- Habíbti, você fica com isso.- dá para a terceira esposa.- Khalas.
O que mais me dói é ouvi-ló chamar de habíbti. As chaves da cozinha é o item mais importante, quem fica responsável, é sempre a primeira esposa.
Meu mundo desmorona, e fico arrasada.
Me retiro, e minha irmã vem atrás de mim.
- Layla.
- Você viu o que habibi fez comigo? - derramo lágrimas.- Ele não está cumprindo o que está no Alcorão, vou reclamar para o Sheik.
- Sheik, não vai lhe dá ouvidos, Layla. Estará jogando o seu casamento ao vento.
- Não me conformo!- meu tom soa em lamento.- Allah, o que eu fiz para merecer isso? - ponho a mão sobre a cabeça.- Said me rejeita, porque o meu ventre é seco.
- Não diga isso, Layla.
- É verdade, Latifah. - de costas para minha irmã, reconheço. - Se Allah pelo menos olhasse para mim.
Minha irmã coloca a mão em meu ombro, fitando-me solidária.
- Não chore, Layla, Said ama você.- com tom doce, diz.
******************************************
Pov's Zafira.
Termina de me examinar. Sigo a médica com os olhos:
-Você não está doente e nem enferma, está grávida.- dou um sobressalto.- Informarei ao seu marido.
- No, no.- me coloco na frente da mulher sem hijab.- Please! Please.- a súplico.
-Não a nada que eu posso fazer, eu sinto muito.
- Ele me matará.-afirmo com a voz trêmula, fazendo os seus passos pararem.- Doutora, ès dos Estados Unidos, aqui as tradições são outras.- minhas íris estão em desespero.- Uma mulher não pode engravidar antes do casamento, e muito menos, de outro homem.
Se comove, com a minha confissão alarmante.
- Não direi nada, mas eu também não posso mentir. Com licença!
Se retira, e a acompanho.
No meio do corredor da casa....
- Zahra.- sorrio emocionada, ao reencontrá-la.
- Zafira!- sorrir, toda meiga.
Nosso momento dura pouco, pois o homem com a figura autoritária se coloca na frente, a impedindo de me cumprimentar.
- O que minha esposa tem?- o tom ignorante interroga.
Me arrepio inteira.
É daí que a desconhecida começa a falar em inglês, eu mesma traduzo.
- Por que ela não está falando em árabe?- se irrita.- Hein?- aperta o meu braço.
- Eu não sei!- me debruço.- Eu juro por Allah!
- Said, por favor.
Minha irmã intervém por mim, tentando acalmá-lo. Sou soltada, e seus olhos azuis estão irados.
- Te levarei a outro médico, se cubra.- manda, e retorno ao quarto, indo buscar o meu hijab.
Coloco sobre a cabeça, chorando.
Zahra aparece.
- Tô perdida.- sussurro em pânico. Minhas mãos estão tremendo.- Levarei as 100 chicotadas pelo meu haram. E se ele não me matar.
- Calma! Said é um homem bom.- a escuto defendê-lo, e estranho o comentário, franzindo a testa:
- Por acaso, está apaixonada, Zahra?- a fito incrédula.- Por Allah!
******************************************
Pov's Zafira.
Arábia Saudita.
Em passos receosos, guio-me.
-Shukran.
A médica se vai e olha uma última vez para mim. E pelo seu olhar, e pela expressão de Said, tal conversa o deixou mais calmo.
- Não vamos mais.
- Por que não?
– Está resfriada. - entreolho para estrangeira, que com certeza inventou. E começo a fingir, tossindo.
- Na a'm.- confirmo.
- Você precisa descansar. - cuidadosamente me puxa pelo braço, com o humor menos agressivo. - Descanse, que vou pedir para Latifah preparar uma sopa para você.
Paro na porta do quarto, é no momento que Zahra vai saindo. Ela nos olha, e depois minha irmã vai para lado do homem. Fico incomodada, pois Zahra está agindo tão estranhamente. É notório que esteja apaixonada e sinto que esse muçulmano possa está a enganando.
- Said....- chamo o seu nome, e minha menção, lhe faz parar.- Shukran.
Ele apenas vira a cabeça para trás, respondendo:
- Afuan.- que significa: de nada.
No final do corredor, os dois param e fico os observando. O próprio fala algumas palavras para Zahra, olhando-a com admiração. Em alguns momentos no meio da conversa, trocam sorrisos.
E depois, vejo-o acariciar a bochecha direta da minha irmã, fazendo-a ficar tímida.
Ele a beija nos lábios e arregalo os olhos, espantada. É uma conduta desrespeitosa, é vista como um haram um casal ficar mostrando suas intimidades em público.
Após isso, o tal Said entra nos aposentos da primeira esposa e Zahra vai para um outro lugar. Até cogito em segui-la para convencê-la de que devemos fugir, mas preciso fingir que estou doente.
***********************************
Pov's Layla.
- Layla, luz da minha casa.- cruzo os meus braços, ignorando-o os seus elogios- Vamos fazer as pazes?
- Vá dormir no quarto da terceira esposa, yalla!- o expulso, apontando para fora.
- Habíbti.- de imediato tenta argumentar.
- Não me chame de habíbti.- me esquivo do seu toque, inclinando o rosto.- Que Allah tenha misericórdia de você, habibi. - sôo num tom embargado, estando chateada.
E sua mão macia ergue o meu queixo, e seus olhos penetrantes miram profundamente para minha face:
– Eu não vou te trocar por nenhuma delas, minha adorável maktub.- lhe fito emocionada, com o meu coração batendo forte em meu peito.- Não precisa ter medo. - seus dedos deslizam fazendo carinho em meu rosto.
Said me olha com tanto amor.
- Elas são bonitas.- murmuro, sendo atingida insegurança.
- Não tanto como você, Layla.- no meio do abraço, diz, beijando a minha testa.- Você é a minha primeira e única esposa, ninguém nunca vai substituí-la.
- Jura pelo profeta?- lhe olho, querendo ouvir da sua boca a promessa.
- Juro pelo profeta.
- Ah, habibi! - aperto-o mais em meus braços.
- E você no papel de primeira esposa Layla, terá que escolher o dia que as outras dormiram comigo.
- Serão três dias meus.- escolho, levando-o até a nossa cama.- Dois dias de Latifah. - habibi franze a testa, parecendo descontente.
- Layla!- me repreende.
-Eu sei que já conversamos sobre isso, habibi, mas eu sou de acordo que você se deite com ela.
- Mas eu não me sinto confortável, eu a vejo como minha cunhada. E só a tomei como segunda esposa, depois do que ela sofreu.
- Habibi, Latifah é muito grata pelo que você, ela não se importa de conceber um bebê para nós dois. É uma forma da minha irmã retribuir o que fizemos. Por favor, deite-se com ela hoje.- o imploro.