- Mãe! - Bianca olhou para sua mãe em pânico, enquanto tentava se levantar. - Eu preciso ir até o Gabriel, ele precisa de mim...
Sua mãe segurou seu corpo ainda deitado com carinho e lágrimas rolaram em seus olhos.
- Não filha. Você precisa ficar deitada. - A voz da sua mãe soou trêmula, enquanto tentava manter sua emoção contida, para ajudar sua filha. Bianca segurou nas mãos da sua mãe e disse:
- Meu filho precisa de mim. Eu tenho que ir até ele.
- Ele vai ficar bem, minha filha. - Algumas lágrimas escorriam dos olhos da mãe, que também era avó. - Eu
prometo! Ele vai ficar bem. - Bianca sentiu o carinho de sua mãe, em seu rosto suavemente.
- Mãe! Ele vai ficar bem mesmo? - Sua voz estava carregada de tristeza, enquanto perguntava.
- Vai meu amor. Agora você precisa se cuidar, ele vai precisar de você mais do que nunca... - as palavras de sua mãe falharam - E você precisa estar disposta para lutar ao lado dele.
Duas mães estavam presenciando momentos dilacerantes ao mesmo tempo. A mãe de Bianca estava arrasada a situação da filha e além de mãe, ela também é avó. Já, por outro lado, estava Bianca, uma mãe jovem e de primeira viajem. Ela havia acabado de dar à luz e descoberto que seu filho estava na UTI, de uma maneira repentina.
Para a mãe de Bianca estava sendo ainda mais doloroso, ter chegado ao hospital e descoberto o estado da filha, seu neto sendo levado às pressas para outra cidade. Tudo estava acontecendo tão rápido, mas por aquela mãe, não passou despercebido que; sua filha a quem ela entregou para um rapaz que jurou cuidar dela, não estava no momento em que ela mais precisava dele.
Elisa abraçou sua filha forte, acreditando que; por ela ter um parto conturbado no passado, Bianca também havia nascido roxa, por passar da hora de nascer e ter precisado intervir com uma Cesária de emergência. Ela acreditava em seu coração que com o seu neto seria a mesma situação e em questão de dias, ele estaria entre elas novamente. Mas ela estava errada! A situação de Gabriel era mais grave.
Enquanto as horas iam se passando, elas se aproximavam do momento em que Bianca teria que tomar seu primeiro banho e se levantar, ela estava tão aflita com a situação do seu filho que nem estava ligando para essa situação. Mas chegado o momento, a enfermeira veio lhe ajudar.
- Moça, tem notícias do meu bebê? - ela perguntou assim que a mulher entrou.
- Não mãezinha, mas fiquei tranquila, no momento da transferência o pai chegou e foi junto. - A enfermeira tentou tranquilizá-la.
Mas isso apenas deixou Bianca ainda mais preocupada, por que kaike não havia entrado em contato com ela ainda? Estava acontecendo alguma coisa? Ao perceber que Bianca estava começando a hiperventilar, a jovem enfermeira segurou na sua mão, após olhar para Elisa, ela voltou seu olhar para Bianca.
- Fique tranquila, mãezinha. Seu bebê está em boas mãos. Lá é um hospital maior! Há recursos necessários para cuidar dele. Logo ele estará em seus braços. - Um sorriso gentil apareceu nos lábios da mulher.
Bianca sorriu fraco, contendo seus lábios e a vontade de pedir para a enfermeira prometer que ia ficar tudo bem! Mas o que Bianca sabia lá, no fundo, era que em uma situação como essa, ser humano nenhum teria a solução rapidamente em mãos, ela suspirou fracamente.
- A Senhora é a mãe dela? - a enfermeira perguntou para Eliza, que assentiu rapidamente. - A senhora poderia separar algumas roupas para ela vestir.
Depois que Eliza foi preparar as coisas, a enfermeira levantou a cama, por meio de uma maçaneta manual no pé da cama, ela foi girando aquilo e o meio da cama foi se levantando lentamente, até Bianca ficar quase sentada.
- Ok! Agora vou segurar seu braço, você se apoia em mim, se senta, joga seus pés para fora da cama e desce no seu tempo pelas escadinhas.
Bianca concordou e ao fazer o que a enfermeira pediu, ela ficou sentada com as pernas para fora sobre a pequena escadinha de ferro. Ela olhou para a enfermeira e ela sorriu docemente. Bianca suspirou ao se levantar, naquele momento ela soltou um suspiro pesado, sentiu que havia um buraco em sua barriga e seus órgãos aviam caído para baixo, suas pernas ficaram trêmulas e o sangue escorreu por suas pernas.
- Eu não consigo! - sua voz saiu trêmula, enquanto ela negou olhando para sua mãe e para a enfermeira.
- Consegue sim. Isso é normal, no seu tempo você se apoia em mim e desce. Tudo bem, não se esqueça que eu estou aqui.
Bianca respirou fundo, lembrou das palavras que sua mãe havia dito, sobre ela se cuidar para apoiar seu filho, ela deu um passo de cada vês, mesmo estando completamente desconfortável. O banho foi algo revigorante para ela. Foi algo inovador, depois de se lavar, Bianca vestiu roupas confortáveis. Com a ajuda de Eliza, Bianca se sentou na poltrona e pensou em kaike pela primeira vês sem sua cabeça estar nebulosa. Por que ele ainda não apareceu? Ela estava com a esperança dele chegar a qualquer momento para visitá-la, com notícias boas.
Mas para a sua decepção, ele não veio. Bianca ficou os três dias necessários no hospital e o seu esposo não apareceu em nenhum momento, nem para ver como ela estava, nem para lhe dar informações sobre pessoalmente o filho deles. A única coisa que kaike fez foi enviar uma mensagem dizendo que; 'Gabriel estava bem, e que o casal conversaria depois.'
Bianca estava chateada, ela esperava um pouco mais de companheirismo do seu parceiro, mas mesmo assim a sua real preocupação estava em seu filho, ela não sentia fome, o que comeu no hospital foi praticamente empurrado por ela, para tentar reunir forças, a única coisa que deixou ela mais tranquila nos dias passados no hospital, foi que o doutor foi falar com ela pessoalmente lhe afirmando ter ligado para o hospital onde seu filho estava.
O doutor avisou que a mãe ainda estava sobre os cuidados deles, mas estava muito preocupada, ele desejava saber como o recém-nascido estava, até mesmo para acalmar sua mãe. A pediatra plantonista o respondeu dizendo que; Gabriel estava instável que a mãe poderia ir visitá-lo, assim que estivesse alta. Foi a única coisa que deixou Bianca razoavelmente tranquila.
Depois que passou os dias mais angustiantes da sua vida, Bianca recebeu alta, ela apenas avisou kaike, mas não esperava por ele, até que saiu do hospital segurando uma bolsa e a sua mãe outras duas, quando viu kaike parado na entrada...