Arábia Saudita
img img Arábia Saudita img Capítulo 5 6
5
Capítulo 7 7 img
Capítulo 8 8 img
Capítulo 9 9 img
Capítulo 10 10 img
Capítulo 11 11 img
img
  /  1
img

Capítulo 5 6

Pov's Latifah.

A noite

Arábia Saudita.

Layla me contou que Said concordou, em dormir comigo.

Estamos reunidos na sala, como de costume, minha irmã sempre lava os seus pés e o serve o chá. Porém, quem vai servi-ló hoje é terceira esposa, já que recebeu às chaves da cozinha.

- Está uma porcaria!- Said cospe o líquido. - Nem um camelo beberia isso.- devolve a xícara para bandeja.

A mulher que o serve, fica frustrada com o comentário e se segura para não chorar.

Minha irmã entreolha para mim, lançando um olhar de cúmplice. Está feliz por a outra não ter conseguido conquista-ló com a comida.

- Posso fazer, se quiser.- procuro criar uma intimidade, estando meio sem graça. Mantenho a minha cabeça abaixada, numa posição submissa.

- Não precisa, Latifah. Shukran! - brevemente me nota, e aquilo faz o meu coração ficar mais acelerado.

- Vou me deitar, habibi.- Layla se despede, terminando de enxugar seus pés. - Boa noite!

- Boa noite, querida.

Assim que minha irmã passa ao redor da terceira esposa, para ao seu lado:

- Yalla! - ordena, brigando.- Derrame esse chá e vá se deitar. Ande!

- Obedeça, Layla, Zahra.

- Como quiser.

Cabisbaixa, a moça se vai para cozinha. Após, Layla sobe as escadas, acenando com a cabeça para que eu tome alguma atitude.

– Said, quer que eu ligue o som?

- La'. Vá para o quarto, Latifah.– num tom seco, ecoa- E me espere lá.- sinto um arrepio.

Desde que fui abusada sexualmente, nenhum outro homem me tocou. Estou fazendo esse sacrifício por Layla e por Said, eles são pessoas boas e merecem ter um filho.

- Certo.

Me retiro, indo em direção ao quarto.

***************************

21:30 PM.

Fico o aguardando vir, enquanto ando de um lado pro outro. Estou uma pilha de nervos.

A porta se abre de repente e meu peito sobe e desce. A minha respiração fica mais descompensada, com a sua presença.

- Tire.- são essas palavras que saem pela sua boca.

E mesmo constrangida, vou me despindo em sua frente. Me sinto super desconfortável, mas estou fazendo esse sacrifício por Layla.

E quando me joga sobre cama, ficando em cima de mim, é tudo muito rápido. Os movimentos de vai e vem gera um barulho agonizante, é como se eu fosse um objeto qualquer. Não há uma delicadeza, ou algo romântico. Até tento, mas daí o meu cunhado diz:

- Sem beijos.

Aperto os meus dedos sobre o lençol, chorando só para mim mesma ao ouvir o ruído da cama. Minha vontade é de empurrá-lo para longe de mim.

Por mais que Said não tenha culpa, sinto nojo do meu próprio corpo. Porque estou revivendo com essa cena o estupro que sofri.

Said se cansa e cai pro outro lado, apenas me viro para um canto que não me veja chorar.

- Latifah.- seu tom percorre aflito, ao me chamar.- Eu te machuquei?

- Não Said, estou bem.- aos soluços, garanto.- Vou ficar bem.

- Se é porque eu não te beijei....

- Não é por isso.

- E o quê é?

- Nunca vou ser feliz, Said, eu nunca vou ser amada.

- Latifah, não diga isso.

- É verdade. Este momento, foi apenas para satisfazer a vontade de Layla.

- Se eu não quisesse, eu não estaria.- ergo o meu olhar choroso para cima.

- Você só está cumprindo com a sua obrigação.

- Você não é uma obrigação, você é a minha segunda esposa.- seus olhos refletem, contendo brilho forte ao enfatizar as palavras. – Me desculpe pelo que vou fazer.

Puxa-me para os seus braços, colando os nossos lábios pela primeira vez. Fico anestesiada com o contato, tomada por um frio na barriga. Seus lábios pedem passagem aos meus, beijando-me literalmente. É algo tão profano e proibido, que fico tão entorpecida com o gosto doce do nosso beijo.

********************************

Pov's Latifah.

Na manhã seguinte......

Ao despertar, passo a mão ao redor do colchão, e o encontro vazio. Fico triste, sentindo as lágrimas se formarem em volta dos meus olhos.

- Salamaleico.- engulo em seco, ao vê-lo saindo do banheiro.

- Alaikum as-as-salam. - cumprimento-o de volta, tímida, com a cabeça abaixada.

- Achou que eu já tivesse ido, Latifah?

Assinto com a cabeça.

- Se arrume, iremos sair.

- Sair?- fico surpresa, olhando-o pros seus olhos de imediato.

- Na a'm.

Deixo transparecer um leve sorriso meigo. Minhas íris azuis chegam a brilhar de entusiasmo.

- Irei tomar um meu café, te esperarei lá embaixo.- se vira, mas antes retoma até onde estou. - Não demore, Latifah.

Minha respiração fica mais descompensada. Fecho os olhos, quando novamente me beija igual ontem à noite. Seus lábios são sedutores, e ao se unir aos meus, causa aquele frio na barriga.

Mas ao mesmo tempo que aquilo é bom para mim, sinto um bloqueio.... Fico com medo de qual será a reação da Layla, não acho que minha irmã possa aceitar tão bem.

E assim que Said sai, ela entra. É como se já tivesse o esperando sair.

- Conte-me, tudo!- se joga em cima da cama, tão ansiosa.- Funcionou?

- Eu não sei.- falo receosa, sem conseguir nem olhá-la na cara.- Foi tudo muito rápido.

- Latifah, você tinha que ter passado a noite com ele.

- E eu passei.- revelo.- Mas não da forma que você imagina.- sua alegria se desfaz e Layla se desanima.

- Allah! Allah! - murmura para si. - Amanhã se inicia o mês de Ramadã, Said não vai tocar em nenhuma de nós, porque é o mês sagrado. Teremos que torcer que nenhuma daquelas duas tenham engravidado primeiro.

((((((***************************))))))

Pov's Zafira.

Vomito no vaso sanitário, estou tão enjoada. Daqui a pouco alguém aparece e vão acabar desconfiando.

- Zafira, está tudo bem aí?

Por que esse muçulmano tinha que aparece justo agora?

- S s-sim.

Volto a vomitar.

- Tem certeza?- o tom rouco ecoa intrigado.- Abra essa porta imediatamente!- bate, e rapidamente dou a descarga, me recompondo.

Obedeço a ordem, tendo que se deparar..... Com o indivíduo que analisa cada canto do meu rosto.

- Está pálida.- põe a mão na minha testa, soando preocupado.- Não está com febre.

- Só estou um pouco cansada.- minto, e na mesma hora sinto o enjoo e acabo vomitando sobre ele.

A minha farsa é exposta, quando a voz feminina ecoa:

- Por Allah, só pode está... grávida.- uma das suas esposas adentram, constatando.

Me acabo de vomitar e ele não se move do canto, talvez esteja pensando de qual maneira me jogará ao vento. Espero ele dizer: eu te repúdio, três vezes, mas não acontece, é como se.... já soubesse.

–Fui abençoado!- sorri, reverenciando a Allah, ao levantar as mãos para cima- Latifah, vá chamar Layla. Mande ela preparar o melhor banquete, nesta casa chegará um bebê. Allah ouviu nossas orações.

Meu olhar é de total medo.

Assim que mulher de hijab preto sai às pressas, Said ergue a mão para cima:

- Pode me bater, mas este filho não é seu! Esse bebê que está na minha barriga, é de outro homem.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022