Capítulo 5 Traga a raina morta

Todos agora passavam pelo hall de entrada indo para a sala do trono onde o rei se encontrava. Makva embora esteja focada na missão que teria daqui pra frente também estava se imaginando com uma coroa e em como ficaria ainda mais bonita vestida como uma rainha, porém foi chamada para realidade quando ouviu Romeu pigarrear. Ela olhou para o trono e se sentiu envergonhada ao imaginar que o rei provavelmente havia feito uma pergunta direcionada a ela.

- Me perdoe pela desatenção, meu rei - se curva.

- Não se desculpe - ele sorrir. - Meu filho informou que você o ajudou ontem a encontrar os impostores, ótimo trabalho - elogia.

Ela retribui o sorriso, dizendo:

- Obrigada, mas ele também já deve ter dito que não fiz o trabalho de graça e muito menos por honra.

Romeu se engasga, impressionado com a sua sinceridade. Contudo, em vez do rei ficar vermelho de ódio, ele gargalhou, divertido.

- Oh, sim! Ele certamente me informou sobre isso! - confessa. - E, embora suas habilidades com arco e flecha tenham sido úteis para nós, sinto ter que negar o seu pedido.

Makva estava de queixo caído, Romeu também compartilhava da mesma surpresa enquanto os outros soldados atrás deles se sentiam desconfortáveis com a situação. Ela com certeza não estava esperando por um não e ter sua recompensa sendo recusada assim de imediato só a encheu de fúria e surpresa.

- Você não pode fazer isso! - protesta, perplexa.

- Posso sim, sou o rei - sua voz soa grave, fazendo com que ela sinta vontade de fazê-lo engolir a coroa ridícula posicionada em sua cabeça.

- Ser rei não me impede de atingi-lo com uma flecha no meio da testa - ameaça.

- Tenta a sorte e será decapitada na mesma hora - ameaça, suas expressões ficando severa.

Ela retira o arco das costas, ajustando as cordas.

- Isso se eles conseguirem me pegar.

O rei engole em seco. Romeu entra no meio, nervoso para mudar a situação que havia se colocado.

- Pai, ela só quer fazer parte dos soldados que você ira mandar para o norte - apela. - Não vejo qual seria o problema nisso.

- Basta, Romeu! Eu não irei mandar uma mulher para resolver minhas batalhas!

- Mas se não fosse por ela não teríamos eliminado as criaturas com facilidade - o relembra.

O rei bufa alto, algo que certamente um ser tão importante não faria.

- Certo! Eu a deixarei ir com eles se, ela conseguir, fazer com que o rei Beron estabeleça uma aliança entre os nossos reinos.

Makva queria dá pulinhos de felicidade porém se conteu ao notar que não sabia nada sobre outros reinos, muito menos sabia como faria para alguém assinar um pergaminho.

- Como irei fazer isso? Não entendo nada de política!

O velho sentado no trono está aborrecido.

- Se fosse apenas questões políticas eu mesmo teria resolvido o problema - dispara. - Faça amizade com a rainha das águas que conseguirá o trazer para o nosso lado.

- O que essa rainha tem a ver com ele?

- Apenas uma mulher consegue levar um homem ao delírio e, vamos se dizer, que ela é a ruína dele. Então seja simpática e a faça gostar de você, por favor.

Alguém chama a atenção no meio dos soldados, envergonhado.

- Não querendo contradizer o senhor, mas a rainha não está morta?

Makva sente o rosto ficar vermelho de raiva. O cara queria tanto a manter longe dos seus soldados? Ela direciona seu olhar furioso pra ele, mas o rei permanece tranquilo.

- Se estivesse mesmo morta as águas já teriam arrumado uma substituta - responde, calmo. - O seu trabalho, Makva, é encontra-la e fazer com que ela nos ajude a ter uma aliança com o rei.

- Por que eu tenho que fazer o trabalho difícil sendo que na verdade era para eu ta sendo recompensada? - indaga, indignada.

Ele não responde a pergunta.

- Essas são minhas condições, você decide - fala, por fim.

Makva revira os olhos, estava claro que ela não decidia nada alí. Poderia optar por vazar e mandar ele se ferrar, mas a ajuda da guarda para destruir aquele continente seria muito melhor e o estrago seria maior.

Suspira.

- Eu vou, mas Romeu vai me acompanhar.

O homem ao seu lado olha para ela embasbacado. O rei encara ela, desconfiado.

- Por que quer o meu filho com você?

- Nunca saí destas terras e não faço a mínima ideia de onde fica o reino de Beron - confessa.

Ele assente.

- Ele vai depois, até lá Ciel te acompanha.

- Eu não quero Ciel, eu quero Romeu - insiste.

- Romeu tem suas obrigações aqui, quando terminar ira ao seu encontro - decreta.

Makva teve que fechar os olhos com força para não surtar no meio do salão. Romeu aperta seu ombro com uma das mãos, contudo logo a retira quando percebe o que faz, mas a garota estava focada demais em manter sua raiva sob controle para notar.

- Mas quem diabos é Ciel?! - pergunta, exasperada.

- Meu irmão do meio - Romeu responde, apontando para o canto do salão onde só agora ela havia percebido que tinha alguém a observando.

- Espera... - espreme os olhos, tentando enxergar melhor, então a imagem do homem retorna em sua mente. - Você é o idiota das palmas! - aponta para Ciel.

Ele tinha um sorriso malicioso brilhando em seus lábios, mas não se sentiu ofendido por ter sido chamado de idiota por ela.

- Prazer em revê-lá.

Makva ignora ele, voltando a atenção para o rei.

- Contando que ele não fale comigo, eu aceito. Parto para lá ainda hoje, então irei arrumar minhas coisas - avisa, curvando em respeito e retirando-se em seguida.

Odiava fazer trabalho para os outros, mas ao menos seria recompensada adequadamente. A rainha que se prepare, pois ela vai fazer com que ela ajude nem que seja obrigada a ameaçar de morte.