Arábia Saudita
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Capítulo 6 7

Pov's Zayla.

Arábia Saudita.

Habibi desce de braços dados com a quarta esposa. Me sobe um ódio, ela está na posição principal.

- Calma, Layla.- penso em ir, mas minha irmã me impede. - Não faça escândalo.

Os olhos do meu marido brilham, ao sorrir.

- Habibi nos traiu, Latifah. Eu não sou boba! Não tinha como ela ter engravidado em menos de uma semana. Há não ser que ele tenha a desonrado antes do casamento.....

- É um haram o que você está levantando. Não repita isso, Layla.- a ouço cochichar no meu ouvido, me repreendendo.

- Até os deuses do papai, me pouparia dessa vergonha.

Com os olhos cheio de lágrimas, sinto a dó de vê-lo na companhia das outras esposas. Essas duas vieram para acabar com harmonia desta casa.

- Não murmure contra Alá. Não murmure contra a religião. Se Said te pegar falando isso, ele te põe daqui para fora.

– Que ele faça isso! Assim eu vou exigir o que foi estabelecido no pré-dote.- olha-me completamente incrédula.

- Layla.- suspiro.- Não jogue o seu casamento ao vento.

- Habibi já jogou, quando trouxe essas duas para cá.

- Shúfi, olhe a alegria de Said.- Latifah aponta.- Fique feliz por ele. Bishallah!

- Útrukni. Era para ser eu dando esse bebê a ele. - uma lágrima imediatamente cai pelo meu rosto.- Vou perder o amor do habibi para sempre.

- Não diga isso, Layla.

- Mas é verdade. Veja.- gesticulo.- Olhe a forma de como ele está olhando para ela.

Minha irmã percebe o clima que está acontecendo. Seus olhos ficam murchos.

- Iremos perdê-lo para essas duas - constato.- Não acha estranho, Latifah....

- O quê?

- Para quem está grávida, deveria está vibrando, mas não está! É como se ela não quisesse está aqui.- tiro a conclusão, avistando a tristeza na face da outra.

O único que está festejando, é habibi. Nem a terceira esposa está feliz com a notícia.

- Layla, yalla! Venha cá.- chame-me, todo sorridente.- Fomos abençoados!

- Tô vendo, habibi.- sôo, num tom arrasado.- Parabéns, Zafira.- a menciono, esta que se surpreende, com um olhar choroso:

- Shukran.- agradece, abaixando a cabeça.

Habibi me olha orgulhoso, achando que estou bem com a situação.

- Toque na barriga dela, Layla.

Lhe encaro sofrendo, com os meus olhos cheio de lágrimas. Vagarosamente ergo a mão, colocando a mão em cima. A sensação de saber que o meu habibi terá um filho, e esse filho não será comigo, quebra o meu coração.

Desabo a chorar, aos prantos. Daí saio correndo, subindo às escadas.

-Layla! Layla!- habibi vem atrás, desesperado.- Abra essa porta, Layla!

- La'! Me deixe em paz.

- Layla, por favor.- insiste, implorando próximo da porta.- Luz da minha casa.

- Não me chame de luz da sua casa.- retruco- Não fui capaz de lhe dar um filho. Você agora vai amar mais ela.

- Eu não preciso de filhos com você, para te amar, Layla. De todas, você é a minha preferida.

- É mentira.

- Escute, ouça: - abro a porta de vagar, olhando-o triste.- Vou repudiar Zafira, assim que ela tiver esse bebê. Esse bebê será nosso.

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Pov's Latifah

Algumas horas depois.....

Quarto- Arábia Saudita.

- Você acha que ali teria espaço para colocar um berço?

O comportamento da Layla, está começando a me preocupar.

- Talvez.- franzo a testa. - Mas eu ainda não estou grávida, Layla.

Seus movimentos param, após a minha fala.

- Não é pro seu bebê, e sim pro bebê de Said.

Respiro fundo, arregalando os olhos...

- Por Allah, Layla! O que pensa que vai fazer?

- O bebê pertence a habibi. E você sabe, é obrigação dele sustentar. Quando há o divórcio, a criança fica com o pai, como manda os costumes. Allah me deu uma nova esperança, e eu vou ser mãe. Inshallah!- abre as mãos, bastante satisfeita.

- De onde você tirou que Said irá se divorciar de Zafira? Você mesma disse que ela vai roubar o nosso lugar nesta casa, Layla.

- Habibi me prometeu que irá repudia-lá, assim que o bebê nascer.

Fico em choque pelo que sai da sua boca. No fundo, acabo tendo pena da quarta esposa. Imagina só não pode criar o seu bebê.

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POVS, Zafira.

- Como você conseguiu?- minha irmã indaga, sem ainda acreditar.

Entreolho para porta do quarto que está aberta, e não sinto segurança, pois alguém poderá acabar ouvindo.

- É uma longa história, mas ele não vai me jogar ao vento.- meus olhos se emocionam.- Ele não é um muçulmano ruim, como eu imaginava, Zahra.

- Allah teve piedade de ti, Zafira, não faça péssimas escolhas daqui para frente.

- Não vou fazer.- garanto, abrindo um sorriso fraco.- Esse bebê é única coisa que restou de Ömer.- a confidencio, tocando na minha barriga.

- Por que está dizendo isso?- seu tom ecoa sério.

- Ömer está morto.- conto, sentindo uma dor no coração.- Ele é irmão do Said.

Minha irmã fica muito surpresa, dá para ver em sua reação a palidez de como age a notícia.

- E foi por sim que te tomou como esposa, Zafira?

- Na a'm.

Balanço a cabeça, assentindo.

- Zahra.- ele adentra a chamando.- Está chateada comigo, habíbti?- de imediato, a vejo negar.- Por que não me deu atenção?

- Estava aqui conversando com Zafira, e você estava com sua primeira esposa.- num tom meigo, minha irmã o responde.

- Vou pro meu quarto.- digo, ao me sentir sobrando.- Com licença.

- Zafira.- lhe ouço me chamar. E paro.

- Sim?

- Daqui a pouco eu vou vê-la.- seu cuidado, é a forma de como pronúncia, faz o meu coração disparar.

Seus olhos azuis transmitem um brilho tão forte, que me sinto hipnotizada. Não sei explicar o que ocorre comigo, mas acabo sentindo um frio na barriga, em meio a essa troca de olhar.

Desvio sem jeito, abaixando a cabeça. Noto que Zahra não gosta, ou talvez sinta ciúmes. E eu os deixo a sós, olhando uma última vez para trás:

Presencio os dois e ele tocando na mão dela. A maneira de como se olham e sorriem um pro outro, com certeza estão apaixonados.

A cena é bonita, fico feliz pela minha irmã, ela teve sorte de encontrar um amor.

- Você vai me permitir estudar, Said?- escuto o entusiasmado dela.

- Sou um homem de palavra. Prometi que ia pensar, e pensei. Irei te matricular em uma escola, e você vai aprender a ler e escrever, habíbti.- momentaneamente ela o abraça, tão feliz.

Sempre foi o sonho da minha irmã. Fomos criadas para cuidar dos nossos maridos, e não para trabalhar, já que é obrigação do homem sustentar a casa. Mas Zahra sempre teve uma visão diferente...

Entro no meu quarto, ainda com imagem de agora pouco. Sorrio, encostada na parede. Esse momento não dura minutos, e sim segundos. Até que de repente...

–Aí! Ai!- entro em pânico, ao sentir muita cólica. - SAID! SAID!- grito em desespero, pelo seu nome.- Estou sangrando.

                         

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