Esposa por acidente
img img Esposa por acidente img Capítulo 1 1
1
Capítulo 6 6 img
Capítulo 7 7 img
Capítulo 8 8 img
Capítulo 9 9 img
Capítulo 10 10 img
Capítulo 11 11 img
Capítulo 12 12 img
Capítulo 13 13 img
Capítulo 14 14 img
Capítulo 15 15 img
Capítulo 16 16 img
Capítulo 17 17 img
Capítulo 18 18 img
Capítulo 19 19 img
Capítulo 20 20 img
Capítulo 21 21 img
Capítulo 22 22 img
Capítulo 23 23 img
Capítulo 24 24 img
Capítulo 25 25 img
Capítulo 26 26 img
Capítulo 27 27 img
Capítulo 28 28 img
Capítulo 29 29 img
Capítulo 30 30 img
Capítulo 31 31 img
Capítulo 32 32 img
Capítulo 33 33 img
Capítulo 34 34 img
Capítulo 35 35 img
Capítulo 36 36 img
Capítulo 37 37 img
Capítulo 38 38 img
Capítulo 39 39 img
Capítulo 40 40 img
Capítulo 41 41 img
Capítulo 42 42 img
Capítulo 43 43 img
Capítulo 44 44 img
Capítulo 45 45 img
Capítulo 46 46 img
Capítulo 47 47 img
Capítulo 48 48 img
Capítulo 49 49 img
Capítulo 50 50 img
Capítulo 51 51 img
Capítulo 52 52 img
Capítulo 53 53 img
Capítulo 54 54 img
Capítulo 55 55 img
Capítulo 56 56 img
Capítulo 57 57 img
Capítulo 58 58 img
Capítulo 59 59 img
Capítulo 60 60 img
Capítulo 61 61 img
Capítulo 62 62 img
Capítulo 63 63 img
Capítulo 64 64 img
Capítulo 65 65 img
Capítulo 66 66 img
Capítulo 67 67 img
Capítulo 68 68 img
Capítulo 69 69 img
Capítulo 70 70 img
Capítulo 71 71 img
Capítulo 72 72 img
Capítulo 73 73 img
Capítulo 74 74 img
Capítulo 75 75 img
Capítulo 76 76 img
Capítulo 77 77 img
Capítulo 78 78 img
Capítulo 79 79 img
Capítulo 80 80 img
Capítulo 81 81 img
Capítulo 82 82 img
Capítulo 83 83 img
img
  /  1
img
img

Esposa por acidente

Célia Oliveira
img img

Capítulo 1 1

A chuva intensa que caía do céu, não impedia que uma mulher andasse pela rua de bicicleta. Mesmo toda encharcada, Maia, pedalava rapidamente. Sabia que estava atrasada para o trabalho e que isso seria um mau sinal, uma vez, que trabalhava numa casa de família, onde a patroa era extremamente exigente e descontava cada centavo por seu atraso. Além de falar uma série de besteiras, sem ter noção do que ela passava todos os dias.

Maia, era uma mulher de 22 anos, que enfrentava um término de relacionamento. Seu marido, que no início fingia amá-la muito, lhe abandonou, um ano após sua filha, Lis, nascer. Ele vivia dizendo que, depois que a bebê nasceu, Maia começou a se descuidar e que não tinha mais tempo para ele. Também reclamava que a casa vivia bagunçada e que a bebê não parava de chorar.

Seu marido foi embora de casa repentinamente, e Maia teve que se virar para ganhar dinheiro, pois se manter com uma criança não era nada fácil. Por não conseguir ajuda de alguém para cuidar da bebê, ela começou a vender doces na rua, com a filha nos braços, porém, apareceram muitos problemas: contas atrasadas, ordem de despejo, o marido que não pagava pensão, e a doença da pequena Lis.

A pequena nasceu com uma cardiopatia no coração, que só foi descoberta depois que ela completou um ano, então, a criança precisava de cuidados especiais. Mesmo conseguindo uma ajuda financeira do governo, Maia tinha muitas despesas.

Quando Lis completou dois anos, Maia conseguiu uma vaga numa creche em tempo integral. Daí então, arrumou um emprego fixo, na casa de Solange Ferraz, sua atual patroa. Uma advogada mal-humorada, que fazia de tudo para transformar o dia dela num inferno. O emprego era um pesadelo, mas como precisava do dinheiro, aguentava tudo quietinha.

Enquanto pedalava, lágrimas se misturavam com as gotas de chuva. Ela chorava, lembrando que, hoje, a filha não havia acordado se sentindo tão bem. Além de enfrentar a chuva, deixá-la na creche foi uma tortura.

- Está atrasada! - Ao abrir o portão da casa da patroa, já a ouviu dizer.

- Desculpa dona Solange, é que a chuva estava muito forte, e estava esperando passar um pouco, para deixar minha filha na creche.

- Quantas desculpas esfarrapadas, toda vez que chega atrasada, me inventa uma história diferente, sempre usando a criança como desculpa. O que tem se sua filha se molhar um pouco?

- A senhora sabe que minha filha tem a imunidade muita baixa, ela pode adoecer por qualquer coisinha.

- Ela é desse jeito, porque você a protege muito, deixa a menina criar imunidade na chuva, comer terra, correr. Fazer coisas que toda criança faz.

- Ela não pode se esforçar muito, devido ao coração e...

- Ai, chega! - A interrompeu. - Pelo seu atraso de hoje, também acabei me atrasando para ir à manicure, agora tenho que remarcar outro horário. Sabe que isso será descontado, não é mesmo? - Perguntou. - Agora vá fazer seu trabalho. Comece limpando meu escritório. Hoje está difícil sair de casa devido à chuva, por isso trabalharei em casa.

Maia engoliu seco, para não responder Solange. Se ela achava que estava ruim sair de casa num carro, não imaginava como seria de bicicleta, ainda mais com uma criança doente.

Sabia que, com a presença daquela mulher em casa, seu dia seria só sofrimento. Mesmo assim, não se deixou abater, já que precisava do dinheiro para pagar, o aluguel e as contas que estavam atrasadas.

[...]

Às duas da tarde, seu telefone tocou, como viu que era o número da creche, seu coração logo se apertou.

- Alô.

- Boa tarde, Maia, aqui é Benedita, a diretora da creche. Estou ligando para avisar, que a Lis passou mal e tivemos que chamar uma ambulância que a levou para o hospital. Uma de nossas auxiliares está acompanhando-a, mas preciso que você vá imediatamente para lá, já que é a responsável pela Lis.

- O que houve? Por que foi preciso chamar a ambulância? - Perguntou preocupada.

- A Lis desmaiou após o horário do almoço. Tentamos reanimá-la, mas ela não acordava. Os médicos a animaram aqui, mas disseram que deveriam levá-la.

- Estou indo imediatamente, obrigada por tudo. - Desligou o telefone.

Deixando todas as coisas que estava fazendo, bateu na porta do escritório da patroa, desesperada.

- Entre. - Ouviu a mulher falar, do outro lado da porta.

- Dona Solange, acabaram de me ligar da creche e falaram que a minha filha passou mal e a levaram para o hospital. Estou indo para lá agora, teria como a senhora me arrumar o dinheiro do táxi? É porque, daqui até o hospital, é muito longe para ir de bicicleta e eu não tenho o valor do táxi na bolsa.

- Você chega atrasada e quer sair, fora do horário. Isso está virando uma bagunça, Maia! Não foi para isso que te contratei. Você parecia tão dedicada e comprometida com o trabalho, agora quer chegar e sair na hora que quer?

- É uma emergência senhora, minha filha passou mal.

- E por acaso você é médica? O que adianta ir para lá agora?

- Preciso acompanhar a minha filha, ela só tem dois anos! - Disse alterada, não acreditando no que acabava de ouvir.

- Ela deve estar sendo acompanhada por alguém da creche, uma vez que a pessoa que está ali, não pode deixá-la sozinha. Por isso, aproveite essa oportunidade para finalizar o seu serviço o mais rápido possível.

- Que tipo de ser humano é a senhora? - Perguntou nervosa.

- Como ousa questionar quem sou? Você é a errada e quer me culpar?

- Minha filha ainda é um bebê e a senhora quer que eu a deixe lá com qualquer pessoa, como se ela não tivesse mãe?

- E ela só tem você no mundo, por acaso? Manda o pai ir no seu lugar e ficar até o seu expediente acabar.

- Eu já falei uma vez para a senhora, que o pai da Lis não é um pai presente.

- Que culpa tenho eu, que você abriu as pernas para qualquer um? Agora tenho que me responsabilizar por seus erros? Eu não vou te arrumar dinheiro nenhum, e pode ter certeza de uma coisa, se você sair daqui, antes do horário, pode ter certeza de que será demitida! - Gritou.

- A senhora não tem o direito de falar essas coisas comigo, não sabe da minha história para me julgar assim. Não me faça escolher entre o emprego e minha filha, porque ela sempre será minha prioridade! E se quer me mandar embora, faça! Estou indo!

Maia saiu dali, chorando de nervoso. Pegou sua bicicleta e começou a pedalar até o hospital, que ficava do outro lado da cidade. Não sabia da condição de saúde em que sua filha se encontrava, e isso lhe deixava com o coração apertado.

Além disso, sabia que não teria mais emprego fixo, nem tinha certeza de que sua patroa iria pagar os dias trabalhados naquele mês. O pai de Lis não atendia o telefone, e nem depositava a pensão há mais de cinco meses.

As coisas estavam indo mal.

Enquanto atravessava uma grande avenida, não percebeu que o sinal estava fechado, e acabou passando direto, sendo atingida, por um carro que passava no momento. Sua sorte, foi ter sido arremessada para longe da bicicleta, que foi esmagada pelo carro.

O motorista parou o veículo no acostamento e, de dentro dele, saiu um homem alto, de terno, com uma cara muito séria, vindo em sua direção.

- Que merda foi essa? - O homem perguntou nervoso, com voz estridente.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022