Capítulo 4 Seja meu substituto

"O que te demorou tanto?", Leo olhou para Javier e Dylan quando eles chegaram.

"Levamos o Max para casa, irmão", disse Dylan, sem fôlego. Ele já estava apagado.

Javier riu baixinho. "Ele até chorou por você".

Leo franziu a testa. "Por que motivo?"

"Ele se sentiu mal por você, cara", disse. "Você tem trabalhado para seus pais desde que tinha 18 anos. É uma droga que você não possa ter a empresa, e agora, até bateu em uma árvore".

Leo balançou a cabeça e mudou de assunto. "Você trouxe minha carteira?"

Javier assentiu com a cabeça e jogou para ele.

"Ótimo. Vamos pagar a conta".

Eles se aproximaram do balcão enquanto Leo inspecionava sua carteira.

"Meu dinheiro?"

Eles sorriram timidamente.

"Havia algumas garotas oferecendo uma dança erótica", disse Dylan. "Quem éramos nós para recusar?"

Leo balançou a cabeça com incredulidade.

"Aqui, senhorita", disse ele, entregando seu cartão para a ainda corada senhora.

A mulher o pegou com as mãos trêmulas. A máquina emitiu um bip, fazendo com que os dois franzissem a testa.

"Seu cartão foi recusado, senhor."

Leo franziu a testa. "O quê?", ele perguntou. "Tente este", disse ele, entregando seu outro cartão preto.

"Este também foi recusado, senhor. Você tem dinheiro em espécie?", ela perguntou.

"O que houve, cara?", perguntou Javier, preocupado. "Devo pagar por você?"

Leo assentiu com a cabeça, ainda confuso porque seus cartões de repente não funcionavam.

"Obrigado, senhor", disse a mulher. "Vocês podem ir agora".

No entanto, antes de ir, Leo não deixou de notar como a senhora deslizou seu número de telefone junto com seus cartões.

Ele apenas olhou para o papel antes de pegar seus cartões e deixar o número da mulher no balcão.

Ele se afastou enquanto Javier e Dylan o seguiam.

"Te mataria pegar o número dela, pelo menos?", perguntou Dylan.

"Não estou interessado", disse ele.

"Estamos surpresos?", perguntou Javier. "Alina é a única na mente desse cara".

"Tanto faz", disse Leo. "Me empresta seu telefone por um segundo".

Javier entregou seu telefone e Leo rapidamente discou o número de seu pai.

Tocou apenas algumas vezes antes de seu pai atender.

"Por que todos os meus cartões estão sendo recusados?", ele perguntou de imediato.

"Bem, eu pelo menos esperava um oi", riu Jeffrey pelo telefone.

Leo franziu a testa. "Não estou brincando, pai. Esse é o meu dinheiro".

"É o dinheiro da empresa", tecnicamente, ele disse. "E ouvi dizer que você teve um acidente?"

Ele suspirou e massageou a ponte do nariz.

"Foi menor", disse ele. "Agora responda à minha pergunta".

"Você já sabe a resposta para isso, filho", disse Jeffrey. "É porque você não está ouvindo sua mãe e eu".

"Porque vocês dois não valem a pena ser ouvidos", ele explodiu. "Não vou terminar com Alina só porque ela não pode me dar um filho".

"Essa não é a única razão pela qual você deveria terminar com ela", disse ele. "Ela é uma má influência para você. E gasta seu dinheiro imprudentemente! Você viu seu extrato este mês? Está cheio de gastos desnecessários, então decidimos limitar seu cartão".

Leo apertou os lábios. "Posso fazer o que quiser com meu dinheiro".

"Não é assim que funciona, Leo", disse seu pai. "Agora, vou desligar. A menos que você me diga que encontrou outra mulher, então considere esta conversa encerrada".

"Pai, pai..." Seu pai já havia desligado.

Leo suspirou de frustração e passou as mãos pelo cabelo.

"Seu pai é duro como pedra. Nem consigo imaginar o que você está sentindo agora", disse Dylan.

"Você não vai melhorar isso, Dylan", disse Javier, aproximando-se de Leo. "Há algo que podemos fazer para ajudar?", ele perguntou.

Leo não respondeu.

"Uma substituta é a sua resposta, Leo", disse Dylan.

"Você ainda está nisso?", perguntou Javier.

"Só pense nisso! Todos ficarão felizes", disse ele com entusiasmo. "Alina pode continuar sua carreira de modelo. Vocês dois terão um filho. Conseguirão a empresa, e também poderão ajudar uma mulher que precisa de dinheiro! Problema resolvido".

"Lá está você", Leo ouviu de repente. "Estive procurando por você em todo lugar!"

Ele se virou e viu Elisa segurando a mão de seu irmão.

"Vamos para casa, tá bom?", disse ela com uma voz suave, muito em contraste com a forma como acabara de falar com ele um pouco antes.

"Uau, mas que garota bonita", disse Dylan, olhando também na direção dela.

Os dois esperaram na fila de táxis enquanto Leo continuava olhando para eles.

"Problema resolvido", murmurou Leo baixinho.

"Me dá as chaves do seu carro", Leo disse de repente para Javier.

"Eu vou dirigir", disse Javier. "Você acabou de ter um acidente, cara".

"Me dê as chaves do seu carro", disse ele mais lentamente desta vez.

Javier tirou as chaves do carro e as entregou a Leo.

"Vamos para casa agora?", perguntou Dylan. "Você pode se juntar a mim se quiser, Leo. Nós dois trouxemos nossos carros".

"Certo", disse ele. "Vocês dois vão para casa sozinhos esta noite. Eu tenho algo para resolver".

Com isso, deixou seus dois amigos para trás, atônitos.

Caminhou até Elisa e Cameron e se apoiou em um poste.

Elisa notou sua presença e imediatamente o olhou.

"É você, de novo? Quantas vezes vamos nos encontrar hoje?"

Ele ignorou sua pergunta e se virou para o irmão mais novo dela.

"Vocês dois estão esperando um táxi?"

"Obviamente", murmurou Elisa em voz baixa.

Cameron deu uma cotovelada no ombro da irmã. "Seja gentil", sussurrou.

"Eu seria gentil se ele fosse gentil", ela replicou.

Cameron pigarreou e sorriu em forma de desculpa para Leo.

"Mas parece que não vamos conseguir um tão cedo", disse Cameron, rindo sem jeito.

"Só me deixem levar vocês", ofereceu Leo. "Meu carro está estacionado ali", disse ele, mostrando suas chaves.

"Espera, sério?", Cameron perguntou com os olhos brilhando.

"Não", disse Elisa. "Obviamente não. Não vamos entrar no carro de um estranho, Cameron".

"Tecnicamente, já não somos estranhos, Elisa", disse Leo com um sorriso.

Elisa franziu os lábios.

"E além disso, você sabe o quão difícil é conseguir um táxi a esta hora. É melhor vocês virem comigo. Onde vocês moram?"

"Na Sunshine Road", respondeu Cameron, o que fez Elisa dar-lhe um tapa no braço.

"Por que você está dizendo onde moramos?", ela sussurrou-gritou.

"Parece confiável o suficiente", disse Cameron.

"Você ouviu, Elisa", disse Leo. "Eu estou passando pela Sunshine Road".

Elisa mordeu o lábio e olhou para as estradas vazias. Provavelmente demoraria mais se esperassem ali.

Então olhou para o irmão e o viu tremendo no fino suéter que vestia.

Ela chasqueou a língua.

"Tudo bem", ela cedeu. "É melhor você não tentar nada estranho".

"Não vou nem pensar nisso", disse ele, ficando ereto e caminhando em direção ao carro de Javier. O familiar exterior vermelho se destacava no mar de carros estacionados, então ele pôde reconhecê-lo de longe.

"Nossa", disse Cameron. "Esse é o seu carro?"

Leo deu de ombros. "Pode-se dizer. Agora, entrem".

Elisa estava prestes a entrar no banco de trás quando Leo a pegou pelo pulso. Ela ignorou o calor e a aspereza de sua mão e o olhou com raiva.

"Sente-se no banco da frente", disse ele, abrindo a porta para ela e empurrando-a para dentro.

Ela nem teve a chance de revidar, pois ele rapidamente fechou as portas.

Ela franziu os lábios com irritação, mas decidiu ignorá-lo durante toda a viagem.

Para sua surpresa, eles chegaram à sua rua de forma rápida e segura.

"Lá", disse ela em voz baixa, apontando para a casa velha e desgastada no final da rua.

"É aí que você mora?", Leo perguntou em um tom neutro.

"Há algum problema?", ela perguntou.

"Não disse nada", disse ele, parando em frente à casa dela.

Elisa revirou os olhos. Ela realmente não entendia esse homem.

"Chegamos", disse Cameron, bocejando. "Eu estava quase dormindo. Obrigado pela carona, cara".

Leo assentiu com a cabeça e abriu as portas.

"Você se importa se sua irmã ficar um pouco?", Leo perguntou de repente, fazendo Elisa se virar para ele surpresa.

"Claro", sorriu Cameron. "Vou entrar então, irmã. Até mais!".

Com isso, ele saiu do carro e, antes que Elisa pudesse reagir, Leo fechou a porta mais uma vez.

"Você sabe que isso é um sequestro, certo?", ela perguntou, encostando-se à porta enquanto o olhava com os olhos semicerrados.

"Relaxa", disse ele em um tom cansado. "Estamos na frente da sua casa, e seu irmão já sabe como eu sou. Não vou cometer um crime com você".

Elisa bufou. "Então me deixe ir. Já tive um dia longo".

"Pois já somos dois", disse ele. "Então, isso não vai demorar muito".

Elisa respirou fundo e cruzou os braços na frente do peito.

"Um minuto", disse ela.

Leo a olhou e não perdeu tempo. "Case comigo e seja minha substituta".