Assim como os meus pais, nunca superei e nem sei se consigo superar essa perda um dia. Dói demais, e eu tento amenizar a dor massacrante que sinto, e também todo desprezo que os meus pais sentem por mim, descontando em mim mesma, entretanto minhas tendências autodestrutivas não estão diminuindo minha dor. Eu sei que isso não é saudável, mas eu já não sinto mais nada, sinto como se estivesse morrendo por dentro lentamente. Me sinto vagando sem vida.

Estou sempre escondendo esse meu lado, pois se meus pais ou alguém ver vão pensar que estou fazendo isso para chamar atenção. Por isso, esse é um segredo meu, ninguém entenderia, provavelmente ainda zombariam dos meus cortes. Eu não quero parecer fraca, frágil e não quero que sintam pena de mim. Quero parecer forte, fria, aquela que não se abala com nada, mesmo que esteja morrendo por dentro.

Noto que meus dedos estão ficando enrugados pelo tempo que estou debaixo da água, mas não me importo, olho para os meus pulsos e vejo cicatrizes e mais cicatrizes que fiz nunca tentativa de amenizar minha for, mas foi sem sucesso. Minhas lágrimas continuam saindo sem parar e o som dos meus soluços ecoam no banheiro. Com os meus olhos fechados, levanto meu rosto deixando a água cair sobre ele, fico assim por alguns minutos até meus pulmões reclamarem por precisar de ar, porém continuo com o rosto debaixo da água. Quando já estou quase perdendo a consciência por falta de oxigênio no cérebro, eu afasto meu rosto rapidamente da água e inspiro depressa em busca de ar. As vezes me pergunto como seria acabar com tudo, só parar de sentir, contudo não posso. Tenho que viver pela Mandyson, eu devo isso a ela.

Chega de chorar Meg, você tem que levantar e viver.

Lembro a mim mesma, pois sei que ficar chorando não irá trazer minha irmã de volta. Então eu me levanto fechando o chuveiro logo depois, enrolo uma toalha em volta do meu corpo magro e pálido, e vou para o meu quarto caminhando diretamente até meu closet onde pego uma calça jeans preta e uma camisa da mesma cor, e as vestindo logo depois. Faço uma maquiagem básica para disfarçar minhas olheiras, pois faz tempo que não sei o que é dormir bem, e penteio meus longos cabelos loiros e os deixo secar naturalmente. Já nos pés visto um tênis branco, e coloco também algumas pulseiras para esconder as cicatrizes nos meus pulsos, e por fim, pego minha mochila descendo em seguida para a cozinha onde encontro a Anne colocando a mesa.

Anne é a cozinheira, e trabalha nessa casa desde que eu era pequena. Ela é como uma segunda mãe para mim, e não sei o que seria de mim sem ela, pois foi ela que mais me ajudou durante esses anos e eu a amo demais. Ela não é só uma funcionária, ela já é parte da família. Observo Anne, quem olha ela não diz que já passou dos quarenta. Sua pele clara contrasta com seu cabelo grisalho, seus olhos brilham ao sorrir para mim, fazendo suas rugas aparecerem mais perto dos olhos.

Sento na mesa e me sirvo de suco e pego uma torrada passando um pouco de geleia de morango, e logo levo a boca dando uma mordida:

- Uhumm! Amo torradas! - Exclamo e mordo um pedaço me forçando a comer, mesmo estando sem fome. Fecho os olhos enquanto mastigo devagar desfrutando da geleia. - Anne, eu amo quando você faz essa geleia, ela é deliciosa - comento após engolir voltando a abrir os olhos, e olho para ela que está me encarando atentamente.

- Menina come rápido, se não vai se atrasar. - Anne me apressa do meu lado.

Mesmo tendo mais de 50 anos, a Anne aparenta ser mais jovem. Seus cabelos já estão mais grisalhos do que castanho, sua pele já apresenta sinais do tempo com pequenas rugas, mas isso não a incomoda, Anne está sempre radiante e distribuindo sorrisos doces a sua volta. Seus olhos castanhos atrás dos óculos de grau, me observam com atenção e doçura. Isso me faz abrir um pequeno sorriso para ela. Anne é como a luz no final do túnel, é a luz que eu precisei, preciso e sempre irei precisar. Sempre irei precisar de Anne na minha vida, ela é muito importante para mim.

- Calma Anne, a faculdade pode esperar. - Eu a tranquilizo fazendo um sinal positivo com o dedo para ela. Anne balança a cabeça negativamente enquanto ri um pouco.

- A propósito, como você está se sentindo hoje? - Ela pergunta calmamente se sentando do meu lado. Diariamente ela me faz essa pergunta.

Eu paro de comer sem saber o que responder, afinal, nem eu sei como estou me sentindo, então apenas balanço a cabeça negativamente e ela entende, pois, sabe que isso significa que não tenho resposta para sua pergunta. Então ela apenas concorda e beija minha testa e se levanta caminhando para sair da cozinha, mas logo para e se vira para mim.

- Há! Quase me esqueci, - a Anne me olha apreensiva. - Seu pai ligou cedo e disse que voltará hoje, e sua mãe ficará mais um tempo lá resolvendo alguns assuntos de uma ação beneficente que ela está realizando - acrescentou e eu faço uma careta em resposta.

Porque eles simplesmente não ficam por lá? Quando estão aqui, nós só sabemos brigar.

- Acabou minha paz dentro dessa casa - resmungo revirando os olhos.

- Não diz isso, eles são os seus pais - ela diz me repreendendo e me lança um olhar triste. Enrrugo minha testa olhando-lhe e então ironizo:

- São? Não parece. Você deveria lembrar a eles desse detalhe, quando eles estiverem aqui - respondo sem humor e levo outra torrada com geleia até minha boca a comendo.

Ela afirma com a cabeça e sai cabisbaixa. Como a Anne trabalha aqui a anos, ela sabe que os meus pais e eu nos desprezamos, e ela já está acostumada com as brigas constantes aqui em casa, mas percebo que ela ainda tem esperança que nós nos tornemos uma "família de verdade" e começaremos a nos amar um dia. Não que eu não ame os meus pais, apesar de tudo eu os amo mais-que-tudo nessa vida, mesmo esse sentimento não sendo recíproco. Devo minha vida a eles e consigo fazer tudo por eles, só não consigo os aturar me desprezando e ficar quieta ouvindo.

Merda, eu não devia ter falado daquela forma com a Anne. Quando eu chegar, converso com ela e peço desculpas.

Termino de comer e vou até meu quarto, entro no banheiro, onde escovo os meus dentes e logo desço as escadas rapidamente me segurando no corrimão para não tropeçar e cair. Eu nem sei porque estou indo para a faculdade se nem gosto de Administração.

Meu pai praticamente me obrigou a realizar esse curso, pois em breve herdarei a empresa. Então eu preciso saber administrar uma grande rede de hotéis, porém não é isso que quero, meu sonho é estudar música e trabalhar com isso em um estúdio ou fazendo algo que tenha nesse ramo. Saio de casa caminhando até a garagem, onde encontro o meu carro que é um modelo de Jeep mais moderno estacionando e entro nele jogando minha mochila no banco de trás. Ligo o carro ouvindo o barulho do motor e então começo a dirigir para o meu destino.

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